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Resumo Crimes contra a dignidade sexual e crimes contra a familia

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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (ARTS. 213 AO 234-B, DO CÓDIGO PENAL)
Antes da alteração (lei 12015/09) visava proteger a moralidade (pudor/escândalo), hoje se busca proteger a vitima quanto a liberdade e dignidade sexual, sua liberdade de escolha do parceiro e o consentimento na prática do ato sexual.
ESTUPRO (ART. 213, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
1 – Conceito de estupro: sob duas perspectivas:
A) estupro em sentido estrito (ou stricto sensu): consiste na conjunção carnal, na cópula vagínica, ou seja, na introdução total ou parcial do pênis na vagina; - Somente o homem pode ser autor e somente a mulher a vitima. 
b) estupro em sentido amplo (ou lato sensu): abarca tanto a conjunção carnal, como também todos os outros atos libidinosos (ex: coito anal, coito oral, masturbação etc.). – Tanto homem quanto mulher pode ser autor ou vitima.
	ANTES
	DEPOIS
	Art.213: Constranger mulher a ter conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça – ESTUPRO SENTIDO ESTRITO
	213: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso – ESTUPRO SENTIDO AMPLO
	Art.214: Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso. – ATO LIBIDINOSO, EXCETO CONJUNÇÃO CARNAL
	214: Revogado – Principio da continuidade normativa típica. Não deixou de ser típico, apenas foi incluído em outro artigo.
Obs.: O art.214 era entendido como estupro tentado por alguns juízes, e a ideia era acabar com o estupro tentado na alteração, mas não se atentaram que quem praticava conjunção carnal e outro ato libidinoso respondia por dois crimes, e hoje responde por uma apenas – SITUAÇÃO DE PROTEÇÃO INEFICIENTE.
2 – FIGURAS TÍPICAS: são cinco as figuras típicas do delito de estupro:
. Estupro simples (art. 213, caput, do Código Penal). 6 a 10 anos
. Estupro qualificado contra vítima menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (quatorze) anos (art. 213, § 1º, segunda parte, do Código Penal); 8 a 12 anos. – Característica pessoal da vitima
. Estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave (art. 213, § 1º, primeira parte, do Código Penal); 8 a 12 anos.
. Estupro qualificado pelo resultado morte (art. 213, § 2º, do Código Penal); 12 a 30 anos - consequência do ato. Nem sempre será crime único. 
. Estupro de vulnerável (art. 217-A, do Código Penal). 8 a 15 anos – Não precisa de violência ou ameaça, já pressupõe.
3 – SUJEITOS DO CRIME: Antes da lei 12015/09, era classificado como “bi próprio”, pois exigia que fosse a vitima fosse mulher e o homem autor. Hoje é um crime “bi comum”, pois qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo ou passivo. (crime comum)
. A prostituta pode ser vítima do delito de estupro? Hoje pode.
. A esposa/companheira podem ser vítimas de crime de estupro praticado pelo marido/companheiro? Sim. Apesar dos deveres conjugais do Código Civil não pode obrigar mediante violência ou ameaça o parceiro.
4 – CONDUTA E MEIOS DE EXECUÇÃO: 
Conduta: constranger – obrigar, forçar, coagir.
Meios de execução: violência (emprego de força suficiente para impedir a reação) ou grave ameaça (promessa de causar mal grave)
Obs.: a) Caso do ônibus em SP: Não teve ameaça/violência. Foi tipificado apenas por Importunação ofensiva ao pudor (art.61 da LCP)
b) Estupro Virtual: Estupro sem a presença da vitima ( Ex: Parceiro ameaça ex por “nudes” para que ela mande um vídeo se masturbando)
5 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo - vontade consciente do agente de constranger a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
O tipo penal exige finalidade específica? R: Nenhuma finalidade específica é necessária para que se configure o crime de estupro, uma vez que a intenção de realizar ato de libidinagem é inerente ao dolo.
6 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: o delito de estupro consuma-se com o ato de libidinagem, ou seja, quando o agente consegue, após empregar violência ou grave ameaça, que a vítima tenha com ele conjunção carnal, pratique ou permita que com ele se pratique outro ato libidinoso. Tratando-se de crime plurissubsistente, é perfeitamente possível a tentativa, quando, iniciada a execução, o ato sexual visado não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
7 – PLURALIDADE DE DELITOS: STF já pacificou que quando o autor pratica contra a mesma vitima, em um mesmo contexto, forem praticados vários atos é crime único, sendo excedida a pena na dosimetria pela pluralidade – Mesmo momento. Crime continuado, art.71 – anos, meses. Vicente Greco entende que é cumulativo, mas já é pacificado que não. 
