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PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA - RISCOS QUÍMICOS

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA - RISCOS QUÍMICOS 
BRUNO WEYNE 
IAN DA SILVA ROMEIRO 
Orientador: Paula Juliana Ribeiro Campos
RONDONÓPOLIS – MT
2015�
BRUNO WEYNE 
IAN DA SILVA ROMEIRO 
PAVIMETAÇÃO ASFÁLTICA - RISCOS QUÍMICOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Habilitação Técnica em Segurança do Trabalho, como exigência para obtenção do título de Técnico em Segurança do Trabalho.
Orientador: Paula Juliana Ribeiro Campos
RONDONÓPOLIS – MT
2015�
TERMO DE APROVAÇÃO
BRUNO WEYNE 
IAN DA SILVA ROMEIRO 
PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA - RISCOS QUÍMICOS
Resultado Final:
 Apto
 Não apto 
____________________________________
Coordenador
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof.º Paula Juliana Ribeiro Campos 
____________________________________
Prof.º 
____________________________________
Prof.º Paulo Cezar Rosa Jr.
RONDONÓPOLIS, 13 de agosto de 2015
�
ARTIGO CIENTÍFICO: PAVIMETAÇÃO ASFÁLTICA - RISCOS QUÍMICOS
 Bruno Weyne� 
 Ian da Silva Romeiro�
Profª. Paula Juliana Ribeiro Campos�
RESUMO 
O revestimento asfáltico é a camada superior destinada a resistir diretamente às ações do tráfego e transmiti-las de forma atenuada às camadas inferiores, impermeabilizar o pavimento, além de melhorar as condições de rolamento como conforto e segurança. Pavimento é uma estrutura construída após a terraplenagem, destinada a resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais oriundos dos veículos, a melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança e a resistir aos esforços horizontais tornando mais durável a superfície e rolamento.
Este trabalho tem como propósito de documentar os riscos para a saúde de trabalhadores na parte de preparação e aplicação da pavimentação com asfalto. Diversos agentes químicos prejudiciais à saúde humana foram identificados nas emissões provenientes de materiais asfálticos e muitos deles são comprovadamente cancerígenos, reconhecidos até mesmo pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A exposição às emissões de asfalto em pavimentação de ruas e estradas se dá tanto por gases e vapores, quanto por material particulado. Todos esses tipos de emissões são prejudiciais à saúde humana, trazendo riscos à saúde a pequeno, médio, e longo prazo.
Mediante pesquisas feitas ao longo do trabalho conclui-se que são necessárias mediadas preventivas como treinamentos, diálogos diários de segurança, revisão do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA além de palestra especifica sobre os riscos diretos, uso de Equipamento de Proteção Individual EPI, conscientização dos trabalhadores e dos lideres de equipe quanto à utilização dos EPI, doenças ocupacionais causadas a pequeno, médio e longo prazo e riscos químicos que o trabalhador fica exposto no campo de trabalho.
Palavras-chave: Pavimentação. Agentes químicos. Emissões do asfalto. Riscos. Prevenção.
1. INTRODUÇÃO 
O asfalto tem grande utilidade quando se apresenta na forma de uma rua asfaltada e nivelada, dando conforto aos passageiros e motoristas dos veículos mas, apesar dessa utilidade para os trabalhadores em pavimentação a história tem sido um pouco diferente. Observou-se que os pavimentadores – motoristas de rolo compressor, motoristas da máquina de aplicar a camada asfáltica e motoristas de caminhão basculante, além, é claro, da equipe de aplicação propriamente dita – não utilizam proteções respiratórias e, assim, inalam compostos químicos tóxicos. 
A exposição às emissões de asfalto em pavimentação de ruas e estradas se dá tanto por gases e vapores, quanto por material particulado. E todos esses tipos de emissões são prejudiciais à saúde humana. Entre o material particulado, a maioria das partículas é de tamanho minúsculo que não se pode ver a olho nu (< 2,5 μm�), o que facilita não apenas a sua inalação, mas também a sua chegada às partes mais profundas do pulmão (alvéolos), diminuindo a capacidade respiratória do indivíduo e aumentando os processos inflamatórios. 
