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Radioatividade
 e
Energia Nuclear
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O que é Radioatividade ?
 É o fenômeno em que um núcleo instável emite espontaneamente entidades (partículas, ondas), transformando-se em outro núcleo mais estável. 
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Radioatividade
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Breve Histórico
 Em 1895, Wilhem Röntgen descobriu os raios X, que eram úteis, mas misteriosos.
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Breve Histórico
 A descoberta da radioatividade ocorreu, casualmente, por Henri Becquerel, em 1896, ao estudar as impressões feitas em papel fotográfico por sais de urânio(sulfato duplo de potássio e uranila   K2(UO2)(SO4)2), quando eram expostos à luz solar.
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Breve Histórico
 Os estudos do casal Pierre e Marie Curie, 1898, após a descoberta de Becquerel, levaram à descoberta do polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio) e do rádio, (900 vezes mais radioativo que o urânio). 
 O nome Radioatividade não era usado naquela época, este 
nome veio porque essas radiações afetavam as emissões de Rádio, 
atrapalhando o seu funcionamento. 
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 Breve Histórico
 Entre 1898 e 1900, Ernst Rutherford e Paul Villard demonstraram que os elementos radioativos naturais emitem três tipos de radiações:α, β e γ . No começo do século XX, Rutherford criou uma aparelhagem para estudar estas radiações. 
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Breve Histórico
As radiações eram emitidas pelo material radioativo, contido no interior de um bloco de chumbo e submetidas a um campo magnético. Sua trajetória era desviada 
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Tipos de Radiação
 
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A Radiação Alfa
1-Emissões alfa (2α4) : partículas com carga elétrica positiva, constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons.
Velocidade média : 20000 km/s Poder de penetração : pequeno, são detidas por pele, folha de papel ou 7 cm de ar.
Poder ionizante ao ar : elevado, por onde passam capturam elétrons, transformando-se em átomos de Hélio.
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1ª Lei da Radioatividade (Lei de Soddy) 
: "Quando um átomo de um elemento radioativo emite uma 
partícula alfa (α) , seu número atômico diminui de duas unidades e seu número de massa diminui de quatro unidades." 
Z X A = 2 α4 + Z - 2 Y A -4 
 Ex: 92 U 235 = 2 α4 + 90 Th 231
 94PU239= 2 α4 + 92 U 235 
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A Radiação Beta
 2-Emissões beta ( -1 β 0 ) : partículas com carga elétrica negativa e massa desprezível.
Velocidade média: 95% da velocidade da luz. Poder de penetração : 50 a 100 vezes mais penetrantes que as partículas alfa. São detidas por 1 cm de alumínio (Al) ou 2 mm de chumbo.
 Danos os organismos : maiores do que as emissões alfa, podem penetrar até 2 cm do corpo humano e causar danos sérios.
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A Radiação Beta
 
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Nesta emissão um nêutron presente no núcleo se decompõe e dá origem, a um próton, a um elétron e uma subpartícula atômica(antineutrino).O próton permanece no núcleo;o elétron e o antineutrino( com carga zero e massa quase
zero) são emitidos.
nêutron = próton + elétron (beta) + neutrino Ou: 
 0 n 1 = 1 p 1 + -1 β 0 + neutrino
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2ª Lei da Radioatividade (Lei de Soddy-Fajans-Russel) :
"Quando um núcleo (átomo de um elemento radioativo) emite uma partícula beta (β) , seu número atômico aumenta de uma unidade e seu número de massa não se altera." 
Z X A = -1β 0 + Z + 1 Y A 
 
Ex: 83 Bi 210 = -1 β 0 + 84 Po 210
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  3-Emissões gama(0γ 0) : são ondas eletromagnéticas, da mesma natureza da luz, semelhantes ao raio X. Sem carga elétrica nem massa.
Velocidade: igual à da luz= 300 000 km/s.
Poder de penetração: alto, são mais penetrantes que raios X são detidas por 5 cm de chumbo (Pb)
Danos à saúde: máximo, pois podem atravessar o corpo humano, causando danos irreparáveis.
radiação eletromagnética
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Radiações : resumo
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Partículas usadas nas reações nucleares: 
 