8 – QUALIFICADORAS (ART. 213, §§ 1º E 2º, DO CÓDIGO PENAL).
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
Qualificadora preterdolosa (não deseja esse resultado), se da conduta resultar. – NÃO É VULNERÁVEL
§ 2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Não queria o resultado, se ele tiver a intenção é estupro e homicídio (vitima reconhece e ele mata)
9 – AÇÃO PENAL (VER PARTE FINAL DO ROTEIRO).
Publica condicionada a representação
ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ART. 217-A, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
Antes da lei 12.015/09 respondia pelo art.213/2014, hoje se pune pelo art.217-A
2 – CONCEITO DE VULNERÁVEL: Vulnerável por excelência: menor que 14 anos (13 e 11 meses)
Vulnerável por equiparação: Deficiente mental (autista/síndrome); doença mental (até depressão); Não ter discernimento do caráter do ato; reduzida a capacidade de resistência (vulnerabilidade transitória, em razão de ato do autor se torna (embriaga/boa noite cinderela)
3 – SUJEITOS DO CRIME: o crime é comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. Por sua vez, a vítima somente pode ser pessoa menor de 14 (quatorze) anos (art. 217-A, caput, do Código Penal), ou portadora de enfermidade ou deficiência mental, ou incapaz de discernimento para o ato ou que, por qualquer outra causa, não tenha condições de oferecer resistência.
Obs.: Vulnerabilidade x Presunção de violência: 
Antes: A presunção de que houve violência quando houve conjunção carnal com menor de 14 anos era relativa, ou seja, devia se analisado caso a caso (circunstancias)
Depois: Mesmo depois da 12015/09, continuou a discussão, mas o STF sumulou que é absoluta essa presunção, sendo irrelevante consentimento, experiência sexual ou existência de relacionamento amoroso.
4 – CONDUTA E MEIOS DE EXECUÇÃO: 
Conduta: TER conjunção carnal ou [...] com menor de 14 anos.
Meios de execução: Crime de execução livre
5 – ELEMENTO SUBJETIVO: o elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade consciente do agente ter conjunção carnal ou a praticar outro ato libidinoso com a vítima. É indispensável que o agente tenha ciência de que age em face de pessoa vulnerável. Embora não tenha “permitir que com ele se pratique”, a jurisprudência entende que é estupro.
. E se o agente, em razão de erro, desconhecer a vulnerabilidade da vítima? Erro de tipo – fato atipico, ele deve saber. Não pode desconfiar, senão assume o risco.
. O tipo penal exige finalidade específica? Não, a intenção de realizar ato de libidinagem é inerente ao dolo.
6 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
consuma-se com a prática do ato de libidinagem. Tratando-se de crime plurissubsistente, é perfeitamente possível a tentativa, quando, iniciada a execução, o ato sexual visado não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
7 – PLURALIDADES DE DELITOS (VIDE EXPLICAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO)
8 – QUALIFICADORAS (ART. 217-A, §§ 3º E 4º, DO CÓDIGO PENAL) – PRETERDOLOSAS (não há intenção)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
9 – AÇÃO PENAL: Em regra, é publica incondicionada. Mas se tratar de vulnerabilidade transitória (STJ), a ação penal é publica condicionada.
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (ART. 215, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
Protege a dignidade sexual que é ferida mediante fraude (mentira) – Estelionato sexual.
2 – SUJEITOS DO CRIME: o crime é comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. Da mesma forma, qualquer pessoa pode ser vítima do delito de violação sexual mediante fraude, salvo a pessoa menor de 14 (quatorze) anos (nesse caso, o crime será de estupro de vulneravel).
3 – CONDUTA: Conduta: TER 
MEIOS DE EXECUÇÃO: Mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vítima. – Cria uma situação – Tem que ser um meio idôneo que coloque a vitima em erro ou deixe em erro.
. OBS: A fraude utilizada na execução do crime não pode anular a capacidade de resistência da vítima, caso em que estará configurado o delito de estupro de vulnerável (art. 217-A, § 1º, do Código Penal). 
