Buscar

1ªPP GRAM 2ºANO GABARITO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA – GRAMÁTICA 
2º ANO – 1ª PP
1ª QUESTÃO: Valor - 10,0 pontos (09 itens)
Texto para responder aos itens de 1.1 a 1.5.
Legado aos nossos filhos
Uma importante empresa financeira me chamou para falar com alguns clientes. Não sobre finanças, pois eu os arruinaria, mas sobre algum tema "humano" – no meio da crise queriam mudar de assunto. Uma sugestão de tema que me deram foi: "O que esperamos de nossos filhos no futuro". Como acredito que pensar é transgredir, falei sobre "o que estamos deixando para nossos filhos". Acabamos nos dando muito bem, a excelente plateia estava cheia de dúvidas, como a palestrante.
[...]
O que nos enche de perplexidade, quando o assunto é filhos, é a parte de tudo isso que não conseguimos controlar, que é maior do que a outra. Se há 100 anos a vida era mais previsível – o pai mandava e o resto da família obedecia, o professor e o médico tinham autoridade absoluta, os governantes eram nossos heróis e havia trilhas fixas a ser seguidas ou seríamos considerados desviados –, hoje ser diferente pode dar status.
Gosto de pensar na perplexidade quanto ao legado que podemos deixar no que depende de nós. Que não é nem aquele legado alardeado por nossos pais – a educação e o preparo – nem é o valor em dinheiro ou bens, que se evaporam ao primeiro vendaval nas finanças ou na política. A mim me interessam outros bens, outros valores, os valores morais. O termo "morais" faz arquear sobrancelhas, cheira a religiosidade ou a moralismo, a preconceito de fariseu. Mas não é disso que falo: moralidade não é moralismo, e moral todos temos de ter. A gente gosta de dizer que está dando valores aos filhos. Pergunto: que valores? Morais, ora, decência, ética, trabalho, justiça social, por exemplo. É ótimo passar aos filhos o senso de alguma justiça social, mas então a gente indaga: você paga a sua empregada o mínimo que a lei exige ou o máximo que você pode? Penso que a maioria de nós responderia não à segunda parte da pergunta. Então, acaba já toda a conversa sobre justiça social, pois tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.
Não adianta falar em ética, se vasculho bolsos e gavetas de meus filhos, se escuto atrás da porta ou na extensão do telefone – a não ser que a ameaça das drogas justifique essa atitude. Não adianta falar de justiça, se trato miseravelmente meus funcionários. [...] Nem se deve pensar em respeito, se desrespeitamos quem nos rodeia, e isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro. Se sou tirana, egoísta, bruta; se sou tola, fútil, metida a gatinha gostosa; se vivo acima das minhas possibilidades e ensino isso aos meus filhos, o efeito sobre a moral deles e sua visão da vida vai ser um desastre.
Temos então de ser modelos? Suprema chatice. Não, não temos de ser modelos: nós somos aquele primeiro modelo que crianças recebem e assimilam, e isso passa pelo ar, pelos poros, pelas palavras, silêncios e posturas. Gosto da historinha verdadeira de quando, esperando alguém no aeroporto, vi a meu lado uma jovem mãe com sua filhinha de uns 5 anos, lindas e alegres. De repente, olhando para as pessoas que chegavam atrás dos grandes vidros, a perfumada mãe disse à pequena: "Olha ali o boca-aberta do seu pai".
Nessa frase, que ela jamais imaginaria repetida num artigo de revista ou em palestras pelo país, a moça definia seu ambiente familiar. Assim se definem ambientes na escola, no trabalho, nos governos, no mundo. Em casa, para começar. O palavrório sobre o que legaremos aos nossos filhos será vazio, se nossas atitudes forem egoístas, burras, grosseiras ou maliciosas. O resto é conversa fiada para a qual, neste tempo de graves assuntos, não temos tempo.
Lya Luft(com adaptações) 
Vocabulário
legado: o que se transmite por meio de exemplo, de realizações pessoais, etc. O que se deixa para alguém.
transgredir: desobedecer a (leis, regras, etc.)
alardear: ostentar, vangloriar-se, gabar-se.
1.1) No penúltimo parágrafo, a autora menciona a seguinte frase, dita por uma mãe: “Olha ali o boca-aberta do seu pai”. O que se sugere deste ambiente familiar, a partir dessa atitude? (1,0 ponto)
(Sugestão) Um ambiente em que não há respeito, visto que o termo “boca-aberta” é pejorativo e pode ser entendido, dentre outras formas, como tolo, palerma. (1,0 ponto para respostas plenamente plausíveis)
1.2)“A mim me interessam outros bens, outros valores, os valores morais.” (3°§)
Transcreva do texto a passagem em que, literal e discursivamente, discriminam-se tais bens e valores. (valor: 1,0 ponto)
“Morais, ora, decência, ética, trabalho, justiça social, por exemplo.” (3°§)(1,0 ponto)
1.3) Indique o modo verbal utilizado em "Penso que a maioria de nós responderia não à segunda parte da pergunta.” (3º§) e explicite a adequação de tal modo ao contexto empregado.(valor: 1,0 ponto)
	
