Buscar

TRABALHO P1 DRT ADM NORMAS DA ABNT

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO
 MANHÃ – 5º PERÍODO
Nova Iguaçu, 2018
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
(ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA)
PROFESSORA ELIANE RIBEIRO
Nova Iguaçu, 2018
UNIVERSIDADE IGUAÇU – UNIG
Alexandre da Costa Mello
Arleny Di Marilac Fernandes Peixoto
Angélica Pereira Barcia
Gabriela Murtha Passos de Brito
Janaina da Silva Eduardo
Jessica Costa da Silva
Karen da Silva Neves Ferreira
Marcelo Farias
Sergio Souza
Yasmin dos Santos Alves da Silva
Trabalho apresentado como avaliação suplementar do 5° período do curso de Direito, para a disciplina de Direito Administrativo I.
Professora: Eliane Ferreira de Souza Ribeiro
NOVA IGUAÇU
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE...................................................................................07
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..........................09
CASO CONCRETO: CANDIDATO PRETERIDO EM CONCURSO PÚBLICO.........11
EMENTA.....................................................................................................................13
CONCUSÃO...............................................................................................................14
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................17
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como objetivo trazer um caso concreto relacionado ao Princípio da Legalidade na Administração Pública. Princípio este que, como fonte do direito administrativo visa, através da lei, a possibilidade de criar impedimentos, deveres e direitos aos indivíduos dependentes da lei.
O caso concreto apresentado pelo grupo tem por escopo colocar em discussão as práticas errôneas cometidas pela administração pública.
No julgado citado, vemos que numa mesma ação, diversos princípios foram direta ou indiretamente feridos, dentre eles, o princípio abordado neste trabalho. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, este é o princípio capital para a configuração do regime jurídico-administrativo. O princípio da legalidade garante ao cidadão a liberdade no agir naquilo que não é defeso em lei. Já para a administração pública, este mesmo princípio muda, uma vez que à administração pública só cabe agir conforme o que está escrito na lei.
Na decisão do julgado pesquisado pelo grupo, o autor, devidamente representado por seus advogados, conseguiu reverter, através de acórdão, a decisão desfavorável da primeira instância com base na prática ilegal da ré, defendendo assim seu direito objetivo. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Citado no artigo 5º da CF, inciso II, significa dizer que uma pessoa não será obrigada a fazer ou deixar de fazer algo, exceto se esta situação estiver prevista em lei. Não por força, mas sim pela lei, conforme trecho abaixo transcrito:
“II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”[1: Constituição da República Federativa do Brasil - 1988]
	Segundo Hely Lopes Meirelles, temos a seguinte definição de conduta a ser adotada:
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”. [2: MIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. Ed. São Paulo: Malheiros, 2005. MIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. Ed. São Paulo: Malheiros, 2005.]
	O artigo 37, da Constituição nos apresenta e de forma explícita, os princípios a serem seguidos pela Administração Pública:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência(...) 
Outro exemplo do princípio da legalidade encontra-se no artigo 1º do Código Penal Brasileiro, mas também está presente no inciso XXXIX, do artigo 5º da CF:
“XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”[3: Constituição da República Federativa do Brasil - 1988]
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os princípios são regras que servem de interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser seguidos pelos aplicadores da lei, procurando eliminar lacunas, oferecendo a coerência e a harmonia para o ordenamento jurídico.
O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois, qualquer ato da Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei, em sua acepção ampla. Representa um limite para a atuação do Estado, visando à proteção do administrador em relação ao abuso de poder.
Tal princípio objetiva, simultaneamente, atuar como um limite e como uma garantia, pois ao mesmo tempo em que é um limite a atuação do poder público, visto que este só poderá atuar com base na lei, também é uma garantia aos administrados, haja vista que só deveremos cumprir as exigências do Estado se estiverem previstas em lei. Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão inválidas e, portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário. 
De acordo com o princípio da legalidade, o administrador não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente autorizar. No silêncio da lei estará proibido de agir. Já o administrador particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe ou que silenciar à respeito.
