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07 Arquitetura Vernacular

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Arquitetura VernacularArquitetura Vernacular
Antonio CastelnouAntonio Castelnou
IntroduçãoIntrodução
„
„ Na História da Arquitetura, a maioria do que se Na História da Arquitetura, a maioria do que se 
construiu não foi projetada por profissionais, mas construiu não foi projetada por profissionais, mas 
foi antes uma expressão da foi antes uma expressão da TRADIÇÃO TRADIÇÃO 
POPULARPOPULAR, a qual possui o mesmo impulso , a qual possui o mesmo impulso 
estético que a oficial, porém realizada por pessoas estético que a oficial, porém realizada por pessoas 
comuns. comuns. 
„
„ Todos esses ambientes foram projetados no sentido Todos esses ambientes foram projetados no sentido 
de que englobassem as decisões e escolhas humanas de que englobassem as decisões e escolhas humanas 
à sua maneira específica de fazer as coisas, à sua maneira específica de fazer as coisas, 
conforme as circunstâncias e recursos disponíveis conforme as circunstâncias e recursos disponíveis 
no no tempotempo e no e no espaçoespaço..
2
„
„ Essa arquitetura que é Essa arquitetura que é 
exercida por pessoas que exercida por pessoas que 
constroem sem o fardo da constroem sem o fardo da 
solenidade oficial recebe o solenidade oficial recebe o 
nome de nome de ARQUITETURA ARQUITETURA 
VERNACULARVERNACULAR, uma , uma 
arquitetura sem arquitetosarquitetura sem arquitetos, , 
cujo resultado possui valor, cujo resultado possui valor, 
embora não tenha sido regida embora não tenha sido regida 
pelos cânones ditos pelos cânones ditos 
civilizados ou acadêmicos. civilizados ou acadêmicos. 
„
„ Etimologicamente, o termo Etimologicamente, o termo 
VERNÁCULOVERNÁCULO vem de vem de vernaevernae, , 
que, na Roma antiga, correspondia que, na Roma antiga, correspondia 
a tudo que se relacionava aos a tudo que se relacionava aos servos servos 
nascidos em casa ou dos escravos nascidos em casa ou dos escravos 
que se faziam nas guerrasque se faziam nas guerras..
„
„ Com o tempo, a palavra foi sendo Com o tempo, a palavra foi sendo 
empregada para designar tudo empregada para designar tudo 
aquilo que é próprio de um país ou aquilo que é próprio de um país ou 
nação, sem estrangeirismos. nação, sem estrangeirismos. 
3
„
„ DenominaDenomina--se se VERNÁCULAVERNÁCULA a língua vulgar que se a língua vulgar que se 
contrapõe à língua culta ou poética. Assim, a contrapõe à língua culta ou poética. Assim, a 
arquitetura vernacular trataarquitetura vernacular trata--se de uma arquitetura se de uma arquitetura 
práticaprática e e caseiracaseira, não heróica, facilmente tachada de , não heróica, facilmente tachada de 
arcaica e excluída do universo de atuação presente.arcaica e excluída do universo de atuação presente.
„
„ Entretanto, a arquitetura Entretanto, a arquitetura 
vernacular seria a vernacular seria a 
representação factual de representação factual de 
uma técnica construtiva uma técnica construtiva 
e uma ideologia global e uma ideologia global 
de determinada cultura, de determinada cultura, 
referindoreferindo--se sempre à se sempre à 
tradição local e à tradição local e à 
sabedoria popular; e sabedoria popular; e 
ligandoligando--se, de certo se, de certo 
modo, ao modo, ao FOLCLOREFOLCLORE. . 
4
„
„ O interesse por essa arquitetura O interesse por essa arquitetura –– dita dita produto da produto da 
arte populararte popular –– é relativamente recente, aparecendo é relativamente recente, aparecendo 
em meados do século XIX, quando gravuras em meados do século XIX, quando gravuras 
japonesas e esculturas africanas começaram a japonesas e esculturas africanas começaram a 
despertar a atenção dos críticos europeus. despertar a atenção dos críticos europeus. 
„
„ Com o Com o PÓSPÓS--MODERNISMOMODERNISMO da segunda metade do da segunda metade do 
século passadoséculo passado e, através dele, a busca de identidade e, através dele, a busca de identidade 
cultural, de contextualização histórica e de economia cultural, de contextualização histórica e de economia 
energética, a arquitetura vernacular passou a ser energética, a arquitetura vernacular passou a ser 
melhor estudada e admirada pela academia ou escolas melhor estudada e admirada pela academia ou escolas 
de nível superior. de nível superior. 
