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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUIZA KILVIA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO ARMADO NO ESTADO DO CEARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
 ii
LUIZA KILVIA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO ARMADO NO ESTADO DO CEARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia submetida à Coordenação do 
Curso de Engenharia Civil da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial para 
obtenção do título de Engenheiro Civil 
 
Orientador: Prof. Antônio Eduardo Bezerra 
Cabral, D.Sc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
 iii 
 
LUIZA KILVIA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO ARMADO NO ESTADO DO CEARÁ 
 
 
 
 
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal 
do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
Aprovada em 25/11/2011 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Prof. D.Sc. Antônio Eduardo Bezerra Cabral (Orientador) 
 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Eng. Roney Sergio Marinho de Moura (Examinador) 
 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Engª. D.Sc. Jussara Limeira de Araújo (Examinadora) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iv
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao Supremo Arquiteto do Universo, Deus, aos meus pais, Moacir e Elza, e aos meus irmãos, 
Kersia e Moacir Filho, Dedico. 
 v
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Senhor é meu pastor; nada me faltará 
Salmo 23:1 
 vi
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pois sem ele eu nada sou, ele é quem me fortalece e quem diariamente 
alimenta a minha fé para poder seguir em frente com dignidade e coragem. 
Ao meu pai, por toda a dedicação e carinho dados a mim durante todos esses anos, 
trabalhando sol a sol para que seus filhos crescessem na vida. 
A minha mãe, pelo amor, carinho, dedicação, apoio e por sempre acreditar na 
minha capacidade. 
Aos meus irmãos, que sempre estiveram ao meu lado me incentivando a ir sempre 
além, em especial a Kersia, por cuidar de mim com a dedicação de uma mãe. 
A todos os meus amigos do Curso de Engenharia Civil, especialmente: Viviane, 
Luiz Gonzaga, Thiago, Anderson, Hélio, Lucas, Julien, Priscilla, Aline e Emanuella, que 
estiveram comigo durante os últimos cinco anos, vivenciando noites em claro de estudo e 
diversão, tornando-se tudo mais fácil ao lado deles. 
Um agradecimento especial a Felipe Alisson, pois mais que um amigo, tornou-se 
um irmão, que está sempre a postos a ajudar-me, apoiar-me, é com ele que choro minhas 
decepções e compartilho as alegrias da minha vida. 
Aos professores que através de suas disciplinas me proporcionaram bases sólidas 
para o meu engrandecimento profissional, em especial: Francisco Chagas, Marco Aurélio, 
Evandro Parente, Magnólia Campêlo, Eduardo Cabral, Sérgio Benevides, Tereza Denyse, 
Ricardo Marinho e André Bezerra. 
A toda a equipe da Construtora Santo Amaro, pelo aprendizado proporcionado, 
em especial: aos engenheiros Ricardo Miranda, Ricardo Miranda Filho e Diego França, ao 
Mestre de obras Damião e aos meus amigos Felipe e Cleilson que tornam o meu dia de 
trabalho mais alegre. 
Ao Professor Eduardo Bezerra Cabral e ao Engenheiro Roney Sérgio pelo 
profissionalismo e dedicação durante todo o desenvolvimento deste trabalho. 
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste 
trabalho, o meu sincero: Muito Obrigada! 
 
 
 
 
 
 vii
RESUMO 
 
O Brasil é um país que convive com diversos problemas sociais (desemprego, 
saúde, educação, habitação, entre outros) e está em fase de desenvolvimento econômico, 
assim, não pode se dar ao luxo de custear despesas extremamente elevadas em obras de reparo 
estrutural, as quais, na maioria das vezes, poderiam ser evitadas.É nessa perspectiva que a 
pesquisa neste trabalho realizada busca levantar dados das principais manifestações 
patológicas incidentes nas estruturas de concreto armado no Estado do Ceará, utilizando como 
banco de dados arquivos oriundos da Divisão de Materiais (DIMAT) da Fundação Núcleo de 
Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC) e trabalhos realizados por alunos da Universidade 
Federal do Ceará (UFC) para a disciplina Patologia e Recuperação de Estruturas de Concreto. 
Foram analisadas manifestações patológicas em 30 obras, estas distribuídas quanto à forma de 
uso em: residenciais, comerciais e públicas; e de acordo com a área de entorno a qual está 
inserida: salina, urbana, industrial ou rural.A partir de tais dados, obteve-se o percentual de 
ocorrência das principais manifestações patológicas, observando que as estruturas 
apresentaram degradação principalmente devido à ação da corrosão de armaduras e das 
fissuras, sendo que tais manifestações estão diretamente associadas ao estabelecimento de 
procedimentos inadequados nas etapas de projeto e execução do processo construtivo. 
 
