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* Paradigma Etiológico e Vitimologia Unidade 02 Disciplina: CRIMINOLOGIA Prof. Alexandre Silva Poroski * Microcriminologia 1. Teorias Biológicas 2. Teorias da Socialização Deficiente: 2.1.Teoria Ecológica da Escola de Chicgo 2.2.Teoria dos Lares Destroçados 2.3.Teoria da Associação Diferencial 2.4.Teoria da Subcultura Delinquente 2.5. Teoria da Neutralização * Criminologia Clássica e Positiva: Focadas no indivíduo ou em pequenos grupos. Criminologia – EUA: Estudo da macrocriminalidade – Fatores que levam a sociedade como um todo a praticar ou não delitos. * Criminologia focada em teorias individuais: Procura causa do crime Maneiras de prevenir e tratar Origem em fatores internos dos indivíduos * Teorias Biológicas Também chamada Escola de Biologia Criminal, segundo a qual os móveis principais do desvio de conduta se encontram na estrutura hereditária, física e mental, do indivíduo. * Teoria Psicogenética (psicologia, psiquiatria e psicanálise) Formação do caráter anti-social está diretamente relacionado aos defeituosos relacionamentos familiares / conflitos infantis que se manifestam durante a vida adulta Tentam explicar o comportamento delitivo em função de determinados processos psíquicos normais ou patológicos. Crime está no resultado do sucesso ou insucesso do processo de formação, aprendizagem e socialização do indivíduo. Exemplo: Relação entre pai e filho fria e distante, contexto familiar marcado pelas relações hostis entre os cônjuges e o emprego de métodos disciplinares agressivos com os filhos. * Teoria dos Contensores: Internos: componentes do ego: auto-controle, força do ego, tolerância as frustrações, senso de responsabilidade, habilidade para encontrar satisfações substitutivas Externos, freio estrutural que opera no contexto social: valores das normas reforçados; os fins e expectativas sociais, controles sociais eficazes, saídas alternativas, oportunidades de consenso, sentimento de pertencer a um grupo * Escola de Chicago Escola de Chicago ou Teoria Ecológica ou da Desorganização social (cartografia urbana) Grande cidade como unidade ecológica Crime decorre da antinomia urbano x rural Relação entre organização do espaço urbano e criminalidade Teoria das zonas concêntricas de Ernest Burgess e Robert Park Análise do desenvolvimento urbano Controle social debilitado * Escola de Chicago Ocorre na cidade de Chicago, pois apresentou no final do Séc. XIX e início do Séc. XX grande crescimento econômico, financeiro e urbanístico Universidade de Chicago recebeu grandes quantias em dinheiro (trinta milhões de dólares)v Coincide com as grandes migrações e a formação das metrópoles Crescimento urbano, vizinhança, região moral, hábitos coletivos, mobilidade Burgess – cidade cresce a partir do seu centro, de forma concêntrica Crescimento populacional:1850(29.963) 1910(2.185.283) 1920(2.701.705) 1930 (3.376.438) * * * Desorganização social * Desorganização Social: decréscimo da influência das regras sociais de comportamento sobre os membros individuais do grupo. Ecologia Humana: A luta pela existência entre as espécies na sua relação com o meio ambiente. A ordem ecológica da cidade apresenta-se como o resultado de uma série de processos de interação. * Teoria da Associação Diferencial – Edwin Sutherland (1883-1950) O crime é fruto do aprendizado. Sutherlando é autor da expressão white-collar crime Parte do pressuposto que o crime não pode ser somente atribuído a classes menos favorecidas Processo de comunicação é determinante para a prática delituosa Homem aprende a conduta desviada e associa-se com referência a ela Processo de aprender comportamentos desviantes e a inclinação de tirar proveito de oportunidades Pessoas respeitáveis, com elevada conduta social, exercício da profissão e em regra com violação de confiança * Proposições da Teoria da Associação Diferencial Conduta criminal se aprende Requer um processo de interação e comunicação A influência criminógena depende do grau de contato e de intimidade O aprendizado inclui as técnicas para o cometimento do delito Pessoa se converte em criminoso quando em seus contatos aprende mais modelos desviantes que respeitosos ao direito. O modelo é mais convincente ao indivíduo quanto o prestígio que atribui a pessoas ou grupos cujas definições e exemplos aprende. * Edwin Sutherland * Teoria das subculturas criminais Albert K. Cohen – “Delinquen