Finalidade? É inerente ao tipo penal
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: o elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade consciente do agente de praticar ato de libidinagem com alguém, mediante o emprego de meio fraudulento ou outro que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. – NÃO PODE EMPREGAR VIOLENCIA OU GRAVE AMEAÇA, SENÃO É ESTUPRO.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a prática do ato de libidinagem Tratando-se de crime plurissubsistente, é perfeitamente possível a tentativa, quando, iniciada a execução, o ato sexual visado não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
6 – AÇÃO PENAL: Em regra publica condicionada a representação art.225 caput. Se cometido contra menor de 18 e maior de 14 anos, é incondicionada.
ASSÉDIO SEXUAL (ART. 216-A, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
 Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
 
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Trata-se o assédio sexual de delito pluriofensivo, na medida em que tutela, de forma precípua, a liberdade sexual do indivíduo e, ainda, a liberdade de exercício do trabalho e o direito de não ser discriminado.
2 – SUJEITOS DO CRIME: o crime é próprio, uma vez que exige do sujeito ativo uma condição especial, qual seja, ser superior hierárquico ou ascendente em relação de emprego, cargo ou função. Da mesma forma, o sujeito passivo também é próprio, exigindo o tipo penal uma condição especial sua qual seja, ser subalterno do autor.
3 – CONDUTA: constranger, ou seja, no ato do agente obrigar, forçar, coagir a vítima, com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência (condição de mando), inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
. Qual a diferença entre superioridade hierárquica e ascendência? Para parte da doutrina não há diferença, mas alguns dizem que superioridade seria sobre a relação de trabalho no setor publico e ascendência na relação de trabalho no setor privado.
A vantagem precisa p/ o empregador? Não, o superior poderá constranger para outra pessoa.
. É possível assédio sexual praticado por professor em face de aluno? A doutrina é dividida, parte diz que é ascendência, influencia sobre o aluno. Outra parte diz que não existe devido a inexistência de relação de trabalho considerado no art.
	
	VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
	ASSEDIO SEXUAL
	CONDUTA
	TER
	CONSTRANGER
	MEIOS DE EXECUÇÃO
	FRAUDE
	FORMA LIVRE
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, consistente na vontade consciente do agente de constranger a vítima, valendo-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, aliado à finalidade especial (elemento subjetivo especial do injusto), de obter vantagem ou favorecimento sexual.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Há duas correntes. Para a primeira corrente (majoritária), o crime se consuma com o constrangimento, ainda que representado por apenas um ato (penalista), independentemente da obtenção da vantagem sexual visada (Mirabete e Capez). Para a segunda corrente, é necessária a prática de reiterados atos constrangedores (trabalhista), compreendendo o assédio sexual como crime habitual (Rodolfo Pamplona Filho). Quanto à tentativa, somente é admissível caso adotada a primeira corrente.
6 – CAUSA DE AUMENTO DE PENA (ART. 216-A, § 2º, DO CÓDIGO PENAL).
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
7 – AÇÃO PENAL: Em regra publica condicionada a representação art.225 caput. Se cometido contra menor de 18 e maior de 14 anos, é incondicionada.
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE (ART. 218-A)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Até 2009 era atípico. E é essencial que a pessoa sinta prazer em realizar o crime.
2 – SUJEITOS DO CRIME: o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo: todas as crianças podem ser vitimas, mas em relação ao adolescente, somente menores de 14 anos.
3 – CONDUTA: ELE CONTEMPLA – NÃO PRATICA
admite duas modalidades de execução:
A) praticar, na presença de alguém menor de 14 (quatorze) anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso; - Pode convidar para presenciar o aproveitar que o menor estava presente – crime material, efetiva pratica.
B) induzir alguém menor de 14 (quatorze) anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. – Fazer nascer na mente a vontade de assistir – dificuldade de prova.
. Para a configuração do tipo penal capitulado no art. 218-A, do Código Penal, exige-se a presença física (in loco) do menor? SIM, devido ao verbo “presenciar”, ou seja, presença física. Porem há doutrinador minoritário que não é necessário. O art.241-D do ECA já pune o virtual.
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, consistente na vontade consciente do agente de praticar, na presença de alguém menor de 14 (quatorze) anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso; ou de induzir alguém menor de 14 (quatorze) anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
- Não dá para estabelecer culpabilidade automática, deve analisar o dolo.
