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Direito Processual Penal Prisões processuais

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Prisões Processuais
-Espécies de prisão:
.penal concreta (trânsito em julgado);
.processual (provisória/cautelar).
-Espécies de prisão processual:
-temporária;
-preventiva;
-flagrante;
-sentença condenatória recorrível;
-decisão de pronúncia.
Obs.: lembrar-se do instituto da detração (art. 42,cp). O tempo de prisão provisória é computado nas penas privativas de liberdade e na medida de segurança, mesmo se a prisão foi no estrangeiro, tanto a prisão administrativa e o de internação (hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado).
Prisão Temporária (pt) – L. 7960/89
 Prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial. Só poderá ser decretada pela autoridade judicial.
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);  (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);   (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);  (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.   (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016).
*Rol de crimes hediondos (L. 8072/90):
-Homicídio qualificado; - homicídio praticado em atividade típica de extermínio, ainda que praticado por um só agente; - latrocínio; - extorsão qualificada pelo resultdo morte; - extorsão mediante sequestro, na forma simples e qualificada; - estupro; - estupro de vulnerável; - epidemia com resultado morte; - genocídio; - tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; - terrorismo; e - tortura.
-Duração à pt
O prazo é de 5 dias, prorrogáveis por igual período (em caso de extrema e comprovada necessidade). Não se computa este prazo naquele que deve ser respeitado para a conclusão da instrução criminal.
Aos crimes hediondos, o prazo será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de extrema e compravada necessidade.
-Fundamentos
Há quatro posições a respeito da aplicação da pt:
Para Tourinho Filho e Júlio Mirabete, é cabível a pt em qualquer das três situações do art. 1º, da Lei 7960/89. Os requisitos são alternativos: ou um, ou outro.
Antonio Scarance Fernandes defende que a pt só pode ser decretada se estiverem presentes as três situações. Os requisitos são cumulativos.
Segundo Damásio E. De Jesus, Antonio Magalhães Gomes Filho e Fernando Capez,a pt só pode ser decretada naqueles crimes apontados pela lei. Nestes crimes, desde que concorra qualquer uma das duas primeiras situações, caberá pt.
Para esses autores, a pt somente pode ser decretada nos crimes em que a lei permite a custódia. No entanto, afrontaria o princípio constitucional do estado de incência permitir a prisão provisória de alguém apenas por estar sendo suspeito pela prática de um delito grave. Haveria mea antecipação da execução da pena. Desse modo, deve o agente ser apontado como suspeito ou indiciado por um dos crimes constantes da enumeração legal, e, além disso, deve estar presente pelo menos um dos outros dois requisitos, evidenciadores do “periculum in mora”.
-Procedimento
A pt pode ser decretada em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do MP;
No caso de representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, tem de ouvir o MP;
O juiz tem o prazo de 24h, a partir do recebimento da representação ou requerimento, para decidir fundamentadamente sobre a prisão;
O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, uma das quais deve ser entregue ao indiciado, servindo como nota de culpa;
Efetuada a prisão, a autoridade policial deve advertir o preso do direito constitucional de permanecer calado;
Ao decretar a prisão, o juiz poderá (faculdade) determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações da autoridade poicial ou submetê-lo a exame de corpo de delito;
O prazo de 5 (ou 30) dias poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, se comprovada e extrema necessidade;
Decorrido o prazo legal, o preso deve ser colocado imediatamente em liberdade, a não ser que tenha sido decretada a sua prisão preventiva, pois atraso configura crime de abuso de autoridade;
O preso temporário deve permanecer separado dos demais detentos.
-Sujeito do flagrante
.Sujeito ativo: é a pessoa que efetua a prisão, segundo os ditames do art. 301,cpp. Na primeira hipótese ao art., surge um caso especial de exercício de função pública feito pelo particular, excepcionando a regra de que o Estado somente pode praticar atos da coerção à liberdade, por meio de seus órgãos. O particular não está obrigado a efetuar a prisão (flagrante facultativo).
No segundo caso, está a autoridade policial e seus agentes obrigados a agir (flagrante compulsório).
