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gestão empresarial gestão de projetos empresariais Introdução ao GerencIamento de Projetos 1 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Compreender as definições e o histórico do gerencia- mento de projetos e sua administração, bem como o gerenciamento dos prazos, custos e qualidade de proje- tos e seu impacto na empresa. COmpetênCias Compreender o que é gerenciamento de projetos e seu impacto na organização. Habilidades Compreender como os projetos funcionam e seu impacto na organização nos quesitos, prazo, qualidade e custo. gestão de projetos empresariais Introdução ao GerencIamento de Projetos ApresentAção Nesta Unidade veremos o histórico do gerenciamento de projetos, o que são projetos e uma introdução sobre a gestão dos projetos nas empresas e seus impactos na organização e os quesitos de prazo, tempo e qualidade em projetos. pArA ComeçAr Estamos dando início a nossa caminhada para termos conhecimento sobre gerenciamento de projetos. Nesta Unidade, vamos ter várias informações importantes so- bre o que é, e a finalidade de termos o gerenciamento de projetos. Podemos pensar, mas onde uso o gerenciamento de projetos? O que é um projeto? Como tirar melhor provei- to de um projeto? Essas perguntas serão respondidas no decorrer desta Unidade, mas todos nós sempre estamos envolvidos em projetos, por exemplo, esta disciplina gestão de projetos é um projeto! Isso mesmo, pois ela satisfaz as necessi- dades básicas de um projeto que tem um prazo (o desta desta disciplina é de 80 horas/UA), tem um custo (sua in- ternet, a utilização de seu computador, seu tempo em- penhado nesta tarefa – você poderia estar fazendo outra atividade) e a qualidade (a avaliação que você irá realizar após concluir esta disciplina, e a nota necessária para sua aprovação). Viu, sempre estamos envolvidos em projetos! Vimos aqui uma aplicação de projeto em nosso dia a dia (pessoal), mas o gerenciamento de projetos tam- bém e muito utilizado nas empresas, e o gerenciamento do projeto das empresas tem de ser muito bem cuidado (ou seja, gerenciado), pois o gerenciamento de projetos é uma atividade estratégica nas organizações, essas em- presas conseguem ter sucesso (ou não), pois pelos con- troles empregados pelos gerentes de projetos é possível uma sincronização empresarial, e controlarmos, prazos, Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 4 custos e as qualidades dos projetos que temos em nossa empresa (e as- sim atingirmos os objetivos e metas de nossa empresa). Com os projetos conseguimos uma melhoria contínua em nossos pro- cessos e projetos empresariais e, consequentemente, conseguimos ter melhor alocação de recursos (pessoas, máquinas e dinheiro) e qualidade em nossos serviços prestados (tanto para os clientes internos como para os clientes externos). Agora que você já tem uma ideia geral do que é um projeto, vamos para a parte teórica, espaço em que iremos fundamentar este assunto. Boa leitura! FundAmentos 1. intrOdUçãO aO gerenCiamentO de prOjetOs Segundo PMI (2004), projeto é um esforço progressivo e temporário para criar um produto ou serviço único. Quando dizemos que é progressivo, queremos dizer que ele evolui gra- dativamente através do avanço das diversas etapas. Temporário significa que o projeto tem um início e um final definidos, o fim dos projetos são alcançados quando os objetivos são atingidos, quan- do os objetivos não podem ou não serão atingidos ou houve uma neces- sidade na qual o projeto não existe mais. Único significa que o produto ou serviço é de alguma forma, diferente de todos os outros produtos ou serviços, ou seja, algo que nunca havia sido feito, o produto ou serviço pode ser único mesmo que pertença a uma categoria maior. São exemplos de projetos: → Construção de uma casa; → Redação de um livro; → Lançamento de um produto ou serviço; → Realização de uma viagem. Segundo PMI (2008), o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhe- cimentos, técnicas, habilidades e ferramentas, para cuidar de exigências que competem entre si em relação ao tempo, custo, escopo, riscos, que envolvem a gestão de interesses e interessados, com necessidades e ex- pectativas diferentes. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 5 Um dos pontos mais importantes, se não o principal, a se destacar na criação de um procedimento empresarial que possa, de verdade, cumprir com o seu papel perante as necessidades de um usuário, é o perfeito co- nhecimento de um determinado problema, para que assim, forme-se uma base completa para o desenvolvimento das soluções. Segundo Mulcary (2007), a abordagem referente ao Gerenciamento de Projetos dará início à formação desta importante base de conhecimento para a criação dos processos de auxílio para a gerência de projetos. Essa base ajudará a compreender quais fatores influenciaram o surgimento des- sa prática, o processo de evolução, seus princípios, a importância de implan- tá-los nas organizações e definições relativas a Gerenciamento de Projetos. Para determinarmos se um projeto é ou não necessário, devemos ana- lisar alguns fatores: → Tamanho do empreendimento: empreendimentos com grande quantidade de esforços, tempo, recursos financeiros (dinheiro) e re- cursos humanos (pessoas) (projetos em empreendimentos de grande porte, quando temos uma grande quantidade de recursos financei- ros e recursos humanos altamente qualificados, esses projetos, terão maiores chances de sucesso, do que em comparação com empresas que possuem poucos recursos financeiros e pessoal não qualificado); → Interdependência: esforços que requerem grande interdependên- cia entre diversos setores de uma organização ou entre os clientes e fornecedores (precisamos verificar que na empresa é possível existir esta interdependência entre departamentos, ou se os departamen- tos dessas empresas se consideram “concorrentes” entre si); → Importância do empreendimento: empreendimentos com grande grau de risco é incerteza e de elevada importância (necessitamos analisar se o risco deste projeto é considerado viável, ou seja, se o retorno do investimento que teremos após o projeto ser concluído será satisfatório ou compensador); → Reputação da organização: quando o cumprimento de prazos, me- tas e orçamentos de um projeto, influenciam na imagem da empresa; → Compartilhamento de recursos: recursos altamente especializa- dos, compartilhados entre projetos ou outros trabalhos da empresa, e a redução de custos; → Não familiaridade: quando o esforço é completamente novo e des- conhecido da empresa (e a equipe não é rápida para a compreensão do problema e para a reação necessária); → Mudanças de mercado: quando modificações de mercado, tecno- logias afetam a empresa, ou mudanças para ganhar flexibilidade e Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 6 criatividade (isto ocorre muito em empresas que vendem tecnologia de ponta, como por exemplo, celulares, televisões, jogos, dentre ou- tros setores). 1.1. Evolução do gErEnciamEnto dE projEtos Desde o início da civilização, as pessoas criavam seus projetos sem pre- cisar do auxílio de ferramentas, técnicas ou metodologias das quais exis- tem hoje. A construção das Pirâmides do Egito, aproximadamente 2.500 anos a.C., é exemplo de um grande projeto gerenciado pelos faraós. Eles usavam conceitos de matemática e estudavam a melhor maneira para construir as pirâmides. Também, como exemplos de projetos, vale citar a montagem da Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, a construção da bomba atômica e a expedição do homem à Lua (PAULA, 2009). Ao longo de todos esses anos, as organizações introduziram muitas mudanças e inovações no processo de criação de novosprodutos e servi- ços. Todavia, para que um projeto seja realizado de forma eficaz, é neces- sário o auxílio das pessoas de forma organizada. Os principais conceitos do gerenciamento de projeto moderno surgi- ram no século XIX, justamente por causa do aumento da complexidade dos negócios em todo o mundo. O surgimento da indústria e o aumento dos negócios modificaram a estrutura econômica do mundo. Essas mu- danças afetaram as organizações; consequentemente, a partir daí, surgiu uma grande necessidade de sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações. Os grandes projetos governamentais que surgiram após a mudança econômica mundial influenciaram diretamente na forma de ge- renciar novos projetos (SISK, 1998). A Central Pacific Railroad (Ferrovia Central do Pacífico) é exemplo de um dos grandes projetos governamentais. A primeira ferrovia transconti- nental construída nos Estados Unidos da América (EUA), sustentada pelo governo e autorizada pelo Ato Ferroviário do Pacífico em 1862, foi consi- derada o maior feito tecnológico do século XIX. Essa ferrovia interligava a parte oriental e ocidental nos Estados Unidos, organizando o trabalho de milhares de pessoas e principalmente no transporte de matéria-prima para as indústrias. Foi o primeiro grande projeto a utilizar práticas de ge- renciamento de projeto (SISK, 1998). No final do século XIX, Frederick Taylor estudou detalhadamente novas formas de trabalho em produção. Provou com seu raciocínio científico que a mão de obra pode ser aperfeiçoada com ênfase em seus elemen- tos fundamentais, as pessoas. O estudo de