Palavras chave: Manifestações patológicas, concreto armado, Ceará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1.1-Lei de evolução de custos, Lei de Sitter. Fonte: VITÓRIO, 2005 ............................ 2 
Figura 2.1-Fases do desempenho de uma estrutura durante sua vida útil. Fonte: ANDRADE, 
1997 ............................................................................................................................................ 9 
Figura 2.2-Interações no concreto. Fonte: Piancastelli, 1997................................................... 11 
Figura 2.3-Fissuração vertical em pilar. Fonte: Obra 17 .......................................................... 23 
Figura 2.4-Corrosão de armaduras (laje). Fonte: Obra 21 ........................................................ 24 
Figura 2.5-Desagregação do Concreto. Fonte: Obra 8 ............................................................. 24 
Figura 2.6-Eflorescência. Fonte: Obra 21 ................................................................................ 25 
Figura 2.7-Fluxograma de atuação para resolução de problemas patológicos segundo 
Lichtenstein. Fonte: Piancastelli, 1997 ..................................................................................... 27 
Figura 3.1-Exemplo do cálculo da incidência das manifestações patológicas nas estruturas de 
concreto .................................................................................................................................... 32 
Figura 4.1-Distribuição de obras conforme forma de uso ........................................................ 33 
Figura 4.2-Distribuição de obras conforme área do entorno .................................................... 34 
Figura 4.3-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto para o Estado 
do Ceará .................................................................................................................................... 36 
Figura4.4-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o 
Estado do Ceará - Área Urbana ................................................................................................ 37 
Figura 4.5-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o 
Estado do Ceará - Área Salina .................................................................................................. 37 
Figura 4.6-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o 
Estado do Ceará - Área Rural ................................................................................................... 38 
Figura 4.7-Deposição de íons cloreto – Comparativo. Fonte: SILVA, 2011. .......................... 39 
Figura 4.8-Cobrimento inexistente com armadura exposta e despassivada. Fonte: Obra 21 ... 40 
Figura 4.9-Frente de carbonatação já atingiu as armaduras despassivando-as, início do 
processo de corrosão. Fonte : Obra 18. .................................................................................... 40 
Figura 4.10-Após borrifado Nitrato de Prata no pilar percebeu-se uma variação da coloração 
da pasta do concreto para um coloração mais escura. Cuja variação indica presença de 
cloretos. Fonte: Obra 14 ........................................................................................................... 41 
Figura 4.11-Fissuração vertical em pilar. Fonte: Obra 17 ........................................................ 42 
Figura 4.12-Fissura no pé do pilar, possível início de processo corrosivo. Fonte: Obra 24 .... 42 
Figura 4.13-Perda de seção de concreto devido a ataque químico expansivo. Fonte: Obra 18 43 
Figura 4.14-Infiltração por deficiência da impermeabilização da caixa d’água da edificação, 
ocasionando o início do processo de corrosão pela expansão da armadura, e desplacamento do 
concreto. Fonte: Obra 21 .......................................................................................................... 44 
Figura 4.15-Segregação no encontro pilar com vigas. Fonte: Obra 14 .................................... 44 
Figura 4.16-Segregação com armadura exposta e despassivada em viga. Fonte: Obra 21 ...... 45 
Figura 4.17-Estrutura fortemente afetadas, presença de inúmeras machas. Fonte: Obra 9 ...... 45 
Figura 4.18-Infiltração de água originada de deficiência e/ou vazamento com formação de 
estalactites de carbonato de cálcio em laje. Fonte: Obra 21 ..................................................... 46 
Figura 4.19-Pilar com presença de fungo (bolor) em todo o seu comprimento. Fonte: Obra 17
 .................................................................................................................................................. 46 
Figura 4.20-Rompimento do dente Geber de apoio de vigas longitudinais. Fonte: Obra 21 ... 47 
 
