Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SOLO DEFINIÇÃO: O solo é uma camada superficial da crosta terrestre, compõe-se principalmente de aglomerados minerais oriundos da decomposição das rochas e de matéria orgânica vegetal e animal. Intemperismo Físico ou Desagregação Mecânica Intemperismo Físico ou Desagregação Mecânica. Na superfície da crosta terrestre as rochas expostas estão sujeitas a grande variação diuturna e/ou anual de temperatura e, portanto, grande variação no seu volume, decorrente da dilatação e contração dos minerais que as constituem. Essa dinâmica rompe, divide a rocha em fragmentos cada vez menores. Intemperismo ou Decomposição Química Intemperismo ou Decomposição Química Decorre da reação química entre a rocha e soluções aquosas. Caso a rocha tenha sofrido prévio intemperismo físico, a decomposição química se acelera por atuar em fragmentos da rocha, ou seja, a superfície de contato aumenta. O intemperismo (químico ou físico) está diretamente relacionado ao clima. Na região Amazônica, onde a pluviosidade é elevada e a amplitude térmica pequena, há intensa ação química. No Deserto do Saara, onde a pluviosidade é baixíssima e a variação diuturna de temperatura muito alta, há intensa ação física, decorrente da variação de temperatura. Ao sofrer intemperismo a rocha adquire maior porosidade, com decorrente penetração de ar e água, o que cria condições propícias ao surgimento da vegetação e consequente fornecimento de matéria orgânica ao solo, aumentando cada vez mais a sua fertilidade. Classificação dos Solos Quanto à origem, os solos classificam-se em : Eluviais: provenientes da desagregação e decomposição das rochas existentes no próprio lugar; Aluviais: resultantes de material desagregado e transportado pela ação da água e do vento; Orgânicos: oriundos da decomposição de organismos vivos sobre a superfície. : Os solos eluviais, de acordo com as rochas que lhes dão origem, podem apresentar variedades, tais como: A terra vermelha: argilosa e pobre em húmus; A terra roxa: rica em argila e óxido de ferro, resultante da decomposição do diabásio e que aparece no Brasil sobretudo na bacia do Paraná; O massapé: argiloso, geralmemente acinzentado, proveniente da decomposição do gnaisse e do calcário; A laterita: rica em óxido de ferro e alumínio, própria das áreas de clima quente e úmido. Esta variedade aparece em extensas áreas do Brasil central e setentrional, onde é conhecida pelo nome de “canga”. PERFIL DO SOLO A 0- camadas de folhas poucos decompostas A 1-húmus bruto, ácido em lenta decomposição B – acumulação em profundidade dos elementos orgânicos e minerais provenientes da rocha matriz. C – rocha matriz alterada na superfície Os solos aluviais, quando resultam da ação das águas, formam as terras de aluvião, próprias das planícies fluviais e dos deltas dos grandes rios; Quando decorrem da ação do less ou terra amarela, muito comum em alguns rios, principalmente no Sudeste Asiático. Dentre os solos orgânicos, de alto valor para a agricultura, distinguimos o tchernoziom e o podzol. Distribuição geográfica dos solos férteis Os solos mais férteis do mundo são escuros e avermelhados, presentes nas estepes da Ucrânia (solo negro de tchernozion) na Europa central, nas pradarias do Canadá e dos Estados Unidos, no pampa argentino, entre outras regiões. O less, é um solo muito procurado para agricultura na Europa (França, Bélgica, Holanda, Alemanha etc.) e na China é formado por sedimentos depositados pelo vento e apresenta coloração amarelada, sendo constituído de argila e rico em calcário. O COMPROMETIMENTO DOS SOLOS A acidez e alcalinidade dos solos é medida por seu pH ( potencial de hidrogênio),numa escala que vai de 0 a 14. O pH ideal para os solos é o mesmo da água 7 (nem ácido nem alcalino). A faixa de pH entre 5,8 e 6,2 é a que apresenta maior disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais então disponíveis para as culturas. Solos com pH abaixo de 7 são considerados ácidos, e os com pH acima de 7, alcalinos ou básicos. Os problemas para a agricultura Tanto a acidez quanto a alcalinidade dos solos são problemas para a agricultura, necessitando de corretivos como a administração de calcário ( para a acidez) e de enxofre (para solos básicos). A laterização dos solos Em áreas de clima intertropical (com estações chuvosa e seca alternadas) e relevo plano, verifica-se o processo de laterização: Com a lixiviação intensa dos solos, muitos minerais são levados pelas águas, ocorrendo uma concentração de hidróxidos de alumínio e de ferro. O ferro dá uma coloração avermelhada e um pH alto (8 ou 9). Como resultado desse processo forma-se a laterita (crosta endurecida), e os solos ficam pouco férteis. No Brasil, o solo laterítico é denominado canga e aparece principalmente nas chapadas da Região Centro-Oeste. SALINIZAÇÃO