. O tipo penal exige finalidade específica? Exige. Não basta que o agente pratique e sim que ele sinta prazer na presença do menor.
. A idade da vítima deve ser conhecida do agente? Sim, mas depende das circunstancias, se sabia ou assumiu o risco. Se não sabia é atípico.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Depende da modalidade:
a) praticar, na presença de alguém menor de 14 (quatorze) anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, somente se consuma com a efetiva realização do ato sexual. 
b) induzir alguém
menor de 14 (quatorze) anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a consumação se dá com a ação do agente de induzir, independentemente da concretização do ato de libidinagem. 
Admite-se a tentativa em ambas as modalidades.
6- AÇÃO PENAL: Publica incondicionada.
AÇÃO PENAL (ART. 225, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
É o instrumento que o Estado se vale para aplicar o direito de punir.
. Ação penal antes do advento da Lei 12.015/09:
- Regra: ação penal privada exclusiva. (Se a vitima não quisesse, o autor ficava impune)
- Exceções: eram quatro as exceções:
A) procedia-se mediante ação penal pública condicionada à representação se a vítima ou seus pais não pudessem prover as despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família;
B) procedia-se mediante ação penal pública incondicionada se o crime fosse cometido com abuso do poder familiar, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador;
C) procedia-se mediante ação penal pública incondicionada se da violência resultasse lesão corporal de natureza grave ou morte;
D) procedia-se mediante ação penal pública incondicionada quando os delitos de estupro e atentado violento ao pudor fossem praticados mediante o emprego de violência real (Súmula 608, do STF). Efetvo emprego de força física.
. Ação penal após do advento da Lei 12.015/09:
- Regra: ação penal pública condicionada à representação (art. 225, caput, do Código Penal).
Obs.: Não existe possibilidade de processar crime de dignidade sexual por ação privada exclusiva. Permanece apenas a privada subsidiaria da publica.
- Exceções: são duas as exceções expressamente previstas pelo Código Penal:
A) procede-se mediante ação penal pública incondicionada se a vítima for menor de 18 (dezoito) anos;
B) procede-se mediante ação penal pública incondicionada se a vítima vulnerável (menor de quatorze anos; ou portadora de enfermidade ou doença mental ou incapaz de discernimento para a prática do ato; ou que, por outra causa, não tenha condições de oferecer resistência).
A incapacidade para oferecer resistência à prática dos atos libidinosos deve ser permanente? R: STJ, HC 276. 510/RJ. O STJ definiu que se a vitima tiver vulnerabilidade permanente é incondicionada, mas se for transitória é condicionada a representação.
Com o advento da Lei 12.015/09, qual a ação penal nos casos em que da violência resulta na vítima lesão corporal de natureza grave ou morte? Doutrina dividida: 1º: Luís Flavio Gomes fala que a interpretação isolada do artigo é condicionada à representação. 2º: Bittencourt, Sanches, dizem que aplicaria o art.101 CP do crime complexo, consequentemente seria publica incondicionada, pois todo os crimes previstos com lesão ou resultado morte tem ação penal publica incondicionada. Teve uma ADI para legalizar isso e são fundamentos dela:
a)Violação do principio da dignidade humana, pois estabelece que uma proteção ineficiente (insuficiente)
b)Violação do principio da proporcionalidade, se resultar lesão não é proporcional ter a mesma ação penal que um sem lesão.
c)Extinção massiva de processos: Se considerada constitucional, deverá pedir representação da vitima ou familiares em 6 meses, se não comparecerem/localizar o processo extinguira. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (ARTS. 226 E 234-A, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 226. A pena é aumentada: 
	
O art. 226, do Código Penal prevê duas causas de aumento de pena (majorantes). São elas:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
. Razão do aumento: maior temor causado à vítima e maior periculosidade (apesar do risco de ser revelado, faz mesmo assim) revelada pelos agentes.
. Para que a causa de aumento sob comento seja aplicada, é indispensável a efetiva execução do crime por todos os agentes? Doutrina e Jurisprudência dividida: 1) Nelson Hungria diz que indispensável os dois terem a conjunção carnal devido a letra do artigo. 2) Heleno Fragoso diz que um pode executar o outro não, porem ambos responderão, pois o outro garante o existo do primeiro.