 Alfa = 2 α 4 
  Beta = -1 β 0     
 Gama = 0γ0 
Próton = 1P1      
Deutério = 1D 2
Nêutron =0 N 1      
Pósitron = +1 β 0
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 Transmutação
Quando um elemento químico emite espontaneamente uma radiação e se transforma em outro elemento, dizemos que aconteceu uma transmutação natural
Bombardeamento de núcleos com partículas , são chamados de transmutações artificiais.
7N14 + 2 α4 8 O 17 + 1P1
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Exercícios
O elemento netúnio 93 Np 237 , após a emissão de sete partículas alfa e quatro partículas beta, transforma-se em bismuto. Equacione a reação nuclear mencionada.
93 Np 237 7 2 α4 + 4 -1 β 0 + z Bi A
 
237= 7.4 + 4.0 +A 237= 28 + A A= 209
93= 7.2 + 4.-1 + Z 93= 14 – 4 + Z Z= 83
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Complete as reações nucleares a seguir:
1H3 2He3 + .... 
7N15 + 1 p1 6C12 + ….
19K39 + 0N1 17Cl 36 + ……..
7N14 + 2 α4 8O17 + …..
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Resolução
A)1-1H3 2He3 + -1 β 0 
b)7N15 + 1 p1 6 C 12 + …. 2 α4 
c) 19K39 + 0N1 17Cl 36 + …….. 2 α4 
d) 7N14 + 2 α4 8O17 + ….. 1p1
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Outros Conceitos
 A reação nuclear é denominada decomposição radioativa ou decaimento. 
 