Taylor foi aplicado em usinas siderúrgicas, em tarefas pesadas como elevação de objetos e carrega- mento de areia. Seu estudo mostrava que a única maneira de melhorar Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 7 a produtividade era exigir dos trabalhadores um empenho maior, mais árduo. Entretanto, em 1881, Taylor aplicou novas técnicas para aumentar a produtividade, que consistia em trabalhar com eficiência, eliminando os esforços para poupar tempo e ter um maior rendimento. Taylor ficou conhecido como o “pai do gerenciamento científico” (SISK, 1998). O sócio de Taylor, Henry Laurence Gantt, engenheiro industrial norte- -americano, considerado o pai do gerenciamento de projetos, estudou a fundo a ordem das operações no trabalho. Seus estudos enfatizaram a construção de um navio durante a Segunda Guerra Mundial. Seus diagra- mas, denominados Gráficos de Gantt, são compostos de barras de tarefas e marcadores de etapas que destacam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo. As barras horizontais representam a duração de uma tarefa e as divisões verticais representam unidades de tempo. O Gráfico de Gantt é uma ferramenta avançada para os gerentes, que per- maneceu inalterada até antes dos anos de 1990, onde linhas de ligação foram adicionadas às barras de tarefa que descrevem dependências mais precisas entre as tarefas (SISK, 1998). Os estudos científicos de Taylor e Gantt, sobre operações e melhorias de trabalho, contribuíram muito para com as organizações criando uma espécie de alicerce e ajudando-as no processo de gerência de projetos. Esses estudos foram de extrema importância na época após as guerras, onde a mão de obra se tornou escassa devido às inúmeras mortes acar- retadas durante suas atividades. Nas décadas seguintes a Segunda Guerra Mundial, estratégias de ma- rketing, psicologia industrial e relações humanas, que antes não existiam nas organizações, começam a fazer parte do gerenciamento de negócios na administração das empresas. Com isso, certa complexidade é integrada aos projetos, demandando assim, novas estruturas de organização. Novas ferramentas surgem oferecendo aos gerentes um maior controle sobre os projetos. Ferramentas como: Complexos Diagramas de Rede, chamados de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path Method – CPM). Essas técnicas foram rapidamente es- palhadas entre os gerentes que buscavam novas técnicas e ferramentas para desenvolver seus projetos em um mundo competitivo e de frequentes mudanças. As organizações começaram perceber o benefício do trabalho organizado e a entender a necessidade da comunicação e integração do trabalho através de múltiplos departamentos e profissões (SISK, 1998). O mundo tornou-se mais dinâmico, projetos ambiciosos surgem. Em 1969, durante a Guerra Fria, os EUA disputando a Corrida Espacial com a então URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) colocam o pri- meiro homem no solo lunar, resultado do Projeto Apollo (PAULA, 2009). Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 8 Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos começou a to- mar sua forma moderna. O gerenciamento de projetos conhecido hoje está perfeitamente definido, testado e documentado (FIGUEIREDO; FI- GUEIREDO, 2003). Hoje, o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações sabem que precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. Fruto do amadurecimento das ideias vindas desde o início da civilização, o gerenciamento de projeto consegue atualmente agregar fer- ramentas, técnicas e metodologias, para ajudar um gerente de projeto a administrar e controlar um pequeno ou grande projeto. 1.2. dEfiniçõEs dE gErEnciamEnto dE projEtos Projetos estão presentes no cotidiano de cada pessoa sem que as mesmas o percebam. Projeto pode ser a criação de um balanço de jardim, desenvol- ver um composto químico, desenvolver um sistema bancário, pode durar horas, dias, meses ou até anos e pode custar alguns reais ou milhões de dólares (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 2003). A criação de um projeto é funda- mental para que novos produtos e serviços sejam criados. Ele pode envol- ver uma única pessoa ou milhares de pessoas, que organizadas em grupos executam tarefas para que o projeto seja concluído com sucesso. Um projeto é resultado do esforço de pessoas que aplicam seus conhe- cimentos utilizando recursos limitados para alcançar o objetivo específico. Contudo, um projeto pode ser facilmente confundido com operações, por apresentarem características semelhantes a elas. Geralmente, os projetos possuem limitações de recursos, são executados, planejados e contro- lados pelo gerente de projeto. As operações têm um caráter contínuo e repetitivo, já os projetos têm um caráter temporário, único e progressivo. As características de um projeto são: objetivo bem definido, ação coor- denada de atividades inter-relacionadas e tem sua data de início e término. O projeto termina quando os objetivos para o qual foi criado são atingidos ou quando se torna claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão mais ser atingidos ou a necessidade do projeto não existe mais. Uma das características principais de um projeto é a exclusividade. Todos os projetos podem conter semelhanças ou elementos repetitivos, mas irão ser sempre diferentes de todos os outros anteriores. Isso acon- tece porque cada projeto, de acordo com o seu objetivo final, possui suas próprias características, seus detalhes. Isso o torna único (LIMA, 2007). Um bom gerenciamento é feito seguindo cinco etapas principais, apre- sentadas por Sotille (2004) na figura a seguir. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 9 iniciação planejamento controle execução encerramento Um projeto para ser executado precisa ser gerenciado, ou seja, gerenciar consiste em executar atividades e tarefas que têm como propósito pla- nejar e controlar atividades de outras pessoas para atingir objetivos que não podem ser alcançados caso as pessoas atuem por conta própria, sem o esforço sincronizado dos subordinados (KONNTZ; O´DONNELL, 1974). Todas asetapas ou processos, representadas na figura anterior, devem fazer parte do gerenciamento de projeto. Todavia, um projeto de sucesso depende do bom gerenciamento, que engloba as estratégias do gerente, o empenho das pessoas dentro do grupo e dos recursos. O gerente de projeto é quem planeja e ajuda na execução de um projeto. Ele está sem- pre junto do seu grupo para motivar, resolver os problemas que surge ao longo do projeto e sempre está atento para controlar o andamento do projeto, analisando se o executado está de acordo com o planejado. Para a elaboração de um projeto, além do gerente, é necessário ter uma equipe (grupo de pessoas). Essa equipe é a responsável pela execu- ção das tarefas de um projeto. O gerenciamento de projetos define algumas restrições para a elabo- ração eficiente e eficaz de um projeto. As principais restrições são: custo, tempo, escopo e qualidade. Existe um conflito em balancear o custo, o tempo, o escopo e a qualidade. É uma tarefa que exige um esforço enor- me dos gerentes de projeto, pois esses têm sempre que pensar uma ma- neira de impor limites, seja por motivos políticos, falta de recursos ou de planejamento. Entretanto, o sucesso de um projeto não está ligado apenas no balan- ceamento das restrições, mas também precisa ter uma boa comunicação, saber aplicar recursos e calcular os riscos. Segundo Figueiredo e Figueiredo (2003), “gerenciamento de projetos é a aplicação de métodos de planejamento e controle para coordenar tare- fas e recursos visando obter sucesso no objetivo maior, o projeto”. Um bom gerenciamento consegue controlar as expectativas de todas as pessoas envolvidas no projeto, as quais devem ser consideradas e vis- tas como pessoas importantes. Esse gerenciamento ajuda o gerente com informações necessárias para que ele faça análises para tomada de deci- sões, porque as vezes os projetos não são executados conforme planejado, Figura 1. Etapas do gerenciamento de projetos. Fonte: Sotille, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 10 ou seja, as coisas não acontecem como previsto. Portanto, o objetivo do gerenciamento não é acertar passo a passo e sim ter controle, porque só assim os problemas serão resolvidos (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 2003). É importante prever todos os riscos possíveis antes do surgimento dos problemas, os quais impossibilitam e atrapalham o sucesso de um projeto (MORIER, 2009). A figura a seguir ilustra a influência que existe entre os quatro principais fatores de um projeto. 