	
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela;
. Razão do aumento: maior reprovação moral da conduta, uma vez que o agente abusa das relações familiares, de intimidade ou de confiança que mantém com a vítima.
. Haverá bis in idem entre a majorante em análise e as circunstâncias agravantes genéricas previstas no art. 61, II, “e”, “f” e “g”, do Código Penal? Sim, não devendo ser reconhecida a agravante, pois já foi aplicada a causa de aumento.
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:
III - de metade, se do crime resultar gravidez; 
Razão do aumento: A nefasta consequência do crime para a vitima e os familiares. Alem de sofrer com o abuso, sofre com a gravidez
Obs.: Tratando-se de gravidez de consequência, não precisa ser alcançada pelo dolo do agente: Haverá incidência da marjorante, mesmo que o agente não quisesse, assumiu o risco. – Consequência agravadora, decorre do crime.
Obs.2: Caso a mulher seja sujeito ativo do crime de estupro, tendo o homem como vitima, haverá o aumento de pena caso ela engravidar? Doutrina tradicional diz que não, pois o CP não pune a auto lesão. Doutrina mais nova diz que sim, pois é uma consequência para o homem tornar pai sem desejar.
Obs.3: A autora do estupro, engravidando pode abortar legalmente (art.128,II)? Não pode, pois não pode se beneficiar da própria torpeza
Obs.4: O uso de preservativo exclui o crime? Tem causa de aumento mesmo se ela engravidar, pois não pode beneficiar o réu da sua torpeza.
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador
Razão do aumento: maior reprovabilidade da conduta em razão das consequências para a vitima.
Obs.1: Uso do preservativo: Ainda que utilize, pois sabia ou deveria saber, se contrai a doença tem que aumentar a pena.
Obs.: Em caso de concurso de causas de aumento de pena? O juiz poderá aumentar todas as causas ou aumentar somente a maior.
SEGREDO DE JUSTIÇA (ART. 234-B, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. 
. Segredo de justiça ou sigilo de justiça? Tecnicamente é sigilo, o segredo é o que protege o sigilo.
. Princípio da Publicidade (arts. 5º, LX, e 93, IX, ambos da Constituição da República) X Intimidade (art. 5º, X, da Constituição da República; e art. 201, § 6º, do Código de Processo Penal). Todos os julgamentos são públicos, mas pode restringir para proteger a intimidade das partes. Pode decorrer por lei ou definição do juiz justificada. O juiz não precisa decretar o segredo de justiça, a lei estabelece.
	
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA (ARTS. 235 AO 249, DO CÓDIGO PENAL)
Vies tradicional do casamento monogâmico
BIGAMIA (ART. 235, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
BIGAMIA X ADULTERIO
A bigamia é crime. Contrair casamento sendo casado
O adultério não é mais crime, é irrelevante para o direito penal.
Poligamia? Bigamia em concurso de crimes, concurso material ou crime continuado se for em menor temp
2 – SUJEITOS DO CRIME: o caput do art. 235, do Código Penal, tem como sujeito
ativo somente a pessoa casada, tratando-se, pois, de crime próprio. Por sua vez, no que tange ao § 1º, do art. 235, do Código Penal, tem como sujeito ativo o não casado (solteiro, viúvo ou divorciado), tratando-se, assim, de crime comum.
. Aquele que vive em união estável pode ser sujeito ativo do tipo penal previsto no art. 235, caput, do Código Penal? E o separado judicialmente? Não, pois ele não é casado. O que está em união estável poderá praticar o crime previsto no paragrafo primeiro. O Separado judicialmente não pode se casar novamente pois o vinculo não foi rompido, diferente do divorciado.
. As testemunhas do casamento que, mesmo sabendo que um dos nubentes é casado, atestam a inexistência de impedimento, podem ser partícipes do crime? Doutrina diverge, mas majoritariamente, não. Responde por falsidade ideológica: prestar informação falsa, porem nem o autor responde por isso.
Sujeito passivo: Estado e o cônjuge do primeiro casamento e o do subsequente, desde que esteja de boa-fé.
Objeto: Família; casamento monogâmico; registro publico (fraude contra o juízo publico, pois fala que é solteiro atenta contra a fé publica e a família.)	
3 – CONDUTA: consiste a conduta em contrair, ou seja, no ato do agente assumir, sendo casado, novo casamento.