 As entidades emitidas pelo núcleo são denominadas de radiações. 
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Características
O fenômeno da radioatividade é exclusivamente nuclear. 
Ele não é afetado por nenhum fator, físico ou químico.
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Medindo a Radioatividade
Contador de Geiger-Müller
A radiação entra no tubo e produz ionização das moléculas gasosas, gerando uma corrente elétrica, cuja intensidade é registrada.
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Efeitos das Radiações:
Efeitos elétricos: o ar atmosférico e gases são ionizados pelas radiações, tornando-se condutores de eletricidade. O aparelho usado para detectar a presença de radiação e medir sua intensidade,é chamado contador Geiger.
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A Radioatividade do Cotidiano
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-Efeitos luminosos : as radiações provocam fluorescência em certas substâncias, como o sulfeto de zinco - esta propriedade é utilizada na fabricação de ponteiros luminosos de relógios e objetos de decoração 
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-Efeitos biológicos : as radiações podem ser utilizadas com fins benéficos, no tratamento de algumas espécies de câncer, em dosagens apropriadas. Mas em quantidades elevadas, são nocivas aos tecidos vivos, causam grande perda das defesas naturais, queimaduras e hemorragias. Também afetam o DNA, provocando mutações genéticas 
RADIOTERAPIA :
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-Efeitos químicos : radioisótopos têm sido usados para estabelecer mecanismos de reações nos organismos vivos, como o C14. Radioisótopos sensibilizam filmes fotográficos.
COLETA DE CARVÃO PARA DATAÇÃO DE CARBONO 14 
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Usos das reações nucleares: 
-Produção de energia elétrica: os reatores nucleares produzem energia elétrica, para a humanidade, que cada vez depende mais dela.
 Baterias nucleares são também utilizadas para propulsão de navios e submarinos 
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-Aplicações na indústria : em radiografias de tubos, lajes, etc para detectar trincas, falhas ou corrosões.
- No controle de produção; no controle do desgaste de materiais; -na determinação de vazamentos em canalizações, oleodutos,...; -na conservação de alimentos; na esterilização de seringas descartáveis; etc. 
ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAL CIRÚRGICO
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Aplicações na Medicina : no diagnóstico das doenças, com traçadores 
 tireóide( I 131),
 tumores cerebrais( Hg197 ),
 câncer ( Co60 e Cs137 ) , etc 
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FAMÍLIAS RADIOATIVAS
 Os elementos com número atômico igual ou superior a 84 são radioativos, assim como o Tc(Z=43) e o Pm(Z=61).
Os elementos de número atômico superior ao do urânio são todos artificiais (assim como o Tc e o Pm). 
     Na natureza existem elementos radioativos que realizam transmutações ou "desintegrações" sucessivas, até que o núcleo atinja uma configuração estável.
 Isso significa que, após um decaimento radioativo, o
núcleo não possui, ainda, uma organização interna estável e, assim, ele executa outra transmutação para melhorá-la e, ainda não conseguindo, prossegue, até atingir a configuração de equilíbrio 
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A Radioatividade do Cotidiano
Energia solar: 
11 mrem por ano 
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Meia vida (P):
  É o período de tempo necessário para que a metade dos átomos presentes num elemento se desintegre. O tempo de meia vida é uma característica de cada isótopo radioativo e não depende da quantidade inicial do isótopo nem de fatores como pressão e temperatura
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Meia-vida
Tempo necessário para que a atividade radioativa de uma amostra seja reduzida à metade da atividade inicial. 
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Meia-vida
Tempo necessário para que a atividade radioativa de uma amostra seja reduzida à metade da atividade inicial. 
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TRANSMUTAÇÃO NUCLEAR
FISSÃO NUCLEAR:é a divisão de um núcleo atômico pesado e instável através do seu bombardeamento com nêutrons - obtendo dois núcleos menores, nêutrons e a liberação de uma quantidade enorme de energia.
92U235  +  0n1  56Ba142 + 36Kr91 + 3 0n1 + 4,6 . 109 kcal 
Os nêutrons liberados na reação, irão provocar a fissão de novos núcleos, liberando outros nêutrons, ocorrendo então uma reação em cadeia: 
 Essa reação é responsável pelo funcionamento de reatores nucleares e 
desintegração da bomba atômica. 
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Fissão Nuclear
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Fissão Nuclear: a Reação em Cadeia
                                                                          
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Fissão Nuclear
n + 235U 141Ba + 92Kr + 3(4) n + ~200 MeV
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Energia Liberada
A fissão completa de 1kg de 235U libera aproximadamente 8 x 1013 joules, suficiente para ferver 270 milhões de litros de água.
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O Lado Bom
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Controle da Fissão nos Reatores
A reação acontece dentro de varetas que compõem o elemento combustível. Dentro dele há também barras de controle - feitas de material que absorve nêutrons, controlando o processo. Quando as barras "entram totalmente" no elemento combustível, o reator pára; quando saem, ele é ativado. 
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A Usina de Angra I
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O Lado Ruim
Em Chernobyl, em 1986, reator explodiu durante operação de manutenção dos equipamentos da usina.
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O Lado Ruim
Bomba A- 1945
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(Condições de temperatura e pressão: 106 ºC  ,  104 atm)
 
 
 
 Fusão nuclear: 
  Fusão nuclear é a junção de dois ou mais núcleos atômicos produzindo um único núcleo maior, com liberação de grande quantidade de energia. Nas estrelas como o Sol, ocorre a contínua irradiação de energia (luz, calor, ultravioleta, etc.)proveniente da reação de fusão nuclear:
   4 1H1   =  2He4   +   outras partículas   +   energia 
 
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Fusão Nuclear: 
É a junção de dois ou mais núcleos atômicos produzindo um único núcleo maior, com liberação de grande quantidade de energia. Nas estrelas como o Sol, ocorre a contínua irradiação de energia (luz, calor, ultravioleta, etc.)proveniente da reação de fusão nuclear:
 