Conforme pensamento de Hely Lopes Meirelles, a legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.
Já para o doutrinador Diógenes Gasparini, o princípio da legalidade significa estar a Administração Pública, em toda a sua atividade, presa aos mandamentos da lei, deles não se podendo afastar, sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor. Qualquer ação estatal sem o correspondente calço legal, ou que exceda ao âmbito demarcado pela lei, é injurídica e expõe-se a anulação. Seu campo de ação, como se vê, é bem menor que o do particular.
Na Administração Pública, não há espaço para liberdades e vontades particulares, deve, portanto, o agente público, sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe impõe, só podendo agir segundo a lei (secundum legem). Enquanto no campo das relações entre particulares é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe (princípio da autonomia da vontade), na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei define até onde o administrador público poderá atuar de forma lícita, sem cometer ilegalidades, define como ele deve agir.
CASO CONCRETO: CANDIDATO PRETERIDO EM CONCURSO PÚBLICO
O caso concreto nos apresenta a situação de MATHEUS MONTEIRO BRITO, candidato aprovado ao emprego público, na posição de nº 238, através de concurso público, realizado pela Petrobras – Petróleo Brasileiro S/A, para a função de Engenheiro de Produção Júnior e que se viu obrigado a fazer valer seus direitos através de ação judicial.
Segundo informações extraídas da ação judicial 0085407-78.2014.8.19.0001, distribuída na 18ª Vara Cível da Comarca da Capital (TJRJ), o então candidato MATHEUS MONTEIRO
BRITO, doravante denominado autor, relata em sua petição inicial que participou de um concurso, realizado pela PETROBRAS, doravante denominada ré, e que de acordo com o edital, foram oferecidas 255 vagas, sendo que 204 vagas seriam destinadas ao cadastro de reserva, gerando assim, uma mera expectativa de direito para aqueles que haviam sido classificados após a posição de nº 51, que foi o caso do autor mencionado no caso concreto em questão.
Afirma ainda, o autor, em sua petição inicial, que embora tenha sido aprovado em excelente colocação em concurso público promovido pela ré, o concurso expirou em 07/06/2013 e sem que houvesse sido convocado, apesar da ré ter contratado cerca de 209 funcionários terceirizados para a mesma função do autor, ou seja, Engenheiro de Produção Júnior, o que transformaria a sua mera expectativa em direito, para o direito subjetivo à convocação. A doutrina e a jurisprudência preconizam de modo uníssono que a
aprovação em concurso público gera para o candidato aprovado não apenas uma expectativa de direito, mas faz germinar um direito subjetivo quando, apesar de sua condição, e surgindo novas vagas, são os mesmos preteridos por terceiros, concursados ou não, durante o prazo de vigência do certame. O mesmo raciocínio deve ser aplicado às hipóteses de contratações
irregularidades de terceiros que não são demitidos para dar lugar aos candidatos aprovados em concurso público, e que estão no cadastro de reservas. 
Segundo entendimento do STJ, a mera expectativa de
nomeação dos candidatos aprovados em concurso público (fora
do número de vagas) convola-se em direito líquido e certo
quando, dentro do prazo de validade do certame, há contratação
de pessoal de forma precária para o preenchimento de vagas
existentes, com preterição daqueles que, aprovados, estariam
aptos a ocupar o mesmo cargo ou função.
Ainda conforme o STJ, a mera expectativa de direito se transforma em direito subjetivo à nomeação para os candidatos aprovados fora do
número de vagas previsto no edital do concurso público nas
hipóteses de violação da ordem de classificação dos candidatos
nomeados, em desfavor do requerente, em razão da contratação
de outra(s) pessoa(s) de forma precária para esta(s) vaga(s),
ainda na vigência deste concurso público ou a abertura de novo
certame ainda na vigência do anterior.
Ainda que, com diversas provas contundentes acerca das contratações terceirizadas feitas pela ré, a sentença, proferida pelo MM. Juízo da 18ª Vara Cível da Comarca da Capital, julgou improcedente o pedido inicial e ainda condenou o autor a assumir as despesas processuais e os honorários advocatícios, estabelecidos em 10% do valor da causa. Contudo, entendeu o autor que deveria recorrer de tal sentença, através do recurso denominado apelação. 
No dia 26 de julho de 2017, a Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro profere decisão abaixo citada, através do seguinte acórdão:
“Diante do exposto, voto pelo conhecimento e provimento do recurso para DEFERIR A TUTELA DE URGÊNCIA e JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, condenando a ré a proceder à convocação do autor para as fases subsequentes do concurso (comprovação de requisitos e qualificação biopsicossocial) e, caso considerado apto, seja imediatamente contatado para o cargo de Engenheiro de Produção Júnior, no prazo de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 500,00. Condenação da ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios sucumbenciais de 10% do valor dado à causa.”
EMENTA
	