Outro problema grave é a salinização do solo, que ocorre principalmente em áreas de clima árido e semi-árido ou em regiões cobertas por oceanos em áreas geológicas passadas. A constante irrigação utilizada na agricultura também pode deixar os solos improdutivos. Quando a água evapora, deixa depósitos de sal. Corresponde ao desgaste do solo e apresenta três fases: Intemperismo - Transporte - Sedimentação. Depois de intemperizados, os fragmentos de rochas estão livres para serem transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo. À medida que, o horizonte A é o primeiro a ser desgastado, a erosão acaba com a fertilidade natural do solo. A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água; quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água transportar material em suspensão e, quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação. A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno - em áreas planas a velocidade é baixa – e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) a sua frente e, portanto, a infiltração de água no solo é alta. Em uma área desmatada a velocidade de escoamento é alta e, portanto, a infiltração de água é pequena. Erosão Superficial . Erosão Vertical A - Lixiviação - é a lavagem dos sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, entre outros),praticada pela água que infiltra no solo, o que lhe retira fertilidade. B – Laterização - a formação de uma crosta ferruginosa na laterita, vulgarmente chamada Canga - via formação de hidróxidos de ferro e alumínio, o que chega a impedir a penetração de raízes no solo. A lixiviação e a laterização são sérios problemas em solos de climas tropicais, onde o índice pluviométrico é elevado. Erosão pluvial A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte superficial do solo pelas águas da chuva. Esta ação é acelerada quando a água encontra o solo desprotegido de vegetação. A primeira ação da chuva se dá através do impacto das gotas d'água sobre o solo. Este é capaz de provocar a desagregação dos torrões e agregados do solo, lançando o material mais fino para cima e para longe, fenômeno conhecido como salpicamento.A força do impacto também força o material mais fino para abaixo da superfície, o que provoca a obstrução da porosidade (selagem) do solo, aumentando o fluxo superficial e a erosão. A principal forma de erosão pluvial são: erosão laminar: quando a água corre uniformemente pela superfície como um todo, transportando as partículas sem formar canais definidos. Apesar de ser uma forma mais amena de erosão, é responsável por grande prejuízo às terras agrícolas e por fornecer grande quantidade de sedimento que vai assorear rios, lagos e represas. Conservação do Solo a) Rotação e associação de culturas Toda monocultura mineraliza o solo pois a planta retira certos minerais e repõe outros. Deve-se, temporariamente, substituir (ou associar) a cultura por outra, que retire os minerais repostos por A e reponha no solo os minerais retirados. A rotação de culturas consistem em alternar espécies vegetais, no correr do tempo, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter propósitos comercial e de manutenção ou recuperação do meio-ambiente. O esgotamento do solo e a erosão é um problema sério que está relacionado com a monocultura, ou seja, o cultivo de um único tipo de planta. O solo torna-se empobrecido de certos nutrientes, diminuindo a produtividade. Essa escassez de nutrientes pode ser resolvida com a rotação de culturas, em que ora se cultiva e se colhe um tipo de planta, ora se cultiva de outra. As plantas escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comerciais e de recuperação do solo. As plantas leguminosas, como soja, feijão e ervilha, são algumas das que atendem a essas duas finalidades. c) Plantio em curvas de nível e Terraceamento Curvas de nível são linhas que unem pontos com a mesma cota altimétrica. Tal prática diminui a velocidade de escoamento superficial da água e, em decorrência, a erosão. b) Controle de Queimadas A prática de queimada acaba com a matéria orgânica dos solos. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se praticar a queimada para acabar com doenças e pragas. O fogo não constitui um fator completamente antrópico, ou seja, de total responsabilidade do homem, e nem sempre é prejudicial aos seres humanos e a conservação da natureza. No Pantanal o fogo é utilizado como instrumento de manejo das pastagens nativas, queima controlada, regulamentada pelo IBAMA, Lei Federal, Decreto nº 2261 de 08/07/1998. No Mato Grosso do Sul foi baixada a Portaria nº 2, de 24/05/2002, com a finalidade de disciplinar e ordenar o uso do fogo como fator de produção e manejo nas áreas de atividade pastoril, Pantanal, isentando o pecuarista do pagamento da taxa que é cobrada pelo IBAMA.
Compartilhar