   4 1H1   =  2He4   +   outras partículas   +   energia 
(Condições de temperatura e pressão: 106 ºC  ,  104 atm)‏
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Fusão Nuclear
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Fusão Nuclear
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Energia Liberada
A fusão completa de 1 kg de deutério na reação 
2H + 2H 3H + n 
libera aproximadamente 1014 joules. 
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O Lado Bom
O Sol é um grande reator de fusão nuclear
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O Lado Ruim
Bomba H - 1952
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Irradiação e Contaminação
Irradiação é a exposição de um objeto ou um corpo à radiação, o que pode ocorrer à distância, sem necessidade de contato. 
Irradiar não significa contaminar. 
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Irradiação e Contaminação
Contaminação, radioativa ou não, caracteriza-se pela presença indesejável de um material em local onde não deveria estar.
No caso de materiais radioativos, a contaminação gera irradiações. Para descontaminar um local, retira-se o material contaminante. 
IRRADIAÇÃO NÃO CONTAMINA, MAS CONTAMINAÇÃO IRRADIA.
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Por que a radiação provoca danos biológicos?
Quando exposta à radiação a molécula de água, presente no líquido puro ou fazendo parte dos tecidos vivos, absorve energia e forma radicais livres. 
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Aplicações da Radioatividade
Alimentos 
Irradiados
 
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Aplicações da Radioatividade
Radioterapia
 
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Aplicações da Radioatividade
 