3 1 2 tempo qualidadecusto escopo Por esse motivo, impor limites é a forma de garantir sucesso no projeto. Caso haja um desequilíbrio em uma das quatro restrições que integram um projeto: custo, tempo escopo e qualidade, todas as outras se compro- metem. Por exemplo, se considerarmos como fator importante (restrição) o custo, os outros fatores como o tempo, o escopo e a qualidade do proje- to ficam comprometidos. Ao contrário disso, se a qualidade for a restrição mais importante, o escopo será comprometido. Como a qualidade é um fator importante para o cliente, se um projeto tiver problemas quanto a isso, é o momento do gerente de projeto se impor e prezar pela qualidade do produto antes que os problemas comecem a aparecer (MORIER, 2009). Segundo Santiago e Gibim (2009), todo projeto tem um ciclo de vida, passa por uma série de fases, desde seu início até o término da sua elabo- ração. É importante que cada fase seja acompanhada com muita atenção. O ciclo de vida proporciona uma visão geral do projeto, mostrando o que acontece em cada fase, favorecendo assim a tomada de decisão do geren- te de projeto, caso ele precise tomar alguma decisão. Todavia, as etapas de um projeto precisam ser revisadas diariamente, para que as pessoas que estiverem de fora tenham a idéia do andamento do projeto. As fases de um projeto são compostas pelo início, que se trata de toda parte de conceitos, um reconhecimento do tipo do projeto; o Figura 2. Influência existente nos quatro fatores: tempo, custo, escopo e qualidade. Fonte: Morier, 2009. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 11 planejamento, resumindo como será o operacional do projeto; a execu- ção, que concretiza o que foi planejado; o controle, que verifica o que está sendo executado; e a conclusão, que é a avaliação do projeto final. A fase de planejamento necessita de uma atenção especial, de uma maior importância, pois nela é criado o escopo do produto, são definidos os prazos, os custos, os riscos, a forma de comunicação da equipe, quais ações corretivas e preventivas devem ser seguidas (SANTIAGO e GIBIM, 2009). Muitas das vezes, considera-se a aparência do produto como sendo o peso maior na qualidade. Independente da aparência do produto, para que a qualidade exista, os bons profissionais e as boas equipes, tem o dever de prezar e defender o usuário final e garantir que o projeto tenha sucesso depois da sua implantação (MORIER, 2009). Portanto, a gestão de projetos requer qualificação, experiência, compe- tência, criatividade e ainda, um domínio do conteúdo de gestão e produ- ção, liderança e muita técnica (SANTIAGO; GIBIM, 2009). 1.3. gErEnciamEnto dE projEtos Em pEquEnas E médias EmprEsas Com a globalização cada vez mais intensa e a competitividade entre as organizações crescendo cada vez mais, torna-se crucial que pequenas e médias empresas adotem um modelo de gerenciamento adequado para uma melhor organização de suas tarefas. As organizações modernas sofrem muito com as lacunas que existe entre o planejamento e a execução de seus projetos (FRAGA, 2009). Por- tanto, isso revela que a maioria das pequenas e médias organizações con- vive com limitações de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou de infraestrutura. E também competem com um mercado que muitas das vezes não valoriza a qualidade dos produtos. Essas pequenas organizações, apesar de suas limitações, são empresas que prometem em longo prazo oferecer ao mercado produtos e serviços para satisfazer as necessidades das pessoas. Para isso, elas estão buscan- do adotar técnicas mais modernas de gestão de projetos para otimizar seus processos, garantindo qualidade e preços mais competitivos. Essa meta só poderá ser alcançada se houver um rigoroso controle de todos os recursos necessários para a elaboração de um projeto. Para um gerente de projetos de uma pequena organização, o desafio de gerenciar um projeto é muito grande em relação ao enorme número de projetos e a pequena quantidade de recursos humanos, financeiros e tecnológicos oferecidos pela sua organização. Adotar um modelo de gerenciamento de projeto não é tão simples, pois isso depende muito do tipo de produto ou serviço que a organização oferece. Tratando-se de Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 12 pequena e média empresa, esse modelo de gerenciamento ainda passa por constante adaptação, devido essas organizações possuírem equipes reduzidas e utilizar alto grau de improvisação (CARNEIRO, 2008). A competitividade no ambiente de negócios vem exigindo das peque- nas organizações uma atuação profissional e operacional mais eficaz. Para tanto, essas organizações podem se apoiar nos conceitos de geren- ciamento de projetos, adequando-se ao tipo de negócio e se aperfeiçoan- do com o tempo, para que se permita o desenvolvimento de suas próprias estratégias de negócios. Apesar de todos os conceitos, técnicas e práticas oferecidas pela área de gerenciamento de projetos, as pequenas organizações tem visto de forma negativa o uso dos conceitos de gerenciamento de projeto, pelo fato dos exemplos de sucesso sempre serem vistos em empresas de grande porte. Entretanto, para uma pequena organização, o gerenciamentode proje- tos se mostra útil na sua simplicidade, clareza de administração das tare- fas, motivação da equipe e o desenvolvimento individual de cada pessoa. Tudo isso torna uma pequena empresa mais organizada, com seus pro- cessos e recursos melhores administrados. 1.4. ciclo dE vida Segundo PMI (2008), para gestão de projetos, temos três tipos de ciclo de vida que devemos levar em consideração quando estamos trabalhando em projetos, que são: → Ciclo de vida do produto; → Ciclo de vida do projeto; → Ciclo de vida da gestão do projeto ou do grupo de processos. Ciclo de vida do produto O ciclo de vida do produto é composto por fases, essas fases são: → Concepção (a idealização do produto); → Elaboração (o planejamento e construção do produto); → Disponibilização (a utilização do produto); → Morte (o descarte do produto). O ciclo de vida do produto é a permanência do produto no mercado. Ciclo de vida do projeto O ciclo de vida do projeto é determinado pela indústria onde o projeto está inserido (software, engenharia etc.) e estabelece a forma com que os Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 13 trabalhos em um projeto são realizados, como exemplificamos na ilustra- ção a seguir: entradas fases saídas entregas do projeto ideia equipe de gerenciamento de projetos termo de abertura declaração do escopo plano linha de base progresso aceitação aprovação entrega produto inicial intermediária final Existe uma estreita ligação entre o ciclo de vida do produto e o ciclo de vida do projeto, principalmente por termos de levar em consideração o ciclo de vida do produto em nossos projetos. O ciclo de vida do projeto descreve o que deve ser feito para comple- tarmos o trabalho, as fases do projeto, e o início, meio e fim do projeto. A conclusão de uma fase no ciclo de vida de um projeto, permite a deci- são sobre a continuação do projeto e a detecção e correção de erros desta fase, para que o projeto não seja comprometido. As revisões que executamos no final de uma fase do ciclo de vida do projeto são referidas como, saídas de fase, portões de estágios (stage- -gates) ou pontos de aniquilamento (kill points). Uma fase subsequente pode iniciar antes da aprovação do resultado da fase anterior (desde que essas fases não tenham um relacionamento de dependências – predecessoras). Temos como características do ciclo de vida de um projeto, que as fa- ses são geralmente sequenciadas e normalmente são definidas através de algum documento de transferência de informações ou de entrega de produtos, os custos e o uso de recursos humanos (pessoas) são baixos no início do projeto, aumentam durante a execução e caem rapidamente no término do projeto, o nível de incerteza e os riscos são grandes no início do projeto, mas a medida que o projeto avança, esse nível se reduz até a finalização do projeto. A capacidade das partes interessadas em influenciar as características do produto final e os custos do projeto são maiores no início do que no final do projeto e as mudanças realizadas no projeto tem maior impacto a medida que a execução do projeto vai avançando. Figura 3. Ciclo de Vida do Projeto. Fonte: Tenstep, 2010. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 14 Ciclo de vida da gestão do projeto O ciclo de vida da gestão do projeto, estabelece a forma com que geren- ciamos o projeto, por intermédio de grupos de processos, esses grupos de processos são a iniciação, planejamento, execução, controle e finali- zação. Nesses grupos de processos (também conhecidos como fases), são distribuídos um conjunto de processos relacionados a: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos e aquisições. processos de monitoramento e controle processos de planejamento processos de execução processos de iniciação processos de encerramento O ciclo de vida da gestão do projeto descreve o que deve ser feito para gerenciar o projeto, devemos atentar que o ciclo de vida da gestão do projeto é percorrido várias vezes durante o ciclo de vida de um projeto. 1.5. procEssos dE gErEnciamEnto dE projEtos Segundo Kerzner (2005), processos são empreendimentos repetitivos (ao contrário dos projetos que são únicos), e o sucesso dos projetos dependem desses processos aplicados de maneira correta e no momento correto. Para termos o sucesso de um projeto, devemos ter a seleção de proces- sos adequados, utilizando abordagens definidas e adaptações adequadas dos planos aos requisitos do produto e do projeto, esses requisitos devem ser os solicitados pelo cliente e que os atenda suas expectativas (tanto as explícitas como as implícitas). Os processos de gerenciamento de projetos são: Figura 4. Processos de Monitoramento e Controle. Fonte: Tenstep, 2010. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 15 → Verificação do escopo: neste processo, inspecionamos uma entrega, obtemos do cliente a aceitação formal de uma entrega (pedimos para que o cliente conforme o recebimento, conforme o que foi pedido, de maneira formal), solicitação de mudanças (as alterações de escopo que foram solicitadas) e a recomendação de ações corretivas; → Controle do escopo: é composto pelo gerenciamento das mudanças reais (ou necessárias, que foram implementadas em nosso proje- to), controlar o impacto das mudanças no escopo (o que a alteração que foi solicitada ou implementada irá influenciar outras atividades do projeto), recomendação de ações corretivas, análise das varia- ções do escopo (frequência e solicitante, para verificarmos se não estamos trabalhando com um cliente que muda constantemente de opinião, ou seja, não sabe o que quer), replanejamento (para reali- zar as adequações com o que foi alterado), recomendar mudanças (recomendar para o cliente mudanças que julgarmos necessárias para o sucesso do projeto) e fazermos a documentação das lições aprendidas (para tirarmos proveito das ações positivas e negativas que tivemos no projeto); → Controle do cronograma: medir o desempenho do cronograma (se o que foi previsto está sendo realizado, e se não está sendo realizado, quais foram e quantas foram as divergências), gerenciamento das mu- danças reais (o que foi realmente alterado no projeto, e qual o impacto no cronograma do projeto), gerenciar as reservas de tempo (GAP, que é a reserva de tempo que colocamos em uma atividade para estarmos amparados de imprevistos naquela atividade, como por exemplo um recurso humano doente, o atraso da chegada de uma máquina, equi- pamento ou material necessário para a execução do projeto) e qual o valor agregado (que veremos com mais detalhas em outras unidades); → Controle de custos: verificar se o que foi previsto está sendo re- alizado, analisar as variações (positivas e negativas), recalcular as estimativas de custos, obter financiamento adicional quando for ne- cessário, gerenciar a reserva de orçamento e qual o valor agregado; → Controle da qualidade: devemos realizar inspeções periódicas, de- vemos garantir que os processos que foram autorizados estão sen- do seguidos rigorosamente, acompanhar as ações corretivas (para verificação de uma correção em determinado ponto se não está ge- rando outra valha), tomar a decisão de aceitar ou rejeitar trabalhos realizados no projeto (conforme o nível de qualidade que é aceitável em cada projeto), avaliar a efetividade das ações corretivas que fo- ram necessárias no projeto (as ações corretivas foram bem-sucedi- das) e melhorar constantemente a qualidade do projeto; Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 16 → Gerenciamento da equipe de projeto: devemos acompanhar e reportar(para quem de direito) o desempenho individual de cada membro da equipe de projeto, solucionar problemas que possam ocorrer (tanto no âmbito pessoal como profissional da equipe do projeto), gerenciar e solucionar conflitos (infelizmente em alguns projetos, algumas pessoas podem ter alguma espécie de conflito, tanto profissional ou pessoal, devemos solucioná-los da melhor ma- neira possível para o bom andamento do projeto) e manter um regis- tro completo dos problemas encontrados e das soluções tomadas; → Gerenciamento das partes interessadas: devemos entender e atender as necessidades das partes interessadas no projeto, deve- mos manter um registro dos problemas encontrados e quais foram as ações que tomamos a esse respeito, criarmos e mantermos um plano de gerenciamento das comunicações; → Relatórios de desempenho: este é um processo muito importante, pois nele devemos mensurar constantemente o desempenho de nos- so projeto sempre analisando as variações ou tendências e o valor agregado do projeto, essas informações devem ser distribuídas para que todos os envolvidos saibam exatamente o que está ocorrendo; → Monitoramento e controle de riscos do projeto: responder aos ris- cos de forma imediata, acionando sempre o responsável pelo plano de contingência, avaliar a eficácia dos planos de resposta a riscos que foram criados e utilizar procedimentos de gerenciamento de riscos; → Administração de contratos: verificar se as duas partes do contra- to estão cumprindo as obrigações contratuais acordadas, autorizar os trabalhos, confecção de relatórios de desempenho do projeto, inspecionar os produtos do projeto, realizar pagamentos e geren- ciar mudanças. 1.6. tipos dE procEssos → Processos orientados ao projeto: esses processos estão associados entre si por seu desempenho e tem como objetivo iniciar, planejar, executar, monitorar, controlar e encerrar um projeto, as principais interações ocorrem entre os grupos de processo e as áreas-chave; → Processos orientados ao produto: são responsáveis pela especifi- cação e criação do produto do projeto, normalmente estão definidos pelo ciclo de vida do projeto e mudam de acordo com a indústria ou área de aplicação. antena pArAbóliCA O gerenciamento de projeto está presente em nosso dia a dia, tanto na empresa como em nossa vida pessoal, quando queremos melhorar um processo ou procedi- mento em nossa empresa, quando queremos construir ou ampliar nossa casa ou escritório, quando vamos nos casar, namorar, noivar ou até mesmo organizarmos uma festa ou confraternização. Vamos imaginar uma festa de aniversário: um projeto que muitas pessoas pensam que não é complexo, mas na realidade devemos tomar todos os cuidados de um grande projeto (escopo, tempo, custo e qualidade). No ci- clo de vida desse projeto temos o processo de iniciação, onde vamos pensar no escopo (abrangência do projeto), vamos planejar esse projeto (quem vamos convidar, como iremos fazer esse convite – e-mail, telefonema ou pessoal- mente), a execução (teremos garçons, ou será self-service, bebidas – cerveja sempre gelada, e servidos para todos com a mesma agilidade e qualidade) e o encerramento (as pessoas saírem da festa no horário combinado, e satisfei- tos com a qualidade e terem a sensação que a festa foi bem organizada, e também aprendermos com as falhas, para não ocorrerem em outro projeto similar – a festa que iremos fazer no próximo ano). O principal de tudo é termos os recursos humanos (pes- soas) que trabalham em nosso projeto com comprometi- mento, ou seja, com real interesse no sucesso do projeto. Quando falo de comprometimento em projetos, sempre me recordo da história do ovos com bacon, que é um clás- sico e você pode ver nas tirinha dos seguintes links: → http://videos.web-03.net/artigos/Renato_Groffe/ Desenvolvimento_Agil_Scrum/Desenvolvimento_ Agil_Scrum2.jpg → h t t p : / / d i l b e r t o r o s a . c o m / w p - c o n t e n t / uploads/2011/04/comprometimento-porco- galinha-chefe-go-horse.jpg A tarefa árdua de um gerente de projetos é a motivação das pessoas que estão no projeto para que essas sem- pre estejam comprometidas e tenhamos sucesso! Bom trabalho e sucesso! e AgorA, José? Nesta Unidade de aprendizagem vimos o que é gerencia- mento de projetos, quais as etapas do gerenciamento, quais os principais fatores do gerenciamento de projetos e quais as características do gerenciamento de projetos em pequenas e médias empresas, com esses conceitos, já temos condições de entender o que é um projeto e do que trata o gerenciamento de projetos. Em nossa próxima Unidade de Aprendizagem, iremos estudar a Estrutura do Gerenciamento de Projetos, onde veremos as definições do ciclo de vida do projeto, as ca- racterísticas das fases do projeto e as influências organi- zacionais nos projetos. Gestão de Projetos Empresariais / UA 01 Introdução ao Gerenciamento de Projetos 19 glossário PERT: diagrama de rede (Program Evaluation and Review Technique). CPM: Método de Caminho Crítico (Critical Path Method). reFerênCiAs CARNEIRO, MARgAREth F. S. Metodologia de Gerenciamento de Projetos. Dispo- nível em: <http://www.pmkb.com.br/ artigos-mainmenu-25/93-metodologia-de- gerenciamento-de-projetos.html>. 2009. Acesso em: set. 2010. FIgUEIREDO, FRANCISCO.C.; FIgUEIREDO, hElIO C. Dominando o Gerenciamento de Proje- tos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2003 FRAgA, MARCEl F.; tOlENtINO, MAURílIO A. A importância do gerenciamento de pro- jetos em pequenas empresas como di- ferencial competitivo. Disponível em: <www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/ abrirPDF/738>. [2009]. Acesso em: set. 2010. KERZNER, hAROlD. Gestão de Projetos – As Melhores Práticas. Porto Alegre: Book- man, 2005. KOONtZ, hAROlD; O’DONNEll, CyRIl. Princípios de Administração: uma Análise das Fun- ções Administrativas. São Paulo: Livraria Pioneira, 1974. lIMA, l. P. Proposta de uma sistemática para o processamento de requisitos do clien- te de empreendimentos habitacionais de interesse social. 2007. 178 f. Disserta- ção (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. MORIER, DANIEllA. Gestão de Projetos: o equilíbrio. Disponível em: <http:// webinsider.uol.com.br/2009/05/07/gestao- de-projetos-o-equilibrio/>. 2009. Acesso em: set. 2010. MUlCAhy, RItA. Preparatório para o Exame de PMP. São Paulo: RCM Publications Inc., 2007. PAUlA, ANDRé lUIS lIMA. Uma breve história do gerenciamento de projetos. Disponível em: <http://webinsider.uol.com.br/index. php/2009/04/21/uma-breve-historia-do- gerenciamento-de-projetos/>. 