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Qual a diferença entre via seca

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Qual a diferença entre via seca (argila escura) e via úmida(argila branca)?
A diferença entre via seca e via úmida está diretamente relacionada na forma como é preparada a base da placa cerâmica, ou seja, a massa.
-Na via úmida os ingredientes são dosados e adicionada à água a sua mistura.
-Na via seca a matéria prima é essencialmente a argila, cuja composição mineralógica apresenta uma mistura homogênea de diversos minerais que são encontrados abundantemente na natureza.
Portanto na via seca, economizamos ainda a água, que, aliás, quando utilizada nos processos de esmaltação, ainda é reaproveitada através de um moderno sistema de tratamento.
Ao contrário do que pregam alguns fabricantes que utilizam a via úmida, ou massa branca, apenas a base tecnicamente, não influencia na qualidade final do produto.
A base influencia diretamente sim, na absorção de água e na resistência mecânica, assim como favorece um processo mais estável e fácil de controlar, embora mais custosa.
A base vermelha da via seca exige um maior avanço tecnológico em seu processo de fabricação, tanto das máquinas, como dos processos, pois utiliza apenas matérias primas naturais, que devido às variações naturais são imprevisíveis.
Hoje utiliza os mais modernos equipamentos disponíveis no mundo moderno, e possui certificados pelas Normas NBR 13818/97 e NBR ISO 9001/2000.
O Sinduscon-SP está aconselhando as construtoras de seu Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) a não comprarem a cerâmica via seca. A orientação tem por trás as suspeitas de que o desplacamento cerâmico pode estar sendo promovido por este tipo de produto. 'O fato é que há casos registrados de que, quando se coloca cerâmica via seca no banheiro, por exemplo, e a via úmida na cozinha só se vê a cerâmica via seca descolando', aponta Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da entidade. O Sinduscon-SP começou a realizar ações junto aos fabricantes de cerâmica sobre as razões do descolamento. 'É um problema endêmico que está acontecendo no Brasil inteiro', observa.
Sanchez também descarta uma das hipóteses que estaria sendo atribuída ao desplacamento cerâmico: falhas na mão de obra. 'Essa suposição de que a mão de obra poderia ser a causa caiu por terra a partir do momento em que chegaram até nós diversos casos envolvendo a cerâmica de via seca. Uma pesquisa também detectou que, em 100% dos casos desta patologia, as cerâmicas que desplacaram eram dessa natureza', constata.
O fato da maior parte dos problemas das patologias de descolamento estarem associados com cerâmica de via seca B,2B base vermelha tem o maior numero de ocorrências, porque eles são os produtos mais vendidos, representam 75% - 80% da produção nacional de revestimento cerâmico, e como são mais vendidos, ocorre o maior número de patologias nesse produto. 
O Diretor do Centro de Revestimentos Cerâmicos (CRC), Fábio Melchiades, trabalha na área de cerâmicas há 20 anos. É formado em Engenharia de Materiais com especialização em cerâmica, é Técnico em cerâmica e possui Mestrado, Doutorado e Pós Doutorado em cerâmica.
“ Eu não acredito que a cerâmica( B2B, via seca) seja a causadora das patologias de descolamento, eu acho que no mínimo nós não temos subsídios necessários para fazer uma afirmação como essa. Se nós fossemos analisar o que poderia causar uma patologia como essa, basicamente temos que olhar as propriedades do produto cerâmico. Consideramos 3 propriedades que de alguma maneira pode ter maior ou menos relação com a aderência das placas com a argamassa.
EXPANSÃO POR UMIDADE
Corresponde a um aumento lento e gradual das dimensões da peça em função do contato da atmosfera úmida com a água, seja da forma líquida ou vapor, vai fazendo com que a placa aumente sua dimensão, como esse aumento de dimensão não é acompanhado com as camadas anteriores a ela, isso pode gerar tensões no sistema que vai fazer com que a placa cerâmica descole da parede. Para isso temos limites dento da norma 13818 que é uma tradução da ISSO 13006, embora não tenha um parâmetro especifico colocado como tolerância para expansão por umidade, a norma apresenta uma nota de rodapé que menciona que sob condições normais de instalação, a expansão por umidade não é responsável por fenômenos de descolamento. Isso é curioso que muita gente analisa esse tipo de patologia desconsidera essa informação importante que essa norma traz de que quando o produto é bem assentado a expansão por umidade tem efeitos negligenciados sob o descolamento de placas cerâmicas e ela vai além, ela menciona que sobre determinadas condições climáticas e determinadas condições insatisfeitas de instalação é conveniente que se considere um limite de 0,6mm/m para expansão por umidade, ou seja, somente nessas situações em que o produto for mal assentado é que você deveria considerar esse limite de 0,6 mm/m, e ainda sim se for olhar a maior parte dos produtos cerâmicos, vemos que 80% é certificada e nesses produtos a gente tem um trabalho excelente feito pelo CCB que faz um número enorme de ensaios e disponibiliza esses resultados através de um programa de qualidade. Nesses produtos que são certificados, basicamente temos exceções, em uma enorme quantidade de produtos analisados, a gente observa que teve um caso esporádico de um produto que foi fabricado com expansão por umidade acima de 0,6 mm/m, ou seja se a gente se referir a norma NBR e ISO, esses produtos que são exceção somente poderia estar suscetível a algum problema se a instalação não foi feita de forma correta. 
Essa propriedade é pouco considerada fora do pais, porque lá o assentamento é feito e condições melhores. 
ABSORÇÃO DE ÁGUA
A absorção tem relação com a porosidade. Quanto mais porosa, maior a aderência com a argamassa, nesse sentido os produtos B2B, da classe vermelha são produtos que tem absorção de água entre 6 - 10%, ou seja ele tem uma porosidade elevada muito maior por exemplo que um porcelanato, que tem absorção de 0,5% e para ser instalado precisa de uma argamassa especial por não ter porosidade. Esses produtos B2B só tem porosidade mais baixa que as monoporosas da classe B3, que tem absorção de água acima de 10%, e a porosidade ajuda na ancoragem mecânica das peças. Então analisando a absorção é difícil compreender porque que um produto B2B de via seca tem maior tendência ao descolamento, sendo que ele tem uma porosidade elevada que vai ajudar no ancoramento com a argamassa.
EXPANSÃO TÉRMICA 
Pode fazer com que um produto instalado numa fachada sofra ciclos térmicos que aquece durante o dia e resfria durante a noite e ele se movimenta. O coeficiente de expansão térmica dos produtos cerâmicos de uma forma geral, esta variando dentro de um intervalo muito restrito, ou seja, a expansão térmica de uma monoporosa ou um porcelanato é muito parecida com a expansão térmica de um produto de via seca, ou seja analisando essa propriedade é difícil compreender porque um produto B2B de via seca pode ter maior suscetibilidade ao descolamento.

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