.Sujeito passivo: é o indivíduo detido em situação de flagrante. Pode ser qualquer pessoa. Não podem ser sujeitos passivos da prisão em flagrante:
Os menores de 18 anos, que são inimputáveis (CF, art. 228; cp, art. 27);
Os diplomatas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções internacionais;
O presidente da República (CF, art. 86, §3º);
O agente que socorre vítima de acidente de trânsito (CTB, art. 301);
Todo aquele que se apresentar à autoridade, após o cometimento do delito, independentemente do folclórico prazo de 24h, uma vez que não existe flagrante por apresentação (STF, RT, 616/400). Obs.: a preventiva pode, desde que presentes os seus requisitos próprios. Ou imposta pelo juiz, outra medida cautelar alternativa à prisão também oide (cpp, art. 282, §6º).
-Sujeitos passivos que só podem ser autuados em flagrante no caso de cometimento de crimes inafiançáveis:
Os membros do Congresso Nacional (CF, art. 53, §2º);
Os deputados estaduais (CF, art, 27, §1º);
Os magistrados, os membros do MP, o advogado, por motivo de exercício da profissão (em crime inafiançável também).
-Crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM): 
Ao sujeito passivo do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança (art. 69, § único, I, L. 9.099/95).
. Lei de drogas (L. 11.343/06) – art. 28 “usuário”: jamais se imporá a pf, ainda que o agente se recuse a assinar o compromisso de comparecer à sede dos Juizados (V. Art. 48, §2º, L. 11.343/06).
. Crimes de trânsito – CTB, art. 291, §1º: aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, no entanto, quando presentes uma das situações do art. 291, §1º, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal, não sendo mais cabível o termo circunstanciado, autorizando-se, inclusive,a pf (CTB, 291, §2º).
-Autoridade competente: em regra, é a autoridade da circunscrição onde foi efetuada a prisão, e não a do local do crime. Não havendo autoridade no local da prisão, o capturado será levado à do lugar mais oróximo (art. 308, cpp). Assim, se, por exemplo, a pf acontecer na cidade X, embora o crime tenha sido cometido na cidade Y (caso em que houve perseguição), a autoridade competente para a lavratura do auto será a do local da prisão (X) – devendo, em seguida, ser remetida a peça para a autoridade de Y, onde transitará o inquérito policial e, posteriormente, a ação penal (R 687/334).
Obs: o fato de o auto ser lavrado em local diverso daquele em que ocorreu a prisão não acarreta qualquer nulidade (RT, 658/292).
-Infração penal prevista no CPM: a autoridade competente para lavrar o auto de pf será o “oficial militar”, presidente do inquerito policial militar, designado para esta função. O militar preso em flagrante será recolhido a quartél da instituição a que pertence (art. 300, § único, cpp).
. Crimes dolosos cometidos contra civil: o flagrante será lavrado pelo delegado de polícia da circunscrição competente (onde foi efetuada a pf).
-Prazo para a lavratura do auto de prisão em flagrante
Em até 24h após a realizalção da prisão, deverá a autoridade policial (art. 306, §§ 1º e 2º, cpp):
Encaminhar ao juiz competente o auto da pf;
Se for o caso, encaminhar cópia integral para a Defensoria Pública;
Entregar a nota de culpa ao preso, de onde se infere seja este o prazo máximo para a conclusão do auto.
-Nota de culpa: é a peça inicial do auto de pf e tem por finalidade informar ao preso o motivo de sua prisão, bem como a identidade do responsávelpor essa prisão. Sua falta caracteriza omissão de ato essencial e provoca a nulidade e o relaxamento da prisão;
Encaminhar o preso para a audiência de custódia para que o juiz decida, de plano, a respeito da legalidade ou necessidade da prisão (V. art. 310, cpp).
  Art. 310.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
        I - relaxar a prisão ilegal; ou           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
        II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
        III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
        Parágrafo único.  Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
-Relaxamento da pf pela própria autoridade policial
A autoridade policial, sendo autoridade administrativa, possui discricionariedade para decidir acerca da lavratura ou não do auto de pf. Sempre considerando que, nessa fase, vigora o princípio “in dubio pro societate”, e que qualquer juízo exculpatório se reveste de arrematada excepcionalidade, o delegado de polícia pode recusar-se a ratificar a voz de prisão emitida anteriormente pelo conduto, deixando de proceder à formalização do flagrante e, com isso, liberando imediatamente o apresentado.
Prisão preventiva (pp)
Prisão processual de natureza cautelar decretada pelo juiz em QUALQUER fase da investigação policial ou do processo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores.
