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EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS PARTE 1

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EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS 
 
 
ESTACAS MOLDADAS "IN LOCO" 
 
 
ESTACAS TIPO FRANKI 
 
INTRODUÇÃO 
 
A estaca tipo Franki foi introduzida como fundação há mais de 85 anos por 
Edgard Frankignoul na Bélgica. Ele desenvolveu a ideia de cravar um tubo no 
terreno pelo impacto de golpes do pilão de queda livre numa bucha (tampão) 
de concreto seco ou seixo rolado compactado, colocado dentro da extremidade 
inferior do tubo. Sua ideia teve sucesso e este método de execução espalhou-
se pelo mundo, mostrando eficiência e produzindo uma estaca de elevada 
carga de trabalho. Frankignoul constituiu uma empresa para explorar as 
patentes, registradas entre 1909 e 1925. 
Este tipo de estaca foi empregado pela primeira vez no Brasil em 1935, na 
Casa Publicadora Baptista no Rio de Janeiro. Em São Paulo, em 1936, foram 
executadas as estacas do portal de entrada do Túnel Nove de Julho. A partir de 
1960, após ter expirado a licença da patente, o método Franki entrou para o 
domínio público. 
A execução de uma estaca tipo Franki para ser bem sucedida depende da 
observância ao método executivo, do uso de equipamentos adequados e de 
mão-de-obra especializada e experiente. Por esta razão o conteúdo deste 
parágrafo dedica-se à descrição do método de execução, dos equipamentos 
envolvidos na execução e da mão-de-obra especializada que opera os 
equipamentos e executa a estaca. 
 
 
 
 
A EXECUÇÃO DA ESTACA 
 
 
O MÉTODO FRANKI 
 
A estaca tipo Franki, como é chamada entre nós, é uma estaca de concreto 
armado moldada no solo, que usa um tubo de revestimento cravado 
dinamicamente com ponta fechada por meio de bucha e recuperado ao ser 
concretada a estaca. 
A execução da estaca é iniciada pelo posicionamento do tubo de revestimento 
e formação da bucha. Após apoiar o tubo sobre o terreno, lança-se certa 
quantidade de brita e areia no seu interior para ser compactada pelo impacto 
de golpes do pilão e expandir lateralmente aderindo fortemente ao tubo. A 
seguir o tubo é cravado no terreno pelo impacto de repetidos golpes do pilão na 
bucha. A profundidade final de cravação é definida, pela verificação da nega do 
tubo nos últimos metros de cravação. 
Terminada a cravação, o tubo é preso à torre do bate-estaca por meio de 
cabos de aço, para expulsar a bucha e iniciar a execução da base alargada. O 
alargamento da base é obtido apiloando-se fortemente pequenas e sucessivas 
quantidades de concreto quase seco (slump zero). 
Terminada a base alargada, coloca-se a armação, ajustando-a para incorporá-
la na base e ao mesmo tempo instalar o cabo de controle da armação numa de 
suas barras. 
A seguir inicia-se a concretagem do fuste lançando-se sucessivas camadas de 
pequena altura de concreto e recuperando o tubo com apiloamento das 
camadas. Durante a concretagem do fuste controla-se a altura de concreto 
dentro do tubo pela marca do cabo do pilão e a integridade da armação e do 
fuste pelo cabo de controle da armação. A concretagem do fuste é terminada 
cerca de 30 cm acima da cota de arrasamento. 
 
Tabela - Volume de base e energia mínimas 
 
 
EQUIPAMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESTACAS 
 
O bate-estaca típico está ilustrado na figura a seguir. Os elementos principais 
de um bate-estaca são a torre, o motor, o guincho e o mecanismo de 
movimentação. 
O potencial de execução de um bate-estaca é definido pelas características 
desses elementos (altura da torre, potência de motor, capacidade de guinchos 
e agilidade do mecanismo de movimentação). 
Os bate-estacas disponíveis no mercado brasileiro podem ser classificados em 
3 tipos básicos indicados na tabela a seguir. 
 
 
Tabela - Tipos de bate-estacas 
 
Os tubos e pilões devem apresentar as características da tabela abaixo. 
 
