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Universidade do Estado do Pará 
Centro de Ciências Sociais e Educação
Curso de Licenciatura Plena em Geografia
Núcleo Universitário de Igarapé - Açu
Disciplina: Geografia Econômica
Professor: Marcelo Gaudêncio Brito Pureza
Discente: Igor André da Costa
 
RESENHA DO TEXTO “O ESPAÇO E SEUS ELEMENTOS: QUESTÕES DE MÉTODO”.
SANTOS, Milton. O espaço e seus elementos: questões de método. In: Espaço e método. 5ª Ed. São Paulo: EDUSP, 2012 (col. Milton Santos, 12).
Milton Santos (2012) se propôs, ao longo de sua carreira, colaborar com o cabedal científico propondo teorias que viabilizassem o avanço do conhecimento geográfico. Neste artigo, o autor lança propostas teóricas relacionadas ao espaço e seus elementos. Diz que o espaço deve ser visto como um todo, espelhando-se na própria sociedade que lhe dá dinamismo, porém, para melhor entendê-lo faz-se necessário compartimentá-lo sem que se perca a perspectiva de totalidade. Para que isso ocorra sugere a possibilidade de dividi-lo e logo em seguida reconstituí-lo, e para isso aponta a análise, como meio, para atingir tal objetivo.
Após uma breve discussão teórica, no sentido genérico, sobre elemento, onde Bertrand Russel, Leibniz e D. Harvey são citados para conceituar o termo em questão; Santos (2012) mostra, segundo sua proposta, os elementos do espaço e suas funções. Dentre eles está o homem, cuja função é fornecer ou demandar trabalho; as firmas têm a função de produzir bens, serviços e ideias, e as instituições, produzem normas, ordens e legitimações; respondendo assim as demandas dos indivíduos. O meio ecológico, é o elemento onde se encontra os complexos territoriais, é a base física do trabalho humano; por último tem-se a infraestrutura, ou seja, o trabalho humano que se materializa e dispõe-se no espaço na forma de casas, plantações, caminhos etc.
Por meio da enumeração das funções dos elementos do espaço podemos perceber entre eles a existência da intercambialidade e da redutibilidade que tendem a aumentarem com o avanço do tempo, fenômeno que é refletido em todos os níveis da realidade complexa, atual. Percebe-se, também, a permuta de funções entre os elementos do espaço, tal como, o homem que em certos casos desempenha a função de firma ou de instituições. Destarte, supomos que o mesmo possa ocorrer entre os outros elementos, o que possibilita uma interação mais próxima e mais ampla favorecendo uma visão total do espaço. 
Na análise do espaço, Santos (2012) expõe como fator primordial o estudo das diversas interações da totalidade social, sendo que a função e a ação acabam por evidenciar a relação de dependência intrínseca entre os elementos. Não podemos apenas observar os fenômenos sociais que ocorrem e encara-los de forma isolada, mas é necessária a visualização do espaço e de seus diversos elementos como um imbricado de alta ou baixa complexidade, dependendo das características espaciais envolvidas.
Com a intermediação de firmas e instituições o homem e a denominada “natureza“ estabelecem relações que vão impondo transformações no meio ao qual estão inseridos, onde acabam por se definir regulamentações e normatizações concernentes às formas de produzir e consumir, da divisão em classes da sociedade e as consequentes interações entre os elementos. Logo, compreender a chamada relação “Homem/natureza” perpassa pela análise da sociedade e suas práticas produtivas, onde devemos rever conceito de “natureza”, pois o espaço mesmo enquanto meio natural sofre os fenômenos empreendidos pelo ser humano e todas as conjunturas formadas devido a essas ações antrópicas.
Ao considerar cada elemento como conceito, Santos (2012) nos chama a atenção para a historicidade e a atualidade destes como imprescindíveis para o entendimento de suas dimensões como real ou abstrato. Conceituar exige ligação direta com a periodização dos elementos para uma compreensão melhor de sua espacialização ao longo do tempo. As funções, formas, conteúdos adquiridos pelos elementos no presente e as significações alçadas por eles no passado desvelam as especificidades da totalidade social que pretende ser alvo de análise. 