 
 
 ix
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1.1-Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas de 
concreto. Fonte: SOUZA & RIPPER, 1998. .............................................................................. 4 
Quadro 2.1-Limites máximos para a expansão devida a reação álcali-agregado e teores de 
cloretos e sulfatos presentes nos agregados. Fonte: NBR 7211 (ABNT, 2009). ...................... 19 
Quadro 2.2- Classe de agressividade ambiental. Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2007). ............... 21 
Quadro 3.1-Quadro de cadastramento das obras. ..................................................................... 29 
Quadro 3.2-Classificação no entorno do Estado do Ceará. ...................................................... 30 
Quadro 4.1-Manifestações patológicas nas estruturas de concreto. ......................................... 35 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1.1-Gasto com reparo e manutenção em alguns países .................................................. 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 
1.1. Justificativa e contextualização do tema ...................................................................... 1 
1.2. Objetivos ...................................................................................................................... 5 
1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 5 
1.1.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 5 
1.3. Delimitações ................................................................................................................ 6 
1.4. Estrutura do trabalho .................................................................................................... 6 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 7 
2.1. Introdução .................................................................................................................... 7 
2.2. Concreto Armado ......................................................................................................... 7 
2.1.1 Conceitos de Durabilidade e Vida Útil ............................................................... 8 
2.3. Patologia do concreto armado .................................................................................... 10 
2.3.1 Origem do problema: projeto ........................................................................... 12 
2.3.2 Origem do problema: materiais ........................................................................ 13 
2.3.3 Origem do problema: execução ........................................................................ 13 
2.3.4 Origem do problema: uso e manutenção .......................................................... 16 
2.3.5 Causas de deterioração do concreto armado..................................................... 17 
2.3.5.1 Ações Mecânicas ......................................................................................... 17 
2.3.5.2 Ações Físicas ............................................................................................... 17 
2.3.5.3 Ações Químicas........................................................................................... 17 
2.3.5.4 Ações Biológicas ......................................................................................... 20 
2.3.5.5 Ambiente em que a estrutura está inserida .................................................. 20 
2.3.6 Manifestações Patológicas ................................................................................ 22 
2.4. Inspeção e diagnóstico de manifestações patológicas em estruturas de concreto ..... 25 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 28 
3.1. Levantamento e estudo bibliográfico ......................................................................... 28 
3.2. Banco de dados .......................................................................................................... 28 
3.3. Análise dos resultados ............................................................................................... 32 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 33 
4.1. Caracterização do banco de dados ............................................................................. 33 
4.2. Manifestações patológicas incidentes ........................................................................ 34 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 48 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................49 
 1
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Justificativa e contextualização do tema 
 