Vernáculo Vernáculo versusversus EruditoErudito
„
„ O contraposto do vernáculo é O contraposto do vernáculo é 
a a ARQUITETURA ARQUITETURA 
ERUDITAERUDITA, aquela que , aquela que 
obedece as normas e padrões obedece as normas e padrões 
estabelecidos nas Escolas de estabelecidos nas Escolas de 
BelasBelas--Artes ou de Artes ou de 
Arquitetura, onde participa o Arquitetura, onde participa o 
arquiteto profissional, ou arquiteto profissional, ou 
ainda, outra pessoa ligada ao ainda, outra pessoa ligada ao 
sistema oficial de construção. sistema oficial de construção. 
5
„
„ A arquitetura dita A arquitetura dita OFICIALOFICIAL tratatrata--se de uma prática se de uma prática 
solene, emanada pelo poder (autoridade legal) e solene, emanada pelo poder (autoridade legal) e 
realizada por arquitetos e engenheiros diplomados. realizada por arquitetos e engenheiros diplomados. 
„
„ A história oficial da A história oficial da 
arquitetura sempre arquitetura sempre 
privilegiou obras privilegiou obras 
gigantescas ou singulares, gigantescas ou singulares, 
considerando boa somente considerando boa somente 
a arquitetura erudita, a arquitetura erudita, 
contrapondocontrapondo--a à vernácula, a à vernácula, 
raramente registrada nas raramente registrada nas 
enciclopédias, o que enciclopédias, o que 
tornoutornou--as mutuamente as mutuamente 
exclusivas. exclusivas. 
6
„
„ É importante ressaltar que esses dois modos de É importante ressaltar que esses dois modos de 
operação para a produção arquitetônica operação para a produção arquitetônica –– o o eruditoerudito e e 
o o vernacularvernacular –– são antagônicos, mas não são são antagônicos, mas não são 
excludentes: eles se complementam mutuamente.excludentes: eles se complementam mutuamente.
„
„ Na verdade, percebeNa verdade, percebe--se que não há uma arquitetura se que não há uma arquitetura 
vernacular ou oficial puras, mas sim casos opostos em vernacular ou oficial puras, mas sim casos opostos em 
que o distanciamento é tal que um modo de produção que o distanciamento é tal que um modo de produção 
da arquitetura predomina quase totalmente sobre o da arquitetura predomina quase totalmente sobre o 
outro, mas sem excluíoutro, mas sem excluí--lo por completo.lo por completo.
ClassificaçãoClassificação
„
„ A expressão A expressão 
ARQUITETURA ARQUITETURA 
VERNACULARVERNACULAR não não 
consegue abarcar em seu consegue abarcar em seu 
significado todas as significado todas as 
proposições que existem proposições que existem 
referentes a esta produção, referentes a esta produção, 
dada a grande dada a grande 
complexidade dos complexidade dos 
fenômenos por ela fenômenos por ela 
desencadeados. desencadeados. 
7
„
„ Diferentes segmentos sociais Diferentes segmentos sociais –– em diferentes espaços em diferentes espaços 
bioclimáticos, políticos, econômicos, sociais e bioclimáticos, políticos, econômicos, sociais e 
históricos históricos –– são classificados de modo a não permitir são classificados de modo a não permitir 
a definição de algo geral, válido independentemente a definição de algo geral, válido independentemente 
de local, tempo e sistema construtivo. de local, tempo e sistema construtivo. 
Casas emCasas em
enxaimelenxaimel
Arquitetura primitivaArquitetura primitiva
„
„ É aquela geralmente É aquela geralmente 
derivada de intelectos derivada de intelectos 
considerados considerados rudimentaresrudimentares
e e simplessimples, como os de , como os de 
indígenas ou de negros indígenasou de negros 
selvagens, em selvagens, em 
comunidades onde não comunidades onde não 
existe uma divisão social existe uma divisão social 
de trabalho: a mesma de trabalho: a mesma 
pessoa que vai morar é pessoa que vai morar é 
quem constrói sua casa. quem constrói sua casa. ChoçasChoças
8
„
„ Consiste nos trabalhos Consiste nos trabalhos 
executados por uma executados por uma 
comunidade e consumidos por comunidade e consumidos por 
ela mesma, segundo a ela mesma, segundo a 
somatória de conhecimentos somatória de conhecimentos 
disponíveis, transmitidos por disponíveis, transmitidos por 
gerações; e a partir de recursos gerações; e a partir de recursos 
que o próprio meio oferece que o próprio meio oferece 
(gelo, palha, pele animal, ossos (gelo, palha, pele animal, ossos 
e galhos de árvores). e galhos de árvores). 