As variáveis, quaisquer que sejam, evoluem de forma contínua junto com o contexto no qual se inserem, mudando, pois seus papéis, sua posição e seu valor dentro de uma conjuntura tempo-espaço. As significações corporificadas pelas variáveis dentro do espaço geográfico têm como principal fator diferenciador a temporalidade dos elementos, visto que, os valores são alterados principalmente por forças externas econômicas, políticas, sociais, etc. O sistema como um todo acaba por influenciar decisivamente nas decisões, mesmo aquelas tomadas em âmbito local, dando novos sentidos e direcionamentos às variáveis.
Os elementos da totalidade espacial estão submetidos a variações quantitativas e qualitativas de acordo com as mudanças temporais, onde as especificidades de um determinado lugar atribuem a cada elemento estruturante da análise espacial um valor particular. Neste aspecto, as mudanças históricas assumem uma influencia decisiva quando conceituamos os diversos elementos do espaço, pois sem a historicidade as formas e funções presentes na sociedade da atualidade poderiam acabar por se restringir à uma superficialidade prejudicial que induziria a erros ao determinar configurações espaciais como produto apenas de um presente imediatista.
 Cada elemento do espaço estabelece uma interação espaço-temporal com os demais, e essas relações consideram, por diversas vezes prioritariamente, as condições do lugar. Ainda que subordinada ao movimento do todo, isto é, do conjunto de lugares, sua evolução conjunta num lugar, ganha especificidades e análises permeadas de complexidade. Esta é indispensável em um estudo mais aprofundado de espaço geográfico, pois nos mostrará que contradições e fenômenos poderão ser analisados em sua essência epistemológica/cientifica.
Chegamos à percepção de que se cada elemento do espaço guarda o mesmo nome, conteúdo e significação, sempre passando por processos de mutação, havendo desse modo uma necessidade de perecibilidade de significação no tocante as variáveis. Por conseguinte, o valor destas não é função delas próprias, mas de suas representações no interior de todo o sistema. Mudada a significação, o conteúdo, as regras, as leis, os valores também se alteram. A definição de variável acaba inevitavelmente entrando em perfeitamente confluência com as conceituações de espaço geográfico, visto que, este nunca foi, nem será estático, sendo o palco de mudanças contínuas nos seus elementos integrantes, com um sistema de totalidade social que altera ininterruptamente as modificações por quais passam suas estruturas econômicas, políticas, culturais, etc.
Para o autor o espaço é lócus de diversos agentes elementares (homem, firma, instituição e meio) que se relaciona no meio formando seu tipo de produção que lhes somam num processo resultante de um espaço uno no qual está em constante transformação. Quando se partir do principio que o objeto de estudo da geografia é o espaço geográfico, fica, portanto claro que a principal incumbência da geografia é analisar de forma minuciosa cada interação destes elementos que são inseridas no espaço, termo este em que Milton santos despertos tanto atenção em dizer, que quanto mais sistemática for as classificação dos elementos tanto mais claras aparecerão às relações sociais, em consequentemente as chamadas relações espaciais.
Segundo o autor o espaço geográfico é fruto de intensas intervenções do homem sobre meio, que em relações com outros componentes lhes tem função de modifica-lo, visto por sinal tem sido o engajamento introdutório de técnicas que tem reflexos significativos sobre um determinado lugar principalmente no que concerne ao fator econômico, pois em razão das inovações tecnológicas um certo produto pode porventura com passar do tempo perder seu valor em virtude do aparato de técnicas sofisticada que produzem mercadorias rápidos baratos e de qualidades. Isto atribuiuma gama de termos no que concerne ao geógrafo filosofar sobre as utilidades das técnicas, transformações do lugar, declínios de um determinado meio de produção.