. OBS: A lei não exige que o casamento anterior seja válido, desde que vigente.
. O eventual crime de falsidade praticado no processo de habilitação para o casamento é absorvido pelo delito de bigamia? Para a doutrina e a jurisprudência sim, crime meio absorvido pelo fim. Para ser absorvida a pena do crime meio tem que ser menor que o crime fim.
. Ação de anulação? Só valerá quando der uma sentença anulando o casamento, se casar e ser acusado de bigamia, o processo penal será suspenso até a vara cível decidir, podendo ser arquivado ou prosseguir.
.Casamento religioso? Não existe bigamia. A não ser que o casamento religioso seja feito com efeitos civis.
.Desistência voluntaria? Se desistir responde pelos crimes já praticados, ou seja, falsidade ideológica.
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, consistente na vontade consciente de contrair novo matrimônio sendo ainda vigente o casamento anterior.
. OBS: Enquanto o caput do art. 235, do Código Penal, admite tanto o dolo direto (tem certeza) como o eventual (desconfia e assume o risco), a figura típica prevista no § 1º, do mesmo dispositivo, somente admite o dolo direto.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: o delito de bigamia se consuma no momento em que é manifestada a vontade de ambos os nubentes no segundo casamento (dizer “SIM”), momento em que esse, portanto, é declarado perfeito. A tentativa é possível para a doutrina majoritária, antes da realização, de dizer sim. Para a doutrina minoritária essa parte é considerada preparatoria
6 – AÇÃO PENAL: Publica incondicionada
7 – PRESCRIÇÃO: Corre do dia que o fato tornou conhecido
Exclusão do crime: I – Se for anulado o primeiro casamento por qualquer motivo
II – Anulado o outro casamento por outro motivo que não a bigamia.
INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO (ART. 236, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Busca proteger a família- Norma penal em branco 
2 – SUJEITOS DO CRIME: a) Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum
Sujeito passivo: o Estado, uma vez que o bem jurídico tutelado é o casamento monogâmico (ordem jurídica matrimonial) e, consequentemente, a organização da família, considerada a base da sociedade. Secundariamente, poderá ser sujeito passivo o cônjuge enganado, desde que esteja de boa-fé. (Pode existir crime bilateral, os dois de má fé)
	
3 – CONDUTA: o delito prevê duas condutas puníveis:
A) induzir outrem a erro essencial;
. Hipóteses de erro essencial: art. 1557, do Código Civil.
- Relacionado a boa fama, identidade, honra. Ex: garota de programa,
- Ignorância de crime anterior ao casamento, que torne insuportável a convivência. Ex: Condenado por trafico
- Defeito físico irremediável: Ex: Impotência – Coeundi (não pode praticar) – A generandi (não pode ter filhos) não pode anular.
B) ocultar impedimento de outrem (desde que não seja casamento anterior).
. Hipóteses de impedimento: art. 1521, do Código Civil.
- Ascendentes com descendentes – Natural ou civil (adoção)
- Afins em linha reta. Ex: genro com sogra
- Irmãos 
- Sogro com nora de filho adotivo x adotado com a mulher do pai
- O adotado com o filho do pai adotante
-Cônjuge sobrevivente com quem matou o marido
E se a ocultação se der por omissão? Não oculta nada, só não conta. Não há crime, pois o agente deve agir de forma comissiva, faz de tudo para ocultar.
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, consistente na vontade consciente do agente de contrair matrimônio, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento se consuma com o casamento, não sendo suficiente o induzimento a erro ou a ocultação de impedimento. Em razão do quanto preceituado pelo parágrafo único, do art. 236, do Código Penal, a tentativa é juridicamente impossível.
6 – AÇÃO PENAL: Privada personalíssima
7 – PRESCRIÇÃO: Doutrina majoritária diz que só começa a correr da data do transito em julgado em sentença de anulação do casamento. Se contar da consumação suspende o prazo quando pleiteada a ação.
ABANDONO MATERIAL (ART. 244, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Ao tipificar o delito de abandono material, o Código Penal visa tutelar a regular manutenção da família, buscando-se a garantia de subsistência de seus membros. Alimentos são indispensáveis para a vida digna, não apenas para subsistência (continuar vivendo) – Crime contra a assistência familiar, degradação dos laços familiares.