 
 
Tabela – Tubos e pilões 
 
 
Os pesos dos pilões indicados na tabela acima são os mínimos, mas 
recomenda-se o uso de pilões mais pesados para aumentar a eficiência na 
execução da estaca, principalmente na cravaçào do tubo. 
Além desses equipamentos, a execução de estacas com tubo aberto requer o 
emprego de ferramentas especiais que são a piteira (vasilha coletora), trépano 
e capacete de bater. 
O bate-estaca pode estar equipado com uma perfuratriz acoplada na torre 
destinada à execução de pré-furo. 
O pré-furo também pode ser executado com perfuratriz independente, instalada 
sobre o caminhão. 
 
 
 
Figura - Bate-estaca típico 
 
 
O EMPREGO DA ESTACA TIPO FRANKI 
 
MATERIAIS 
O concreto usado na execução da estaca tipo Franki é de baixo fator água-
cimento, resultando num concreto de slump zero, que permitirá o apiloamento 
previsto no método executivo. O concreto usado na base é praticamente seco, 
permitindo o forte apiloamento exigido para alargamento da base. 
Em resumo, o concreto utilizado na execução das estacas tem as 
características indicadas na tabela a seguir. 
 
 
Tabela - Traço do concreto da estaca 
 
O concreto com estas características deve atingir Fc 28 ≥ 20 MPa. O controle 
tecnológico do concreto durante a execução das estacas deve prever a retirada 
regular de corpos-de-prova, para serem ensaiados a 3, 7 e 28 dias. O controle 
deve ser iniciado ao se executar as primeiras estacas, e continuar para cada 
grupo de 15 ou 20 estacas executadas. 
A armação da estaca, constituída por barras longitudinais e estribos, deve ter 
dimensões compatíveis com o diâmetro do tubo e do pilão. O aço da armação 
pode ser CA 25 ou CA 50A. Quando for feita com aço CA 50A, o fundo da 
armação será de aço CA 25. A armação típica está detalhada na figura a 
seguir. 
 
Figura – Detalhe da armação 
 
DADOS PARA PROJETO 
 
As principais características das estacas tipo Franki executadas por empresas 
que atuam no mercado brasileiro estão indicadas na tabela a seguir. 
As cargas admissíveis indicadas na abaixo são as cargas usuais adotadas em 
projetos de rotina. A adoção destas cargas depende da análise dos elementos 
de projeto. As cargas da tabela seguinte podem ser diminuídas ou aumentadas 
em condições especiais de projeto. 
Poderão ser diminuídas para considerar dificuldades executivas na obtenção 
de comprimento mínimo, associadas a risco de ocorrência de levantamento. A 
redução pode alcançar cerca de 15% da carga admissível usual. 
Poderão ser aumentadas quando as condições de subsolo forem favoráveis, 
permitindo prever estacas compridas executadas através de solo com atrito 
lateral elevado e apoio em solo competente. O aumento pode alcançar cerca 
de 20% da carga admissível usual, devendo ser baseado em estudo criterioso 
de capacidade de carga e nas condições executivas das estacas. As estacas 
projetadas nestas condições deverão ser submetidas à prova de carga para 
confirmar os parâmetros de projeto. 
 
Tabela - Dados básicos para projeto 
 
Onde: 
ɸ - diâmetro da estaca 
d - espaçamento mínimo entre eixos de estacas 
L - profundidade máxima recomendável 
AC - armação de compressão, número e bitola de barras 
AT - armação de tração, número e bitola de barras 
QC - carga admissível de compressão 
QT - carga admissível de tração 
 