2009. Acesso em: set. 2010. PMI. PMBOK Guia do Conjunto de Conheci- mentos em Gerenciamento de Projetos. USA: Project Management Institute, 2004. PMI. PMBOK Guia do Conjunto de Conheci- mentos em Gerenciamento de Projetos. USA: Project Management Institute, 2009. SANtIAgO, DANIEl R.M.; gIBIM, MARCO t.D. Ges- tão de Projetos em Pequenas Empresas. 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Habilidades Identificar ciclo de vida e organização de projetos, para aplicar técnicas na estruturação do gerenciamento de projetos. gestão de projetos empresariais Estrutura do GErEnciamEnto dE ProjEtos ApresentAção Nesta Unidade de Aprendizagem serão apresentados conceitos sobre a Estrutura de Gerenciamento de Proje- tos envolvendo as definições do ciclo de vida de projeto; as características das fases do projeto; e as influências da organização sobre o projeto. pArA ComeçAr Bem, depois do início de nossa caminhada pela Uni- dade de Aprendizagem (UA) sobre Gestão de Projetos, muitas informações importantes já fazem parte de seus conhecimentos. Esse conhecimento pode estar sendo construído agora ou pode ser aprimorado com algumas novas informações. O importante é seguir sempre em frente! Afinal, você é o gestor de seu projeto de apren- dizagem profissional. Vamos relembrar brevemente os assuntos já tratados na UA anterior? Bem, você já deve saber definir projeto, já deve ter entendido os conceitos, a evolução, a estrutu- ra do gerenciamento de projeto. Certo? Caso não se re- corde de algum termo, relembre! Não fique com dúvida, elas surgem e, se não são resolvidas, complicam o bom andamento da construção de nosso conhecimento. Nesta UA falaremos sobre a Estrutura de Gerencia- mento de Projetos. Se pensarmos na atividade de plantar algumas espécies de flores, consideraremos muitas eta- pas e muitos requisitos que deverão ser considerados. Em uma plantação de girassol, por exemplo, devemos conduzir o projeto desde o início, ou seja, desde a pre- paração do solo até a efetivação do projeto, em outras palavras, devemos acompanhar até que as flores come- cem a surgir, de acordo com o que foi planejado. Deve- mos considerar que as etapas envolvidas nesse processo (da preparação do solo até o nascimento das flores) são importantes e devem ser acompanhadas, sempre com cautela. Não conseguimos imaginar uma etapa concluída Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 4 sem que a outra etapa possa contribuir com essa conclusão, mesmo que as etapas tenham acontecido em tempos diferenciados. Vamos pensar agora em uma empresa de grande porte, fabricante de cosméticos, que tem como projeto construir um novo centro de distribui- ção de seus produtos, ou ainda lançar um cosmético novo. Para que isso seja possível serão necessárias diversas etapas que vão desde a análise de viabilidade financeira, passando pelo estudo do melhor local, visita aos prováveis locais, indicação das equipes, enfim, será necessário um plane- jamento que considere as variáveis reais para a condução desse projeto. E essas fases determinadas, nada mais são do que o tal Ciclo de Vida do projeto! Se você entendeu esses exemplos, já tem noções do que seja o ciclo de vida e organização do projeto. Para o melhor entendimento dos tópicos aqui expostos, dividiremos essa UA em partes importantes para o aprendizado sobre Estrutura do gerenciamento de Projetos. Essas partes são: 1. As definições do ciclo de vida de projeto; 2. As características das fases do projeto; e 3. As influências da organização sobre o projeto. Vamos à fundamentação teórica sobre o assunto? Boa leitura! FundAmentos 1. as definições dO CiClO de vida dO prOjetO Todo projeto e gerenciamento de projetos acontecem em um contexto. É de fundamental importância o entendimento desse contexto, que é am- plo, para que a seleção das fases do ciclo de vida, dos processos, das fer- ramentas e técnicas mais adequadas ao projeto possa contribuir para que o mesmo seja concluído de forma satisfatória. Segundo PMI (2009), podemos definir Ciclo de vida como a divisão, em fases, do projeto, ou seja, a partir de um projeto, para que o mesmo seja realizado de acordo com o planejado, eu o divido em partes menores. O conjunto dessas partes menores é conhecido com Ciclo de Vida do pro- jeto. E o objetivo em dividir o projeto em fases está relacionado à melhor organização e gerenciamento do mesmo. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 5 ConCeito Ciclo de vida pode ser definido como a divisão, em fases, do projeto, ou seja, em partes menores. O conjunto dessas partes menores é conhecido como Ciclo de Vida do projeto. (MUTO & PEREIRA, 2008) O Ciclo de Vida do projeto possui características. Vamos estudá-las? Pre- pare-se! As fases que interligam o início de um projeto ao seu final são definidas no ciclo de vida do projeto. Por exemplo, retomemos o caso da empresa fabricante de cosmético. Quando ela identifica uma oportunidade e de- seja que seja hora de lançar um novo cosmético, um creme, por exem- plo, em geral será autorizado um estudo de viabilidade com o objetivo de levantar informações que permitam que a análise sobre a realização do projeto seja efetivada. Então o gerente do projeto poderá ser ajuda- do, pela definição do ciclo de vida do projeto, a esclarecer se esse estudo será o início do projeto, ou se será tratado como um projeto autônomo, separado. Tratamos desse esforço preliminar como um projeto autônomo quando seus resultados não são claramente identificáveis, ou seja, quan- do os resultados não contribuem diretamente para que a fase seguinte do projeto seja executada. Se para o projeto são definidas fases, essas devem possuir uma transi- ção, ou seja, alguma forma de transferência técnica ou de entrega, dentro do ciclo de vida de um projeto. Essas entregas devem ser revisadas, antes de prosseguir para as demais fases. Essa revisão garantiria que as fases estão completas e exatas e a aprovação definiria o início de uma próxima fase, em uma sequência. Esse procedimento, de iniciar a próxima fase apenas quando a fase atual for revisada e aprovada, nem sempre é se- guido e isso se deve aos riscos envolvidos. Quando os riscos são conside- rados aceitos, a fase seguinte é iniciada antes mesmo da revisão da fase atual. Essa prática é um exemplo da aplicação da técnica de compreensão do cronograma denominada paralelismo, normalmente a sobreposição de fases é feita em sequência. Como vocês devem imaginar, não existe uma forma única para definir um ciclo de vida do projeto. Isso depende de cada organização, de cada equipe de gestão de projetos. Há empresas que definem políticas de pa- dronização de projetos, onde todos terão um único ciclo de vida. Há ainda outras que deixam as definições para a equipe de gerenciamento, consi- derando que cada projeto da organização tem seus aspectos específicos e são desenvolvidos por equipes diferenciadas, onde é mais importante o Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 6 desenvolvimento do projeto que a padronização das etapas, por exemplo. Segundo PMI (2004), “as práticas comuns do setor frequentemente leva- rão ao uso de um ciclo de vida preferencial dentro desse setor”. Atenção As práticas comuns do setor levarão, com frequência, ao uso de um ciclo de vida preferencial dentro desse setor (MUTO, 2008, 12). No ciclo de vida do projeto são definidos alguns pontos importantes que auxiliarão na condução de cada fase. Essas definições estão descritas na tabela 1, abaixo: dEfiniçõEs GEralmEntE incluídas no ciclo dE vida do ProjEto o quÊ? Que trabalho técnico deve ser desenvolvido em cada fase do ciclo de vida do projeto? quando? Quando acontecerão as entregas em cada fase do projeto e como essas entregas deverão ser revisadas,verificadas e avaliadas? por quem? Quem está envolvido em cada fase? Quais são as pessoas/profissionais e de quais áreas? como? Como cada fase será controlada e aprovada? As descrições dos ciclos de vida de projetos podem incluir gráficos, for- mulários, listas de verificações ou qualquer outra ferramenta que permita acompanhar a estrutura de controle. Essas descrições podem, ainda, ser bem detalhadas ou muito genéricas. Normalmente as descrições altamente detalhadas incluem mais ferramentas para oferecer estrutura e controle. Existem características que são comuns, que são compartilhadas pela maioria dos ciclos de vida do projeto. Vamos falar sobre elas agora: Podemos destacar duas informações que são compartilhadas: o nível de pessoal e os custos são baixos no início e também no final do projeto. A elevação ocorre na fase intermediária. Ilustramos os níveis de custo e de pessoal, ao longo do tempo de projeto, na Figura 1. As fases normalmente são sequenciais e definidas por um formulário de transferência de infor- mações técnicas ou de entrega de componentes técnicos. Tabela 1. Definições geralmente incluídas no Ciclo de Vida do projeto. Fonte: Adaptado de PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 7 fase intermediária fase inicial fase final 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 10000 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 tempo custo e pessoal O risco de não atingir os objetivos é maior no início do projeto, fase onde o nível de incertezas é o mais alto. Por outro lado, ao final do projeto a certeza do atendimento ou superação dos objetivos se torna maior, con- forme continuidade do mesmo. A influência das partes interessadas nas características finais do produ- to do projeto e o custo final mais alto no início e vai tornando-se menos ao longo do tempo, conforme o projeto continua. Outro fator que influencia são os custos envolvidos nas mudanças e correções de erros, o que geralmente aumenta ao longo do tempo, ou seja, conforme o projeto continua. Essas informações são ilustradas pela Figura 2. tempo do projeto alto(a) baixo(a) influência das partes interessadas custo das mudanças Os ciclos de vida do projeto podem possuir as mesmas nomenclaturas para as fases, com definições de entregas bem parecidas, porém isso não significa que sejam iguais. Aliás, há poucos ciclos de vida idênticos. Eles se diferem pelo número de fases, pela área de aplicação, pelas formas de aprovação... Por exemplo, o ciclo de vida do desenvolvimento de um Figura 1. Nível típico de custo e pessoal ao longo do tempo de um projeto. Fonte: Adaptado de PMI, 2004. Figura 2. Custo das Mudanças e influência das partes interessadas ao longo do tempo. Fonte: PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 8 móvel novo em uma empresa moveleira pode ter uma única fase, en- quanto outro pode ter fases diferentes e bem detalhadas. Isso também é válido para os subprojetos, que podem ter ciclos de vida diferentes do ciclo de vida do projeto, como um todo. Por exemplo, uma empresa de embalagens foi contratada para projetar uma nova embalagem para certo tipo de produto. Primeiramente, a empresa está envolvida com a fase de definição onde o contratante fornece suas ideias para o design. Enquan- to isso, o pessoal de design, que já tem experiência no desenvolvimento das embalagens solicitadas pelo contratante, está elaborando as fases do ciclo de vida envolvendo desde o desenvolvimento conceitual, passando pela definição e implementação (considerando materiais, e tudo o mais que precisam), até a fase final, ou seja, o encerramento. É possível ainda tratar essa situação como dois projetos diferentes, um de construção da embalagem e o outro como apoio para essa construção. 2. CaraCterístiCas das fases dO prOjetO Uma fase do projeto é caracterizada pelo seu término ou aprovação de um ou mais produtos, ou seja, pela apresentação de material como re- sultado de uma fase. Esse material pode ser um relatório de estudo de viabilidade, por exemplo, ou um protótipo, ou qualquer outro instrumen- to cujo resultado seja mensurável e verificável. Os produtos podem cor- responder a processos de gerenciamento de projetos ou componentes dos produtos finais para os quais o projeto foi concebido. Geralmente as fases de um processo, ou seja, as fases dos produtos são sequenciais e são criadas visando a garantia do adequado controle para que o objetivo final seja alcançado. É possível que existam fases subdivididas em fases menores devido as restrições de tamanho, nível de risco, complexidade, fluxo de caixa. É rea- lizada a associação de cada subfase a um ou mais produtos relacionados com o produto da fase principal, isso para que as fases e subfases possam ser acompanhadas. Normalmente as fases são nomeadas de acordo com os produtos que foram estabelecidos para ela. Por exemplo, inicialização, construção, teste, ajuste, entrega, entre outros. A conclusão de uma fase do projeto, em geral, acontece com uma revisão do trabalho realizado e dos produtos. É definida a aceitação, os possíveis ajustes ou a indicação de encerramento. Existem projetos que demandam um ciclo de vida iterativo, onde mais de uma fase do projeto pode avançar simultaneamente, sem a necessidade de aguardar a aprovação e encerra- mento da fase anterior. Se considerarmos o projeto de um perfume, as de- finições de fragrância e coloração podem ser executadas ao mesmo tempo Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 9 do desenvolvimento das embalagens intermediária e final. Isso acontece quando o gerente de projetos faz opção pela ação em paralelo. Existe ainda o encerramento de uma fase sem a continuidade das de- mais. Isso pode acontecer quando o estudo de viabilidade mostra uma situação não favorável para a continuidade do projeto, então sua continu- ação não será permitida, dado os riscos grandes demais. Cada fase possui início e encerramento e não demanda autorização da fase seguinte para ser encerrada. As fases são formalmente iniciadas para produzir uma saída que está dependente da fase do grupo de processos de iniciação, onde é especificado o que é permitido e esperado para essa fase (Figura 3). As saídas de fase, passagens de fase ou pontos de término referem-se às revisões finais de fase e é possível obter as duas autoriza- ções (de encerramento de uma fase para início de outra fase) em uma única revisão. entradas fases saídas entregas do projeto ideia equipe de gerenciamento de projetos termo de abertura declaração do escopo plano linha de base progresso aceitação aprovação entrega produto inicial intermediária final 2.1. O ciclO de vida dO prOjetO e O ciclO de vida dO prOdutO: relações existentes Estudos de viabilidade, planos preliminares ou formas equivalentes que ofereçam informações que propiciem a análise sobre o projeto, em algu- mas organizações, são requisitos formais para a aprovação dos mesmos. Podemos citar como exemplo uma fábrica de carros. O novo carro proje- tado só será montado após o desenvolvimento e teste de um protótipo, ou seja, o produto final do projeto só será iniciado após os testes propos- tos pela fase de execução do protótipo. Existem exceções, em algumas empresas os projetos podem ser iniciados de maneira informal durante um período de tempo limitado com o objetivo de alcançar a aprovação formal das fases desse projeto. Um projeto normalmente parte de um problema, ou de uma oportu- nidade, ou ainda de necessidades de negócio e são essas as motivações que criam o estímulo para o gerenciamento, elaboração e execução do Figura 3. Fases sequenciais no ciclo de vida deum projeto. Fonte: PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 10 projeto. Tanto o problema, a oportunidade e até mesmo a necessidade de negócio aparecem como pressões e isso indica ao gerenciamento que devem ser priorizadas as solicitações que estão relacionadas às necessi- dades e demandas de outros possíveis projetos. Uma empresa tem um novo projeto a ser desenvolvido. Vamos chamá- -la de organização executora. Para essa organização executora a definição do ciclo de vida do projeto indicará quais serão as ações de transição final do projeto, onde serão decididas se serão ou não incluídas para interli- gar o projeto às operações já existentes e que estão em andamento. Va- mos imaginar o lançamento de um aparelho de som novo. Segundo PMI (2004), “é necessário ter cuidado para distinguir ciclo de vida do projeto do ciclo de vida do produto”. E ainda, “o ciclo de vida do produto começa com o plano de negócios, passando pela ideia e terminando no produto em si”. Já o ciclo de vida do projeto passa pelas fases de idealização até a criação do produto. Então, em alguns casos, as organizações podem considerar o ciclo de vida do projeto como parte integrante do ciclo de vida do produto (Figura 4). ciclo de vida do produto inicial intermediária final vendaoperações ciclo de vida do projeto ideia atualização produto plano de negócios 2.2. Quem sãO as pessOas interessadas nO prOjetO? Bem, as pessoas e as organizações que estão ativamente envolvidas no desenvolvimento do projeto compõem as partes interessadas, afinal, os resultados das execução ou da finalização do projeto podem afetar seus interesses. Além dos interesses, as partes envolvidas no projeto também podem influenciar os objetivos e resultados do projeto. A garantia de um projeto bem sucedido envolve a identificação das partes interessadas, da determinação de suas necessidades e expectativas e no gerenciamento das influências em relação aos requisitos, o que cabe à equipe de ge- renciamento de projetos. Vamos verificar uma ilustração para esclarecer esses pontos? Veja a Figura 5. Figura 4. Ciclo de vida do projeto e produto. Fonte: PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 11 Equipe de gerenciamento de projetos Equipe do projeto Partes interessadas no projeto projeto Nem sempre é fácil identificar as partes interessadas no projeto, porém é de fundamental importância essa identificação até para que o projeto seja bem-sucedido. As partes interessadas possuem autoridade e respon- sabilidade e isso pode acontecer em vários níveis, como a participação com pequenas contribuições eventuais até mesmo o patrocínio de todo o projeto, incluindo apoio político e financeiro. Quando as responsabilida- des são ignoradas o impacto pode ser negativo e bastante prejudicial para o alcance dos objetivos do projeto. O mesmo acontece quando as partes interessadas esperam um impacto prejudicial nos resultados do projeto pelo fato dos gerentes de projeto os terem ignorado. As partes interessadas no projeto podem desempenhar influência posi- tiva ou negativa. Vejamos como isso ocorre. Imagine que em uma cidade pequena e subdesenvolvida alguns líderes de negócios resolvam implan- tar um projeto de expansão industrial. Como influências positivas pode- mos destacar a importância que esse projeto terá para o progresso da cidade, as