	
	
	0085407-78.2014.8.19.0001 - APELAÇÃO
	 
	1ª Ementa
	Des(a). FERNANDO CERQUEIRA CHAGAS - Julgamento: 26/07/2017 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
	APELAÇÃO CÍVEL. CONCURSO PÚBLICO. PETROBRÁS. ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO JÚNIOR. CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO DE VAGAS. ALEGAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DE TERCEIRIZADOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. 1.Conforme orientação jurisprudencial extraída de julgados do STF (RE 667298/RS, Min. Luiz Fux e RE 660141/AL, Min. Carmem Lúcia), a ocupação precária, seja por comissão, terceirização ou contratação temporária de atribuições próprias do exercício de cargo efetivo para o qual há candidatos aprovados em concurso público vigente, equivale à preterição da ordem de classificação no certame, fazendo nascer para os concursados aprovados, no mesmo número de contratados, o direito à nomeação. 2.Tese 784 do STF: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses: I Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; II ¿ Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; III Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. 3.Autor que, nos limites das suas possibilidades, fez prova mínima do direito por ele vindicado. 4.Terceirização por meio de contratação de empresas que não desnatura a configuração da preterição de candidato aprovado em processo seletivo, o que pode ocorrer, via oblíqua, como no caso presente, em que há ocupação indireta de cargos por empresas terceirizadas. 5.Empresa ré que ostenta melhores condições para demonstrar que a terceirização por ela procedida não atingiu especificamente o cargo para o qual o demandante disputou e logrou ser aprovado, ainda que fosse para a formação do cadastro de reserva, durante o prazo de validade do concurso. 6.Violação dos princípios constitucionais da moralidade pública, legalidade e impessoalidade. Expectativa de direito que se convola em direito subjetivo, conforme a orientação jurisprudencial do STJ e do STF. 7.Sentença reformada. Tutela de urgência concedida. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
CONCLUSÃO
A presente pesquisa trouxe-nos um caso concreto em que aborda a violação do princípio constitucional da legalidade. Ao ter o seu direito atingido por uma prática, infelizmente, cada vez mais habitual em nossos dias, o autor, então candidato ao cargo de Engenheiro de Produção Júnior, concurso realizado pela Petrobras, resolveu se insurgir contra a contratação de funcionários terceirizados para o mesmo cargo em que ele próprio, havia sido habilitado através de concurso público. Com isso, tivemos um flagrante desrespeito ao artigo 37, incisos I e II da CRFB/88, conforme abaixo transcrito (grifo nosso):
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
        I -  os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
        II -  a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;[4: Constituição da República Federativa do Brasil - 1988]
	Embora não tenha obtido uma decisão (sentença) favorável em primeira instância, apesar da farta documentação em que prova
a violação de seu direito e de ter sido preterido, o autor conseguiu reverter tal situação através de seu recurso de apelação, julgado pela décima primeira câmara cível (TJRJ), condenando a ré (Petrobras), através de acórdão, a proceder a sua convocação para as fases subsequentes.
	Essa pesquisa foi de fundamental importância para os componentes do grupo, que puderam observar e comprovar na prática, a reação do autor, diante de seu direito violado, que ao buscar o judiciário, conseguiu obter um desfecho favorável ao seu caso concreto, o que certamente não ocorreria caso o autor tivesse ficado inerte. 
Ficou também comprovada a lição de que a frase “o direito não socorre aos que dormem”, não é apenas uma simples frase de efeito, mas sim um ensinamento constante de que o direito, sempre que necessário, deverá ser exercitado a fim de que a injustiça não possa prevalecer diante da sociedade. 
Diante dos fatos acima narrados, entendem os componentes do grupo que os objetivos tais como, notar a inobservância e desprezo de um dos princípios, no nosso caso, o princípio da legalidade, a apresentação do caso concreto e o desfecho do mesmo, foram alcançados através da presente pesquisa. 
Quanto ao desfecho do caso concreto, ressaltamos que o objetivo do autor foi auferido, quando ao ter seu pedido indeferido em sentença de 1ª instância, ferindo assim o princípio da legalidade, utilizou-se de todos os meios legais disponíveis, bem como fez uso, sabiamente, da doutrina e da jurisprudência, todos pertinentes ao caso concreto em que estava envolvido, para reverter esse resultado, conforme já exposto anteriormente.
BIBLIOGRAFIA
ttps://www.jusbrasil.com.br/topicos/80263368/matheus-monteiro-brito
http://www.arcos.org.br/artigos/o-principio-da-legalidade-na-administracao-publica/
www.stf.jus.br
Princípio da legalidade Kerdna Produção Editorial LTDA.
http://www4.tjrj.jus.br/consultaProcessoWebV2/consultaProc.do?v=2&FLAGNOME=&back=1&tipoConsulta=publica&numProcesso=2014.001.074600-6 (acesso em 05/03/2018)
http://www4.tjrj.jus.br/ejud/ConsultaProcesso.aspx?N=2017.001.31755 acesso em 05/03/2018)
http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ProcessarConsJuris.aspx?PageSeq=1&Version=1.0.3.50 acesso em 05/03/2018)
https://jus.com.br/artigos/28447/principio-da-legalidade-na-administracao-publica <acesso em 16/03/2018)

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais