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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU PROFESSORA: AMANDA CABRAL FIDALGO DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO TURMA: MBT0290105NNA CONCEITOS BÁSICOS Fato Gerador O fato que pura e simplesmente ocorre no mundo concreto não basta para nascer a obrigação tributária. A simples hipótese de incidência também não, nem a simples existência da lei. Fato gerador é o fato que corresponde à descrição na lei, cuja incidência gera a obrigação tributária. O fato tem de estar descrito na norma e a norma tem de incidir sobre o fato para fazer nascer a obrigação tributária. A obrigação tributária nasce pela incidência da norma àquilo que aconteceu, e a norma só pode incidir quando há a exata correspondência entre aquilo que ela descreve e aquilo que acontece. O Código Tributário Nacional traz a definição de fato gerador em seus artigos 114 e 115, conforme redação abaixo: “Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a pratica ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.” Do art. 114 CTN podemos concluir que: (i) o fato gerador tem de estar previsto em lei; e (ii) se ocorrer exatamente de acordo com os limites e condições previstos na lei, ele faz nascer a obrigação tributária principal. O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei que envolve o pagamento do tributo em si ou da penalidade pecuniária pelo descumprimento da obrigação tributária principal e também pelo descumprimento da obrigação tributária acessória. Ou seja, em linhas gerais, o fato gerador é uma descrição normativa. Essa descrição da hipótese de incidência pode corresponder a um acontecimento ou a um comportamento. É possível que o comportamento envolva um negócio jurídico. Muitas vezes a descrição da hipótese de incidência de um fato vai ter no mundo concreto, por trás da possibilidade da ocorrência de um fato, a realização de um negócio. Pode acontecer que a ocorrência do fato tenha como origem um negócio, e pode acontecer do negócio depender de um termo ou de uma condição. Se eu tenho um fato descrito na norma como fato que, se vier a acontecer gerará a obrigação tributária, mas a ocorrência deste fato está dependendo de uma condição, o efeito deste fato está dependendo desta condição. Se a condição é suspensiva só vai produzir efeitos quando a condição se implementar. Se a condição é resolutória, começam os efeitos no momento da implantação do negócio e cessam os efeitos no momento da resolução do negócio. Sujeito Ativo O sujeito ativo da obrigação tributária é quem tem competência de exigir o cumprimento da obrigação. É pessoa jurídica de direito público, mas não necessariamente aquela que tem competência para instituir o tributo (pessoa política). Pode estar reunida na mesma pessoa, mas pode não estar reunida na mesma pessoa. É possível que haja competência para arrecadar e fiscalizar que não seja de quem instituiu o tributo. Quem tem competência para instituir o tributo pode delegar a competência para arrecadar e fiscalizar. Existe, portanto, competência para instituir tributo e existe competência para arrecadar e fiscalizar tributo. O art. 120 CTN diz que há hipóteses em que municípios e estados podem se desmembrar. Neste caso, a competência arrecadatória se sub-roga na pessoa jurídica que foi criada. Enquanto não instituir sua própria arrecadação, se sub-roga na parcela arrecadada pelo outro município a que teria direito caso não tivesse se desmembrado. Sujeito Passivo Sujeito passivo da relação jurídica tributária é aquela pessoa que realiza o fato gerador. O CTN diz ainda que em algumas situações, mesmo não tendo realizado ainda o fato gerador, será sujeito passivo. A doutrina divide em sujeito passivo direto (o que realizou o fato gerador) e sujeito passivo indireto (aquele que a lei atribuiu a condição de sujeito passivo sem que tenha realizado diretamente o fato gerador). Quem realiza o fato gerador é o sujeito passivo direto, chamado de contribuinte. Quem é eleito pela lei como sujeito passivo indireto é chamado de responsável, ou seja, sua obrigação de pagar o tributo decorre da lei. Base de Cálculo Representa os fatos que serão considerados para a apuração de determinado tributo. Alíquota É o percentual aplicável sobre a base de cálculo de cada tributo. Prescrição Perda da ação de cobrança pelo Fisco do crédito tributário constituído/lançado Decadência Perda do direito do Fisco de lançar o crédito tributário Isenção Isenção é uma hipótese de não-incidência legalmente qualificada. É a dispensa do tributo devido, feita por disposição expressa da lei. Imunidade Imunidade é uma hipótese de não-incidência tributária constitucionalmente qualificada, ou seja, prevista na Constituição, limitando os poderes das pessoas políticas de tributar Tributos e Contribuições Com base nas definições estabelecidas acima, passaremos agora à análise acerca da incidência dos tributos e contribuições. O doutrinador Paulo de Barros Carvalho denomina Regra Matriz de Incidência a norma tributária. Quando ele analisou a norma tributária, ele identificou essa matriz comum. Essa matriz contém critérios mínimos, presentes em toda regra matriz. Estes critérios são: material, temporal, espacial, pessoal (sujeitos ativo e passivo) e quantitativo (base de cálculo x alíquota). Portanto, ele fala da mesma coisa partindo de um pressuposto diferente. A obrigação tributária nasce com a incidência da norma sobre o fato. Toda obrigação é uma relação jurídica, e a obrigação tributária é uma relação jurídica que tem como objeto o pagamento de tributo, ou seja, aquela prestação pecuniária compulsória instituída em lei, que não seja sanção de ato ilícito, e que será cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. A obrigação jurídica tributária une o sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito ativo tem um direito, em contraposição ao sujeito passivo, que tem um dever. O sujeito ativo tem o direito de exigir do sujeito passivo o tributo, e o sujeito passivo tem o dever de satisfazer o direito do sujeito ativo e pagar em dinheiro o tributo. Nasce a obrigação tributária no momento em que ocorre a incidência da norma sobre o fato tributário. Portanto, a não ocorrência da incidência do fato sobre a norma não gera obrigação tributária. REFERÊNCIAS [1] V. Machado, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 29ª. ed., p. 50 [2] SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 2ª. ed., p. 56 [3] Schoueri, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2011, pg. 94.
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