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AUTOR: Vitor Carvalho Andrade DISCIPLINA: Biologia Celular e molecular TURMA: Biomedicina 2016.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) CENTRO DE BIOCIÊNCIAS (CB) Apresentar aspectos descritivos sobre a diferenciação celular; Estabelecer uma relação entre a origem das células e seu potencial de diferenciação; Consolidar o entendimento dos diferentes potenciais de diferenciação das células por meio de exemplificações; Justificar a aplicação e importância desse processo para os estudos atuais; Concluir trabalho expondo algumas informações curiosas. O que acontece? O que é diferenciação celular? Trata-se do processo de especialização celular. Uma sequência de modificações bioquímicas, morfológicas e funcionais que transformam uma célula indiferenciada, que executa apenas as funções celulares básicas, em uma célula capaz de realizar algumas funções com grande eficiência. Como ocorre? Está intimamente relacionada à expressão das informações genéticas contidas no núcleo das células; As modificações morfológicas são precedidas pela síntese de grande quantidade de RNA e proteínas específicas; Uma célula expressa, tipicamente, apenas uma parte de seus genes; Surgem tipos distintos de células nos organismos multicelulares, pois diferentes conjuntos de genes são expressos; Esses genes são ativados ou reprimidos em resposta ao meio onde está inserido. De que esse processo depende? Sinais provenientes de proteínas ou citocinas (fatores de diferenciação, da matriz extracelular, também podendo ocorrer pelo contato entre células. O núcleo celular é a região promotora, que contém a informação genética a ser estimulada pelo sinal. Sinais Formação do mensageiro secundário Alteração da atividade celular Proteína receptora Quais os resultados da diferenciação celular? Alteração da forma da célula, seus produtos de exportação, sua própria estrutura e as moléculas de superfície celular; Refletindo, então, em um comportamento para célula diferenciada; Ela pode permanecer no lugar e desenvolver suas atividades, proliferar ou migrar para outros tecidos e regiões distintas do corpo. Quem são as células indiferenciadas? São conhecidas como células-tronco. Sobre a nomenclatura Também chamadas de células-mãe ou estaminais; Assim como o tronco de uma árvore dá origem a vários ramos, as células-tronco podem formar várias linhagens de células, daí o nome “tronco”; Formas de classificação Quanto a sua origem e capacidade de diferenciação; Quanto a sua natureza. Classificação I: quanto a origem e potencial Antes, é importante conhecer... A classificação das células de acordo com a origem e ao potencial de diferenciação: • Totipotentes; • Pluripotentes; • Multipotentes; • Oligopotentes; • Unipotentes. Tudo começa com a formação da “Mórula” Ambos os gametas, masculino e feminino, são haploides (n), ou seja, possuem 23 tipos de cromossomos diferentes; Porém, ao ocorrer a fertilização (união efetiva do material genético materno e paterno), origina-se uma célula diploide – o Zigoto (2n); O Zigoto possui as informações e o potencial necessários para a formação de um novo indivíduo (estruturas intra e extraembrionárias), sendo uma célula totipotente; Esse Zigoto passará por sucessivas mitoses, formando a Mórula. O que é a “Mórula”? Uma massa sólida com cerca de 12 a 32 blastômeros; Esses blastômeros juntam-se uns aos outros para constituir uma bola compacta de células, com a aparência de uma amora, daí o nome; Possuem uma alta capacidade de diferenciação; São responsáveis pela formação das estruturas intra e extraembrionárias (placenta e membranas); Por isso, são denominadas células totipotentes. MÓRULA Formação do “Blastocisto”: origem da células pluripotentes Massa celular interna (embrioblasto) Trofoblasto Blastocele BLASTOCISTO Formação do “Blastocisto”: origem da células pluripotentes Ao 5º dia de fertilização, as células totipotentes começam a se dividir e se especializar, derivando o blastocisto; Células da massa interna do blastocisto continuam a ter elevada capacidade de diferenciação; Podem originar qualquer tipo de tecido do organismo, à exceção da placenta e dos tecidos de suporte do útero que se desenvolverão da massa externa; Dessa forma, as células obtidas a partir do interior do blastocisto não são consideradas totipotentes, mas sim células pluripotentes. Formação das células multipotentes e bipotentes À medida que as células pluripotentes se especializam, passam a constituir tecidos específicos; Com isso, o potencial de diferenciação delas ficam mais restrito; Tornam-se, então, células multipotentes; Subsequentemente, esse potencial torna-se ainda mais limitado, gerando as células oligopotentes; Ao fim, tornam-se células unipotentes. São capazes de se diferenciarem em células de linhagens distintas Podem se diferenciar em algumas células pertencentes a mesma linhagem Pluripotentes Composta pelo conjunto dos 3 folhetos embrionários: • Ectoderma; • Mesoderma; • Endoderma. Pluripotentes (generalizando) ECTODERMA MESODERMA ENDODERMA Folheto mais externo Folheto intermediário Folheto mais interno • Epiderme e anexos (pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas); • Sistema nervoso. • Derme; • Sistema muscular; • Sistema esquelético; • Sistema cardiovascular; • Sistema urogenital. • Revestimento interno do sistema digestório e anexos (glândulas salivares, fígado, pâncreas, etc.); • Sistema respiratório; • Revestimento interno da bexiga. Ectoderma Mesoderma Endoderma Multipotentes Células-tronco hematopoiéticas (presentes na medula óssea): • Geram duas linhagens de células: células linfoides e mieloides; Célula Linfoide Célula-tronco hematopoiética Célula Mieloide Oligopotentes Células linfoides: geram os linfócitos (T, B e Natural Killer); Mieloide: originarão células sanguíneas – eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas; Oligopotentes Célula Linfoide Linfócito T Linfócito B Linfócito NK Basófilo Eosinófilo Neutrófilo Hemácias (eritrócitos) Monócito Mastócito Célula Mieloide Megacarioblasto Unipotentes Monócito (migra para o tecido conjuntivo) Macrófago; Megacarioblasto Megacariócito; Linfócito B Plasmócito. Espermátides Espermatozóides. Monócito Antígeno Monócito Monócito Macrófago Antígeno Macrófago Classificação II: quanto a natureza Quanto a natureza Embrionárias; Adultas. Quanto a natureza Embrionárias: • Encarregados pelo desenvolvimento do embrião, até torna-se feto; • Portanto, refere-se as células totipotentes e pluripotentes. Exemplo 1: Células da epiderme estão submetidas a constate atrito, necessitando de reposição, realizada por células precursoras; Exemplo 3: Células hematopoiéticas presentes na medula óssea são encarregadas de formar novas células sanguíneas. Quanto a natureza Exemplo 2: Algumas células indiferenciadas do SN pode repor células da glia, porém, acredita-se que não são capazes de formar neurônios (potencial limitado). Adultas: • A parte do período fetal; • Ficam internalizadas em alguns tecidos, proporcionando reposição celular quando necessária – são precursoras do organismo já desenvolvido; • Desde células multipotentes à unipotentes; Quanto a natureza Adultas: • Como as células conseguem manter a capacidade de diferenciação após o desenvolvimento completo do indivíduo? Resposta: Graças a divisão celular assimétricas. • O que é divisão celular assimétrica? Resposta: Divisão mitótica, na qual uma das células-filha permanece sempre como célula-tronco e a outra inicia sua especialização, tornando-se terminalmente diferenciada. mitose Diferenciação Por que o “Embrioblasto” é alvo de pesquisas modernas? Por apresentarem pluripotência, podendo formar as estruturas intraembrionárias; Os estudos consistem em mapeamento de proteínas e outros indutores, visando detectar as sequências genéticas ativadas; Isso tem permitido compreender a formação de células especializadas que irão compor tecidos e órgãos específicos; Possibilita não só a regeneração de órgãos e tecidos que sofreram lesão, mas originar tecidos e órgão específicos; Aplicação em terapias, medicina regenerativa e, em teoria, “transplantes médicos”. CURIOSIDADES Por que usar células “pluripotentes” e não “totipotentes”? Basicamente, o que as diferem é o fato das células totipotentes formarem estruturas extraembrionárias, além das intraembrionárias; Essas estruturas extraembrionárias são essenciais para o desenvolvimento do embrião, no entanto, não possuindo utilidades para indivíduos após ao nascimento; Além desse fato, as células totipotentes são encontradas até ao estágio de mórula, possuindo um número mais reduzido (em torno de 32 blastômeros), enquanto que as pluripotetes estão em maior quantidade (mais de 100 células). Diante disso, as células pluripotentes embrionárias são as que de fato interessam. CURIOSIDADES Manipulação de células embrionárias X razões éticas e religiosas Um dos problemas enfrentados no desenvolvimento dos estudos expostos são as questões éticas e religiosas; A remoção de células do embrioblasto causa a morte do embrião, pois não possuirão o suporte, nutrição e proteção ofertadas pelas estruturas extraembrionárias; Para a igreja e outros defensores do direito a vida, a partir do momento que os gametas encontram-se e formam o zigoto, já está em andamento a formação de uma existência; Assim sendo, questionam o ato de impedir o desenvolvimento de embriões, que representam o início de uma vida que poderá crescer saudavelmente, para fins de tratamentos que não oferecem convicção de cura; CURIOSIDADES Formas alternativas de obtenção de células-tronco Como já foi mencionado, mesmo após a constituição completa do indivíduo, algumas células-tronco podem ser encontradas; Possíveis locais: medula óssea, cordão umbilical, epitélio e dentes decíduos; Cientistas desenvolveram formas de selecionar células-tronco adultas e promover a multiplicação destas em placas de cultura; Apesar disso, as células de natureza adulta possuem um menor potencial de diferenciação em relação as embrionárias, não podendo