oportunidades que surgirão para os moradores, as melhorias em termos de benfeitorias que a cidade adquirirá. As influências negati- vas, por exemplo, poderiam impedir o progresso e exigir que uma análise mais abrangente sobre os impactos ambientais seja realizada antes de qualquer movimentação favorável à implantação do projeto. Podemos citar as partes interessadas que todos os projetos incluem (Tabela 2): PrinciPais PartEs intErEssadas no ProjEto Gerentes de projetos Pessoa que assume a responsabilidade pela gestão do projeto. Clientes ou usuários Organização ou pessoa que fará uso do produto do projeto. Organização executora Empresa responsável pela execução do trabalho do projeto, cujos funcionários estão envolvidos nesta execução. Membros da equipe do projeto Grupo responsável pela execução do projeto. Figura 5. Partes interessadas no projeto. Fonte: Adaptado de PMI, 2004. Tabela 2. Principais partes interessadas no projeto. Fonte: Adaptado de PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 12 Sobre os clientes ou usuários podemos dar como exemplo uma empresa farmacêutica. Em um projeto ela pode incluir os médicos e seus pacientes que utilizam o medicamento fabricado, outras empresas que pagam por esse medicamento. É importante ressaltar que, dependendo da área de aplicação os termos usuário e cliente podem ser sinônimos ou não. Por exemplo, quem adquire o medicamento para revender é cliente, quem adquire o medicamento para consumir é usuário. Além das partes principais interessadas no projeto indicadas na Tabela 2, existem muitas outras como, por exemplo, proprietários e investidores, membros da equipe e suas famílias. Existem diversas categorias e nomen- claturas diferenciadas, porém o que precisamos saber é que os gerentes de projetos precisam administrar as expectativas das partes interessadas e isso nem sempre é tarefa fácil, uma vez que na maioria das vezes essas expectativas são conflitantes. Por exemplo, o vice-presidente de pesqui- sa pode estar interessado em utilizar tecnologia de ponta para os novos produtos, enquanto o vice-presidente responsável pela produção quer definir o produto como práticas de classe mundial e o vice-presidente de marketing pode estar interessado no número de novos recursos para o projeto em questão. Bom, falaremos agora da última etapa desta Unidade de Aprendiza- gem: as influências organizacionais, ou seja, quais são os principais as- pectos das estruturas organizacionais que podem influenciar o projeto. Vamos em frente? 3. inflUênCias OrganizaCiOnais Os projetos estão, normalmente, inseridos em uma empresa ou organi- zação que é bem mais ampla que o projeto. Essas organizações podem ser empresas privadas, agências governamentais, instituições de saúde, associações, organismos internacionais entre outros diversos exemplos. O projeto pode ser influenciado pela maturidade da organização, bem como pelo seu sistema de gerenciamento de projetos, pelo seu estilo, pela sua estrutura organizacional e pelo seu escritório de projetos, pela sua cultura, enfim, essa UA apresentará as mais amplas estruturas que in- fluenciarão o projeto. Vamos iniciar com os sistemas organizacionais. As organizações baseadas em projetos, segundo PMI (2004), são aquelas cujas operações consistem basicamente de projetos, e estão incluídas em duas categorias distintas: → Organizações que são resultados da receita obtida principalmente da realização de projetos, sob contrato de terceiros; → Organizações que já possuem sistema de gerenciamento de pro- jetos instalados para facilitar esse gerenciamento. Como exemplo Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 13 podemos citar os sistemas financeiros que, em geral, são especifica- mente projetados para contabilizar, acompanhar e emitir relatórios simultâneos originários de diversos projetos. Para que o projeto seja desenvolvido de maneira eficiente e eficaz é neces- sário que a empresa ofereça suporte às necessidades do projeto. Quando isso não ocorre o gerenciamento fica comprometido, afinal as atividades são realizadas com maior dificuldade em virtude da ausência de sistemas orientados a projetos. Por isso, as equipes de gerenciamento de projetos devem estar atentas às estruturas e aos sistemas existentesna organiza- ção e verificar de que maneira eles afetam o projeto em questão. 3.1. culturas e estilOs OrganizaciOnais: aspectOs inerentes aO prOjetO As organizações costumam ter culturas exclusivas e descritíveis, segundo PMI (2004), que acabam sendo refletidas, ou seja, causando influência di- reta, no gerenciamento do projeto. Como exemplo de cultura podemos citar as políticas, normas e procedimento, a ética no trabalho, os valores compartilhados, entre outros. Por exemplo, uma equipe de projeto proporá algo mais inovador, com alto risco quando sentir que existe probabilidade de aprovação, de aceita- ção pelos superiores, em uma organização agressiva ou empreendedora. Uma equipe acostumada a trabalhar colaborativamente, tendo líder parti- cipativo enfrentará dificuldades em uma organização com hierarquia rígida. 3.2. estrutura OrganizaciOnal: limitações para a dispOnibilidade de recursOs De acordo com a Tabela 3, podemos identificar que a estrutura da organi- zação, onde o projeto é executado, geralmente impõe um limite à dispo- nibilidade de recursos em uma estrutura funcional, em uma estrutura por projetos envolvendo diversas estruturas matriciais intermediárias. Tabela 3. Estrutura Organizacional e as influências no projeto. Fonte: PMI, 2004. características do projeto estrutura da organização funcional matricial por projetofraca balanceada forte Autoridade do gerente de projetos pouca ou nenhuma limitada baixa a moderada moderada a alta alta a quase total Disponibilidade de recursos pouca ou nenhuma limitada baixa a moderada moderada a alta alta a quase total Quem controla o orçamento do projeto gerente funcional gerente funcional misto gerente de projetos gerente de projetos Função do gerente de projetos tempo parcial tempo parcial tempo integral tempo integral tempo integral Equipe administrativa do gerenciamento de projetos tempo parcial tempo parcial tempo parcial tempo integral tempo integral Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 14 A Figura 6 ilustra a organização funcional clássica, onde os funcionários são agrupados por especialidade, cada funcionário tem um superior bem definido, seguindo a hierarquia. Por exemplo, existem as áreas específicas de marketing, engenharia, contabilidade, onde os funcionários são orga- nizados. Há áreas específicas que podem ser divididas novamente, para uma melhor organização. O escopo do projeto é restrito à função, e as organizações funcionais podem possuir projetos. coordenação do projeto executivo-chefe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. Temos ainda, como forma de estrutura, a organização por projeto, onde os membros da equipe trabalham juntos e todos se reportam ao gerente de projetos. Esse tipo de organização, normalmente, possui unidades or- ganizacionais denominadas departamentos. Os gerentes de projeto pos- suem grande autoridade e independência (Figura 7). coordenação do projeto executivo-chefe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. Temos ainda outro tipo que é uma combinação das características da or- ganização por projetos e organização funcional, denominada Organiza- ção Matricial. Esse tipo de organização ainda se divide em dois: estrutura matricial fraca (Figura 8), estrutura matricial forte (Figura 9) e estrutura Figura 6. Organização funcional clássica. Fonte: PMI, 2004. Figura 7. Organização por projeto: equipes se reportam ao gerente de projetos. Fonte: PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 15 matricial balanceada (Figura 10). As diferenças podem ser identificadas na Tabela 4. estrutura matricial fraca estrutura matricial forte estrutura matricial balanceada Mantêm muitas das características de uma organização funcional. Possuem muitas das características da organização por projeto. Reconhece a necessidade de um gerente de projetos. Mantém a função do gerente de projetos. Podem ter gerentes de projetos em tempo integral. Não fornece ao gerente de projetos autoridade total sobre o projeto. É mais parecida com a de um coordenador ou facilitador que com a de um gerente. Os gerentes tem autoridade considerável. Não fornece ao gerente os recursos financeiros do projeto. Os gerentes TAM o pessoal administrativo trabalhando para o projeto em tempo integral. coordenação do projeto executivo-chefe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. coordenação do projeto executivo-chefe gerente funcional gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. Equipe Equipe Gerente de projetos Tabela 4. Características das estruturas matriciais. Fonte: Autor. Figura 8. Organização Matricial fraca. Fonte: PMI, 2004. Figura 9. Organização Matricial forte. Fonte: PMI, 2004. Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 16 coordenação do projeto executivo-chefe gerente funcional gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. Equipe Equipe Gerente de projetos É possível que existam organizações com todas essas estruturas? Qual é a sua opinião? Pois saiba que as organizações modernas são o exemplo de Organi- zação Composta, ou seja, em uma organização que envolve todas essas estruturas em diversos níveis. Por exemplo, vamos pensar que uma em- presa de estrutura funcional está com um projeto especial, crítico. Mesmo que seja funcional, ela pode ter equipes de projetos em uma organização por projeto. E a equipe ainda pode incluir departamentos funcionais para trabalhar em tempo integral, pode desenvolver suas próprias regras de conduta para o projeto. Nada impede que as operações sejam realizadas fora da estrutura hierárquica formal padrão com a qual a empresa está acostumada a lidar. coordenação do projeto B executivo-chefe As caixas cinzas representam equipes envolvidas em atividades do projeto. gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Equipe Equipe Equipe gerente funcional Gerente de projetos Gerente de projetos Gerente de projetos coordenação do projeto A Figura 10. Organização Matricial balanceada. Fonte: PMI, 2004. Figura 11. Organização Composta. Fonte: PMI, 2004. antena pArAbóliCA Muitos são os projetos existentes em organizações. Em várias delas os conceitos abordados nesta Unidade de Aprendizagem são vivenciados a cada instante. Verifique a notícia abaixo sobre o Projeto Copa do Mundo no Bra- sil e reflita sobre a importância da estrutura e do geren- ciamento de projetos. Pelo menos cinco estádios da Copa 2014 já apresen- tam algum atraso1 No próximo balanço de acompanhamento das obras nos estádios da Copa do mundo de 2014, que será divulgado em maio pelo Ministério do Esporte, o governo federal terá de reconhecer novos atrasos em pelo menos cinco cidades-sede. Levantamento do iG com base nos dados atuais de cada estádio e noúltimo balanço do governo federal, de janeiro deste ano, mostram alterações nos prazos estabelecidos. Em Curitiba e Natal, por exemplo, as obras já deveriam ter sido iniciadas neste mês, segundo o último balanço, mas nenhuma máquina sequer entrou nos estádios para as ampliações previstas. Apenas no dia 15 deste mês foi assinada a ordem de serviços para dar início às obras de reconstrução da Arena das Dunas, na capital do Rio Grande do Norte. e AgorA, José? Nesta Unidade você aprendeu conceitos e formas de se- parar o projeto de pequenas partes ou fases, denomina- das ciclo de vida do projeto. Esse aprendizado contribui- rá para a condução de novos projetos tanto em sua vida pessoal como profissional. 1. LEÃO, Naiara. Pelo menos cinco estádios para a Copa 2014 já apresentam algum atraso. Disponível em: <http:// economia.ig.com. br/empresas/ infraestrutura/pel o+menos+cinco+e stadios+da+copa+ 2014+ja+apresenta m+algum+atraso/ n1300092536140. html>. [25/04/2011]. Acesso em: abr. 2012. Agora que você já sabe estruturar e organizar um pro- jeto, considerando as pessoas interessadas e o contexto onde esse projeto será desenvolvido, você já está prepa- rado para seguir adiante e verificar, o desenvolvimento do plano detalhado do projeto. Bons estudos! Gestão de Projetos Empresariais / UA 02 Estrutura do Gerenciamento de Projetos 19 glossário Eficácia: segundo Houaiss (2009), é a qualidade ou característica de quem ou do que, num nível de chefia, de planejamento, chega real- mente à consecução de um objetivo. Eficiência: segundo Houaiss (2009), é a qualida- de ou característica de quem ou do que, num nível operacional, cumpre as suas obrigações e funções quanto a normas e padrões. Paralelismo: segundo Houaiss (2009), é a ca- racterística ou condição do que é paralelo, que segue uma sequência de forma paralela. reFerênCiAs HOUAISS, AnTônIO; VILLAR, MAURO dE SALLES; FRAnCO, FRAnCISCO MAnOEL dE MELLO. Di- cionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. 1986 p. MUTO, C.A.; PEREIRA, B. T. Exame PMP: a Bí- blia. São Paulo: Brasport, 2008. PMI. PMBOK Guia do Conjunto de Conheci- mentos em Gerenciamento de Projetos. USA: Project Management Institute, 2004. UFSC. Mecanismo online para referências. Disponível em: <http://www.rexlab.ufsc. br:8080/more>. [s.d.]. Acesso em: jun. 2010. gestão empresarial gestão de projetos empresariais Governança do Projeto: PaPéis e resPonsabilidades no Projeto 4 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Compreender as definições de governança corporativa, papéis e seu relacionamento com projetos. COmpetênCias Compreender o que é governança e seu impacto nos projetos. Habilidades Compreender como a governança e os papéis funcio- nam e seu impacto nos projetos. gestão de projetos empresariais Governança do Projeto: PaPéis e resPonsabilidades no Projeto ApresentAção Nesta Unidade de Aprendizagem vamos entender o que é governança de projetos empresariais e as responsabi- lidades e papéis desempenhados nos projetos, e a prin- cipal responsabilidade da governança corporativa de de- senvolver projetos de maneira ética e com a qualidade esperada pelo cliente. pArA ComeçAr Na Unidade anterior aprendemos a desenvolver um pla- no detalhado do projeto, criamos uma EAP (estrutura analítica do projeto), ou seja, o detalhamento de nosso projeto. Nesta Unidade iremos discutir mais alguns fatores muito importantes em nosso projeto. A governança são fatores culturais e éticos em que nossa empresa está in- terada; também iremos discutir sobre papéis e responsa- bilidades que nossos recursos humanos desempenham em nossos projetos, ou seja, alocarmos (colocarmos) a pessoa correta no local (atividade) correta, para termos sucesso em nosso projeto e sempre nossos recursos hu- manos trabalharem motivados. Sempre é interessante descobrirmos a real intenção e os papéis e responsabilidades que nossos recursos huma- nos (pessoas) desejam desempenhar em nosso projeto. Figura 1. Papéis e Responsabilidades dos Recursos Humanos. Fonte: Adaptado de Dilbert, s.d. Gestão de Projetos Empresariais / UA 04 Governança do Projeto: Papéis e Responsabilidades no Projeto 4 Como em tudo na vida, e como já vimos os projetos estão presentes em nossas vidas pessoais e empresariais, devemos mostrar nosso valor, e no que somos realmente bons, e sempre mostrar nossas aptidões para assu- mirmos novas responsabilidades nos projetos que somos alocados ou mes- mo para selecionarmos pessoas para trabalharem em nosso projeto, sem- pre somos bons em algumas coisas, o que devemos fazer é demonstrar! Então, nesta Unidade veremos que a governança dos projetos possibilita um melhor entendimento dos projetos e da equipe do projeto (os recur- sos humanos que estão em nosso projeto), assim conseguimos definir corretamente o perfil dos recursos humanos em nosso projeto e conse- quentemente conseguimos alocar a pessoa certa para fazer o trabalho certo, ou seja, alocação correta de talentos (colocarmos as pessoas com- prometidas com o trabalho e que sabem realmente desempenhar seu papel e assumir as responsabilidades). Lógico, sempre com ética e honestidade. Figura 2. Charge: Demonstração de competência. Fonte: Adaptado de Dilbert, s.d. Gestão de Projetos Empresariais / UA 04 Governança do Projeto: Papéis e Responsabilidades no Projeto 5 Bons estudos! FundAmentos 1. gOvernança em prOjetOs Todos os projetos são planejados, desenvolvidos, implementados e exe- cutados por pessoas, então, para que um projeto tenha sucesso é ne- cessário definirmos uma estrutura formal para os recursos humanos en- volvidos. Esta providência faz com que os recursos humanos envolvidos no projeto tenham entendimento de suas atribuições no projeto, conhe- cendo todas suas responsabilidades e autoridades que desempenham no decorrer deste projeto. Em projetos de grande porte geralmente necessitamos de dedicação integral da equipe para o projeto, já em projetos de pequeno porte, os trabalhos podem ser executados em tempo parcial, e permitem que as pessoas envolvidas nos projetos possam trabalhar em diversos projetos ao mesmo tempo, ou exercer outras atividades profissionais de rotina na empresa. 1.1. Governança corporativa É muito importante, quando falamos de projetos, estar inteirados sobre o que é governança corporativa, pois a governança irá impactar nosso projeto. Segundo Bertero (2008), a governança corporativa, como a maioria das coisas de que se fala em Administração – não é uma coisa nova. Existe há muito tempo, mas adquiriu particular importância há não mais do que trinta anos. O movimento de governança corporativa surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1970 e início da década de 1980. Seu apare- cimento se dá em um contexto muito curioso: a característica inicial desse movimento foi descrita por um professor da Harvard School of Business, o Figura 3. Charge: Honestidade no projeto. Fonte: Adaptado de Dilbert, s.d. Gestão de Projetos Empresariais / UA 04 Governança do Projeto: Papéis e Responsabilidades no Projeto 6 professor Donaldson, como um movimento que caracterizava uma revo- lução de acionistas. A governança corporativa é um episódio de governança aplicado às empresas. Porém, não se trata de uma ideia nova, mas de um conceito clássico, no sentido estrito do termo. Segundo IBGC (2010), a governança é arte de bem governar, seja uma empresa, um país, uma universidade, um hospital ou outro tipo de organi- zação. Assim, não é de se estranhar que a ideia de governança corporati- va, embora o título não seja adequado, tenha sido aplicada a outros tipos de organizações. Hoje falamos em governança universitária,
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