A pp é modalidade de prisão provisória, ao lado da pf e da pt. Tem por objetivo garantir a eficácia do futuro provimento jurisdicional, cuja natural demora pode comprometer sua efetividade, tornando-o inútil. Trata-se de medida excepcional, imposta somente em último caso (CPP, art. 282, §6º). Nesse sentido: “A prisão preventiva, como cediço, na sistemática do Direito Penal Positivo é medida de extrema exceção. Só se justifica em casos excepcionais, onde a segregação preventiva, embora um mal, seja indispensável. Deve, pois, ser eivada/evitada, porque é sempre uma punição antecipada.” (RT 531/301). 
Seus pressupostos são: necessidade, urgência e a insuficiência de qualquer outra medida coercitiva menos drástica, dentre as previstas no art. 319, CPP. 
-Presunção de inocência e prisão cautelar
Súmula 9, STJ: a prisão provisória não ofende o princípio constitucional do estado de inocência (CF, art. 5º, LVII), mesmo porque a própria CF admite a prisão provisória nos casos de flagrante (CF, art 5º, LXI) e crimes inafiançáveis (CF, art 5º, XLIII). Pode, assim, ser prevista e disciplinada pelo legislador infraconstitucional, sem ofensa à presunção de inocência. 
Somente poderá, no entanto, ser decretada quando preenchidos os requisitos da tutela cautelar (“fumus boni iuris” e “periculum in mora”). Art. 312.  “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”. Parágrafo único.  “A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares”.
“periculum in mora”: Garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal;
“fumus boni iuris”: quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
A medida é excepcional e, mesmo justificado o “periculum in mora”, não será imposta, contanto que possível outra medida menos invasiva ao direito de liberdade, dentre as elencadas no rol do art. 319, CPP.
-Pressupostos para a pp: “fumus boni iuris”
São eles: a) prova da existência do crime (prova da materialidade delitiva); b) indícios suficientes de autoria.
É imprescindível a demonstração da viabilidade da acusação. Não se admite a pp quando improvável, à luz do “in dubio pro societate”, a existência do crime ou a autoria imputada ao agente. Nessa fase, não se exige prova plena, sendo suficiente a existência de meros indícios. Basta a probabilidade de o réu ou indiciado ter ido o autor do fato delituoso. Não se pode exigir para a prisão preventiva a mesma certeza que se exige para a condenação. Vigora o princípio da confiança nos juízes próximos das pessoas em causa, dos fatos e das provas, assim como meios de convicção mais seguros que os juízes distantes. O “in dubio pro reo” vale ao juiz que absolver ou condenar. Não, porém, ao decidir se decreta ou não a custódia provisória.’ (RT 554/386/7).
- Pressupostos para a pp: “periculum in mora”
Garantia da ordem pública: a prisão cautelar é decretada com a finalidade de impedir que o agente, solto, continue a delinquir, não se podendo aguardar i término do processo param somente então, retirá-lo do convívio social. Nesse caso, a natural demora da persecução penal põe risco à sociedade.
O clamor popular não autoriza, por si só, a custódia cautelar. Sem “periculum in mora” não há pp. O clamor social nada mais é do que uma alteração emocional coletiva provocada pela repercussão de um crime. Sendo assim, não é uma justifica para a pp.
Conveniência da instrução criminal: visa a impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas, ameaçando testemunhas, apagando vestígios do crime, destruindo documentos etc. Evidente o “periculum in mora”, pois não se chegará à verdade real se o réu permanecer solto até o final do processo. Apesar do termo “conveniência”, devido a natureza excepcional da prisão cautelar, deve-se interpretá-la como NECESSÁRIA e não mera conveniência (art. 282, §6º, CPP,“A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar” ).
Garantia de aplicação da lei penal: no caso de iminente fuga do agente do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena. Se o acusado ou indiciado não tem residência fixa, ocupação lícita, nada, enfim, que o radique no distrito da culpa, há o risco para a eficácia da futura decisão se ele permanecer solto até o final do processo, diante da sua provável evasão.
Garantia da ordem econômica: a lei 8884/94 (Lei Antitruste), em seu art. 86, incluiu no art. 312, CPP, esta hipótese de pp. Trata-se de uma repetição do requisito “garantia da ordem pública”.