boys” - 1955 Cultura é um conjunto de símbolos, significados, crenças, atitudes, valores, que têm como característica o fato de serem compartilhados, transmissíveis e serem apreendidos. Já a subcultura pode ser resumida como um comportamento de transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de comportamento transgressor. O crime é um valor do grupo A delinqüência está na cultura O jovem aceita os valores daquele grupo Não utilitarismo da ação, malícia da conduta e negativismo O crime é expressão de outros sistemas de normas e valores distintos, os subculturais e não produto da desorganização social. * Teoria dos Lares Destroçados A teoria dos lares destruídos mostrou empiricamente que existe uma inegável sinonímia entre o seio familiar do indivíduo e a sua inclinação (ou não) para o desvio. * Teoria da Neutralização Sykes e Matza sustentam que a maioria dos delinqüentes comparte os valores convencionais da sociedade, de modo que o que aprendem são certas técnicas capazes de neutralizá-los, racionalizando e autojustificando assim a conduta desviada dos padrões das classes médias. * Teorias do Consenso – ANOMIA (Macrocriminologia) Emile Durkheim e Robert Merton Teoria da anomia ou da estrutura da oportunidade O crime (desvio) é o resultado normal do funcionamento do sistema e da atualização dos seus valores; O sistema produz o crime e o produz como resultado normal (esperado) do seu próprio funcionamento; Caracteriza-se pela sua natureza estrutural, pelo determinismo sociológico, pela aceitação do caráter normal e funcional do crime e pela adesão à idéia de consenso em torno de valores fundamentais para a sociedade. O comportamento desviante é útil e necessário para o equilíbrio e o desenvolvimento sociocultural. Crime é uma forma de adaptação no quadro de uma sociedade agônica, em torno de meios escassos(Robert Merton) Metas culturais x meios institucionalizados e oportunidades reais * VITIMOLOGIA Estudo da vítima, análise global desde a sua personalidade, comportamento, consentimento, relação com o agressor e também a possível reparação dos danos. Busca indicar o comportamento da vítima (biológico, psicológico e social) diante do fenômeno criminal Vitimização primária: reflete as ações e conseqüências obtidas pela vítima no contato preliminar e inicial decorrente do delito, tais como temor, dano físico, social, psicológico ou econômico. Vitimização secundária: espelha as resultantes dos delitos com o sistema policial e jurídico-penal do aparelhamento estatal diante da vítima. A vitimização secundária, infelizmente, por muitas vezes, se torna mais traumática que a experiência primária. Vitimização terciária: Falta de amparo dos órgãos públicos e da ausência de receptividade social da vítima. Últimos 20 anos surgem os centros de apoio as vítimas criminais (atenuação da vitimização secundária) * Vítima e criminoso nem sempre estão em lados opostos. A Vitimologia tornou evidente que a vítima pode ter exercido uma cooperação relevante, acidental, negligente ou dolosa na conduta do agente". (Piedade Júnior, 1990, p.31) Waldemar Zuzman cita que "para o conhecimento psicanalítico, nenhuma vítima é totalmenteinocente em relação ao que lhe ocorre". (Zuzman, 1993, p.52) * Histórico Alcorão – substituição da vingança por reparação patrimonial Direto Romano – reparação do dano tanto moral quanto patrimonial Secharia divide em três momentos: Primeiro: idade de ouro, vai até o fim da alta idade média, quando ocorre o fim da autotutela, pena do talião, da composição Segundo: início da baixa idade média – neutralização do poder da vítima, adoção do processo penal inquisitivo, passando a ter uma função acessória. Terceiro: revalorização do papel da vítima. REDESCOBERTA – após a segunda guerra mundial com Benjamin Mendelshon, advogado israelita – 1947 – Conferência em Bucareste. * Vítima Benjamim Mendelsohn sustenta que há uma relação inversa entre a culpabilidade do agressor e a da vítima. Vítimas podem ser classificadas em três grupos, para efeitos de aplicação da pena ao infrator: inocentes, vítimas que colaboraram na ação nociva, vítimas responsáveis por todo o crime Perigosidade vitimal? Vítimas provocadoras VII Simpósio de Vitimologia foi realizado no RJ em 1991 (Del. Da Mulher ) Lei n. 9.099/95 Pode colaborar no aperfeiçoamento dos processos legais, reduzir a reincidência e os riscos de vitimização.
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