Alguns estudos confirmam que os compostos químicos tóxicos conseguem se diluir na região do alvéolo e passam para a circulação sanguínea. Diversos agentes químicos deletérios à saúde humana foram identificados nas emissões de asfalto, e muitos deles são comprovadamente cancerígenos, reconhecidos até mesmo pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como tais. Além disso, enquadram-se entre os fatores de insalubridade, como exposto na Norma Regulamentadora (NR) 15 – Atividades e operações insalubres, “Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância.” (NR15.ANEXO Nº 11, 1. 2013, p.291), “O presente Anexo tem como objetivo regulamentar ações, atribuições e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, visando à proteção da saúde do trabalhador, visto tratar-se de um produto comprovadamente cancerígeno.” (NR15.ANEXO Nº 13-A, 1. 2013, p.307). Uma questão muito seria levantada no dia de hoje nas áreas de pavimentação e os funcionários estão expostos a riscos diariamente porem a grande maioria dos trabalhadores da pavimentação asfáltica desempenham suas atividades sem o conhecimento dos agentes e dos riscos químicos a que estão expostos, assim como não fazem uso de EPI´s específicos para os mesmos, muitas vezes por falta de conhecimento da gravidade que esse agentes químicos provocam a sua saúde e por falta de treinamento da utilização correta dos EPI, na NR 6 e deixado bem claro que a empresa deve fornecer o EPI adequado e de ser dado o treinamento para a utilização correta do mesmo, 
“A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
a)sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; 
b)enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
c)para atender a situações de emergência.” (NR6, 6.3, 2013, p.79)
“Cabe ao empregador quanto ao EPI: 
a)adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 
b)exigir seu uso; 
c)fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
d)orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; 
e)substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
f)responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, 
g)comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 
h)registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.” (NR6, 6.6.1, 2013, p.79)
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ASFALTO
O asfalto é um dos materiais mais antigos utilizado pelo homem. Dados arqueológicos mostram que ele já havia sido utilizado em épocas anteriores a nossa Era. Ele já havia sido utilizado na Mesopotâmia, onde fazia o papel de aglutinante em trabalhos de alvenaria e construção de estradas. Salas de banho e reservatórios de água eram impermeabilizadas com asfalto. E até mesmo os egípcios utilizavam o asfalto em trabalhos de mumificação. A primeira estrada a ser pavimentada com asfalto foi entre 625 a 604 A.C, na Babilônia. Durante os primeiros quatro séculos da nossa Era, os Romanos construíram um sistema de estradas na Grã- Bretanha, que até hoje são consideradas como modelos a serem seguidos. A primeira fonte de asfalto disponível na América foi o famoso lago de piche da Ilha da Trindade, que é o maior lago natural de asfalto do mundo. Depois dele foi descoberto também o Lago Bermudez, que
fica localizado na Venezuela. O Trindad Lake Asphalt TLA é o asfalto extraído do maior lago natural e comercialmente viável do mundo esse produto é comercializado há mais de 100 anos, utilizado em pontes, aeroportos, portos, túneis e rodovias em quase todos os continentes. O TLA é um ligante extremamente viscoso, utilizado como modificador de asfaltos de petróleo, aumentando a resistência a deformações e vida útil do asfalto também por ser oxidado naturalmente ele possui características químicas bem definidas, o que garante a sua qualidade e o torna mais resistente as ações de combustíveis. O TLA foi descoberto em 1559 por Walter Raleigh. A primeira pavimentação feita com o asfalto do Lago de Trinidad foi em 1870 em frente à City Hall in Newark, New Jersey, em um segmento da Fifth Avenue. A técnica chegou ao Reino Unido no final do Século XIX. 
Fonte-http://www.1000dias.com/ana/santuario-de-piche-e-passaros
Imagem 1-Maior lago de Betume Natural do Mundo
 2.1.1 A Pavimentação no Brasil
A seguir com base em datas e feitos relacionados a historia do Brasil, faremos uma sucinta historia do asfalto com datas e especificações do que foi realizado.
Em 1906 inicia-se o Calçamento asfáltico em grande escala na cidade do Rio de Janeiro mais adiante tivemos em larga escala a ligação para o Porto de Santos no ano de 1913 a pavimentação da Rodovia Santos - São Paulo. Em 1922 – Estrada Rio - Petrópolis – Pavimento de concreto e Malha ferroviária brasileira que até nesse ano totalizaria 3.000 km.
Em 1937 houve criação do já instinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER, substituído mais adiante pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura DNIT. Já no ano 1942 ouve o contato com engenheiros norte-americanos que construíram pistas de aeroportos e estradas de acesso durante a 2ª Guerra Mundial (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e Salvador) no mesmo ano tiveram 1.300 km de rodovias pavimentadas, uma das menores extensões da América Latina. Três anos após em 1945 foi feita a Rodovia Rio – Bahia.
Em 1950 foi feita a Pavimentação da Rodovia Rio - São Paulo (Dutra): Sem estudo geotécnico, com espessuras constantes de 35 cm sendo 20 cm de base de macadame hidráulico e 15 cm de um revestimento de macadame betuminoso por penetração dosado pela regra “a quantidade de ligante é a que o agregado pede”. 
No ano de 1959 tivemos a Criação da Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv), logo em seguida em 1960 no fim do Governo de Juscelino Kubischek houve a criação de Brasília além de estradas radiais e o Plano Nacional de Viação. E não esquecendo também que as Malhas ferroviárias totalizavam 38.000 km de extensão, e já no ano de 1964 houve alguns projetos do Governo militar como a Transamazônica e a Ponte Rio – Niterói.
Em meados de 1986 já se totalizavam 95.000 km de rodovias pavimentadas sendo elas 45.000 km federais e 50.000 km estaduais e municipais, dois anos após em 1988 tivemos 140.000 km de rodovias pavimentadas sendo considerada a maior extensão da América Latina, ainda em 1988 foram totalizados 30.000 km de Malha Ferroviária. 
 	Já no Século XXI até o ano de 2007 temos 167.852 km de rodovias pavimentados sendo 61.304 km federais e 1.700.000 km de rodovias não pavimentadas distribuídas em rodovias federais, estaduais e municipais. Atualmente no Brasil totaliza-se 1.300.000 t/ano de Produção de Asfalto.
Tabela 1 Historico de pavimentação 
Tabela 1- FONTE: 2007. Banco de Dados do Portal do Brasil e DNIT.	
Na tabela acima mostramos em forma de dados, divididos entre rodovias estaduais e federais a totalização de rodovias pavimentadas e não pavimentadas até o ano de 2007 com base no Banco de Dados do Portal do Brasil e DNIT.
O Brasil tem cerca de 1,7 milhões de km de estradas cortando o país. Contudo, 80% delas mais de 1,3 milhões de km, não são pavimentadas. No total, apenas 12,1% das rodovias do país são pavimentadas, os 7,6% restantes são vias planejadas, ou seja, ainda não saíram do papel.
2.2 RISCOS AMBIENTAIS
É importante entender a diferença entre perigo e risco. Perigo - Fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação destes.
Exemplo de perigos - Torno mecânico, forno de pintura em operação, atividade de carga e descarga de materiais, processo de soldagem.
Risco - Combinação da Probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou exposição e da severidade das lesões, ferimentos, ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pela(s) exposição.