Descumprimento de medida cautelar imposta: art. 312, Parágrafo único.  “A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares”. Essa espécie de pp difere da concedida autonomamente porque é aplicada depois de frustradas todas as tentativas de se garantir o processo, mediante meios menos traumáticos.
-Hipótese de cabimento da pp
Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
“I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;”
“II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal”; Também não pode ter ocorrido a prescrição da reincidência (quinquênio depurador).
“III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;”
“Parágrafo único.  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.”
Quando houve dúvida sobre a identidade civil da pessoa; ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la: pouco importa a natureza do crime ou a quantidade da pena. A Lei n. 12.037/09 prevê as situações em que, embora apresentado o documento de identificação, a identificação criminal é autorizadora e deve servir de parâmetro para configuração da presente hipótese: Art. 3º  Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único.  As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Feita a identificação, o sujeito deverá ser colocado em imediatamente em liberdade.
-Momento à decretação da pp
Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal o juiz poderá decretá-la. No curso da ação penal, de ofício ou a requerimento do MP ou de seu assistente, do querelante ou por representação da autoridade policial. Durante a investigação, não cabe decretação “ex officio”, ressalvados os casos de convenção do flagrante em preventiva (CPP, art. 311, c.c o art. 310, III). Cabe tanto em ação penal pública quanto em ação penal privada.
-Recursos contra a decisão que decretar a pp
NÃO cabe recurso, podendo ser impetrado o HC. Obs.: cabe Recurso em Sentido Estrito (RSE/RESE) da decisão que conceder ou negar HC (581, X, CPP) ou que indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (581, V, CPP).
-Modalidades de pp: autônoma; transformada ou convertida; e substitutiva ou subsidiária
a) Prisão preventiva decretada autonomamente, no curso da investigação policial ou do processo penal (311, CPP): essa é a prisão preventiva genuína, que exige tanto a presença de um dos requisitos da tutela cautelar de urgência, previstos no art. 312 e § único, quanto a presença de uma das hipóteses do art. 313, sem o que o pedido se torne juridicamente impossível. O interesse é recolher ao cárcere quem vinha respondendo solto ao processo ou inquérito;
b) Prisão preventiva decorrente da conversão do flagrante (310, II, CPP): trata-se da pp convertida, convolada ou transformada. Nesse caso, a lei só exige dois requisitos: uma das situações de urgência do art. 312 + a insuficiência de outra medida cautelar em substituição à prisão do art. 319. Na preventiva convertida, há um agente pf e o juiz estaria obrigado a soltá-lo, mesmo diante de uma situação de “periculum in mora”, pois o crime imputado não se encontra dentre as hipóteses autorizadoras da pp;
c) Prisão preventiva importa em substituição à medida cautelar, que é a substitutiva ou subsidiária: trata-se daquela prevista no art. 282, § 4º, CPP, a qual será aplicada no caso de descumprimento de qualquer das medidas cautelares contempladas no art. 319 do CPP. Aqui, também, basta a presença dos requisitos constantes do art. 312 do Estatuto Processual e que nenhuma outra medida menos gravosa seja suficiente para assegurar os fins do processo criminal ou da investigação policial.
-Prisão preventiva domiciliar 
Art. 318.  Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:  
I - maior de 80 (oitenta) anos;
 II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;              
IV - gestante;            
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; 
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. 
Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. 
Não se deve confundir prisão domiciliar (pd) com o recolhimento noturno previsto no art. 319, V, CPP. Este último consiste em medida cautelar alternativa diversa da prisão preventiva e pode ser aplicado a qualquer pessoa, mesmo não enquadrada nas hipóteses do art. 318, CPP. A pd é prisão preventiva cumprida no domicílio do agente, ou seja, o juiz verificou que nenhuma das medidas cautelares previstas no 319 do CPP seria suficiente para garantir o juízo e decretou a medida excepcional da prisão preventiva. Entretanto, dadas as características peculiares e excepcionais do sujeito previstas no art. 318, a restrição de liberdade poderá ser cumprida no próprio domicílio do agente. Aqui não se trata de recolhimento somente no período noturno, mas período integral.
No caso das MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO, não cabe detração da pena, ao passo que na pd ela é admissível, já que se trata de pp. Estar solto provisoriamente não é o mesmo que estar preso provisoriamente. 