 
CONDIÇÕES PARA EMPREGO 
 
Desde sua introdução, a estaca tipo Franki tem mostrado capacidade para 
desenvolver elevada carga de trabalho associada a recalques pequenos. 
Para tanto, é necessário que a viabilidade de seu emprego seja avaliada, 
problemas executivos sejam previstos e providências para contorná-los sejam 
tomadas. 
O processo de avaliação do emprego de uma estaca tipo Franki baseia-se nos 
seguintes elementos: 
• dadosde projeto que informem sobre topografia do terreno, tipo e porte da 
construção e escavações. 
• sondagens de reconhecimento de subsolo. 
• visita ao local para conhecimento de condições de acesso e estado das 
construções vizinhas. 
A análise desses elementos vai orientar na escolha do tipo de bate-estaca, na 
sua adequação às condições do local, nos recursos executivos (ferramentas e 
acessórios), que devem estar disponíveis para execução da estaca. 
Definido o tipo de equipamento e os recursos executivos necessários, pode-se 
escolher os diâmetros de estaca a executar e cargas admissíveis a adotar, 
assim como estimar os comprimentos de estaca e definir o método executivo a 
utilizar. 
Os elementos disponíveis devem permitir também a previsão de problemas 
executivos que devam ser levados em consideração para adotar providências 
de projeto que ajudem a contorná-los. 
Estes problemas executivos irão requerer a atenção redobrada do engenheiro 
especialista ou do engenheiro supervisor de execução das estacas 
A execução de estacas tipo Franki, quando bem aplicada, guardando 
observância ao método e seus recursos, praticamente não sofre restrições de 
emprego diante das caraterísticas do subsolo, salvo casos particulares como 
aqueles constituídos por espessas camadas de solo muito mole. 
É importante salientar algumas características que fazem parte do método de 
execução, e que a diferenciam de outros tipos de estaca, contribuindo para a 
elevada carga de trabalho da estaca. 
Estas características podem ser assim resumidas: 
• a cravação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do 
subsolo, o que não acontece com outros tipos de estaca executados com ponta 
aberta. 
• a base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros tipos de 
estacas. 
• o apiloamento da base compacta solos arenosos e aumenta seu diâmetro em 
todas as direções aumentando a resistência de ponta da estaca. Nos solos 
argilosos o apiloamento da base expele a água da argila, que é absorvida pelo 
concreto seco da mesma, consolidando e reforçando seu entorno. 
• o apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca 
compacta o solo e aumenta o atrito lateral. 
• o comprimento da estaca pode ser facilmente ajustado durante a cravação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTACAS ESCAVADAS SEM LAMA 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As estacas escavadas sem lama bentonítica caracterizam-se por serem 
moldadas no local após a escavação do solo, que pode ser efetuada através de 
sondas específicas para a retirada da terra, de perfuratrizes rotativas ou ainda 
com trados mecânicos ou manuais, porém estes últimos com possibilidade de 
atingir pequenas profundidades. As estacas assim executadas são definidas 
como estacas tipo Strauss, com tubo de revestimento recuperável, estacas 
escavadas mecanicamente com trado helicoidal e estacas tipo broca, 
respectivamente. 
As estacas moldadas no local tipo Strauss foram imaginadas, inicialmente, 
como alternativa às estacas pré-moldadas cravadas por percussão pelo 
desconforto causado pelo processo de cravação, quer quanto à vibração ou 
quanto ao ruído. Largamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos, desde 
o principio deste século, entre nós sua utilização acentuou-se durante e após a 
2ª Grande Guerra. O processo, bastante simples, consiste na retirada de terra 
com sonda ou piteira e a simultânea introdução de tubos metálicos rosqueáveis 
entre si, até atingir a profundidade desejada e a posterior concretagem com 
apiloamento e retirada da tubulação. A retirada da tubulação é feita com 
guincho manual nas estacas de diâmetros menores e curtas e com guincho 
mecânico nas estacas de diâmetros maiores e longas. Deve-se ressaltar a 
importância do processo de retirada dos tubos na integridade destas estacas. 
São usualmente executadas embutindo-se a ponta em solos com coesão. 
Pelas suas características, podem ser executadas praticamente junto às 
divisas. A foto 1 ilustra um equipamento em operação com os tubos de 
revestimento. 
 