Exemplo de riscos: cortar a mão, perder uma perna, causar problemas na coluna, matar por intoxicação todos os trabalhadores da fábrica. Note que o risco é o resultado ou a consequência do perigo. Não existiriam riscos se não existissem perigos.
O Perigo (Fonte, situação ou ato) - > Risco ( Probabilidade X Gravidade)
É importante notar e entender que os problemas que podem afetar as pessoas não são apenas aqueles que acontecem através de acidentes, como por exemplo cortar a mão ou perder um membro, estes dizem respeito a segurança do trabalhador. Problemas podem acontecer também através da exposição por muito tempo a uma determinada atividade, como por exemplo após 20 anos de atividade mal organizada trabalhadores poderão apresentar problemas de coluna, o que é um caso de saúde ocupacional. É nesse ponto em que é feita a distinção entre a segurança e a saúde do trabalhador. Empresas com baixos índices de acidente no presente podem estar sujeitas resultados negativos a longo prazo se não adotarem medidas de controle para a saúde ocupacional de seus trabalhadores, é para isso que existe o PCMSO exigido pela NR-7,” Esta NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.” (NR 7, 7.1.1, 2013, p.85)
 Por perigo entendesse que é o agente nocivo o qual, se ocorrer, causa dano. Risco, por sua vez, é a probabilidade estimada de tal fenômeno ocorrer, ou seja, “está ligado à idéia de ameaça, enquanto o perigo é a ameaça em si” (SEIFFERT, 2010, p.143). Por exemplo, uma forte neblina em uma estrada estreita faz esta estrada ser perigosa, oferecendo o risco de colisão ou atropelamento. Por este conceito, é possível entender a relação direta entre perigo e risco, quando produtos inflamáveis ou explosivos são considerados perigosos, e este perigo aumenta na proporção do risco, o qual poderia ser considerado, por exemplo, um ambiente de calor excessivo, ou proximidade com iminência de fogo.
O conceito de periculosidade, buscam no art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho- CLT:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012) 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) 
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) [...]. (CLT, 2012, p.1)
 Atividades ou operações perigosas são aquelas que implicam no contato permanente com inflamáveis e/ou explosivos, conforme a natureza ou o método de trabalho. Caracteriza-se, neste caso, a presença de risco de uma explosão ocorrer, e o perigo de esta explosão danificar materiais ou lesionar pessoas. Classificam os riscos ambientais segundo a sua natureza e a forma com que atuam
no organismo humano, como é citado abaixo:
Agentes físicos: As diversas formas de energia, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes.
Agentes químicos: As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Agentes biológicos: As bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
É relevante compreender que as NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e NR15 não mencionam os agentes ergonômicos e os mecânicos como riscos ambientais para fins de caracterização de insalubridade, os quais estão relacionados com a atuação conjunta de fatores relativos ao meio ambiente, ao indivíduo e à tarefa que está sendo executada. Dentre todos os Riscos Ambientais o que foi mais relevante e o foco de nossas pesquisas e com uma grande deficiência na montagem do PPRA foram os agentes químicos.
2.3 AGENTES QUÍMICOS
Definimos os agentes químicos como as substâncias, os compostos ou produtos químicos que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou que possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão, define os agentes químicos como “as substâncias, os compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou que possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão”. (SALIBA ,2011, p.10)
Como os agentes químicos se manifestam nos ambientes de trabalho:
Poeiras: partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido;
Fumos: partículas geradas termicamente, formadas por condensação de vapores;
Névoas: partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquido;
Neblinas: partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são líquidas à temperatura ambiente;
Gases: substâncias que, em condições normais de temperatura e pressão estão no estado gasoso (exemplo. Hidrogênio)
Vapores: fase gasosa de uma substância que, em condições normais de temperatura e pressão, é líquida ou sólida (exemplo: vapor de gasolina).
Os agentes químicos citados a cima pode provocar ao trabalhador doenças a médio e longo prazo que são câncer de pulmão, estômago, pele, bexiga e leucemia. Em um ambiente de trabalho, os principais riscos químicos que podem existir estão relacionados nos anexos 11(Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho), 12(limites de tolerância para poeiras minerais) e 13(agentes químicos) da NR-15. Esta norma apresenta em seu anexo 11 uma tabela de limite de tolerância à exposição dos agentes químicos, descrevendo alguns que podem, inclusive, ser absorvidos pela pele. Além disso, este anexo alerta para a caracterização de risco grave e iminente se uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassarem os limites.
Por sua vez, o anexo nº 12 apresenta os limites de tolerância para as poeiras minerais. Destacam-se nas atividades de terraplanagem e pavimentação asfáltica que algumas operações liberam uma visível quantidade de poeiras relativas à movimentação de solo e pedras. Um estudo realizado por RODRIGUES et al.(2004), “confirma que a exposição à poeiras respiráveis provenientes de rochas basálticas é prejudicial para o sistema respiratório dos trabalhadores, podendo provocar pneumoconioses por poeiras mistas”. Para o autor, o risco de silicose clássica é descartado pela baixa concentração de sílica livre, quando “o dano direto provocado pelo particulado é diretamente proporcional à concentração de particulado inalado[...]”.
Tratando das avaliações técnicas dos agentes químicos, recomenda que se faça por primeiro o monitoramento ambiental destes	agentes e, se constatado, realizar os exames médicos nos trabalhadores a fim de confirmar se está ocorrendo absorção pelo organismo, pois a caracterização da insalubridade para agentes químicos não se dá somente pela avaliação ambiental, mas sim, pela quantificação e comparação com os limites estabelecidos.