O Brasil é um país que convive com diversos problemas sociais (desemprego, 
saúde, educação, habitação, entre outros) e está em fase de desenvolvimento econômico, 
assim, não pode se dar ao luxo de custear despesas extremamente elevadas em obras de reparo 
estrutural, as quais, na maioria das vezes, poderiam ser evitadas. 
Para Souza e Ripper (1998), designa-se genericamente por Patologia das 
Estruturas "um novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das 
origens, formas de manifestação, conseqüências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos 
sistemas de degradação das estruturas". 
 Segundo Helene (1992), os fenômenos patológicos habitualmente apresentam 
manifestação externa característica, a partir da qual se pode deduzir a natureza, a origem e os 
mecanismos dos fenômenos envolvidos. Determinadas manifestações incidem com mais 
constância, devido à necessidade de cuidados que frequentemente são ignorados, seja no 
projeto, na execução ou até mesmo na utilização. Ainda segundo este autor, pode-se dizer que 
os problemas patológicos de maior gravidade nas estruturas em concreto armado, 
especialmente pelo seu evidente risco à integridade da estrutura, são a corrosão da armadura 
do concreto, as fissuras e as flechas excessivas das peças estruturais. 
A NBR 6118 (ABNT, 2007) destaca como mecanismos preponderantes de 
deterioração do concreto a lixiviação por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou 
ácidas, que dissolvem e carreiam os compostos hidratados de pasta de cimento; a expansão 
por ação de águas e solos que estejam contaminados com sulfatos, dando origem a reações 
expansivas e deletérias; a expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos 
agregados reativos; e as reações deletérias superficiais de certos agregados, decorrentes de 
transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica. Quanto 
aos mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura, destacam-se a 
despassivação por carbonatação e a despassivação por elevado teor de cloreto. 
A soma de tantos fatores prejudiciais à estrutura, reforçada pelo crescimento 
acelerado que a construção civil vem atingindo, provoca a necessidade de inovações que 
trazem em si a aceitação subentendida de maiores riscos, leva ao ponto de viver em uma 
época de grandes preocupações. 
 2
Segundo Steen (1991, apud ANDRADE, 1997), o valor do estudo da Patologia 
das Construções está, primeiramente, na necessidade de divulgação das manifestações 
patológicas mais incidentes; em segundo lugar, no conhecimento da evolução dos problemas, 
sendo estes o quanto antes identificados, menor o custo para reparar os elementos danificados. 
Ou seja, a execução das correções serão mais fáceis e muito mais econômicas quanto mais 
cedo forem realizadas. 
Esta afirmação é demonstrada através da “Lei de Sitter”, que exibe os custos 
crescendo segundo uma progressão geométrica de razão cinco (VITÓRIO, 2005). Assim, 
dividindo as etapas construtivas e de uso de uma estrutura em quatro períodos 
correspondentes ao projeto, à execução, à manutenção preventiva e à manutenção corretiva, 
cada correção efetuada em um ou outro período implicará em um custo que segue uma 
progressão geométrica de razão cinco, conforme mostra a Figura 1.1. 
 
 
 
Figura 1.1-Lei de evolução de custos, Lei de Sitter. Fonte: VITÓRIO, 2005 
 
Existem várias maneiras de evitar a ocorrência de manifestações patológicas nas 
estruturas, tais como: investimento da indústria da construção civil em tecnologia e em 
melhor qualificação da mão de obra; mudança de mentalidade dos consumidores, passando a 
exigir mais qualidade e garantia de durabilidade dos produtos adquiridos, focando, também, 
na importância da manutenção preventiva. Ou seja, conscientização de projetistas 
(especificação de concretos com uma trabalhabilidade adequada, dimensionamento de peças 
 3
estruturais com densidades de armadura que permitam uma concretagem eficiente, entre 
outros), construtores (cuidado nas etapas de transporte, lançamento e adensamento, garantia 
da espessura de cobrimento das armaduras de projeto, entre outros) e usuários de todos os 
níveis econômicos, quanto à importância de garantir a vida útil da estrutura, gastando o 
mínimo possível em obras de recuperação e reforço (geralmente as empresas que trabalham 
com recuperação estrutural só são chamadas quando o dano atinge o grau elevado de 
degradação). 
Diversos pesquisadores têm procurado definir qual a atividade que tem sido 
responsável, ao longo dos tempos, pela maior quantidade de erros. As conclusões, como pode-
se ver no Quadro 1.1 a seguir, nem sempre são condizentes, fato justificado primeiramente 
por que os estudos foram realizados em diferentes continentes, e, em segunda instância, por 
que, em algumas situações, as causas são tantas que fica difícil diagnosticar a causa 
preponderante (geralmente ocorrem devido a deficiências nas etapas de execução e/ou 
projeto). 
Embora, a nível nacional, já se possa contar com certo número de levantamentos 
de casos registrados, como, por exemplo, no Rio Grande do Sul (DAL MOLIN, 1988), no 
Espírito Santo (SILVA, TRISTÃO & MACHADO apud ARANHA, 1994), em Santa 
Catarina (SANTAVA apud ARANHA, 1994), em Pernambuco (ANDRADE, 1997), na 
Região Sudeste (CARMONA & MEREGA apud ARANHA, 1994), na Região Centro-Oeste 
(NINCE, 1996), na Região Norte (ARANHA, 1994), no Ceará não se tem notícias a respeito 
de um trabalho dessa natureza, em que se possa identificar os principais tipos de 
manifestações patológicas que ocorrem nas estruturas de concreto armado, bem como em que 
etapa do processo construtivo originou-se o problema. 
 
 
 
 
 
 
 4
Quadro 1.1-Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas de concreto. Fonte: SOUZA 
& RIPPER, 1998. 
L.E.M.I.T 
(Venezuela) (1975) 19 5 57 19
40
Jean Blévot 
(França) (1974) 35 65
S.I.A. (Suiça) 
(1979) 46 44 10
Dov Kaminetzky 
(1991) 51 16
1288
E.N.R. (U.S.A.) 
(1968-1978) 9 6 75 10
52 24
B.R.E.A.S. (Reino 
Unido) (1972) 58 1112 35
Faculdade de 
Engenharia da 
Fundação 
Armando Álvares 
Penteado Verçoza 
(1991)
18 6
Bureau Securitas 
(1972)
C.B.E. Boletim 
157 (1982) 50 10
49
40
D.E.Allen 
(Canadá) (1979) 55
C.S.T.C (Bélgica) 
Verçoza (1991) 46 15 22 17
Edward Grunau 
Paulo Helene (1992) 44 18 28 10
CAUSAS DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO
FONTE DE 
PESQUISA
Concepção e 
Projeto Materiais Execução
Utilização e 
Outras
 
 
De acordo com Medeiros e Helene (2009), a manutenção e os reparos tem se 
tornado questões difundidas e preocupantes em alguns países, principalmente quando se 
analisa em termos de custos. Já que esses serviços exigem gastos de bilhões acarretando 
grande impacto econômico, e chegando, até mesmo, a representar 50% dos gastos feitos em 
construções em algumas situações. 
Os valores representados na Tabela 1.1 a seguir, referem-se a gastos com 
manutenções e reparos de edificações em alguns países no ano de 2004, exceto no caso da 
Itália que se trata de 2002. 
 
 
 5
Tabela 1.1-Gasto com reparo e manutenção em alguns países 
 
Fonte: Ueda.Takewaka, 2007 apud MEDEIROS & HELENE, 2009. 
 
Assim, um levantamento das manifestações patológicas no Estado do Ceará e suas 
origens são de grande importância para se verificar as causas mais incidentes de deterioração 
e, assim, alertar o meio técnico para que se tomem medidas preventivas, objetivando ter obras 
duráveis. 
Para o desenvolvimento desta pesquisa foram compilados vários conceitos 
relacionados ao tema estudado. Ressalta-se que este trabalho não tem a ambição de englobar 
todos os aspectos quetêm influência significativa na durabilidade das estruturas, mas sim 
apresentar alguns pontos relevantes sobre cada um deles, sempre buscando relacionar ao 
máximo as considerações de caráter tecnológico com as da prática executiva. 
 
1.2. Objetivos 
 
1.1.1 Objetivo geral 
 
Este trabalho tem como objetivo principal a realização de um levantamento das 
manifestações patológicas que ocorreram em algumas estruturas de concreto armado no 
Estado do Ceará. 
1.1.2 Objetivos específicos 
 
Os objetivos específicos são: 
• Tipificar algumas manifestações patológicas em estruturas de concreto armado 
• Analisar as origens e causas que provocaram a principal manifestação patológica. 
 6
• Quantificar a tipologia da manifestação patológica nas estruturas de concreto e 
elaborar gráficos que mostrem a sua distribuição percentual. 
1.3. Delimitações 
 
A principal delimitação da pesquisa está relacionada com o banco de dados que 
compõe o levantamento. Com as limitações de fatores como a falta de um banco de dados 
maior e tempo, não foi possível abranger todo o universo de estruturas que apresentaram 
alguma manifestação patológica. Outra questão a ser frisada é a distribuição espacial das 
obras catalogadas para o banco de dados. A distribuição é aleatória, não se tendo, assim, uma 
amostragem completa de toda uma área pesquisada. 
1.4. Estrutura do trabalho 
 
Esta monografia encontra-se dividida em cinco capítulos principais. O primeiro 
capítulo consta de uma introdução que procura contextualizar o problema citado, expor a 
razão, justificativa e motivação para realização da pesquisa, explanar os objetivos buscados ao 
final deste trabalho, juntamente com suas delimitações e abordar, também, a estruturação do 
mesmo. 
O segundo capítulo contém a revisão bibliográfica dos assuntos relacionados com 
a pesquisa, mostrando fatores que têm influência significativa na durabilidade das estruturas 
de concreto. 
 
O terceiro capítulo explana a metodologia empregada para a realização do 
trabalho de levantamento das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado, 
assim como caracteriza o banco de dados utilizado para as análises realizadas nos capítulos 
seguintes. 
O quarto capítulo apresenta as principais manifestações patológicas que ocorreram 
nas estruturas de concreto armado no Estado do Ceará em estudo e analisa suas origens e 
causas mais incidentes. 
No quinto capítulo, constam as considerações finais sobre o levantamento 
realizado neste trabalho, bem como as recomendações para trabalhos posteriores, visando 
disponibilizar dados e ampliar o conteúdo da pesquisa para, assim, melhorar e fomentar o 
estudo acerca das manifestações patológicas nas edificações. 
 
 
 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. Introdução 
 
A NBR 6118 (ABNT, 2007) afirma que as estruturas de concreto devem atender 
aos requisitos mínimos de qualidade durante sua construção e serviço, assim como aos 
requisitos adicionais estabelecidos entre o autor do projeto estrutural e o construtor. Os três 
requisitos mínimos de qualidade são a capacidade resistente, que consiste basicamente na 
segurança da estrutura; o desempenho em serviço, que consiste na capacidade da estrutura 
manter-se em condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que 
comprometam, em parte ou totalmente, o uso para o qual foram projetadas e por último, 
porém não menos importante, a durabilidade, que é a capacidade da estrutura resistir às 
influências ambientais previstas e definidas no início dos trabalhos de elaboração do projeto. 
2.2. Concreto Armado 
 
O uso do concreto armado pode ser considerado recente: as primeiras peças 
surgiram há pouco mais de 150 anos, porém seu emprego efetivo em construções com 
embasamento técnico e modelos de cálculo racionais, ocorre há menos de 100 anos. Desde 
então, tem sido, pelas suas vantagens, utilizado em larga escala pela indústria da construção 
(CLÍMACO, 2005). 
Para Botelho e Marchetti (2003), uma estrutura de concreto armado (lajes, vigas, 
vasos, bancos de jardim, entre outros.) é uma ligação solidária (fundida junta), de concreto 
(que nada mais é que uma pedra artificial composto por fragmentos de rocha, cimento e água), 
com uma estrutura resistente a tração que é usualmente o aço. 
 A NBR 6118 (ABNT, 2007) define como estruturas de concreto armado aquelas 
cujo comportamento estrutural depende da aderência entre o concreto e a armadura, e nas 
quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa 
aderência. 
Para Clímaco (2005), o concreto armado é um material composto pela associação 
do concreto com barras de aço nele inseridas, de modo que estabeleçam um sólido único, do 
ponto de vista mecânico quando submetido às ações externas. Essa associação aproveita as 
principais vantagens de ambos, concreto e aço, quanto à resistência, à durabilidade e ao custo, 
destacando-se a boa resistência à compressão do concreto e a elevada resistência a tração do 
aço. 
 8
Como todo material que se utiliza para determinada finalidade, o concreto armado 
apresenta vantagens e desvantagens quanto ao seu uso estrutural. Segundo Carvalho e 
Figueiredo (2011), as principais vantagens e desvantagens são: 
 
Vantagens 
• Apresenta boa resistência à maioria das solicitações. 
• Tem boa trabalhabilidade, quando em estado fresco e, por isso, adapta-se a 
várias formas. 
• As técnicas de execução são razoavelmente dominadas em todo o país. 
• É um material durável, desde que seja bem executado. 
• Apresenta durabilidade e resistência ao fogo superiores em relação à madeira e 
ao aço, desde que os cobrimentos e a qualidade do concreto estejam de acordo 
com as condições do meio em que está inserida a estrutura. 
• Em diversas situações é economicamente mais viável que estruturas de aço. 
• É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e desgastes 
mecânicos. 
 
