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Teoria Tridimensional do Direito

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Teoria Tridimensional do Direito
WIKI:
Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos primordiais das distintas concepções unilaterais abaixo:
 O aspecto normativo, ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito;
 O aspecto fático, ou seja, o seu nicho social e histórico; e
 O aspecto axiológico, ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça.
A conjugação proposta por Reale pressupõe uma constante comunicação entre o segundo e o terceiro aspectos, que origina e também se relaciona com o primeiro. Esta comunicação é denominada pelo próprio autor como a "dialética de implicação-polaridade", ou, "dialética de complementariedade". Esta dialética consiste na percepção de que fatos e valores estão constantemente relacionados na sociedade de maneira irredutível (polaridade) e de mútua dependência (implicação).
Esta visão pode ser exemplificada a partir da análise de um simples caso, utilizado pelo próprio autor:
Na legislação sobre títulos de crédito, há previsão para o pagamento de uma letra de câmbio na data de seu vencimento, caso contrário, a mesma está sujeita a protesto e consequente cobrança do título pelo credor.
Neste caso, podemos identificar uma norma (o próprio dispositivo legislativo que gera as obrigações e direitos no caso), resultante e unificadora da relação entre fatos (a situação da emissão da letra de câmbio, o contexto histórico de necessidades técnicas e jurídicas das transações comerciais, etc.) e valores (o valor da garantia, do crédito, da segurança financeira, etc.).
Como consequência desta teoria, Reale implica seus reflexos na atividade do jurisperito: a análise por parte de advogados e juízes do Direito não deve se manter presa a somente uma, ou mesmo duas destas dimensões, devendo estar constantemente vinculada à interpretação do sistema tridimensional como um todo.
Miguel Reale: 
Em qualquer fenômeno jurídico, há sempre um fato subjacente (econômico, geográfico, demográfico, etc.), sobre o qual incide um valor que confere determinado significado a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou preservar certa finalidade ou objetivo; e uma norma, que aparece como medida capaz de fazer a integração de um elemento ao outro, ou seja, do fato ao valor. 
Surge uma norma jurídica que envolve o fato e o valora. 
Ex.: art. 548 do CC – é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador – o fato é a circunstância de alguém desejar promover a doação de seu patrimônio a outrem, sem reservar o suficiente para custear as próprias despesas; o valor que a lei tutela é a vida e pretende impedir um fato anormal que a colocaria em perigo; a norma expressa, então, um dever jurídico, impondo uma conduta de abstenção: não fazer a doação de todos os bens sem uma reserva para subsistir.

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