2.4 CARACTERÍSTICAS DO ASFALTO 
O asfalto é um resíduo derivado do refino do petróleo e contém uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos, parafínicos, aromáticos, compostos contendo carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, dentre eles, Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) . O asfalto também é chamado de piche e betume, e sua produção no Brasil se iniciou em 1956, na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP). 
Os asfaltos (betume) podem ser encontrados em estado sólido, pastoso e líquido quando diluídos e aquecidos. Há duas classificações básicas para os asfaltos: (a) de pavimentação e (b) industrial. O asfalto em estado pastoso ou líquido, usado em pavimentação, é obtido com a diluição em querosene e nafta, e tem de ser aquecido em tanques, antes de sua aplicação. O asfalto de uso industrial, mais voltado para impermeabilização e revestimento de dutos, é conhecido como asfalto oxidado, ou seja, com injeção de ar na massa asfáltica, durante sua fabricação, e é acrescido de pó de asfalto no revestimento externo e é muito resistente à corrosão e à água. 
2.5 AS EMISSÕES QUÍMICAS DO ASFALTO
Em obras de pavimentação de ruas ou estradas, ocorre a geração de “nuvens” que são formadas durante a aplicação do asfalto no piso, geralmente de cor azulada. Essas “nuvens” são misturas de fumos de asfalto com vapores de asfalto. Quando tais produtos são aquecidos, produzem-se os vapores quando os vapores esfriam, eles se condensam na forma de fumos de asfalto assim, os trabalhadores que usam asfalto aquecido estão expostos a fumos e a vapores de asfalto. Dentre as emissões gasosas destacam-se o metano, o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio.
Durante a utilização do asfalto líquido em temperatura ambiente, não há exposição a fumos, apenas ao líquido e os vapores. Os vapores contêm particulados e, quando condensados, ficam viscosos. 
Como diluentes do asfalto geralmente se usam o querosene ou a nafta. O querosene é uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos, olefínicos e aromáticos, e tem como principais componentes os alifáticos (87%), com faixa entre 10 a 16 átomos de carbono. A nafta é uma mistura de hidrocarbonetos na faixa de 4 a 12 átomos de carbono, na qual são encontradas parafinas cíclicas e olefinas, além de hidrocarbonetos aromáticos numa proporção de até 18%. 
Também são encontrados nas emissões de asfalto outros solventes aromáticos, como o BTX – Benzeno, Tolueno e Xileno. Mas os agentes químicos que mais se destacam nas emissões do asfalto são os HAP, dada sua ação carcinogênica. Eles se destacam como os de maior risco para a saúde dos trabalhadores diretamente envolvidos nas operações de pavimentação (GUIMARÃES, 2003). 
Em 1994, Lutes et al. publicaram um estudo sobre as emissões do asfalto aplicado a quente, tendo apontado resultados quanto às emissões tóxicas de HAP conforme o Quadro 1. Esse estudo também detectou exposição a vapores de benzeno e fumos contendo chumbo. Como entre um estudo e outro se passaram alguns anos, a metodologia para detecção do HAP evoluiu, sendo possível a detecção de um maior número de agentes, podendo realizar a comparação entre os Quadros 1 e 2.
Tabela2: Hidrocarbonetos Aromaticos Policíclicos, Agentes quimicos 
Tabela 2- Fotte :LUTES, 1994
(Outro estudo Cancer Risk Following Exposureto Polycyclic Aromatic Hidrocarbons – PAHs: a meta-analysis), desenvolvido pela London School of Hygiene and Tropical Medicine em 2003, indica que as avaliações quantitativas junto aos trabalhadores apontam exposição aos fumos de asfalto e ao Benzo(a) pireno. Foram analisados Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) a partir de 131 amostras de limpeza de pele de testas e palmas das mãos dos trabalhadores que pavimentam
ruas, aplicam mantas alfálticas ou trabalham com tanques de transferência de asfalto NIOSH,2000).
Tabela 3 Hidrocarbonetos Aromaticos Policíclicos, Agentes quimicos
Tabela 3 Fonte: LUTES,1994
Estes dados balizam o profissional da área de Higiene do Trabalho em perceber que há a necessidade do uso de respiradores dotados de filtros químicos por parte desses trabalhadores, tanto para material particulado, quanto para vapores orgânicos. Tal medida deve ser precedida da implantação de um Programa de Proteção Respiratória (PPR), conforme prevê a Instrução Normativa 01/94 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) “Art. 1º - O empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utilização dos equipamentos de proteção respiratória-EPR, quando necessário para complementar as medidas de proteção coletiva implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo implantadas, com a finalidade de garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos existentes nos ambientes de trabalho.” lembrando que a maioria dos pavimentadores não utiliza proteção respiratória. 
É importante destacar que o material particulado emitido durante a pavimentação com asfalto apresenta partículas PM10 e PM2,5, ou seja, material particulado fino, respectivamente inferior a 10 e a 2,5 micrômetros (mm), que consegue entrar nos pulmões, atingir os alvéolos e, em se tratando de PM2,5, passar para a corrente sanguínea e linfática provocando diversos tipos de câncer como câncer pulmonar.
Como os Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) ficam adsorvidos nesses particulados, percebe-se o risco que correm os trabalhadores, ao terem tais agentes químicos circulando em seu sangue, o HAP é uma substância bastante irritante para as mucosas (olhos, nariz, boca etc.) e, quando aspirado, pode provocar edema (inflamação aguda) pulmonar e hemorragia nas áreas de contato.
2.6 TOXICOLOGIA 
Os Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) representam risco à saúde humana, pois alguns já são comprovadamente cancerígenos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme seu Critério Ambiental 202, de 1998, alerta para tal fato. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) desde 2001 já indica referências bibliográficas com estudos sobre as emissões de asfalto e também relaciona a atividade de pavimentação com asfalto como de risco para a formação de câncer de pulmão e dos brônquios, os epiteliomas (câncer de pele) e o câncer de bexiga. 