Segundo o autor o espaço está em constante evolução. Visto que essa evolução resulta da ação de fatores externos e de fatores internos. Uma nova estrada possibilita a chegada de novos capitais ou a imposição de novas regras levam a mudanças espaciais e sociais, do mesmo modo que a evolução “normal” evolução das próprias estruturas, isto é, sua evolução interna, conduz igualmente a uma evolução. Num caso como no outro o movimento de mudanças se deve a modificação nos modos de produção.
Nosso problema teórico e pratico é o de reconstruir o espaço para que não seja o veiculo de desigualdades sociais e o mesmo tempo, reconstruir a sociedade para que não crie ou preserve desigualdades sociais. Em outras palavras, trata-se de reestrutura a sociedade e dar outra função aos objetivos geográficos concebido com o fim capitalista, ao mesmo tempo em que os novos objetos espaciais já devem nascer com uma finalidade social.
Em nossos dias o espaço é apropriado ou, ao mesmo, comandado, segundo leis mundiais. Desde que ele possa encontra leis de funcionamento na escala das sociedades interessadas, as formas de evolução serão completamente diferentes assim como diversas as possibilidades de planificação. Quando se fala de evolução espacial da economia e de seus resultados, muitos imaginam que se trata exclusivamente de desconcentrar os investimentos em função de uma nova estrutura política. Em cada período, o Estado realizar um objetivo e possui uma função própria. Se a população, ou seja, o homem renovado é chamado a desempenhar um papel fundamental na reorganização da sociedade e da economia, os recursos humanos recuperarão seu papel central.
Segundo Santos (2012) a realidade social, tanto quanto o espaço, resulta da interação entre todas essas estruturas. Pode-se dizer também que as estruturas de elementos homólogos mantêm laços hierárquicos, enquanto as estruturas de elementos heterogêneos mantêm laços relacionais. A totalidade social é formada da união desses dados contraditórios, da mesma maneira que o espaço total.
A formação da equipe de trabalho e á correspondente distribuição das atividades, divisão do trabalho assume uma feição critica, na mediada que se tem uma avaliação que permita alcançar plenamente os objetivos buscados caso o todo, assim dividido para efeitos práticos da analise, seja depois, reconstituível, de modo a permitir uma definição considerável da realidade e o reconhecimento dos seus processos fundamentais.
Segundo o autor quando a economia se complica, uma dimensão espacial mais ampla se impõe, e o espaço do trabalho é cada vez menos suficiente para responder as necessidades globais do individuo. Como o mesmo não produz mais para prover ás suas necessidades mais imediatas, num mundo onde a modernização generalizou, o homem se vê condenado a ser uma mercadoria, um valor de troca no mercado de trabalho. Nos países desenvolvidos, a racionalidade da alienação encontra contrapartida do emprego ou na ajuda financeira aos desempregados já nos países do terceiro mundo, essa racionalidade permanecer abstrata, o sistema ainda não pode inventar uma falsa verdade para camuflar a cruel realidade do não emprego e da miséria.
Quanto mais força produtiva é desenvolvida, maior é a parte do capital constante, isto é, do “trabalho morto”, no aparelho produtivo, e mais o homem deve sujeitar-se ás coisas que ele próprio construiu. Não são apenas os instrumentos de trabalho que exercem um domínio sobre o homem. Se toda matéria trabalhada por ele torna-se igualmente coisas social.
Devemos nos preparar para estabelecer os alicerces de um espaço verdadeiramente humano, de um espaço que possa unir os homens para e por seu trabalho, mas não em seguida dividi-lo em classes, em explorador e explorado; um espaço que seja trabalho pelo homem, mas não se volte contra ele; um espaço social e aberto á contemplação direta dos seres humanos, e não um fetiche, um espaço de instrumento de reprodução da vida, e não uma mercadoria trabalhada por outra mercadoria.

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