Porém, há um caso de medida cautelar diversa da prisão que não tem como negar a detração: é a internação provisória, prevista no art. 319, VII, CPP. Não há como estar em liberdade provisória internado em um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. A inserção da internação provisória como medida restritiva que acompanha a liberdade provisória (321, CPP) constituiuma contradição em si mesma.
-Prazo para conclusão do inquérito policial no caso de indiciado preso e para o oferecimento da denúncia
.Conclusão do inquérito policial: 10 dias, se o réu estiver preso; 30 dias, se o réu estiver solto.
.Oferecimento da denúncia: 5 dias, se o réu estiver preso; 15 dias, se o réu estiver solto.
-Termo inicial do prazo na hipótese de conversão do flagrante em preventiva
O prazo de 10 dias para a conclusão do inquérito no caso de o indiciado estiver preso não se conta mais a partir da lavratura do auto de prisão em flagrante, mas da data da sua conversão em preventiva (CPP, art. 310, II).
A pf passou a ser mera detenção cautelar provisória pelo prazo de 24h, até que o juiz decida se o indiciado deva ou não permanecer em cárcere, convertendo a pf em pp. Sendo assim, somente haverá inquérito policial com indiciado preso, após a conversão, de maneira que, a partir daí é que deve iniciar-se a contagem dos 10 dias para a conclusão das investigações, sob pena de relaxamento por excesso de prazo.
-Possibilidade da conversão do flagrante em pp, sem oferecimento de denúncia
Art. 312.  “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”. Ora, se há prova do crime e indícios de autoria, qual a razão para não ser oferecida a denúncia? Como afirmar a existência de tais indícios para a decretação da pp, se eles não são suficientes para lastrear o oferecimento da acusação formal?
Aqui, se está diante de uma autêntica gradação de prova indiciária sob o influxo do princípio “in dubio pro societate”. Os indícios para a conversão do flagrante em preventiva não são tão rigorosos quanto os exigidos para o oferecimento da denúncia, mesmo porque a prisão cautelar decretada no curso das investigações pode ser imposta inclusive para assegurar a sua eficácia e garantir novos acréscimos indiciários e indispensáveis á peça acusatória.
Isso revela que há uma diferente exigência quantitativa de prova indiciária para uma e outra fase. O princípio do “in dubio pro reo” só será aplicado na sentença definitiva de condenação. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, portanto, trata-se da prisão preventiva do indiciado antes do término das investigações e não após o inquérito ter sido encerrado e relatado. A partir daí, preventiva só mesmo quando acompanhada do oferecimento da denúncia. 
-Revogação
O juiz poderá revogar a pp se entender, no decorrer do processo, que falta motivo para que subsista (316, CPP). Da decisão que indeferir ou revogar a pp, cabe RSE.
O juiz deverá se manifestar fundamentadamente sobre sua subsistência. É o caso da pronúncia e da sentença definitiva de mérito. Quer para a sua manutenção, quer para sua revogação, deverá existir uma manifestação expressa do juiz a respeito da pp.
Medidas Cautelares Diversas da Prisão (mc)
-Pressupostos constitucionais: necessidade e adequação
Nos termos do art. 281, I e II, CPP, deverá ser observado o princípio da proporcionalidade para a decretação da pp, sopesado por meio de dois requisitos: necessidade e adequação.
Necessidade: qualquer providência de naureza cautelar precisa estar sempre fundada no “periculum in mora”. Não pode ser imposta exclusivamentecom base na gravidade da acusação. Maior gravidade não pode significar menor exigência de prova. Sem a demonstração de sua necessidade para garantia do processo, a prisão será ilegal.
Adequação: a medida deve ser a mais idônea a produzir seus efeitos garantidores do processo. Se a mesma eficácia puder ser alcançada com menor gravame, o recolhimento à prisão será abusivo. Se o gravame for mais rigoroso do que o necessário, se exceder o que era suficiente para a garantia da persecução penal eficiente, haverá violação do princípio da proporcionalidade. 
-Caráter subsidiário da pp: preponderância das mc
Se houver uma providência cautelar menos gravosa que seja suficiente para atingir os fins garantidores do processo, a prisão será considerada sem justa causa, caracterizando contrangimento ilegal.
A pp tornou-se medida de natureza subsidiária, a ser eaplicada somente em último caso, quando não cabível sua substituição por outra medida prevista no art. 319, CPP.

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