O benzo(a)pireno é um dos HAP que se destacam na toxicologia humana. As vias de penetração do benzo(a)pireno no organismo humano são duas: por inalação e pela epiderme. Quando os trabalhadores estão no local aplicando o asfalto quente falamos isso quando se trata do processo de pavimentação na sua fase de “imprimação” onde acontece a impermeabilização do terreno com Betume ou Asfalto, não apenas inalam esse agente químico, mas também sua pele é atingida por ele.
E o benzo(a)pireno é um agente químico causador de câncer de pele do corpo. Portanto, os trabalhadores que atuam na pavimentação de ruas não devem trabalhar de camiseta e bermuda conforme NR 6 – Equipamento de Proteção Individual, que através de palestras de conscientização o SESMT- Serviço de Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, deverá orientar o trabalhador sobre os riscos causados ao não usar segundo a norma: Calçado de segurança, camiseta manga longa, calças compridas com faixas refletivas de sinalização, luvas de vaqueta, óculos, mascaras químicas próprias para o trabalho, pois a não utilização desses EPI poderão causar queimaduras graves, intoxicação por agentes químicos e outros agentes aqui citados nesse trabalho.
Também o benzo(a)antraceno e os benzofluorantenos são reconhecidos como cancerígenos, além de possuírem propriedades mutagênicas. E ambos se encontram nas emissões do asfalto. As manifestações agudas dos pavimentadores envolvem: irritação ocular, irritação nas mucosas do trato respiratório superior (nasal e garganta), tosse, dispnéia, asma química, bronquite, dor de cabeça, irritação, ressecamento e queimaduras da pele, pruridos, rachaduras e feridas. Também já foram indicados em menor escala sintomas agudos, tais como enjoo, náuseas, diminuição de apetite, dor de estômago e fadiga. 
Quanto aos efeitos crônicos, relatando o risco de câncer, dentre eles: leucemia, câncer na boca e faringe e de pulmão. Também há relatos de câncer gastrintestinal e de próstata/bexiga. 
2.7 LEGISLAÇÃO 
No Brasil atualmente dispomos de várias normativas, leis e artigos se tratando de Legislação que fala da exposição ocupacional a produtos químicos, a Norma Regulamentadora 15- Atividades e Operações Insalubres (NR-15) da Portaria nº 3.214/78 do MTE, abrange vários pontos e anexos como citaremos a seguir, além da NHO 08- Normas de Higiene Ocupacional que fala sobre Coleta de material particulado sólido suspenso no ar de ambientes de trabalho, que apresentaremos de forma sucinta nesse trabalho.
O Anexo Nº 13 A - Benzeno dessa NR traz alguns enquadramentos de insalubridade para trabalhadores expostos a alguns dos produtos químicos que foram citados aqui, mas devemos lembrar que ele é qualitativo e não quantitativo. Outro parâmetro é o Quadro 1- “Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.” da mesma NR, que estabelece limites de tolerância, valor teto. Porém, os agentes químicos apresentados no subitem 6.5 “Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010)” da NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI, na sua maioria, não apresentam limite de tolerância no âmbito brasileiro. 
Neste caso, utiliza-se o subitem 9.3.5.1 do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da Norma Regulamentadora 9 (NR 9), que diz: 
“Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; 
b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos. “(N 9, 9.3.5.1, 2013, p.102)
O Benzo(a)pireno, que é citado no Anexo 13-A como Benzopireno, é enquadrado como insalubre em grau máximo (40%) pelo item Operações Diversas
Operações com cádmio e seus compostos:
- extração, tratamento, preparação de ligas, fabricação e emprego de seus compostos, solda com cádmio, utilização em fotografia com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante em revestimentos metálicos, e outros produtos.
Operações com as seguintes substâncias:
- éterbis (cloro-metílico);
- benzopireno;
- berílio;
- cloreto de dimetil-carbamila;(N15, ANEXO13-A, 2013, p.311)
 O Betume, sinônimo de asfalto no Brasil, também é enquadrado como insalubre em grau máximo (40%), mas pelo item “Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono”. O Antraceno detectado no estudo da NIOSH citado anteriormente, também é enquadrado como insalubre em grau máximo (40%), pelo mesmo item “Hidrocarbonetos e outros
compostos de carbono”. Tanto o betume quanto o antraceno são textualmente apontados pelo item Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono como substâncias cancerígenas, 
” Destilação do petróleo, manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo queimado, parafina ou outras substâncias cancerígenas afins.”(NR15 ANEXO13, 2013, p.306)
2.8 CONSEQUENCIAS E PROGAMAS DE CONTROLE 
Conforme a PETROBRAS (2012), uma emulsão asfáltica apresenta perigos ao homem, destacando-se como os mais importantes: o dano à pele através da exposição repetida ou prolongada, e a irritação ocular se o produto entrar em contato com os olhos, além de perigos para a vida aquática, preocupação dada ao meio ambiente. Além destes, a emulsão pode liberar fumos quando em aquecimento até 90ºC promovendo toxicidade ao trabalhador exposto, destacando-se: Narcose com tontura; Sonolência; Dor de cabeça; Náuseas; Irritações no sistema respiratório; Dor de garganta; e dificuldade respiratória, além disso, o produto pode liberar gás sulfídrico, sendo um alerta nestes casos uma vez que a NR-15 aponta este agente químico na tabela de limites de tolerância, caracterizando como grau máximo de insalubridade caso a concentração durante a exposição seja superior a 8 ppm.
