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MATERIAL DE APOIO AULA 4 E 5

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INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA 
marla.correia@docente.unip.br AULA 4 e 5 
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Queridos alunos, hoje o tema da nossa aula e MAGISTRATURA. 
 
Estudaremos: acesso, ingresso, promoção e desenvolvimento da carreira; 
garantias e vedações constitucionais; controle externo; dos auxiliares da 
justiça. 
 
 
Vamos iniciar os nossos estudos? Então vamos lá!! 
 
 
1) DIFERENÇA ENTRE JUÍZO E JUIZ 
 
Conforme já estudamos na aula anterior, o nosso Poder Judiciário é composto 
por diversos órgãos julgadores. Tais órgãos, denominados de “juízo” (nome 
técnico dado ao órgão julgador), são subdivididos através de células, também 
denominados de “vara”, onde na divisão orgânica dos serviços judiciários em 
primeira instância, poderá haver ou não multiplicidade de juízos. 
 
Ou seja, sempre que falarmos em juízo, devemos remeter a ideia que trata-se 
de órgãos responsáveis pelo recebimento, andamento e processamento das 
demandas trazidas pelo cidadão em geral. Tais juízos, dependendo da comarca, 
se subdividirão em varas de julgamentos, que poderão ser por matéria ou vara 
única, nos casos em que a localidade não comportar subdivisões de juízos. 
 
Diverso do “juiz” que é uma pessoa física, que se posta dentro do juízo, para 
aplicar e decidir em nome do Estado uma determinada lide emanada pelo 
cidadão que busca o seu direito. 
 
Assim como ocorre com os juízos, poderá haver multiplicidade de juízes em uma 
determinada vara dependendo da comarca, ou apenas 1 único juiz para julgar 
todas as demandas. 
 
 
2) Acesso e Ingresso na carreira 
 
 
- Concurso Público (provas e títulos) -> Cargo inicial: Juiz Substituto (Art. 93, I, 
CF) 
 
2.1) Requisitos para concorrer ao cargo de magistrado: 
 
- ter nacionalidade brasileira – Natos e Naturalizados (estrangeiros não podem 
concorrer); 
 
- ser bacharel em direito; 
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- ter comprovadamente três anos de atividade jurídica (EC 45/04) 
 
OBSERVAÇÃO 1 : Resolução nº 75/09 – CNJ = Art. 59 -> Só será contabilizado 
como atividade jurídica, aquelas exercidas após a obtenção do grau de bacharel 
em direito. 
 
ATIVIDADES CONSIDERADAS VÁLIDAS PARA CONTABILIZAÇÃO DOS 3 
ANOS: 
 
✓ Efetivo exercício da advocacia, inclusive a voluntária (participação mínima 
anual de 5 atos privativos de advogados em ações distintas); 
✓ Exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive a de magistério 
superior, que exijam a utilização preponderante do conhecimento jurídico; 
✓ O exercícios da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados 
especiais, varas especiais por no mínimo 16 horas semanais num período 
de 1 ano; 
✓ O exercício da arbitragem ou mediação na composição de litígios. 
 
- Regularidade com o serviço militar; 
 
- Estar em gozo dos direitos políticos; 
 
- Integridade física e mental (exames psicotécnicos); 
 
- Boa conduta social (conduta ilibada) 
 
OBSERVAÇÃO 2: 
 
Antecedentes criminais incompatíveis com o exercício da função – Ex.: 
Condenação anterior por lesão corporal culposa, dependendo das circunstâncias 
que envolveram o fato delituoso, ingressar na carreira de magistrado. 
 
 
2.2) FASES PARA INGRESSO NA CARREIRA 
 
- primeira etapa: prova objetiva 
 
- segunda etapa: duas provas escritas 
 
- terceira etapa: subdividida em três avaliações: Sindicância da vida pregressa, 
investigação social, exames físico e mental e psicotécnico 
 
- quarta etapa: arguição oral 
 
- quinta etapa: avaliação de títulos (classificatória) 
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3) Garantias Constitucionais dos magistrados (art. 95, CF/88) 
 
 
a) Vitaliciedade: alcançada após 2 anos de efetivo serviço. -> uma vez 
superada a fase de estágio probatório, o juiz só poderá ser exonerado de 
sua função por meio de processo judicial específico com autorização do 
Tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. A autorização poderá ser 
proferida de ofício pelo próprio Tribunal ou mediante requerimento do MP, 
Poder Executivo e Legislativo ou do CNJ. 
 
Obs.: Exceções ao período probatório: Ministros, Desembargadores e 
integrantes do TRF ( já gozarão da garantia da vitaliciedade no momento da 
investidura ao cargo) 
 
b) Inamovibilidade: Conferida a juízes titulares, não aplicando-se portanto 
aos juízes substitutos -> Significa que os magistrados não podem ser 
removidos de seus respectivos cargos. Entretanto, a garantia não é 
absoluta, poderá haver a remoção compulsória do juiz, desde que 
motivada por relevante interesse público, sem prejuízos a seus proventos. 
 
 
4) Vedações Constitucionais dos magistrados (art. 95, parágrafo único, 
CF/88) 
 
- participação em comércio ou sociedade comercial (exceto nos casos de 
acionistas ou quotistas) ou, ainda associações ou fundações de qualquer 
natureza, salvo de associações de classes, e sem remuneração. 
 
- exercício da advocacia ou atividade político partidária (exceto a atividade 
do magistério, coordenação acadêmica) 
 
- veda-se, ainda a participação de juízes e desembargadores junto aos 
Tribunais de Justiça Desportiva e em suas comissões disciplinares 
 
- recebimento de honorários, custas ou participações em processos 
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4.1) Quarentena 
 
É a vedação de atuação por 3 anos do juiz ou desembargador ao aposentar-se 
em suas atividades para o exercício da advocacia perante a juízo ou Tribunal do 
qual tenha atuado. A mesma regra aplica-se aos membros aposentados do MP 
(art. 128, § 6º, CF/88). 
 
 
5) A carreira do Magistrado 
 
Como já estudamos anteriormente, para o ingresso na carreira de magistrado, o 
candidato deverá passar por uma série de etapas e avaliações. Após superada 
todas as etapas e uma vez investido do cargo de Juiz, ele ingressará nos 
quadros como juiz substituto. 
 
O Poder Judiciário por sua vez, uma vez autorizado por lei, dividira-se de acordo 
com cada território de atuação. Ex. Entrâncias, Instâncias, etc. 
 
A primeira promoção será para juiz de direito titular de um cargo pertencente a 
alguma comarca de entrância inicial. Uma vez que o magistrado prossegue na 
carreira, poderá obter futuras promoções aos cargos das entrâncias superiores 
(entrâncias intermediárias e final) 
 
O ápice da carreira ocorre com a promoção do magistrado ao segundo grau de 
jurisdição (segunda instância), momento em que passará a integrar o Tribunal 
respectivo (TJ ou TRF), neste caso, passarão a ser denominados 
desembargadores. Seu acesso se dará por antiguidade e merecimento, sendo 
vedado, de acordo com o art. 93, II, alínea e da CF/88, a promoção de juízes 
relapsos. 
 
OBSERVAÇÃO: QUINTO CONSTITUCIONAL -> preenchimento obrigatório de 
um quinto dos Tribunais Estaduais e do DF e TRF, por membros do MP com no 
mínimo 10 anos de efetivo exercício e por advogados de notório saber jurídico e 
reputação ilibada, com, também, 10 anos de atuação profissional comprovada. 
Uma vez que haja a vaga para preenchimento através do quinto constitucional, 
é elaborada uma lista sêxtupla pelo MP e OAB e encaminhada ao Tribunal 
correspondente para redução a uma lista tríplice para posterior encaminhamento 
ao chefe do Poder Executivo Estadual para escolha. 
 
 
6) Controle Externo 
 
- Estabelecimento de normas para o funcionamento do Poder judiciário e o 
efetivo cumprimento da função jurisdicional do Estado. 
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- CNJ (art. 103-b, § 4º, CF/88) – Atribuições: Controle de atuação administrativa 
e financeira doPoder Judiciário. 
 
 
7) Auxiliares da Justiça 
 
Artigos 149 ao 175 do Código de Processo Civil 
 
Artigos 710 ao 721 da Consolidação das Leis do Trabalho 
 
Tratam-se de todos aqueles que participam do processo no sentido de 
implementar a prestação jurisdicional. Suas atribuições são determinadas pelas 
normas de organização judiciária. São eles: o escrivão, o oficial de justiça, o 
perito, o depositário, o administrador e o intérprete. Desse conceito se encontram 
excluídas as partes, as testemunhas, o Ministério Público e os advogados. São 
permanentes ou eventuais. Os permanentes são os auxiliares que aparecem em 
todos ou quase todos os processos, por exemplo, o escrivão, o oficial de justiça 
e o distribuidor. Já os eventuais são os auxiliares que atuam em certos tipos de 
processos, aparecendo nas relações processuais de forma esporádica, como, 
por exemplo, os intérpretes ou os peritos. 
 
 
 
 
Bibliografia utilizada: 
 
- BRASIL I. Haddad, José Ricardo. II. Wagner Junior, Luiz Guilherme da Costa. 
III. Jacob, Roberto Mendes de Freitas Junior, Sérgio Carvalho de Aguiar Vallim 
Filho. – Poder Judiciário e carreiras jurídicas – Ed. Atlás, 5ª edição, ano 2014. 
 
- Novo Código Processo Civil, 2017. 
 
 
 
 
Ótimos estudos! 
Prof. Marla Macário

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