Foto 1 
 
As estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal, de utilização mais 
recente, são executadas através de torres metálicas, apoiadas em chassis 
metálicos ou acopladas a caminhões. Em ambos os casos são empregados 
guinchos, conjunto de tração e haste de perfuração, podendo esta ser 
helicoidal em toda sua extensão ou constituída de trados com comprimento 
entre 2 e 6 m em sua extremidade, procedendo-se ao avanço através de 
prolongamento telescópico. Existe disponibilidade de equipamento para 
perfurar até 40 m. O processo consiste na perfuração até a cota desejada e o 
posterior lançamento do concreto a partir da boca da estaca com funil de 
concretagem. Seu emprego é restrito a perfurações acima do nível do lençol 
freático. As fotos 2 e 3 ilustram os 2 tipos de equipamento mencionados. 
 
 
Foto 2 
 
 
 
 
Foto 3 
 
As estacas tipo broca são usualmente escavadas manualmente com trado 
concha e sempre acima do nível do lençol freático. A perfuração manual 
restringe a utilização destas estacas a pequenas cargas pela pouca 
profundidade que se consegue alcançar (da ordem de 6 a 8 m) e também pela 
não garantia de verticalidade do furo. 
Outro tipo de estaca escavada que pode ser incluída neste capítulo são as 
chamadas estacas apiloadas, também conhecidas como soquetão ou estaca 
pilão, nas quais se utiliza equipamento do tipo Strauss sem revestimento. Sua 
execução consiste na simples queda de um soquete, com peso de 300 a 600 
kg, abrindo um furo de 0,20 a 0,50 m que posteriormente é preenchido com 
concreto. Sua execução é possível em terrenos de alta porosidade e baixa 
resistência e acima do nível do lençol freático. 
A NBR 6122 não fixa o espaçamento entre as estacas moldadas no local, 
embora a prática corrente indique três vezes o diâmetro. 
 
 
PERFURAÇÃO 
 
Uma vez instalado o equipamento e a piteira ou o soquete, posicionados em 
cima do piquete de locação, iniciam-se os trabalhos, soltando a piteira ou o 
soquete que irá formar um pré-furo no terreno. Em seguida, coloca-se o 
primeiro tubo com extremidade inferior dentada, chamada de "coroa", tendo já 
no seu interior a sonda mecânica. A seguir, o operador vai manobrando a 
sonda para cima e para baixo, cortando o terreno com auxílio de água lançada 
manualmente, dentro e fora da tubulação, e a seguir retirando a sonda e 
descarregando o material escavado pelas janelas longitudinais. 
Tendo a sonda avançado no solo aproximadamente o comprimento de um 
segmento de tubo, inicia-se a manobra conjunta da sonda com o tubo. Esta 
operação consiste no posicionamento de uma haste de aço pela janela da 
sonda e por furos de uma luva rosqueada no topo do tubo, com a 
movimentação do conjunto, para cima e para baixo, até que o primeiro tubo 
seja introduzido no solo. Em seguida, é rosqueado outro tubo, repetindo-se a 
operação até que o segundo tubo seja introduzido no solo. Sucessivamente 
repete-se a operação até se atingir a profundidade desejada, estando o furo 
completamente revestido. 
Durante a manobra conjunta, o operador corrige a verticalidade dos tubos e, ao 
mesmo tempo, coleta amostras do solo escavado para comparação com a 
sondagem próxima e definição do comprimento final da estaca. 
 