Os profissionais da área de segurança do trabalho já dispõem de publicações na Internet que confirmam as doenças às quais estão expostos os pavimentadores. Foram identificadas funções que obviamente se encontram mais expostas às emissões de asfalto e que merecem grande atenção por parte do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) das empresas, pois se espera maior adoecimento respiratório desses trabalhadores por se encontrarem em tal situação. Os exames clínicos e laboratoriais desses trabalhadores devem receber uma revisão e maior atenção, e espera-se que apareçam casos de câncer de pulmão, bexiga, de pele.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) devem também sofrer revisão, pois tais agentes químicos ainda não são reconhecidos pelo SESMT da maioria das empresas, seja por ignorância, seja por falta de conhecimento técnico.
Um Programa de Proteção Respiratória (PPR) com os respectivos equipamentos de proteção deve ser implantado para esses trabalhadores, uma vez que há anos os que se dedicam a essas atividades permanecem sem nenhum tipo de respirador purificador. Os uniformes devem merecer atenção do SESMT das empresas, uma vez que não se pode permitir trabalho com exposição a agentes que causam câncer de pele. Como especificamos anteriormente vale frisar as especificações da NR 06 o SESMT- Serviço de Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, deverá orientar o trabalhador sobre os riscos causados ao não usar segundo a norma: Calçado de segurança, camiseta manga longa, calças compridas com faixas refletivas de sinalização, luvas de vaqueta, óculos, mascaras químicas próprias para o trabalho, pois a não utilização desses EPI poderão causar queimaduras graves, intoxicação por agentes químicos e outros agentes se faz necessário utilizar também creme de proteção para a pele e banho logo após o término do trabalho. 
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
Este estudo iniciou-se pela análise do trabalho de profissionais ligados à pavimentação asfáltica, bem como pelo estudo do PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais de uma empresa pavimentadora na cidade de Rondonópolis. Foram reunidas informações sobre as funções desempenhadas, bem como sobre os Equipamentos de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção Coletiva utilizados pelos trabalhadores da área de pavimentação asfáltica. 
O trabalho foi elaborado de forma qualitativa e bibliográfica. Qualitativa é método difere, em princípio, do quantitativo, à medida que não emprega um Instrumental estatístico como base na análise de um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias. A pesquisa foi desenvolvida bibliograficamente a partir de materiais publicadas em livros, artigos, dissertações e teses. Ela pode ser realizada independentemente ou pode constituir parte de uma pesquisa descritiva.
 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o desenvolver deste trabalho chegamos a vários fatores conclusivos dentre eles, a exposição às emissões de asfalto em pavimentação se dá tanto por gases e vapores, quanto a material particulado e essas de emissões são prejudiciais à saúde humana. São numerosos os gases e vapores que podem estar presentes na atmosfera dos ambientes de trabalho e que, quando inalados, desenvolvem efeitos irritantes, principalmente nas vias respiratórias. 
O local de ação é em geral determinado pela sua solubilidade. Aqueles que são muito solúveis na água são rapidamente absorvidos pelas vias aéreas superiores onde agem como irritantes. Os de baixa solubilidade agem mais adiante, no pulmão. A ação daqueles de solubilidade intermediária se faz ao longo de todo o aparelho respiratório. 
Dentre o material particulado, a maioria das partículas é de um tamanho minúsculo (< 2,5 μm), o que facilita não apenas a sua inalação, mas também a sua chegada às partes mais profundas do pulmão (alvéolos), diminuindo a capacidade respiratória do indivíduo e aumentando os processos inflamatórios. 
Alguns estudos indicam que os compostos químicos presentes no material particulado conseguem se diluir na região do alvéolo e passam para a circulação sanguínea. No caso de hidrocarbonetos aromáticos, que são os compostos 31 presentes em maior quantidade nas emissões do asfalto, o tamanho das partículas se situa entre 1 e 3 μm, portanto conseguem entrar na corrente sanguínea e se fixar nos glóbulos vermelhos. 
Muitos dos agentes químicos que foram identificados, por pesquisadores, nas emissões de asfalto são comprovadamente carcinogênicos, reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 
A presença de vários HAP´s reconhecidamente tóxicos (sendo alguns também mutagênicos e/ou carcinogênicos) é agravada pela presença de outros HAP´s diferentes (HAP´s com cadeias alifáticas laterais) daqueles usualmente estudados pelos padrões analíticos, o que dificulta a quantificação e o estabelecimento de limites de exposição dos mesmos. 
Além disso, eles também podem agir, quando no estado líquido, sobre a pele determinando queimaduras ou inflamações. O controle dos riscos causados por estas substâncias se faz através da detecção de sua presença no ambiente de trabalho e das observações clínicas de seus sintomas em trabalhadores expostos. 
Quanto aos efeitos crônicos, há estudos, como o da NIOSH - Health Effects of Occupational Exposureto Asphalt (NIOSH, 2000) - relatando o risco de câncer, dentre eles: leucemia, câncer na boca, faringe e pulmão. Também há relatos de câncer gastrointestinal e de próstata/bexiga. Vide Anexo1
“Conforme FISPQ- Ficha de Informação de Segurança de Proteção Químicos da empresa PETROX os “Equipamentos de proteção individual apropriados’ para manuseio e aplicação do asfalto são:
Proteção respiratória: Recomenda-se a utilização de respirador com filtro para vapores orgânicos para exposições médias acima da metade do TLV-TWA.
Nos casos em que a exposição exceda 3 vezes o valor TLV-TWA, utilize respirador do tipo autônomo (SCBA) com suprimento de ar, de peça facial inteira, operado em modo de pressão positiva. Siga orientação do Programa de Prevenção Respiratória (PPR).
Proteção das mãos: Luvas de proteção de PVC.
Proteção dos olhos: Óculos de Segurança com proteção lateral.
Proteção da pele e corpo: Luvas de punho longo, vestimenta protetora adequada, Blusa de Manga longa e conjunto de tecido de algodão.