IgluIglu
9
9 IGLUIGLU (Do esquimó (Do esquimó idgloidglo,,
casa): Habitação polar casa): Habitação polar 
em forma de cúpula, em forma de cúpula, 
construída com blocos de construída com blocos de 
neve compacta, neve compacta, 
encaixados em espiral, e encaixados em espiral, e 
vidros de gelo.vidros de gelo.
9
IglooIgloo
9
9 TUAREGTUAREG: Habitação : Habitação 
em forma de tenda dos em forma de tenda dos 
árabes nômades do árabes nômades do 
deserto (tuaregues), deserto (tuaregues), 
que vivem no Saara, que vivem no Saara, 
MaliMali ou ou NígerNíger..
10
9
9 TEEPEETEEPEE: Tenda : Tenda 
cônica dos índios cônica dos índios 
nortenorte--americanos, americanos, 
feita de galhos feita de galhos 
cruzados e recoberta cruzados e recoberta 
com pele de bisão.com pele de bisão.
9
9 YURTESYURTES: Casas cilíndricas da : Casas cilíndricas da 
Ásia central, feitas de feltro Ásia central, feitas de feltro 
(pano que não é fiado, mas (pano que não é fiado, mas 
fabricado com lã de carneiro e fabricado com lã de carneiro e 
pêlo de camelo amassado com os pêlo de camelo amassado com os 
pés), fixado em treliçado de pés), fixado em treliçado de 
madeira e preso por correias de madeira e preso por correias de 
couro ou de crina de cavalo.couro ou de crina de cavalo.
11
9
9 PALAFITASPALAFITAS: : 
Habitações préHabitações pré--
históricas, geralmente históricas, geralmente 
lacustres, sustentadas lacustres, sustentadas 
por estacas e por estacas e 
encontradas em regiões encontradas em regiões 
quentes, como nas ilhas quentes, como nas ilhas 
da Oceania.da Oceania.
9
9 OCASOCAS (Do Tupi (Do Tupi 
okaoka): ): Cabana ou Cabana ou 
choça de índios choça de índios 
brasileiros, feita brasileiros, feita 
geralmente de palha geralmente de palha 
presa em trama ou presa em trama ou 
de barro.de barro.
12
Habitações indígenasHabitações indígenas
Arquitetura regionalArquitetura regional
„
„ Também denominada de Também denominada de 
ILETRADAILETRADA, é aquela , é aquela 
que tem suas raízes na que tem suas raízes na 
própria terra, lugar ou própria terra, lugar ou 
sítiosítio, produto natural , produto natural 
das necessidades e das necessidades e 
conveniências do meio conveniências do meio 
físico e social de uma físico e social de uma 
determinada região ou determinada região ou 
comunidade. comunidade. 
Habitação árabeHabitação árabe
13
„
„ Geralmente construída pelos seus próprios usuários, Geralmente construída pelos seus próprios usuários, 
apresenta maior complexidade de agenciamentos que apresenta maior complexidade de agenciamentos que 
a primitiva, sendo sua transmissão também feita de a primitiva, sendo sua transmissão também feita de 
maneira informal, de geração para geração. maneira informal, de geração para geração. 
Habitação japonesaHabitação japonesa
„
„ A prática arquitetônica A prática arquitetônica 
regional adaptaregional adapta--se às se às 
constantes físicas do constantes físicas do 
meio geográfico (relevo meio geográfico (relevo 
e clima), sendo e clima), sendo 
expressão cosmoexpressão cosmo--
antropológica e antropológica e 
desenvolvendodesenvolvendo--se com se com 
tecnologia a um tempo tecnologia a um tempo 
incipiente e apurado. incipiente e apurado. 
HabitaçãoHabitação
egípciaegípcia
Habitação africanaHabitação africana
14
9
9 CASAS DE ADOBECASAS DE ADOBE: : 
Primeiras habitações Primeiras habitações 
históricas, típicas das históricas, típicas das 
diversas regiões do Egito, diversas regiões do Egito, 
Palestina, Oriente Médio Palestina, Oriente Médio 
e Mesopotâmia, e Mesopotâmia, 
construídas em tijolos de construídas em tijolos de 
terra crua.terra crua.