CONCRETAGEM DA ESTACA 
 
Concluída a perfuração, é lançada água no interior da tubulação para limpeza 
dos tubos. A água e a lama são totalmente removidas pela sonda. O soquete é 
lavado e posicionado acima do tubo. A seguir, o concreto, previamente 
preparado, é lançado através do funil no interiordos tubos em quantidade 
suficiente para se ter uma coluna de aproximadamente 1 m em seu interior. 
Sem sacar a tubulação, apiloa-se o concreto com o soquete, formando uma 
espécie de bulbo, pela expulsão do concreto. 
Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro do tubo e, à medida que é 
apiloado, o tubo vai sendo retirado com o uso do guincho. Recomenda-se 
sacar lentamente o tubo, e acompanhar a subida por marcas no cabo de aço. 
Para garantia de continuidade do fuste, deve ser mantida dentro da tubulação, 
durante o apiloamento, uma coluna de concreto de 6 metros de altura, 
suficiente para ocupar todo o espaço perfurado e eventuais vazios de 
perfuração. Dessa forma, o soquete não tem possibilidade de entrar em contato 
com o solo da parede da perfuração e provocar solapamento e mistura de solo 
ao concreto. 
A concretagem prossegue até um diâmetro acima da cota de arrasamento da 
estaca, sendo este excesso cortado para o preparo da cabeça da estaca. 
A última operação será a colocação dos ferros de espera para amarração aos 
blocos ou baldrames, que são simplesmente introduzidos no concreto fresco, 
deixando-os acima da cota de arrasamento o comprimento indicado em projeto. 
Este comprimento é usualmente a altura do bloco de coroamento menos 10 
cm. Estes ferros são apenas para amarração da estaca ao bloco ou baldrame, 
sem constituírem armação efetiva. Quando houver necessidade de armação 
devido a esforços de tração ou não axiais, o procedimento é descrito a seguir. 
É importante o preparo da cabeça das estacas que deve seguir as instruções 
abaixo. 
 
 
 
ESTACAS ARMADAS 
 
O projeto da armadura deverá obedecer a critérios geométricos e construtivos, 
de forma a viabilizar a estaca. Por esta razão não se arma estaca com uso de 
tubo de revestimento de diâmetro interno inferior a 25 cm. 
Após a formação do "bulbo", a armação de projeto é instalada e a concretagem 
prossegue como nas estacas não armadas, movimentando-se o soquete de 
diâmetro menor que o da armação pelo seu interior. Usa-se, também, vibrar o 
concreto por golpes sucessivos do soquete no topo do tubo e completar o nível 
do concreto. Recomenda-se sacar lentamente o tubo e acompanhar a subida 
por marcas na armação instalada. 
 
 
CONCRETO 
 
O concreto utilizado nas estacas comuns (não armadas) deve ter consumo 
mínimo de cimento de 300 kg/m³, consistência plástica (abatimento mínimo = 8 
cm) e fck = 15 MPa (150 kgf/cm²). 
O concreto utilizado nas estacas armadas deve ter consistência francamente 
plástica (abatimento mínimo = 12 cm) e fck = 15 MPa (150 kgf/cm²). O traço 
deverá eliminar a pedra 2, caso necessário executivamente. 
Neste ponto cabe fazer observações importantes, que são as principais 
desvantagens deste tipo de estaca. 
• quando a vazão de água for tal que impeça o esgotamento da água no furo, 
com a sonda, a solução em Strauss não é recomendável; 
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de 
seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, razão pela qual, 
nestes casos, esta solução não é indicada. 
• o controle rigoroso da concretagem da estaca é indispensável para que não 
ocorram falhas. A maior parte das ocorrências de danos nestas estacas se 
deve a deficiências de concretagem durante a retirada dos tubos. 
 
 
CRITÉRIOS BÁSICOS DE PROJETO 
 
Enquanto na região Sudeste do Brasil, notadamente em São Paulo, é prática 
corrente definir o diâmetro da estaca pelo seu diâmetro acabado, ou seja, 
assumindo-se que a estaca tenha seu diâmetro aumentado pelo apiloamento 
do concreto, tal fato não ocorre em outras regiões do país, como, por exemplo, 
Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, onde o diâmetro das estacas é definido 
pelo diâmetro dos tubos, da mesma forma que em estacas tipo Franki. Por 
outro lado, quando se observam as cargas usuais de trabalho das estacas, vê- 
se que há uma convergência. 
A estaca de diâmetro 32 cm, em São Paulo, é executada com tubos de 
diâmetro interno de 25 cm e utilizada para até 30 t. A estaca de 32 cm, em 
Brasília, é executada com tubos de diâmetro externo de 32 cm e utilizada para 
até 40 t, o que corresponde a estaca de 38 cm em São Paulo executada com 
tubo de diâmetro externo de 32 cm, para a mesma carga de trabalho de 40 t. 
Foge ao escopo deste trabalho uniformizar um padrão, porém é importante 
mostrar as diferenças regionais. 
São apresentadas, a seguir, duas tabelas extraídas de catálogos de empresas 
executoras destes serviços que se referem ao padrão paulista e, ao final, 
apresenta-se uma tabela que procura abranger as diversas regiões do país, 
apenas como sugestão e para que se tenha uma referência única. 
 
 
 
 
 
Quando as estacas estão submetidas a esforços não axiais e de tração, devem 
ser armadas para absorver tais esforços. Para garantia de uma boa 
concretagem, projeta-se armação longitudinal, de tal forma que a distância 
entre barras não seja inferior a 10 cm e os estribos sejam helicoidais, sem 
gancho, com passo entre 20 e 30 cm. 
O quadro abaixo mostra exemplos de armaduras usualmente empregadas. 
 
 
 
 
Julga-se adequado usar como referência o diâmetro nominal externo do tubo 
de revestimento que é perfeitamente definido, ao contrário dos diâmetros 
acabados das tabelas anteriores, que dependem de fatores não controláveis e 
não repetitivos. Assim, a tabela abaixo procura uniformizar as especificações, 
para que se tenha referência única, como tentativa de padronizar a utilização 
destas estacas. 
 
 
Finalizando, reitera-se que as cargas aqui indicadas são as usualmente 
utilizadas. A carga de trabalho deverá ser fixada após a análise do perfil 
geotécnico. A NBR 6122 fixa como carga máxima admissível estrutural aquela 
obtida com o diâmetro externo do tubo de revestimento, f = 15 MPa e 
coeficiente de minoração de 1,8. Recomenda ainda que seu diâmetro seja 
limitado a 50 cm. Os diâmetros usuais são os de 25 e 32 cm. 
O dimensionamento estrutural da estaca para carga de compressão na ruptura, 
admitindo-se que não haja flambagem e considerando-se que, mesmo estacas 
isoladas, são travadas nas duas direções por vigas que absorvem os 
momentos decorrentes de excentricidades, é dado por: 
 
Nd = 0,85 Ac fcd + A's fyk, sendo fcd = fck/1,8 
1,8 coeficiente de minoração (da NBR 6122) 
 
Nd = 1,4 N 
fyd = fyk/1,15 
A s = 0, não há armação efetiva (estacas usualmente não armadas). 
 
A expressão acima pode ser reescrita: 
 
N = 0,34 Ac f 
 
Admitindo-se que o diâmetro para cálculo seja o diâmetro externo do 
revestimento, citado anteriormente, têm-se os valores de carga admissível 
estrutural indicado na tabela. Quanto ao coeficiente de minoração de 1,8, 
indicado na NBR 6122 para estacas tipo Strauss, sugere-se que possa ser 
reduzido para 1,6, visto que a concretagem se dá com o furo revestido, 
diferentemente do que ocorre com as estacas não revestidas (trado helicoidal, 
apiloadas e brocas) em que há maior risco de contaminação do concreto e 
observam o mesmo coeficiente de minoração. Por outro lado, 1,6 era o 
coeficiente de minoração indicado para estacas tipo Strauss na norma anterior. 
 
 
ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM TRADO 
HELICOIDAL 
 
Este equipamento pode vir acoplado a caminhões ou montado sobre chassi 
metálico, o que lhe confere grande versatilidade, podendo executar desde 
estacas de pequenas profundidades com equipamento de torre de 6 m até 
grandes profundidades, com equipamento de torre de 30 m. 
 