Modo indicativo (0,5 ponto)– expressa a certeza, a garantia de que a maioria das pessoas responderia não à segunda parte da pergunta. (0,5 ponto)
1.4)Indique que aspecto verbal predomina em “É ótimo passar aos filhos o senso de alguma justiça social, mas então a gente indaga: você paga a sua empregada o mínimo que a lei exige ou o máximo que você pode?” (3º§) e justifique-o tendo por base o tempo verbal empregado. (valor: 1,0 ponto)
Imperfeito (0,5 ponto)- O presente do indicativo não impõe limites precisos ao processo verbal.(0,5 ponto)
1.5) Em determinada passagem do segundo parágrafo do texto, a coesão lexical se estabelece através de um hipônimo e de um hiperônimo. Transcreva-os, respectivamente. (valor: 1,0 ponto)
Pai(0,5 ponto) – família (0,5 ponto)
Leia a entrevista de Pelé para responder aos itens 1.6 e 1.7.
“É bom ser um exemplo”
[...]Nesta entrevista, o eterno rei do futebol defende o desempenho de Dunga como técnico da seleção, fala sobre o (mau) comportamento dos novos jogadores e se estende sobre a importância do seu legado para o Brasil.
O que o senhor diria a ídolos como Robinho, que fazem farras e se envolvem em escândalos? Daria a ele o conselho que ouvia do meu pai: "Deus te deu o talento de graça. Cuide dele". O que fez diferença no meu caso foram a educação e a base familiar. Por isso, o Pelé nunca esteve envolvido em escândalos. [...]
O senhor acha que os brasileiros não lhe dão o devido valor? O brasileiro me ama, me adora. Agora, culturalmente, tem cisma com quem faz sucesso. De vez em quando, tem algum jornalista que inventa algo contra o Pelé.[...]
O senhor se sente querido nos Estados Unidos? Sim, tanto que a Embaixada dos Estados Unidos fez uma consulta para saber se eu poderia ir à posse do Obama.[...] Quando o Obama estiver mais calmo, sem essa pressão de bolsa, passo lá para tomar um café, como fiz com o Kennedy, com o Nixon e com o Clinton.
(Revista VEJA, edição 2102, 4 mar.2009)
1.6) Há, no texto, um desvio de linguagem no que se refere ao uso do imperativo. Transcreva a passagem e, em seguida, adapte-a à norma culta. (valor: 1,0 ponto) 
Transcrição - "Deus te deu o talento de graça. Cuide dele".(0,5 ponto) 
Texto adaptado - “Deus te deu o talento de graça. Cuida dele” ou Deus deu a você o talento de graça. Cuide dele. (0,5 ponto)
1.7) Considerando a necessidade de correlação entre tempos e modos verbais, reescreva a passagem abaixo, de acordo com as normas da língua culta.(valor: 1,0 ponto)
“Quando o Obama estiver mais calmo, sem essa pressão de bolsa, passo lá para tomar um café [...]”
“Quando o Obama estiver mais calmo, sem essa pressão de bolsa, passarei lá para tomar um café [...]” (1,0 ponto)
Leia os textos para responder aos itens 1.8 e 1.9.
TEXTO 1
“Por um lado, não tive intenção de fazer de Macunaíma um símbolo brasileiro. Mas, se ele não é o Brasileiro, ninguém poderá negar que ele é um brasileiro, e bem brasileiro por sinal.”
(Fragmento de uma carta escrita pelo escritor Mário de Andrade ao crítico Augusto Meyer)
TEXTO 2
“Não foi um gol. Foi ‘o’ gol.”
(Título de uma crônica de David Coimbra, publicada no jornal
Zero Hora, sobre um gol de Falcão no Campeonato Brasileiro de 1976)
TEXTO 3
“Todo o jogador tem o direito de não estar satisfeito com a reserva. Agora, quando for solicitado pelo técnico, precisa provar que merece estar no time.”
(Palavras de Zico, publicadas em Zero Hora, durante a Copa do Mundo de 1998)
1.8) Nos dois primeiros textos, os autores se valem da oposição artigo definido/artigo indefinido, artigo indefinido/artigo definido para caracterizar, de forma diferente, o substantivo a que se referem esses artigos. Que sentidos a oposição dos artigos trouxe aos substantivos a que se referem? (valor: 2,0 pontos)
No primeiro texto, o uso do artigo definido “o”, na expressão “o Brasileiro”, a ideia de generalização, isto é, Macunaíma representaria o brasileiro típico; ao opor a este o artigo indefinido (“um brasileiro”), o sentido se altera, dando a entender que o personagem representaria um entre tantos brasileiros existentes.(1,0 ponto)
No segundo texto o efeito é inverso: ao usar a expressão “o gol”, a intenção é de especificar, intensificar a importância do gol, ou seja, este não seria um gol qualquer, mais o maior gol de todos. (1,0 ponto)
1.9) No terceiro texto, a expressão “Todo o jogador” remete a um sentido que, certamente, não era o pretendido pelo autor da frase. Que sentido a presença do artigo trouxe à expressão e o quê, de fato, o jogador pretendia dizer? (valor: 1,0 ponto)
A expressão, como foi apresentada, significaria que o jogador “inteiro” fica descontente com a reserva.(0,5 ponto) O que o autor da frase pretendia dizer, de fato, é que “qualquer jogador” ficaria descontente com essa situação. (0,5 ponto)

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando