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DIR. ADM I aula 2

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Profa. Ana Cláudia Aguiar
Universidade Estácio de Sá
Rio Grande do Norte – Estácio de Natal
Direito Administrativo I
Regime Jurídico Administrativo: 
Conjunto harmônico de Princípios que guardam entre si uma correlação lógica.
Consequências: 
Em uma mesma conduta aparecem vários princípios diferentes. Exemplo: propaganda pessoal do administrador; e
Conflito entre princípios. Exemplo: ilegalidade de concurso após 15 anos.
Direito Administrativo I
Princípios “Pedras de Toque” do Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello
Supremacia do Interesse Público – sobreposição do interesse público/coletividade em face do interesse individual (implícito). 
Exemplo: desapropriação e requisição.
Direito Administrativo I
Indisponibilidade do Interesse Público – o administrador não pode abrir mão/dispor do interesse público, pois o interesse não é dele - múnus publico (implícito). 
Exemplo: contrata diretamente quando deveria fazer licitação; e não faz concurso quando deveria. 
Direito Administrativo I
CF/88 – Princípios mínimos da Administração Pública.
“Art. 37*. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
*EC n.º 19/98 
Direito Administrativo I
Princípio da Legalidade
Direito Privado: não contradição da lei.
Direito Público: subordinação à lei.
 Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita.
“Administrar é aplicar a lei de ofício” Seabra Fagundes. 
Direito Administrativo I
“Enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza.” (Hely Lopes Meirelles).
Exemplos:
Administrador resolve aplicar uma multa no administrado; aumentar o salário dos funcionários; e criar novos cargos. 
Direito Administrativo I
Princípio da Reserva de lei: 
“Separar uma matéria e dar a mesma uma espécie normativa predeterminada”.
A aplicação do princípio da legalidade é amplo:
 “Aplicação da lei e de princípios constitucionais”. 
Implicação da organização do Estado de Direito:
“O Estado se submete às leis que cria”.
Direito Administrativo I
Princípio da Impessoalidade
Impessoal?
“É o que não pertence a uma pessoa em especial.”
Proibido está o tratamento que:
“Favoreça alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudica alguns para favorecimento de outros.”
Direito Administrativo I
Isto é: ausência de subjetividade, todos os atos praticados por agentes públicos não são deles, mas da pessoa jurídica. 
Exemplos:
 Obra pública “assinada”pelo prefeito: as obras públicas são da gestão, da prefeitura.
 Permissão pública de transporte coletivo: as melhores linhas são delegadas à amigo do prefeito.
Direito Administrativo I
Princípio da Moralidade/Probidade 
O administrador público precisa imprimir preceitos éticos em sua conduta. Precisa distinguir o que é honesto do que é desonesto, correção de atitudes e ter boa-fé:
Nas relações entre a Administração e os administrados em geral; e
Na relação entre a Administração e os agentes públicos que a integram.
Direito Administrativo I
Quando a imoralidade consiste em atos de improbidade, o diploma regulador é a Lei nº 8.429:
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:” 
Direito Administrativo I
Outro instrumento relevante de tutela jurisdicional é a ação popular (Lei n.º 4.717/65), contemplada no art. 5º, LXXIII:
“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;” 
 
Direito Administrativo I
 Segundo a Lei Orgânica do MP n.º 8.625/93:
Art. 25
IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei: 
b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem; 
Direito Administrativo I
CNJ Resolução n.º 7/05:
Proibição de nepotismo:
Cargo em comissão;
Função temporária;
Contratação por inexigibilidade ou dispensa de licitação; e
Nepotismo cruzado.
ADC n.º 12 – a proibição do nepotismo representa a aplicação de quatro princípios: moralidade, impessoalidade, eficiência e isonomia.
Direito Administrativo I
Súmula Vinculante n.º 13 –
Expressamente vedada a prática do nepotismo, estendendo-se à administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios:
A nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de cônjuge (ou companheiro) ou parente em linha direta ou por afinidade, colateral até o terceiro grau inclusive, defeso à ofensa por via oblíqua, concretizada pelo favorecimento recíproco, ou por cruzamento.
Direito Administrativo I
“As nomeações para cargos políticos não se subsumem às hipóteses elencadas na Súmula Vinculante 13, somente os cargos administrativos”. 
Agentes políticos: são os agentes investidos no cargo por eleição direta ou por nomeação, que exercem função de natureza política, são os chefes do Poder Executivo, vice e seus assessores imediatos e membros do Poder Legislativo. Para outra corrente, em que se engloba o eminente Hely Lopes Meirelles, os membros da Magistratura, do Ministério Público, dos Tribunais de Contas também são considerados agentes políticos.
Direito Administrativo I
Princípio da Publicidade
Indica que os atos da Administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os administrados. Fazer com transparência/dar conhecimento.
Motivos: controle da legalidade dos atos, início de produção de efeitos e início de contagem de prazos. 
Direito Administrativo I
Exemplos:
As contas municipais ficam abertas 60 dias ao ano para que o cidadão possa arguir e questionar (art. 31 §3º, CF);
Contrato de administração para fornecimento de merenda (30 dias para surtir os efeitos); e
Multa por excesso de velocidade (30 dias pra defesa após notificação).
Direito Administrativo I
Publicação ≠ publicidade
Relação espécie e gênero.
Publicação: órgãos de imprensa ou afixados em determinado local das repartições administrativas.
Publicidade: encaminhando ao interessado, portas abertas, divulgar na TV e no rádio.
Direito Administrativo I
Quem tem o dever de publicar e assim não o fizer comete improbidade – art. 11, IV, Lei n.º 8.429/92.
Exceções à publicidade:
O art. 5º, XXXIII, da CF, resguarda o sigilo de informações quando se revela indispensável à segurança da sociedade e do Estado.
Direito Administrativo I
Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
Exemplo: sigilo do processo ético disciplinar. 
Direito Administrativo I
A garantia do princípio à publicidade pode ser reclamada por dois instrumentos previstos na CF:
Exemplo: comprei um carro e quero saber no Detran informações sobre o veículo.
 