restituir a maioria das estruturas. CURIOSIDADES Por que estão congelando o cordão umbilical? O cordão umbilical também representa uma forma alternativa de cultivo de células- tronco, pois apresenta células mesenquimais, as quais geram, normalmente, o tecido ósseo, adiposo e fibroblastos; Todavia, quando submetidas a meio de cultura contendo fatores estimuladores específicos, podem se diferenciar em células musculares, epiteliais e da glia (SN); Assim, pessoas passaram a armazenar o cordão umbilical em tanques de nitrogênio líquido a 180 graus negativos, para utiliza-lo numa eventual necessidade de reposição; Mas, não apresentaram grande capacidade de expansão, de modo a não compensar o valor mensal que deve ser pago para mantê-lo armazenado (entre R$ 600 e R$800). CURIOSIDADES Dentes decíduos: “a nova moda” Os dentes decíduos apresentam uma quantidade considerável de células-tronco com uma alta capacidade de expansão celular; Células mesenquimais situadas principalmente na coroa do dente, na qual é feita uma “raspagem”; Podem formar tecido ósseo, muscular, cardíaco, epitelial, adiposo, fibroblastos, e, dependo do estimulo, tecido nervoso; Uma das vantagens em relação as alternativas anteriores, são: a maior facilidade de obtenção e armazenamento; e possuir baixa chance de rejeição quando implantada em pessoas distintas. CURIOSIDADES É possível obter células pluripotentes a partir de outras com menor potencial? Acreditava-se que, após a expressão genética ocorrer, não seria possível reativar sequências de genes inativadas, originando células com especialidade distinta; Além disso, determinadas ativações genéticas só aconteceriam em certos períodos do desenvolvimento. Logo, mesmo que a célula apresente o potencial, o indivíduo não dispõe de fatores capazes de induzi-la. É o que se pensava a respeito dos neurônios, por exemplo; Todavia, cientistas encontraram populações de células-tronco adultas capazes de formar células nervosas e da glia; Já em 2006, Shinya Yamanaka lança a teoria da célula-tronco pluripotente induzida. CURIOSIDADES Trabalho desenvolvido por Shinya Yamanaka, um médico que nasceu em 1962, no Japão; Utilizou células adultas da pele de camundongos e as reprogramou geneticamente para o estágio de célula-tronco embrionária pluripotente; Através da inserção de um vírus contendo 4 genes (SOX2, Oct4, KLF4 e c-Myc) que reprogramam o código genético; Em 2012, Shinya Yamanaka ganhou prêmio Nobel de medicina por sua descoberta. CURIOSIDADES Célula-tronco pluripotente induzida (iPSCs) Antes, Biólogos suspeitavam que genes deveriam ser seletivamente perdidos quando uma célula se diferencia; Entretanto, experimentos já comprovaram que os tipos celulares em um organismo multicelular tornam-se diferentes porque sintetizam e acumulam RNA e proteínas distintas; Logo, não há alterações na sequência de nucleotídeos do genoma celular; Portanto, a pesquisa de Yamanaka visou reativa-los. CURIOSIDADES Como explicar o procedimento de iPSCs? CURIOSIDADES Experimento de John Gurdon John Bertrand Gurdon é um biólogo britânico, o qual comprovou, em 1962, o fato das sequências de nucleotídeos do genoma celular serem mantidas, mesmo após a diferenciação celular; Conduziu experimentos com rãs, exposto ao lado: O núcleo de uma célula totalmente diferenciada foi injetado dentro de um óvulo cujo núcleo foi removido; O núcleo doador foi capaz de direcionar o óvulo recipiente a produzir um girino normal; Conclui-se que a célula diferenciada não perdeu sequência de DNA importante. Laureado com Nobel de medicina de 2012, junto com Yamanaka. Outros problemas enfrentados 1º - Não tem como garantir que as células-tronco irão se dirigir ao órgão ou tecido que necessita de regeneração; 2º - Como as células-tronco possuem uma alta capacidade de multiplicação, pode ocorrer uma proliferação descontrolada dessas células, levando a formação de tumor e câncer. CURIOSIDADES Entretanto, os cientistas estão conseguindo obter grandes progressos, solucionando os problemas apresentados e aplicando as células-tronco em diversos tratamentos. A diferenciação celular é fundamental para: promover o desenvolvimento dos organismos multicelulares; a reposição tecidual; a formação dos gametas (também são células diferenciadas); Os estudos desenvolvidos com células-tronco são considerados a esperança para a solução de muitas doenças consideradas incuráveis; Algumas cientistas já têm conseguido utilizar essas células no tratamento de diabetes, leucemia e doença degenerativas (Alzheimer e Parkinson), dentre outras. CONCLUSÃO Links interessantes: • Indução de células tronco embrionárias a partir de fibroblastos de camundongos: http://goo.gl/wRQ7et; • Uso de células tronco para tratar Alzheimer e Parkinson: http://goo.gl/bTaorD; • Tratamento reverte Leucemia incurável: https://youtu.be/UlD4dc1RUCE; • O uso de células tronco induzidas na medicina regenerativa do sistema cardiovascular e nervoso: http://goo.gl/Td89GR. CONCLUSÃO
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