PuebloPueblo
15
9
9 CASAS DE TIJOLOSCASAS DE TIJOLOS: : 
Construções modestas em Construções modestas em 
alvenaria que, até alvenaria que, até 
aproximadamente 1860, aproximadamente 1860, 
caracterizavamcaracterizavam--se por se por 
tijolos feitos à mão, que tijolos feitos à mão, que 
diferiam na cor e no diferiam na cor e no 
formato conforme a região formato conforme a região 
em que eram produzidos em que eram produzidos 
(Inglaterra, França, (Inglaterra, França, 
Espanha, Grécia, etc.). Espanha, Grécia, etc.). 
Habitação gregaHabitação grega
9
9 CASAS DE PEDRACASAS DE PEDRA: Habitações antigas, medievais e : Habitações antigas, medievais e 
renascentistas, realizadas até a era industrial, feitas de renascentistas, realizadas até a era industrial, feitas de 
calcário, granito, arenito ou ardósia, por artesãos em calcário, granito, arenito ou ardósia, por artesãos em 
diversas partes da Europa central e sul, entre outros.diversas partes da Europa central e sul, entre outros.
16
Alvenaria de pedraAlvenaria de pedra
CottageCottage
17
9
9 CABANASCABANAS: Habitações : Habitações 
simples, que evoluíram simples, que evoluíram 
no uso de toras até no uso de toras até 
tábuas de madeira dura tábuas de madeira dura 
(carvalho, cerejeira, (carvalho, cerejeira, 
peroba) ou macia (pinho, peroba) ou macia (pinho, 
cedro, bambu), em cedro, bambu), em 
diversos sistemas diversos sistemas 
construtivos espalhados construtivos espalhados 
por todo o mundo. por todo o mundo. 
CabanaCabana
medievalmedieval
18
Casas de madeiraCasas de madeira
9
9 CHALÉSCHALÉS: Habitações : Habitações 
alpinas, baixas e alpinas, baixas e 
largas, geralmente largas, geralmente 
feitas em madeira, com feitas em madeira, com 
varanda e teto de duas varanda e teto de duas 
águas, típicas de águas, típicas de 
regiões da Suíça, regiões da Suíça, 
França e Alemanha;França e Alemanha;
19
9
9 TAPIRISTAPIRIS: Casas dos : Casas dos 
seringueiros amazônicos, seringueiros amazônicos, 
feitas de feitas de paxiúbapaxiúba e e 
cobertas de palha cobertas de palha 
tratada e bem seca.tratada e bem seca.
9
9 TRULLITRULLI: Casas : Casas 
cilíndricas, com tetos e cilíndricas, com tetos e 
cúpulas cônicas, feitas de cúpulas cônicas, feitas de 
calcário local e sem calcário local e sem 
argamassa, típicas de argamassa, típicas de 
AlberobelloAlberobello, no Sul da , no Sul da 
Itália; ou ainda habitações Itália; ou ainda habitações 
caiadas, de formato caiadas, de formato 
prismático, típicas das prismático, típicas das 
ilhas ilhas CícladesCíclades, na Grécia., na Grécia.
20
AlberobelloAlberobello, Bari , Bari –– ItáliaItália
SantoriniSantorini, Grécia, Grécia
AstypalaiaAstypalaia KastroKastro, Grécia, Grécia
21
Arquitetura colonialArquitetura colonial
„
„ É aquela que surge a partir de um primeiro contato É aquela que surge a partir de um primeiro contato 
entre povos primitivos e colonizadores civilizados, entre povos primitivos e colonizadores civilizados, 
principalmente nos locais que tiveram seu principalmente nos locais que tiveram seu 
desenvolvimento atrasado devido à momentânea falta desenvolvimentoatrasado devido à momentânea falta 
de atrativos econômicos. de atrativos econômicos. 
„
„ Podendo ou não serem realizadas pelos seus próprios Podendo ou não serem realizadas pelos seus próprios 
moradores, essas obras anônimas são construídas com moradores, essas obras anônimas são construídas com 
o material disponível no local, porém procurando o material disponível no local, porém procurando 
copiar modelos alheios à sua cultura ou fazendo copiar modelos alheios à sua cultura ou fazendo 
adaptações/transformaçõesadaptações/transformações, muitas vezes produzindo , muitas vezes produzindo 
novas soluções técnicas ou estéticas. novas soluções técnicas ou estéticas. 