Precauções especiais: O produto aquecido pode causar queimaduras graves por isso é recomendado o uso de luvas de couro. Evitar o uso de lentes de contato enquanto manuseia.”
Conforme foi citado por meio da FISPQ da empresa PETROX, e é claro com a própria ficha embasada nas Normas Regulamentadoras claramente dispostas, é mostrada
a necessidade do uso dos EPI para prevenção dos riscos e o bom andamento do trabalho inibindo e prevenindo os riscos neste trabalho citados.
5. CONCLUSÃO 
Como é de conhecimento geral, trabalhadores expostos à radiação solar correm maior risco de desenvolver câncer de pele. No caso dos pavimentadores, esse risco é ampliado, pois se trata de uma combinação de fatores que se associam, ou seja, HAP com radiação solar, merecendo maior atenção nesse aspecto. A fim de diminuir os efeitos principais do contato com HAP as empresas de pavimentação têm que ter mais atenção no manuseio do produto, incluindo os operadores de maquinas aos trabalhadores que fazem o auxílio manual. 
Todas as partes estão em contato diretamente ou indiretamente com o produto, pois tem o contato com o produto, podendo ser em estado gasoso ou condensado. 
A as maiores partes das empresas não usam Equipamentos de Proteção Individual apropriados para o trabalho, podendo ser citado como exemplos: bermuda, camisa de manga curta. Para evitar o contado do trabalhador com o betume podem ser adotadas roupas compridas caneleiras, luvas, proteção facial e mascaras com filtros químicos. Pensando nisso encontramos outro problema que seria o calor, pois o trabalhador trabalha em céu aberto, pensando em uma contra medida, o correto seria adotar um ponto de apoio para o trabalhador onde ele pode estar se hidratando, hoje em dia existe “saches” que contém um uma solução aquosa própria para reidratação do trabalhador já usado em algumas empresas. Na exposição dos trabalhadores ao asfalto, podemos observar quanto aos efeitos combinados ás emissões de asfalto e diesel, uma vez que todas as máquinas pesadas que atuam nas operações de pavimentação de ruas, avenidas e estradas fazem uso deste combustível das duas emissões, asfalto e diesel, o que aumenta o risco de desenvolvimento de câncer pulmonar.
Todos os trabalhadores envolvidos em atividades que utilizam produtos químicos deverão receber um curso sobre o uso de Produtos Químicos, que aborde conteúdos e práticas relativos às operações e aos procedimentos referentes a tal matéria, o que inclui, recebimento, contato, armazenamento, transferência, manuseio e descarte, com foco no desenvolvimento da identificação, análise e classificação dos riscos e práticas de segurança, bem como inspeção e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC), de acordo com a NR 16.
A substância química betuminosa é um líquido inflamável, insolúvel na água e nocivo, que pode causar dor de cabeça e náuseas por inalação.
Com os dados mostrado nesse trabalhos existe um questionamento fundamental: o que realmente se alcançou na saúde do trabalhador na questão à exposição a agentes químicos?
Ainda temos que dar maior atenção às medidas individuais de proteção contra agentes físicos e químicos, que não condizem com o seu papel efetivo na garantia da proteção integral à saúde do trabalhador. Os trabalhadores ainda executam suas atividades em condições precárias, não apenas no que diz respeito à segurança e à higiene do trabalho, mas também no que se diz a respeito de um trabalho digno e decente.
	Portanto ainda há muito que fazer para proteger esses trabalhadores dos riscos químicos a que estão continuamente expostos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1.339 de 18 nov. 1999. In: Doenças relacionadas ao trabalho. Brasília, 2001. 580p. http://portal.mte.gov.br/legislacao/ acessado em:02/02/2015 as 19:00h
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (US). Air emissions from scrap tire combustion. 1997.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (US). Summary of the Dioxin Reassessment Science Information Sheet. 2001.
GUIMARÃES, F. J. R. P. Apostila de riscos químicos. Santos (SP): Senac, 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO (IBP). Informações básicas sobre materiais asfálticos. 5.ed. Rio de Janeiro, 1990. 68p. Fernandes, P R N; de Alencar, A E V; Soares, J B; Cavalcante, R M; do Nascimento http://www.ibp.org.br/main.asp?Team={BA470CA3-BF25-4AAC-9BFB-FBBF89F31F85} 
LONDON SCHOOL OF HYGIENE AND TROPICAL MEDICINE. Cancer risk following exposure to Polycyclic Aromatic Hidrocarbons (PAHs): a meta-analysis. London, 2003.
LUTES, C. C. et al. Evaluation of emissions from paving asphalts. New York: US EPA/600/SR-94/135, Nov. 1994.
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH). Crumb-rubber modified asphalt paving: occupational exposures and acute health effects. s.l., 2001.
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH). Health effects of occupational exposure to asphalt. s.l., 2000.
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH). Manual of analytical methods. 4.ed. Cincinnatti, 2003.
NORMA REGULAMENTADORA 15 (NR-15). Portaria nº 3.214/78 do MTE. Manual Atlas, 62.ed. São Paulo, 2008.
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO). Manual Atlas, 62.ed. São Paulo, 2008.
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA). Manual Atlas, 62.ed. São Paulo, 2008.
PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR). Instrução Normativa 1, Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Brasília, 1994.
Http://www.coagro.coop.br/post/10 Paulo Bastos – Diretor Financeiro – Acessado em 14/02/2015 as 20:12.
NR 06- Equipamento de proteção individual. http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm acessado em:07/02/2015 as 14:00h
NR 07- PCMSO http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm acessado em:08/02/2015 as 12:00h
NR 09- PPRA http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm acessado em:08/02/2015 as 15:00h
NR 15- Atividades e Operações Insalubres. http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm acessado em:08/02/2015 as 14:30h
NR 18- Condições em meio ambiente de trabalho na industria da construção. http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm acessado em:08/02/2015 as 14:00h
OSHAS 18001- Occupational Health and Safety Assessment Services .