 
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Um Grande Problema
 
 
O LIXO ATÔMICO
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Em todos os países, falta um lugar seguro para manter longe do homem os resíduos das usinas nucleares. 
Dependendo da substância, pode continuar radioativo durante milhões de anos.
Angra I- 15 toneladas de lixo radioativo
EUA 20000 toneladas
Mesmo se fosse possível aposentar por um passe de mágica os 431 reatores comerciais ligados no mundo, seus resíduos não se evaporariam. 
E há 123 outras usinas em construção e 37 em fase de projeto. 
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Nos reatores movidos a urânio, um átomo desse elemento é bombardeado por nêutrons. 
Seu núcleo então se divide, liberando enorme quantidade de energia, raios gama e mais dois ou três nêutrons que irão bombardear outro átomo e assim por diante. 
Dessa reação em cadeia brotam novas substâncias radioativas, como o plutônio, que serve para fazer bombas ou para alimentar outros tipos de reatores, e não existe na natureza.
 O processo gera ao todo mais de 1 000 substâncias altamente radioativas. O que não é reaproveitado no próprio reator ou para outras finalidades é o lixo atômico.
A piscina em Angra I foi projetada para acolher resíduos formados em oito anos de operação.
 Mas, na realidade, as 15 toneladas ali depositadas equivalem a um ano de funcionamento da usina brasileira, inaugurada em 1982. 
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Na França, por exemplo, 20 mil metros cúbicos de lixo radioativo estão aprisionados nos armazéns de concreto da instalação nuclear de La Hague, no noroeste do país, aguardando destino definitivo. 
Com planos de enterrar o material de grande radioatividade, os pesquisadores franceses investigam quatro tipos de sepulturas: 
solos de xisto, 
de sal, 
de granito e de argila.
Enquanto isso, as centrais nucleares francesas, responsáveis por 70% da eletricidade gerada no país, lançam cerca de 40 metros cúbicos por ano de material radioativo, ou de radiação ionizante, como dizem os cientistas.
 "O Brasil não está numa situação melhor, porque aqui nem se decidiu onde depositar os rejeitos de baixa atividade“.
De fato, 98% do lixo radioativo brasileiro compõe-se de rejeitos que precisam ficar isolados do contato humano durante dois ou três séculos apenas.
 Isso por causa do fenômeno que os físicos chamam meia-vida: o tempo necessário para que a radioatividade de uma substância caia pela metade. 
O césio- 137, por exemplo, material usado em equipamentos de radioterapia e que contaminou uma série de pessoas em Goiânia, em 1987, tem uma meia vida de trinta anos. 
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Ou seja, passado esse período, restará metade da radiação inicial: depois de mais trinta anos, um quarto; após outros trinta, um oitavo; e assim por diante.
Além de provir de aparelhos desativados, que mexeram com material nuclear, e da água usada para controlar a temperatura nos reatoresque tende a ficar contaminada por partículas radioativas, o lixo de baixa e média atividade é também engordado por materiais comuns, como luvas e aventais, usados na manipulação de substâncias radioativas.
Segundo o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), do governo federal, cerca de 10 000 brasileiros lidam diariamente com elementos radioativos. 
"Basta que uma gota dessas substâncias respingue na roupa e o tecido passa a ser pequena fonte de radiação", informa a física chinesa, naturalizada brasileira, Cecil Chow Robilotta, da USP.
 "Os novos exames clínicos usam substâncias que emitem radiação durante um curto período, como o tecnécio-99m, cuja meia-vida é de seis horas apenas", 
Ali, cestos de lixo revestidos de chumbo e tambores de resfriamento
guardam material contaminado aventais, seringas, pinças, chumaços de algodão etc....
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Quando a meia-vida é maior, porém, os rejeitos tanto de hospitais como de indústrias seguem para armazéns especiais. No Estado de São Paulo, o depósito fica na Cidade Universitária, na zona oeste da capital, no lugar onde funciona o IPEN. Ali se acumulavam, até o último mês de julho, 104,9 toneladas de lixo, distribuído em 615 tambores. Antes de ser armazenado, esse volume passou por um ritual, praticamente idêntico nos centros de tratamento de rejeitos radioativos do mundo inteiro. "O primeiro passo se assemelha a uma triagem, para extrair os resíduos, ou seja, a parte do lixo que ainda pode ser aproveitada", descreve o físico nuclear Achilles Suarez, responsável pela equipe que pesquisa rejeitos radioativos no IPEN. 
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"As bombas de césio-137, quando não se prestam mais para tratar tumores, ainda podem ser aproveitadas em aparelhos de gamagrafia, que servem para fazer diagnósticos“.
A conseqüência mais óbvia dessa, reciclagem é que o volume do lixo diminui. Também para reduzir o volume, aquilo que de fato é rejeito deve ser ainda compactado, sempre que possível. 
"Não faz sentido guardar 1 litro inteiro de água, se apenas poucos mililitros estão contaminados", argumenta ele. "Por isso, criamos uma espécie de concentrado radioativo." 
O fluído em seguida é misturado a algum tipo de sólido, como cimento ou betume, para evitar toda e qualquer dispersão durante a manipulação do material.
 Em outros locais, os rejeitos líquidos de alta atividade são transformados em vidro, também para impedir derramamentos.
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Quando o rejeito é sólido, muitas vezes é possível prensá-lo. Assim. um tambor com 0,5 metro de altura, recheado de lixo atômico, termina compactado numa pastilha de cerca de 10 centímetros de altura.
A rigor, qualquer corpo serve de obstáculo para a radiação o problema é que, conforme a fonte radioativa, o obstáculo pode se tornar menos ou mais eficiente
Quando, na reação de fissão, um átomo é bombardeado até romper o núcleo, a energia pode ser liberada por quatro tipos de radiação alfa, beta, gama e ainda de nêutrons que devem ser bloqueados por materiais com características diferentes. "Se o lixo for enterrado sem maiores informações sobre a sua radiação, poderá no futuro distante ficar sob os pés de quem não terá a devida noção do perigo“.
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Os cientistas do setor se preocupam não só com qual seria o melhor cemitério para o lixo atômico, mas também com a necessidade de ser ele mantido sob controle constante. 
Por isso, não apreciam particularmente a alternativa clássica de jogar os rejeitos no mar. "Nunca se saberá direito como a embalagem estará resistindo debaixo da água, nem se poderá ter certeza de que os tambores não acabarão flutuando até alcançar uma praia", adverte o físico Vito Vanin, da USP.
 O mar, na verdade, foi o primeiro lixão radioativo: o Mediterrâneo recebeu 50 toneladas de rejeitos produzidos na Itália; as águas do Atlântico engoliram nada menos de 126 000 toneladas de tambores repletos de lixo dos reatores de seis outros países europeus. 
Os Estados Unidos despejaram no Oceano Pacífico 370 metros cúbicos (os países nem sempre adotam as mesmas unidades de medida) de material radioativo. A título de comparação, uma piscina olímpica tem 1890 metros cúbicos.
O empesteamento só cessou em 1986, quando um acordo internacional determinou que o mar só poderia ser usado quando ficasse provado que a água é capaz de diluir os elementos radioativos, sem prejuízo para a fauna e a flora marítimas. 
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O sal é extremamente impermeável, por isso os alemães fazem bem ao depositar o lixo em minas de sal desativadas. 
Só que a rocha é muito plástica e talvez não suporte pesos grandes
O granito, muito mais resistente, tem a desvantagem de possuir fissuras que facilitam o escoamento de água."
A CNEN já apontou duzentas áreas de interesse para depósitos de lixo de baixa e média atividade no país. 
A maioria se localiza em solos argilosos, com camadas horizontais que dificultam a migração de partículas radioativas rumo à superfície, como em São Fidélis, no Rio de Janeiro, e Trindade, em Goiás. 
A decisão, quando vier, terá provavelmente a forma de uma lei votada pelo Congresso a partir de um projeto encaminhado pelo Executivo.
 Está prevista para este mês a entrega à Presidência da República de uma avaliação, elaborada por uma equipe da Secretaria Especial do Meio Ambiente, de projetos já existentes sobre rejeitos radioativos, como o de autoria do governo anterior, de junho de 1989, que já recebeu dois pareceres negativos de comissões da Câmara dos Deputados. 
Enquanto isso, em tambores deixados a céu aberto, cobertos precariamente e que já começam a se estragar pela corrosão, 3 460 metros cúbicos de lixo atômico aguardavam há três anos em Abadia, a 20 quilômetros de Goiânia, a decisão de Brasília sobre o seu destino.
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Esse lixo se originou em um ferro velho, quando foi violada uma cápsula de césio-137 de não mais de 3 centímetros cúbicos o tamanho de uma borracha de lápis, matando quatro pessoas e contaminando mais de duzentas outras.
 "É preciso criar um depósito, que eu chamaria de intermediário, para abrigar os rejeitos gerados em acidentes como o de Goiânia", alerta o físico José Goldemberg, secretário de Ciência e Tecnologia do governo federal.
 "Na época do acidente, cientistas sugeriram levar os rejeitos para a Serra do Cachimbo, no Pará, onde já existem buracos de 300 metros de profundidade, recobertos de concreto. Seria a solução perfeita", lembra ele.
 "Mas um grupo de índios fez uma manifestação diante do Palácio do Planalto e o governo resolveu voltar atrás. 
Um absurdo. Enterrado ali, o lixo não ofereceria nenhum risco."
 
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Agentes da desordem
No organismo humano, a cada minuto, cerca de 250 000 átomos se desintegram, emitindo radiação. 
Além disso, uma pessoa recebe do ambiente uma média de 100 milirems (mR) por ano rem (de Roentgen equivalent man) é a unidade usada para medir a dose de radioatividade absorvida pelo homem. 
Uma chapa de pulmão expõe o paciente, em média, a 17mR.
 Nas células, a radiação produz os chamados radicais livres, moléculas que tumultuam as funções orgânicas, ao reagir com tudo que encontram pela frente. A energia da radioatividade também pode perturbar o DNA, a molécula da hereditariedade, que programa o trabalho das células.
Estas, então, correm o risco de se tornarem cancerosas ou, no caso da célula sexual, de transmitir anomalias aos descendentes. De modo geral o organismo lida satisfatoriamente com esses agentes da desordem. "Já nos acidentes atômicos, a enorme radiação provoca mais estragos do que o organismo consegue corrigir", explica a física paulista Emico Okuno, da Universidade de São Paulo. Quando esse material radioativo penetra no organismo, causa nas células estragos 25 vezes maiores e transforma a própria vítima em fonte de radiação.
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Barreiras sob medida
 As embalagens para lixo atômico combinam materiais diferentes porque existem radiações e radiações.
 Um núcleo radioativo está sobrecarregado de energia, da qual tenta se livrar, emitindo, por exemplo, partículas idêntica ao núcleo do gás hélio constituído por dois prótons e formam as partículas alfa. São tão pesadas que se deslocam em linha reta, trombando com a primeira molécula que encontrarem pela frente: assim, uma folha de papel ou mesmo uma peça de roupa podem barrá-las.
 Mas, para liberar energia, o átomo também pode emitir elétrons. 
É a radiação beta. Bem mais leves, os elétrons caminham zanzando e se desviam de eventuais obstáculos: para barrar os raios beta é preciso, no mínimo, uma folha de alumínio; na pele, dependendo da energia, eles penetram até 0,5 centímetro.
Em busca da estabilidade, um átomo emite ainda ondas eletromagnéticas um milhão de vezes mais energéticas do que a luz, os raios gama, capazes de atravessar o corpo humano; apenas materiais muito densos, como aço e chumbo, conseguem
segurá-los. Finalmente, existem os nêutrons. Embora muito penetrantes, reagem com materiais ricos em hidrogênio, sendo barrados pela água, pela parafina ou pela grafite.
 