MS: direito líquido e certo de informação.
HD: só cabe para informações sobre a sua pessoa. 
Direito Administrativo I
A publicidade não pode ser empregada como instrumento de propaganda pessoal (símbolos ou imagens que caracterizem) de
agentes públicos, de acordo com o art. 37, § 1º, da CF.
Os fins da publicidade são:
Orientar;
Educar; e
Informar.
Direito Administrativo I
Exemplo:
“Obra inicializada em data tal, por licitação tal, na administração de fulano de tal”. 
“O Administrador resolveu pintar todos os órgãos de verde, distribuiu sua foto em todas as repartições, utilizou símbolos de campanha”.
“Prédio da Procuradoria do Município é nomeado com o nome do Prefeito em exercício”.
“Agradecemos o político tal pelo seu empenho na construção do aeroporto, escola etc.”. 
Direito Administrativo I
Princípio da Eficiência EC nº 19/98
Expresso anteriormente na lei n.º 8.987/95, art. 6º - Concessão e permissão de serviços públicos.
Significados:
Ausência de desperdícios;
Produtividade, presteza e agilidade; e
Economia. 	
Direito Administrativo I
 Estabilidade do Servidor Público
Nomeação em cargo efetivo;
Três anos de exercício - estágio probatório; e
Aprovado em avaliação de desempenho – tem que ser eficiente/cada carreira possui uma lei que determina essa avaliação.
Direito Administrativo I
Perda de estabilidade 
Processo judicial transitado em julgado;
Processo administrativo com ampla defesa e contraditório; e
Avaliação periódica – falta de eficiência.
Direito Administrativo I
Racionalização da máquina administrativa
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar (LC 101). 
Razoável duração do processo
Art. 5º LXXVIII da CF: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
Direito Administrativo I
Realização de serviço público e obras públicas
Eficiência quanto aos meios e quanto aos resultados.
Eu vou gastar de forma equilibrada e terei resultados razoáveis; ou eu gastarei pouco e terei resultados ótimos. 
Direito Administrativo I
Princípios Legais
Princípio da Autotutela
A Administração Pública ao cometer erros pode ela mesmo restaurá-los.
Não é faculdade, mas dever.
A autotutela restabelece a legalidade, portanto um corolário desse princípio.
Direito Administrativo I
Restrições à autotutela:
Lei nº 9.784/99:
“O direito da Administração de anular atos administrativos que tenham irradiado efeitos favoráveis ao destinatário decai em cinco anos, salvo comprovada má-fé (art. 54)”.
Direito Administrativo I
Súmulas n.º 346 e 473 (STF)
 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Direito Administrativo I
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos
Os serviços públicos estão relacionados as necessidades prementes e inadiáveis da sociedade.
A consequência lógica desse fato é o de que não podem os serviços públicos serem interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade.
Direito Administrativo I
Direito de greve:
Lacuna legislativa: a greve dentro da Administração seria regulada por lei específica*, art. 37, VII.
Norma de eficácia limitada:
Pelo princípio da legalidade: toda greve de servidor é ilegal. Consequências: desconto dos dias não trabalhados, regime de compensação, no entanto, não demissão.
Direito Administrativo I
STF julga mandados de injunção n.º 670, 708 e 712 (2007):
O Servidor Público tem direito de greve e poderá exercer esses direitos nos termos da lei do trabalhador comum, Lei n.º 7.783/89.
Deu aos mandados de injunção efeitos erga omnes.
Direito Administrativo I
Corte de serviços públicos Lei n.º 8.987/95, art. 6º, §3:
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Direito Administrativo I
Exceções: serviços remunerados por tarifa.
 Apesar de ser um serviço essencial, pode ter corte?
Entendimento jurisprudencial:
Pode! Devido ao próprio Princípio da Continuidade do Serviço Público e a Supremacia do Interesse Público.
Direito Administrativo I
E se o usuário é da Administração Púbica?
Depende:
Desde que não comprometa serviços essenciais, como saúde, segurança, iluminação de vias públicas, no entanto, o prédio da Prefeitura pode sofrer o corte. 
Direito Administrativo I
Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade
Razoabilidade: agir com coerência, lógica, ponderação, uso da razão (alinhar suas ações aos princípios).
Proporcionalidade: (está embutido no princípio da razoabilidade) agir com equilíbrio. 
Direito Administrativo I
Proporcionalidade 
Os atos e as medidas devem ser proporcionais. Os meios precisam ser adequados (eficazes) e necessários (menor ônus aos direitos e garantias fundamentais) ao fim.
Exemplos: policial age com truculência em abordagem regular de suspeito; edital de concurso público prevê pro concurso de gari o mínimo de vinte dentes para os candidatos.

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