Desvantagens 
 
• Resulta em elementos com maiores dimensões que o aço, o que, com seu peso 
específico elevado, ocasiona um peso próprio muito grande, limitando o seu 
uso em determinadas situações ou elevando bastante o seu custo. 
• As adaptações e reformas são, muitas vezes, de difícil execução. 
• É bom condutor de calor e som, determinando, em casos específicos, 
associação com outros materiais para sanar esses problemas. 
• É necessário um sistema de fôrmas e escoras, que, geralmente, precisa 
permanecer no local até que o concreto alcance resistência adequada. 
2.1.1 Conceitos de Durabilidade e Vida Útil 
 
Há uma proximidade entre os conceitos de durabilidade e vida útil que às vezes 
leva ao uso equivocado dos mesmos. 
Segundo Rostam, citado por Andrade (1997), o conceito de durabilidade pode ser 
difícil de ser quantificado e usado de maneira freqüente no dia a dia. Isto leva a introdução do 
 9
conceito de vida útil como um termo operacional que aborda de forma quantitativa a questão 
da durabilidade das estruturas. 
Para Jonh et. al (2002 apud CONSOLI; REPETTE, 2009) a estimativa da 
“durabilidade depende muito mais do conhecimento do que os próprios recursos, não é uma 
qualidade intrínseca dos materiais”. 
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2007), durabilidade é a capacidade da 
estrutura resistir às influências ambientais presumidas e definidas em conjunto com o autor do 
projeto e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração dos projetos. Já vida útil, a 
norma define como sendo o período de tempo o qual se mantém as características das 
estruturas de concreto, desde que satisfeitos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo 
projetista e construtor, assim como de execução dos reparos decorrentes de danos acidentais. 
Assim, considera-se que um material chegou ao fim de sua vida útil quando suas 
propriedades,sob dadas condições de uso, se deterioram a tal ponto que a continuação do uso 
desse material é considerada insegura ou antieconômica, logo, a durabilidade de uma estrutura 
pode ser representada pelo gráfico desempenho versus tempo, conforme mostra a Figura 2.1 
(ANDRADE, 1997). 
 
 
 
Figura 2.1-Fases do desempenho de uma estrutura durante sua vida útil. Fonte: ANDRADE, 1997 
 
 
 10
Observa-se na figura anterior que quando a estrutura começa a perder a sua 
funcionalidade devido a algum tipo de deterioração, pode existir a necessidade da realização 
de reparos ou reforços. É notório, também, que à medida que os danos na estrutura evoluem, 
os custos necessários para as correções crescem exponencialmente, conforme a Lei de Sitter 
comentada anteriormente. 
Para Brandão (1998), a vida útil de uma construção como um todo depende 
igualmente do desempenho dos elementos estruturais de concreto armado e dos demais 
componentes incorporados à estrutura, que não possuem função estrutural, tais como juntas, 
instalações, drenos, entre outros. Ressalta-se que geralmente esses elementos não-estruturais 
possuem vida útil mais curta do que a estrutura propriamente dita e, logo, providências 
adequadas para a sua manutenção, reparo ou substituição devem ser previstas. 
Por muito tempo o concreto foi considerado um material extremamente durável, 
devido a algumas obras muito antigas ainda encontrarem-se em bom estado, porém a 
deterioração precoce de estruturas recentes remete aos porquês das patologias do concreto 
(BRANDÃO & PINHEIRO, 1999). 
2.3. Patologia do concreto armado 
 
Conforme Helene (1992): "a patologia pode ser entendida como a parte da 
engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos defeitos das 
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema". 
Para Piancastelli (1997), sendo o concreto armado, um material não inerte, ele se 
sujeita a alterações, ao longo do tempo, devido a interações entre seus elementos constitutivos 
(cimento, areia, brita, água e aço), interações entre esses e agentes externos (ácidos, bases, 
sais, gases e outros) e com materiais que lhe são adicionados (aditivos e adições minerais), a 
Figura 2.2 a seguir mostra as interações no concreto. 
 