 
*
Os lixões de cada um
 
Como vários países tentam livrar-se dos resíduos de suas instalações nucleares:
Estados Unidos - Até 1982, os rejeitos eram depositados na superfície ou jogados ao mar. Em 1983, o lixo de alta atividade foi levado para uma mina de sal no Estado do Novo México, desativada em seguida por falta de segurança. Hoje esse material está guardado no deserto de Nevada, enquanto 600 000 metros cúbicos de rejeitos de meia-vida curta se encontram espalhados por diversos depósitos.
União Soviética - Existem 35 depósitos superficiais de cimento revestido com chumbo.
Inglaterra - Desde 1986, com a proibição de lançar o lixo ao mar, procura-se um lugar para enterrar o lixo de alta atividade. Para os rejeitos de baixa atividade, construíram-se depósitos de cimento próximos a usina nuclear de Windscale Sellafield, no nordeste do país.
França - Todo o lixo está nos armazéns da usina de La Hague, no noroeste do país; estuda-se o solo de quatro regiões para construir até 2007 um depósito de grande profundidade.
Alemanha - O material de alta atividade é tratado na França e depois transportado para minas de sal no norte do país. Só os rejeitos da usina nuclear de Niederaichbach, desativada em 1983, foram enterrados a 1 200 metros de profundidade, numa mina de ferro desativada.
Suécia - Em 1988, inaugurou o primeiro depositário subterrâneo do mundo, a 140 quilômetros de Estocolmo, um conjunto de câmaras construídas em rochas de granito, com paredes revestidas de cimento e chumbo.
Japão - No ano passado, cientistas começaram a estudar a possibilidade de construir depósitos no fundo do mar, aproveitando o fato de que os sedimentos marinhos são muito pouco permeáveis.
 
 
 
 
 
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Séries Radioativas Naturais
 
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O Átomo e seu Núcleo
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Os Q	uarks
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Aceleradores de Partículas
CERN , em Genebra (Suíça) 
O anel externo tem um diâmetro de 6 km
 
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Aceleradores de Partículas
FERMILAB, em Chicago(EUA)‏
O anel externo tem um diâmetro de 
6,3 km
 
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Aceleradores : como funcionam
 
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Detectores
 
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A Descoberta do Quark Top(1995)‏
 
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