Arquitetura colonialArquitetura colonial
americanaamericana
22
9
9 TEJUPAPESTEJUPAPES: Abrigos : Abrigos 
do período da do período da 
colonização brasileira, colonização brasileira, 
resultantes do contato resultantes do contato 
entre indígenas e homens entre indígenas e homens 
brancos, constituídos de brancos, constituídos de 
muros de pedra ou muros de pedra ou 
madeira, cobertos por madeira, cobertos por 
palha e sem paredes.palha e sem paredes.
9
9 CALUJESCALUJES ((ChoupanasChoupanas
ou ou PalhoçasPalhoças): Casas ): Casas 
pobres, cobertas de pobres, cobertas de 
palha ou sapé, que palha ou sapé, que 
possuem divisões possuem divisões 
internas e algumas internas e algumas 
preocupações estéticas; preocupações estéticas; 
23
9
9 CASAS COLONIAIS DO CASAS COLONIAIS DO 
LITORAL BRASILEIROLITORAL BRASILEIRO: : 
Sobrados de pedra e cal Sobrados de pedra e cal 
que imitavam a paisagem que imitavam a paisagem 
medievomedievo--renascentista renascentista 
portuguesa, com cobertura portuguesa, com cobertura 
cerâmica.cerâmica.
9
9 CASAS BANDEIRISTASCASAS BANDEIRISTAS: : 
Habitações de taipa com Habitações de taipa com 
telhado de barro e antitelhado de barro e anti--
alpendre, típicas do interior de alpendre, típicas do interior de 
São Paulo no século XVIII.São Paulo no século XVIII.
24
9
9 MISSÕESMISSÕES: Colégios e : Colégios e 
reduções geralmente de reduções geralmente de 
taipa ou de pedra, típicas taipa ou de pedra, típicas 
da arquitetura jesuítica da arquitetura jesuítica 
iberoibero--americana.americana.
Redução jesuítaRedução jesuíta
Arquitetura espontâneaArquitetura espontânea
„
„ É aquela que nasce É aquela que nasce 
organicamente, utilizandoorganicamente, utilizando--se se 
do material fornecido pelo do material fornecido pelo 
entorno mais próximo (natural entorno mais próximo (natural 
ou artificial) e de acordo com ou artificial) e de acordo com 
as técnicas conhecidas ou as técnicas conhecidas ou 
experimentadas experimentadas 
empiricamente. Trataempiricamente. Trata--se de se de 
uma forma de apropriação do uma forma de apropriação do 
meio, apresentando diferenças meio, apresentando diferenças 
quando este é rural ou urbano. quando este é rural ou urbano. 
25
9
9 FAVELASFAVELAS: Núcleos de : Núcleos de 
habitações rústicas e habitações rústicas e 
improvisadas na improvisadas na 
periferia urbana.periferia urbana.
9
9 CORTIÇOSCORTIÇOS ou ou 
CABEÇASCABEÇAS--DEDE--PORCOPORCO: : 
Habitações coletivas de Habitações coletivas de 
classe pobre.classe pobre.
9
9 MOCAMBOSMOCAMBOS ((MalocasMalocas
ou ou QuilombosQuilombos): Refúgios ): Refúgios 
de escravos nas matas.de escravos nas matas.
26
9
9 CONSTRUÇÕES RURAIS CONSTRUÇÕES RURAIS 
DE POSSEIROSDE POSSEIROS: Tendas : Tendas 
ou barracos para uso ou barracos para uso 
temporário. temporário. 
Arquitetura popularArquitetura popular
„
„ É aquela que expressa a É aquela que expressa a 
condição sóciocondição sócio--cultural, o cultural, o 
padrão econômico e as padrão econômico e as 
aspirações de uma população, aspirações de uma população, 
guiada por um ideal estético guiada por um ideal estético 
que domina ou julga dominar.que domina ou julga dominar.
„
„ InspiraInspira--se em modelos se em modelos 
eruditos, porém exprimindo um eruditos, porém exprimindo um 
estilo de vida mais simples, estilo de vida mais simples, 
uma falta de cultura ou um uma falta de cultura ou um 
statusstatus pretensiosamente pretensiosamente 
superior. superior. 