MÉTODO EXECUTIVO 
 
Uma vez instalado e nivelado o equipamento, posiciona-se a ponta do tradosobre o piquete de locação e inicia-se a perfuração. Quando a haste é 
totalmente helicoidal, a perfuração prossegue até a cota projetada e procede-
se â retirada da haste sem girar. Aproximadamente a cada 2 m, a haste é 
girada no sentido contrário ao da perfuração e, com o auxilio de uma pá, o solo 
é removido entre as lâminas. Quando somente um trecho da haste é helicoidal, 
a operação de retirada da haste é repetida algumas vezes antes de se atingir a 
cota final prevista em projeto. 
Atingida a cota prevista em projeto e confirmadas as características do solo em 
comparação com a sondagem mais próxima, pode-se iniciar a concretagem da 
estaca. Antes do lançamento do concreto, o fundo da perfuração é apiloado 
com soquete de concreto fabricado na própria obra. Após o apiloamento, o 
concreto é lançado através de funil, com comprimento igual a 5 vezes o seu 
diâmetro interno, até um diâmetro acima da cota de arrasamento. Este excesso 
de concreto é executado em todas as estacas moldadas in loco. Concluída a 
concretagem, pode-se utilizar vibrador de imersão nos 2 metros superiores. 
Finalizando, posiciona-se a armadura de ligação, que é simplesmente 
introduzida no concreto fresco, ficando 50 cm acima da cota de arrasamento. 
Esta armadura não tem função estrutural. 
No caso de estacas armadas, após o apiloamento do fundo, a armação é 
posicionada no furo antes do lançamento do concreto. O concreto utilizado 
deve ter consumo mínimo de cimento de 300 kg/m³, consistência plástica 
(abatimento mínimo = 8 cm) e fck = 15 MPa. Em estacas armadas 
integralmente o abatimento mínimo é de 12 cm e deve, eventualmente, eliminar 
a pedra 2. 
 
 
 
 
 
 
 
CRITÉRIOS DE PROJETO 
 
A NBR 6122 fixa como carga admissível estrutural aquela obtida com o 
diâmetro da perfuração, fck = 15 MPa e coeficiente de minoração de 1,8. A 
carga de trabalho, porém, deverá ser fixada após análise do perfil geotécnico. 
Usualmente os diâmetros e cargas de trabalho utilizados são os indicados na 
tabela abaixo. 
A carga admissível estrutural é calculada da mesma forma que a estaca tipo 
Strauss, substituindo-se o diâmetro externo do revestimento pelo diâmetro da 
perfuração. 
 
 
 
ESTACAS TIPO BROCA APILOADAS 
 
Os dois tipos de fundação recebem o mesmo tratamento na NBR 6122. 
Utilizados apenas para pequenas cargas, pelas limitações que os processos 
envolvem, têm aplicação bastante reduzida. A perfuração pode ficar abaixo do 
nível d’água, desde que o furo possa ser esgotado antes do lançamento do 
concreto. 
Não se recomenda este processo pela dificuldade de se obter bombas de 
pequeno diâmetro para lama com vazão suficiente para esgotar, rapidamente, 
o furo e, caso seja alta a vazão de água, o concreto lançado se deteriora, e a 
lama formada permanece no fundo do furo prejudicando, inequivocamente, a 
qualidade da estaca e sua capacidade de carga. 
Os diâmetros variam entre 0,20 e 0,50 m, no caso das estacas tipo broca 
dados pelo diâmetro do trado concha utilizado e, nas apiloadas, pelo diâmetro 
do soquete utilizado. Usualmente em estacas tipo broca não se utilizam cargas 
superiores a 10/12 tf e, em apiloadas, não existe uma padronização. Albiero 
apresenta resultados de provas de carga em estacas apiloadas em Bauru, SP 
onde, por exemplo, uma estaca de diâmetro 35 cm apresentou capacidade de 
carga de 85,5 tf. 
O concreto e a concretagem destas estacas seguem as mesmas 
especificações das estacas tipo Strauss e escavadas com trado espiral citadas 
anteriormente, embora nas estacas apiloadas ora se lance o concreto plástico 
até preencher a perfuração, ora se lance o concreto em camadas com 
apiloamento. Julga-se mais apropriado sem apiloamento, porque elimina a 
possibilidade do contato do soquete com a parede da escavação e a 
consequente contaminação do concreto. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. Vol. 1, 2, 3. Editora 
LTC, Rio de Janeiro, 4ª/6ª ed. 2012/2013/2014. 
HACHICH, W ; FALCONI, F F ; SAES, J L . Fundações - Teoria e Prática, 
2a Edição, Editora PINI, São Paulo, 2012. 
VELLOSO, D.; LOPES, F.R. Fundações: Fundações Profundas. Volumes 2, 
Editora Oficina Texto/COPPE-UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.

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