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A Fase Joanina e a Fase Politicamente Autônoma

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A Fase Joanina e a Fase Politicamente Autônoma
Andressa Pereira de Brito*[2: 1º Graduado do 2º bloco de pedagogia da Universidade Estadual do Piauí]
RIBEIRO, Maria Luisa Santos. A fase joanina e a fase politicamente autônoma – Andressa Pereira de Brito*. A Organização Escolar no Contexto da Crise do Modelo Agrário-Exportador Dependente e do Inicio da Estruturação do Modelo Agrário-Comercial Exportador Dependente (1808-1850). In: RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar, Campinas. SP : Autores associados; HISTEDBR, 2011.
 Pedagoga com mestrado e doutorado em filosofia da educação pela pontifília universidade católica de São Paulo ( PUC-SP). Foi professora do programa de mestrado em educação na mesma universidade.
 O texto a seguir, RIBEIRO vai apresentar a fase joanina de uma forma mais exemplificada, colocando os principais acontecimentos e citações de alguns historiadores, como Nelson W. Sodré. Também vai falar como se deu a fase politicamente autônoma, apresentado os principais pontos desse acontecimento.
A fase joanina
 Nesse período o Brasil - colônia foi caracterizado como sendo organizada à base de relações predominante de submissão. Submissão externa em relação à metrópole, submissão interna da maioria negra ou mestiça (escrava ou simi-escrava). Submissão interna refletindo-se não só nas relações de trabalho como também nas relações familiares como lembra Gilberto Freire: da esposa em relação ao marido, dos filhos em relação ao pai etc.
 Nelson W. Sodré, afirma que essa “placidez é aparente”.
 Há contradições internas, ainda, e algumas chegam a motivar lutas difíceis , que desmentem concretamente a placidez antes referida. Outras contradições antiga foi a que se levantou entre escravos e senhores de escravos: a história corrente tem omitido de forma sistemática os traços dessa contradição [...].
 Na contradição entre submissão e emancipação, o elemento inicialmente predominante (submissão) vai sendo vagarosamente atingido pelo outro.
Nesse processo que o elemento novo está surgindo (emancipação), é importante lembrar que este é o resultado da conjugação de interesses internos e externos à sociedade brasileira, decorrendo daí as próprias limitações.
 “Aos senhores de escravos e de terra” da colônia, à boa parte da camada média que aqui surge com a mineração, como também à burguesia dominante ou em processo de dominação nas sociedades industriais, especialmente à Inglaterra. 
 Para os primeiros (senhores de terras e escravos), a metrópole, em conseguência de sua debilidade no quadro internacional, não tem condições de garantir nem preço, nem mercado para a produção colonial. A camada média, sob influência da ideologia burguesa, defendia o liberalismo econômico e político. Já os burgueses necessitavam do aumento dos antigos mercados, bem como da conquista de novos.
 Em 1807, Portugal é invadido pelas tropas francesas e a família real e a corte se vêem obrigadas a virem para o Brasil, em decorrência disso, há uma necessidade de reorganização administrativa com a nomeação dos titulares dos ministérios e o estabelecimento, no Rio de Janeiro.
 A partir dessa nova realidade (o Brasil como sede da coroa portuguesa) faz-se necessária uma serie de medidas atinentes ao campo intelectual geral. Em 1808 circula o primeiro jornal (A Gazeta do Rio).
 Em relação ao campo educacional propriamente dito, são criados cursos, por ser preciso o preparo de pessoal mais diversificado.
 Em virtude da revogação do Alvará de 1785, que fechara todas as fabricas, em 1812 é criada a escola de serralheiros, os oficiais de lima e espingarabiros (MG); são criados na Bahia os cursos de economia (1808); agricultura (1817), abrangendo química industrial, geologia e mineralogia; em 1818, o de desenho técnico. No Rio, o laboratório de química (1812) e o curso de agricultura (1814). Esses cursos deveriam formar técnico em economia, agricultura e industria. Representam a inauguração do nível superior de ensino no Brasil.
 Com isso, tem-se a origem da estrutura do ensino imperial composta dos três níveis.
 Quanto ao primário, continua sendo um nível instrumentalização técnica (escola de ler e escrever). Em relação ao ensino secundário, permanece a organização de aulas régias, tendo sido criadas “pelo menos umas 20cadeira de gramática latina). Foram criadas também duas cadeiras de inglês e uma de Francês no Rio.
A fase politicamente autônoma
 A população brasileira estava descontente com relação ao governo de Portugal, pelo excessos cometidos por eles no desempenho dessa função, pela demora no regresso da família real e da corte. A desocupação do território português aconteceu em 1809.
 Esse descontentamento leva, em 1820, à revolução constitucional. Esses acontecimentos contribui para o aceleramento do processo de emancipação política.
 Conseguida a autonomia política em 1822, fazia-se necessária uma constituição.
 Quanto à educação, estava presente a idéia de um “sistema nacional de educação” em seu duplo aspecto: graduação das escolas e distribuição racional por todo o território nacional.
 A lei de 15 de outubro de 1827, resultado do projeto de Januário da Cunha Barbosa (1826), em que estavam presentes as idéias da educação como dever do Estado, da distribuição nacional por todo território nacional das escolas dos diferentes graus e da necessária graduação do processo educativo.
 O que se conclui após essas constatações é que a conquista da autonomia política, ou seja, o surgimento da nação brasileira, impunha exigências à organização educacional.
 No plano econômico, as dificuldades, abrandadas logo após a “abertura dos portos”, cedo voltam a agravar-se, diante do desequilíbrio da balança comercial.
 Como resolver esse problema?
 A opção feita foi adotar medidas que afetasse toda a população, foram taxadas as importações, foram feitas emissões, foram conseguidos empréstimos estrangeiros, difíceis de serem pagos como agravamento dos juros, tornando a economia brasileira dependente das capitais.
 Diante de tão grave situação, a educação escolarizada não será vista como setor prioritário.
 Em 1835 (Niterói), 1836 (Bahia), 1845 (Ceará) e 1846 (São Paulo) são criadas as primeiras escolas normais, visando uma melhora no preparo do pessoal docente. São escolas de no máximo dois anos e em nível secundário.
 Quanto à instrução secundaria, assiste-se à proliferação das aulas avulsas e particulares para meninos, sem a devida fiscalização e unidade de pensamento.
 Na tentativa de imprimir alguma organicidade, são criados liceus provinciais, que, na prática, não passaram de reunião de aulas avulsas num mesmo prédio.
 O nível superior era o que mais interessava às autoridades, isto é, aos representantes políticos da época. Eram os cursos que formariam a elite dirigentes de uma sociedade aristocrática como a brasileira.
 Mesmo assim, as são freqüentes, à falta de assiduidade dos professores pela necessidade de completarem o orçamento com outras atividades etc.

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