ANEXO 01-Estudo Epidemiológico sobre as exposições aos fumos de asfalto (NIOSH, 2000).
	Autor, País e Ocupação 
	Nº de Casos Estudados 
	Período 
	Doença ou Condição 
	Nº de Mortes ou Casos 
	Taxa de Risco 
	95% CI ou Pvalor 
	Hansen 1989, Dinamarca, trabalhadores do asfalto 
	679 
	1959-1986 
	Câncer 
Câncer de Pulmão 
Câncer na boca, 
Câncer no esôfago 
Câncer no reto. 
	74 
27 
2 
3 
7 
	SIR 1,95 
SIR 3,44 
SIR 11,11 
SIR 6,98 
SIR 3,18 
	1,53-2,44 
2,27-5,01 
1,35-40,14 
1,44-20,39 
1,28-6,56 
	Hansen 1991, Dinamarca, trabalhadores do asfalto 
	679 
	1959-1986 
	Câncer 
Câncer 
Câncer de pulmão 
Câncer (exceto de pulmão) 
Bronquite, enfisema, asma 
Cirrose hepática. 
	148 
62 
25 
37 
9 
7 
	SMR 1,57 
SMR 2,29 
SMR 2,90 
SMR 2,00 
SMR 2,07 
SMR 4,67 
	1,34-1,85 
1,75-2,93 
1,88-4,29 
1,41-2,76 
0,95-3,93 
1,88-9,62 
	Engholm,1991, Suécia, pavimentadores 
	2,572 
	1971-1985 
	Câncer 
Câncer 
Câncer estômago 
Câncer estômago 
Câncer pulmão 
Câncer pulmão 
	96 
47 
5 
6 
7 
8 
	SMR 0,69 
SMR 0,86 
SMR 2,01 
SMR 2,07 
SMR 1,10 
SMR 1,24 
	NR 
NR 
NR 
NR 
NR 
NR 
	Maizilish et al, 1988, Estados Unidos, trabalhadores da manutenção de rodovias 
	1,570 
	1970-1983 
	Enfisema 
Câncer no sistema digestivo 
Câncer no estômago 
Câncer de pele 
Câncer próstata 
Câncer cérebro 
Câncer linfopoiético. 
	8 
25 
6 
2 
7 
4 
8 
	PMR 2,50 
PMR 1,51 
PMR 2,27 
PMR 1,22 
PMR 2,26 
PMR 1,60 
PMR 1,15 
	1,80-4,92 
0,97-2,23 
0,83-4,95 
0,12-4,93 
0,91-4,66 
0,40-4,10 
0,50-2,26 
	Bender,1989, Estados Unidos, trabalhadores da manutenção de rodovias 
	4,849 
	1945-1984 
	Câncer 
Câncer 
Câncer pulmão 
Câncer Faríngeo bucal 
Câncer gastrointestinal
Câncer próstata. 
Câncer no rim, na bexiga e outros órgãos urinários 
Leucemia 
	1,530 
274 
57 
2 
3 
11* 
7** 
8*** 
	SMR 0,9 
SMR 0,83 
SMR 0,69 
SMR 11,10 
SMR 5,82 
SMR 2,98 
SMR 2,92 
SMR 4,49 
	0,86-0,96 
0,73-0,94 
0,52-0,90 
1,30-40,10 
1,20-17,00 
P < 0,01 
1,17-6,02 
1,94-8,84 
	Milham,1997 Estados Unidos, niveladores, pavimentadores, operadores de máquinas, escavadeiras e engenheiros operacionais. 
Engenheiros Operacionais niveladores, pavimentadores, operadores de máquinas e escavadores. 
	7,266 
	1950-1989 
	Sistema respiratório 
Câncer na traquéia, brônquios, pulmões. 
Câncer sistema respiratório 
Brônquios, traquéia e pulmão 
Brônquios, pulmão 
Asma 
Linfático hematopoiético 
Reticulosarcoma 
Linfosarcoma 
Doença de Hodgki 
Outros linfomas 
Acidentes com veículos 
Câncer nos brônquios, pulmão (ICD 162.1 E 163) 
Acidentes com veículos 
	614 
558 
136 
122 
76 
5 
43 
7 
6 
4 
10 
47 
288 
249 
	PMR 1,1 
PMR 1,20 
PMR 1,21 
PMR 1,21 
PMR 1,42 
PMR 1,60 
PMR 1,42 
PMR 1,37 
PMR 1,88 
PMR 1,58 
PMR 2,00 
PMR 1,59 
PMR 1,24 
PMR 1,39 
	P<0,05 
P<0,05 
P<0,01 
NS 
P< 0,05 
NS 
P<0,05 
NS 
NS 
NS 
P<0,05 
P<0,05 
P<0,01 
P<0,01 
Abreviações: 
CI: intervalo de confiança;
ICD: classificação internacional de doenças; 
NR: não reportado; 
NS: estatística não significativa;
PMR: taxa de mortalidade proporcional; 
SIR: taxa de incidência padronizada;
SMR: taxa de mortalidade padronizada. 
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� Estudante do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI Rondonópolis-MT. E-Mail: weyne_bruno@hotmail.com
� Estudante do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI Rondonópolis-MT. E-Mail: yan.17@hotmail.com
� Instrutora do curso de Habilitação técnica em Segurança do Trabalho na Instituição SENAI Rondonópolis-MT. E-Mail: � HYPERLINK "mailto:paula.campos@senaimt.edu.br" �paula.campos@senaimt.edu.br�
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