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• Embora com posicionamentos divergentes, prevalece o entendimento de que as omissões que viabilizam o uso do mandado de injunção podem ser totais ou parciais9; Espécies de “normas frustradas” que podem ser usadas para embasar um MI: • Embora o mandado de injunção possa ser usado para suprir omissões totais ou parciais do poder público, somente pode ser impetrado o mandado quando essas omissões estiverem frustrando o alcance de objetivos que estão expostos em normas de status constitucional, e que sejam revestidas sob a forma de normas de eficácia limitada – sejam de princípio institutivo ou programático -, já que são essas categorias de normas constitucionais que dependem de normatização para que alcancem suas finalidades. • Baseado, no exposto, o STF já decidiu não haver possibilidade de ingressar mandado de injunção contra a falta de normas 9 MI 107/DF CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 50 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR para efetivar mandamentos da Convenção Americana de Direitos Humanos10. Espécies de “normas faltantes” para embasar um MI: • Embora o direito tutelado deva estar previsto necessariamente em uma norma constitucional e de eficácia limitada. A "norma faltante", que esteja frustrando o exercício de direitos constitucionais, pode ser tanto uma lei (maioria dos casos) como qualquer outro ato normativo cuja falta impeça a concretização dos efeitos da norma constitucional, como uma portaria, decreto, e etc. Liminar em mandado de injunção: • Segundo a doutrina e o posicionamento do STF, não cabe liminar em mandado de injunção, pois a decisão liminar acabaria por se confundir com o próprio mérito da demanda (assegurar o exercício do direito ou garantia que esteja sendo frustrado)11. Teoria concretista X teoria não-concretista: Até meados de 2007, o efeito das decisões de MI emanadas pelos tribunais se limitavam a declarar a mora do legislador, pelo princípio da independência dos poderes, não havia como obrigar tal autoridade a legislar e nem mesmo poderia o Judiciário agir como legislador e sanar a mora existente. Essa situação era o que chamamos de posição não concretista do Poder Judiciário. Porém, ao julgar os Mandados de Injunção 670, 708 e 712, sobre a falta de norma regulamentadora do direito de greve dos servidores públicos, o STF abandonou sua antiga posição e declarou: “enquanto não editada a lei especifica sobre o direito de greve dos servidores públicos, estes devem adotar a norma aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada”. Assim, o STF passou a adotar a teoria concretista, pois sanou a mora existente e “ressuscitou” aquele que era chamado de “o remédio constitucional mais ineficaz”. Vamos esquematizar este importante assunto: Posição Não- concretista O Judiciário se limita a declarar a mora do legislador 10 MS 22483-5/DF 11 STF - AC 124 AgR / PR – PARANÁ – Julgamento: 23/09/2004 CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 51 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Posição Concretista Geral O judiário desde já faz com que o direito possa ser exercido e de forma erga omnes Individual O judiciário decide de forma inter partes Intermediária O Judiciário assenta um prazo para que o Legislativo edite a norma faltante – quando usado foi de 120 dias Direta O Judiciário desde logo faz com que a parte pedinte possa exercer o seu direito, geralmente usando-se de analogia a outras normas 80. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O mandado de injunção tem como objeto o não cumprimento de dever constitucional de legislar que, de alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados, sendo pacífico, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele só é cabível se a omissão tiver caráter absoluto ou total, e não parcial. Comentários: O erro foi dizer que só é cabível se a omissão tiver caráter absoluto ou total, e não parcial. Embora com posicionamentos divergentes, prevalece o entendimento de que as omissões que viabilizam o uso do mandado de injunção podem ser totais ou parciais. Gabarito: Errado. 81. (CESPE/TCE-AC/2009) O mandado de injunção não é instrumento adequado à determinação de edição de portaria por órgão da administração direta. Comentários: CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 52 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR O mandado de injunção é utilizado sempre que uma norma regulamentadora esteja faltando, e esta falta esteja impedindo que a pessoa possa exercer os direitos e liberdades constitucionais e suas prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. A Constituição ao dispor sobre este mandado, falou em "norma regulamentadora", não importando, então, qual a natureza de tal norma. Gabarito: Errado. 82. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O STF passou a admitir a adoção de soluções normativas para a decisão judicial como alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva por meio do mandado de injunção. Comentários: Atualmente (a partir de 2007) o STF vem adotando a posição concretista do mandado de injunção, ou seja, quando se entra em juízo com um mandado de injunção, a autoridade julgadora deverá decidir o caso concreto, fazendo com que desde já o impetrante consiga exercer o direito que está sendo impedido pela omissão normativa. O meio que mais tem sido utilizado para a solução dos problemas tem sido a adoção de diplomas normativos que regulam áreas similares para que "por analogia" regulamentem provisoriamente o tema. Gabarito: Correto. 83. (CESPE/Procurador Municipal Natal/2008) Considerando a atual jurisprudência do STF quanto à decisão e aos efeitos do mandado de injunção, notadamente nos casos em que se discuta o direito de greve dos servidores públicos, é correto afirmar que, na decisão de um mandado de injunção, compete ao Poder Judiciário a) elaborar a norma regulamentadora faltante. b) proferir simples declaração de inconstitucionalidade por omissão, dando conhecimento ao órgão competente para a adoção das providências cabíveis. c) garantir o imediato exercício do direito fundamental afetado pela omissão do poder público. d) fixar prazo razoável para que o ente omisso supra a lacuna legislativa ou regulamentar, sob pena de responsabilização. Comentários: Letra A - Errado. Judiciário não é legislador, ele deve julgar, não legislar. Em que pese a sua atribuição atípica de poder legislar, fazer CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 53 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR seus regimentos e regulamentos, não poderá nunca elaborar uma norma cuja competência está estabelecida no âmbito do Poder Legislativo ou Executivo. Letra B - Errado, pois assim seria a não-concretista. Letra C- Perfeito, trata-se da concretista, sem entrar no mérito de ser geral ou individual. Letra D - Errado. Assim seria a posição concretista individual intermediária, que era adotada minoritariamente no supremo, onde o Min. Néri da Silveira defendia que se determinasse um prazo de 120 dias para a regulamentação. Gabarito: Letra C. 84. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O STF adota a posição de que o mandado de injunção não tem função concretista, porque não cabe