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ANESTESIA GERAL

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Disciplina de Farmacologia Prof. Luiz Oliveira
ANESTESIA GERAL
Anestesia Geral é um termo utilizado para designar uma técnica anestésica que promove inconsciência (hipnose) total, abolição da dor (analgesia / anestesia) e relaxamento do paciente, possibilitando a realização de qualquer intervenção cirúrgica conhecida. Pode ser obtida com agentes inalatórios e/ou endovenosos. É divida em indução, manutenção e recuperação. A indução da anestesia é o período de transição inicial do paciente que se encontra acordado para o estado de inconsciência, característico da anestesia geral. A anestesia inalatória pura (quando se utiliza somente os gases) é bastante utilizada em crianças (anestesia pediátrica), obtendo-se a indução da anestesia com uma mistura de gases (oxigênio + ar comprimido ou oxigênio + óxido nitroso ou ainda oxigênio puro) com um agente anestésico inalatório (exemplos: halotano, sevofluorano), administrado através de uma máscara facial (o popular “cheirinho”). Já em pacientes adultos, a indução mais utilizada é a endovenosa: o médico anestesista punciona uma veia e injeta medicações que farão o paciente dormir, promoverão relaxamento muscular (que é vital para a realização de alguns tipos de cirurgias) e, é claro, medicações que vão abolir a dor. Na manutenção da anestesia, tanto em crianças como adultos, podem ser utilizados agentes venosos e/ou inalatórios, administrados conforme as necessidades individuais do paciente e de características do procedimento cirúrgico. Na anestesia geral é comum que a função respiratória seja complementada com aparelhos chamados ventiladores mecânicos (ou respiradores artificiais). Nesses casos, os pulmões são conectados ao aparelho através de um tubo que é inserido na traquéia do paciente. A intubação traqueal é um procedimento especializado, realizado pelo médico anestesiologista, e que, ao contrário do que se pensa popularmente, costuma conferir grande segurança ao ato anestésico geral.
	A anestesia atual envolve o uso de combinações de fármacos, procura as vantagens das propriedades favoráveis de cada um e tenta reduzir o potencial de reações adversas. De um modo geral usa protocolos variáveis de acordo com os propósitos:
Diagnóstico:
Terapia:
Intervenção
Breve História da Anestesia
Sem dúvida, os profissionais os dentistas foram muito importantes no advento da anestesia. Muitos tentaram esta façanha, mas o primeiro ato cirúrgico realizado sob anestesia reconhecido pela comunidade cientifica foi a extirpação de um tumor no pescoço de um jovem de 17 anos, que aconteceu no General Hospital em Massachusetts em 16 de outubro de 1846. Até então as substâncias utilizadas para este fim tinham pouco ou nenhum efeito, obrigando os cirurgiões a realizarem os procedimentos no menor espaço de tempo possível. A maior parte das cirurgias realizadas era de amputação, considerados grandes procedimentos para a época. Os pacientes eram embriagados (com alcool mesmo, para que fossem reduzidas as sensações dolorosas) e contidos para que não corressem após o inicio dos procedimentos, tamanha era a dor sentida pelos mesmos. O agente utilizado neste ato, em 1846, foi o éter, sob nebulização, introduzido pelo dentista Thomas Green Morton, que utilizou um aparelho por ele mesmo desenvolvido. Morton já utilizava o anestésico em procedimentos odontológicos.
CARACTERISTICAS DO ANESTÉSICO IDEAL
• Deveria induzir uma anestesia suave e rápida;
• Condicionar recuperação rápida, uma vez terminada a
administração;
• Ter larga margem de segurança;
• Ser destituído de reações adversas.
Todavia, Nenhum dos anestésicos usados isoladamente é capaz de satisfazer todos estes efeitos desejados, e freqüentemente a anestesia geral resulta da combinação de muitas drogas.
A segurança dos procedimentos anestésicos aumentou muito ao longo da última década. O melhor preparo dos médicos, o melhor conhecimento das doenças, o melhor preparo dos pacientes, a instituição regular das consultas pré-anestésicas, drogas mais seguras e monitorização adequada no intra-operatório e no período pós anestésico são considerados os principais fatores que contribuíram para a drástica redução das complicações relacionadas às técnicas anestésicas.
Anestésicos Gerais Atualmente Utilizados
Os anestésicos gerais são utilizados para que os pacientes não tenham consciência, nem respondam aos estímulos dolorosos durante os procedimentos cirúrgicos. Eles são administrados sistemicamente e exercem seus principais efeitos no sistema nervoso central. Estas drogas são os fármacos que pavimentaram o caminho para a moderna cirurgia e sem eles muito da medicina moderna seria impossível. Para que um fármaco seja útil como anestésico, ele tem que ser prontamente controlável, de forma que a indução e a recuperação sejam rápidas, permitindo que o nível de anestesia seja ajustado conforme o necessário durante a cirurgia. A inalação é a via mais comum para os anestésicos, embora a indução seja executada usualmente com agentes intravenosos.
Principais Agentes Anestésicos
Os agentes utilizados atualmente são gases ou injetáveis intravenosos.
Gases:
Halotano
O halotano é um anestésico inalatório amplamente utilizado, porém seu uso está agora declinando em favor do isoflurano e de outros fármacos. Ele não é explosivo nem irritante; A indução e a recuperação são relativamente rápidas e ele é altamente potente e pode, facilmente, produzir insuficiência respiratória e cardiovascular, e, por isso, a concentração administrada precisa ser controlada com precisão. Até mesmo nas concentrações anestésicas normais, o halotano causa queda na pressão sanguínea, por depressão miocárdica e vasodilatação. O halotano não é analgésico e tem efeito relaxante no útero, o que limita seu uso com propósitos obstétricos. Os principais efeitos adversos sérios são raros, e constituem hepatotoxicidade e hipertermia maligna.
Enflurano
È um éter halogenado similar ao halotano em sua potência e na velocidade moderada de indução. É menos lipossolúvel, de forma que o início e a recuperação são mais rápidos. Sua principal desvantagem é que pode causar convulsões, tanto durante a indução quanto em seguida à recuperação anestésica, podendo ocorrer também hipertermia maligna.
Isoflurano
O isoflurano é, agora, o anestésico volátil mais amplamente utilizado. Ele é muito similar ao enflurano, porém não é apreciavelmente metabolizado e não apresenta a propriedade pró-convulsivante do enflurano. Pode causar hipotensão e é um potente dilatador coronariano. 
Desflurano
O desflurano é quimicamente similar ao isoflurano, porém sua menor solubilidade no sangue e na gordura significam que a indução e a recuperação são mais rápidas, assim ele é cada vez mais utilizado para cirurgias simples, com alta no mesmo dia. Não é metabolizado apreciavelmente, e é menos potente que as drogas descritas acima. Nas concentrações usadas para a indução (cerca de 10%), o desflurano causa alguma irritação do trato respiratório, o que pode levar à tosse e ao broncoespasmo.
Sevoflurano
Quimicamente parecido com o desflurano, porém é mais potente e não causa irritação respiratória. Parcialmente metabolizado, porém não suficientemente para causar toxicidade. Em indivíduos geneticamente susceptíveis pode ocasionar hipertermia maligna.
Agentes Venosos:
Tiopental
Usado somente para a indução, tem alta lipossolubilidade e isto responde pela velocidade e transitoriedade de seu efeito quando é injetado intravenosamente. É fortemente alcalino e instável, assim, tem que ser dissolvido imediatamente antes de ser usado e ocorrendo infiltração (administração fora da veia) pode ocasionar necrose tecidual local e ulceração grave. Após administração causa inconsciência em 20 segundos, que se mantêm por 05 a 10 minutos. Pode ocasionar depressão cardiovascular e respiratória. Apresenta alto efeito ressaca devido sua alta lipossolubilidade.
Propofol
Introduzido em 1983, tem propriedades similares ao tiopental,
porém tem a vantagem de ser rapidamente metabolizado e, portanto, permite a recuperação rápida sem qualquer efeito ressaca. Isto permite que seja usado em infusão continua para manter a anestesia cirúrgica sem a necessidade de agente inalatório algum. Muito utilizado para cirurgias simples (alta no mesmo dia).
Cetamina
Assemelha-se muito a fenciclidina, que é uma droga de rua consumida nos Estados Unidos. Produz um estado similar a anestesia com profunda analgesia. Administrada intravenosamente produz efeitos muito diferentes das outras drogas comuns em anestesia, a pressão sanguínea e freqüência cardíaca são usualmente aumentadas, sendo que a respiração não é afetada pelas doses habituais. Sua principal desvantagem consiste na ocorrência de alucinações e delírios no período de recuperação. 
Bibliografia
Rang, H. P., DALE, M.M. Farmacologia. 06ª Edição. Rio de Janeiro. Edit. Guanabara Koogan, 2007.
História da Anestesia. Disponível em: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1664490-breve-historia-da-anestesia-geral/ , acesso em: 24.08.2010.

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