2 – SUJEITOS DO CRIME: o crime é próprio, uma vez que exige do sujeito ativo uma condição especial, qual seja, ter o dever legal de garantir a subsistência da vítima (cônjuge, ascendentes e descendentes). Da mesma forma, o sujeito passivo também é próprio, uma vez que somente pode figurar como vítima do delito aquele que pode exigir amparo por parte do agente (cônjuge; ou filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho (não tem aptidão para nada); ou ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos; ou, ainda, ascendente ou descendente gravemente ferido).
. E no caso de “coobrigação”? Haverá crime para todos, se um não cumpre, responde pelo crime da mesma forma. Se só um cumprir pode entrar com ação de regresso.
	
3 – CONDUTA: o caput do art. 244, do Código Penal, prevê três formas de praticar o crime:
A) deixar, sem justa causa (justificativa analisada pelo juiz), de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários (abandono material
em sentido estrito); - Não é necessária ação de alimentos.
B) faltar ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; Necessaria ação de alimentos deixa de pagar o acordado em sentença.
C) deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo. – Omissão de socorro especial – Ex: filho enfermo no hospital e o pai não paga o hospital – Se o filho morrer responde por homicídio e abandono material.
. Elemento normativo do tipo: “justa causa”. – Analisado pelo magistrado
Por sua vez, o parágrafo único do art. 244, do Código Penal prevê uma forma de praticar o crime por equiparação, qual seja, a conduta daquele que, sendo solvente, frustrar ou ilidir, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
	
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, possui o recurso, mas não quer fazer
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: a consumação no crime de abandono material depende do tipo de comportamento praticado pelo agente:
A) na hipótese do abandono material em sentido estrito, o delito se consuma no momento em que o agente deixa de prover a subsistência da vítima, podendo fazê-lo (crime permanente);
B) se o crime consistir no não pagamento de pensão alimentícia acordada, fixada ou majorada judicialmente, consuma-se com a recusa;
. OBS: Idêntico raciocínio se aplica ao parágrafo único, do art. 244, do Código Penal.
C) a omissão de socorro consuma-se com a mera inação, geradora de perigo. 
Em regra, não cabe tentativa. – Julierme entende que sim, tenta se omitir, mas outra pessoa acolhe.
6 – AÇÃO PENAL: Publica incondicionada.
ABANDONO INTELECTUAL (ART. 246, DO CÓDIGO PENAL)
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Ao tipificar o delito de abandono intelectual, o Código Penal busca acautelar a organização da família, especificamente no que diz respeito à formação do filho em idade escolar.
. Fundamentos constitucional e legal: art. 205, da Constituição da República; art. 1.634, inciso I, do Código Civil; e art. 6º, da Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Estatuto da Criança e do adolescente no art.22 fala sobre pais e responsáveis, mas aos responsáveis não é crime, pois não pode fazer equiparação.
2 – SUJEITOS DO CRIME: referindo-se o tipo penal a filho em idade escolar como potencial vítima, conclui-se que somente podem figurar como sujeitos ativos os pais, tratando-se, pois, de crime próprio. Da mesma forma, o sujeito passivo também é próprio, exigindo o tipo penal uma condição especial sua, qual seja, ser filho do sujeito ativo, em idade escolar (até 14 anos).
. O que se entende por “instrução primária”? Doutrina diverge sobre o inicio dessa instrução, mas todos concordam que encerra aos 14 anos.
3 – CONDUTA: deixar, sem justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade escolar. Pratica o crime o pai e/ou mãe que, convivendo ou não com o filho, deixar de providenciar, sem justa causa, seu ingresso no ensino fundamental.
. Elemento normativo do tipo: “justa causa”.
. Posição doutrinária do Professor Damásio E. de Jesus: Maioria da doutrina não entende como justa causa, mas ele diz que se o pai resolver prover ele mesmo a instrução em casa, não haveria crime.
	
4 – ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: o crime de abandono intelectual se consuma com a omissão, ficando o menor, em idade escolar, sem a devida instrução, por tempo juridicamente relevante*. Por se tratar de crime omissivo próprio, a tentativa é juridicamente impossível.
 Para maior parte da doutrina tem que ficar sem instrução por tempo relevante, para Rogério Greco, o delito se consuma com o esgotamento do prazo para a realização da matrícula daquele que necessita do ensino fundamental, desde que não haja justa causa para tanto.
6 – AÇÃO PENAL: Publica incondicionada.

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