27
9
9 KITSCHKITSCH: Pseudo: Pseudo--arquitetura, marcada pelo exagero e arquitetura, marcada pelo exagero e 
pela pela descontextualizaçãodescontextualização, o que seduz pelo seu lado irônico , o que seduz pelo seu lado irônico 
e até e até bizarrombizarrom, fazendo alusões óbvias e medíocres., fazendo alusões óbvias e medíocres.
9
9 POPPOP: Arquitetura : Arquitetura 
comercial, que é produto comercial, que é produto 
da massificação e do da massificação e do 
mercado.mercado.
28
9
9 COUNTRYCOUNTRY: Arquitetura : Arquitetura 
de inspiração na vida no de inspiração na vida no 
campo, caipira ou campo, caipira ou 
sertaneja, geralmente feita sertaneja, geralmente feita 
em madeira.em madeira.
9
9 CAMPCAMP: Construção : Construção 
comum, sem regras ou comum, sem regras ou 
conteúdo, de formas conteúdo, de formas 
simples e básicas.simples e básicas.
29
ColetivaColetivaIndividualistaIndividualistaPRODUÇÃOPRODUÇÃO
EmpíricaEmpíricaAcadêmicaAcadêmicaIDEOLOGIAIDEOLOGIA
Evolução Evolução ((forma idealforma ideal))Inovação Inovação ((invençãoinvenção))DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO
DisseminaçãoDisseminaçãoConcentraçãoConcentraçãoSISTEMASISTEMA
AutóctonesAutóctonesAlóctonesAlóctonesMATERIAISMATERIAIS
ConservadoraConservadoraEsbanjadoraEsbanjadoraENERGIAENERGIA
AutenticidadeAutenticidadeHipocrisiaHipocrisiaVALORESVALORES
EspontâneaEspontâneaImpostaImpostaACEITAÇÃOACEITAÇÃO
ARQUITETURA ARQUITETURA 
VERNACULARVERNACULAR
ARQUITETURA ARQUITETURA 
ERUDITAERUDITA
PARÂMETROPARÂMETRO
QUADRO COMPARATIVOQUADRO COMPARATIVO
ConclusãoConclusão
„
„ A A ARQUITETURA OFICIALARQUITETURA OFICIAL muitas vezes ignora os muitas vezes ignora os 
materiais, a energia, o seu contexto e a própria materiais, a energia, o seu contexto e a própria 
sociedade. É fruto da divisão do trabalho e de escolas sociedade. É fruto da divisão do trabalho e de escolas 
com doutrinas explícitas, nascendo de mudanças com doutrinas explícitas, nascendo de mudanças 
bruscas e individualistas, comprometendo a coerência bruscas e individualistas, comprometendo a coerência 
formaforma--contexto. É mais invenção que tradição.contexto. É mais invenção que tradição.
„
„ O O VERNÁCULOVERNÁCULO segue o caminho árduo de segue o caminho árduo de 
tentativas e erros, de mudanças lentas e um processo tentativas e erros, de mudanças lentas e um processo 
autoauto--adaptativo que não compromete o sistema adaptativo que não compromete o sistema 
formaforma--contexto. È todo fundamentado na tradição. contexto. È todo fundamentado na tradição. 
30
„
„ Na fase em que está Na fase em que está 
madura e nãomadura e não--esgotada, a esgotada, a 
ARQUITETURA ARQUITETURA 
VERNACULARVERNACULAR fornece fornece 
formas ideaisformas ideais, ajustadas , ajustadas 
ao contexto, clima, ao contexto, clima, 
energia e condições energia e condições 
ecológicas, que podem ecológicas, que podem 
ser reaproveitadas pelos ser reaproveitadas pelos 
arquitetos. arquitetos. 
BibliografiaBibliografia
„
„ GUIMARAENS, D.; CAVALCANTI, L. GUIMARAENS, D.; CAVALCANTI, L. Arquitetura Arquitetura 
kitsch: suburbana rural.kitsch: suburbana rural. Rio de Janeiro: Paz & Terra,1982. Rio de Janeiro: Paz & Terra,1982. 
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São Paulo: n. 12, ano 3, jun./jul. 1987.São Paulo: n. 12, ano 3, jun./jul. 1987.„
„ RASMUSSEN, S. E. RASMUSSEN, S. E. Arquitetura vivenciada.Arquitetura vivenciada. 2a. ed. São 2a. ed. São 
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1986.1986.

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