 
 11
 
Figura 2.2-Interações no concreto. Fonte: Piancastelli, 1997 
 
Frequentemente, dessas interações resultam anomalias, que, geralmente, 
comprometem o desempenho da estrutura, gerando também efeitos estéticos indesejáveis e 
causando desconforto psicológico aos usuários. 
O termo patologia pode ser utilizado na engenharia civil quando ocorre perda ou 
queda de desempenho de um conjunto ou componente estrutural. O termo foi retirado da área 
da saúde e identifica o estudo das doenças, seus sintomas e natureza das modificações que 
elas provocam no organismo. Em uma estrutura, para que um sintoma, seja classificado como 
patológico, deve comprometer algumas das exigências da construção, seja ela de capacidade 
funcional, mecânica ou estética. Assim, observa-se que existe uma forte relação entre a 
manifestação patológica e o desempenho da edificação, na medida em que sua avaliação é 
relacionada com o comportamento da estrutura em utilização. Logo, a análise das 
manifestações patológicas é função também de dois aspectos fundamentais: tempo e 
condições de exposição, tornando-a, assim, associada aos conceitos de durabilidade, vida útil 
e desempenho (ANDRADE & SILVA, 2005). 
É importante destacar para este trabalho a diferença existente entre os conceitos 
de origem e causa da patologia. A origem do problema relaciona-se com as fases ou etapas da 
vida da estrutura em que se originou a patologia, sejam elas: de projeto, de materiais, de 
execução, de utilização e de manutenção. Já a causa é definida como qualquer fator que 
possa, direta ou indiretamente, estar contribuindo para a ocorrência da patologia, como por 
exemplo: as solicitações mecânicas (impactos sobrecargas); as condições de exposição 
(ambiente marinho, área industrial); as características dos materiais que constituem a estrutura 
 12
(sílica reativa nos agregados, álcalis no cimento, cloreto nos aditivos); a espessura do 
cobrimento, entre outros fatores (ANDRADE & SILVA, 2005). 
2.3.1 Origem do problema: projeto 
 
Muitas falhas são possíveis de ocorrer durante a fase de concepção da estrutura, 
podendo se originar durante o estudo preliminar, na elaboração do anteprojeto, ou no projeto 
executivo. 
Essas falhas podem levar ao encarecimento do processo de construção, a 
transtornos relacionados com a utilização da obra e a sérios problemas patológicos na 
estrutura. 
Lista-se a seguir exemplos de problemas originados na etapa de elaboração do 
projeto: 
• Má definição das ações atuantes ou combinação mais desfavorável para a 
estrutura; 
 
• Deficiência na avaliação de resistências do solo, podendo levar, por exemplo, a 
recalques inesperados ao longo da construção e nos primeiros anos de vida da 
edificação; 
 
• Adoção de peças com espessura de cobrimento e relação água/cimento 
incompatíveis com tempo e as condições de exposição da estrutura; 
 
• Especificação inadequada de materiais; 
 
• Dimensionamento que leva a grandes deformações na estrutura, levando ao 
surgimento de fissuras (peças esbeltas e utilização de grandes vãos); 
 
• Utilização de juntas estruturais sujeitas à infiltração de água, próximas aos 
elementos estruturais; 
 
• Falta de compatibilização entre os projetos (arquitetônico, estrutural, 
hidrossanitário, elétrico, entre outros); 
 
• Detalhes construtivos impossíveis de serem executados; 
 13
2.3.2 Origem do problema: materiais 
 
Definidas as especificações dos materiais na fase de projeto, deve-se controlar 
bem a aquisição dos insumos para fabricação do concreto, objetivando a garantia das 
especificações e que o concreto não seja rejeitado. É importante que a caracterização dos 
materiais componentes do concreto esteja em conformidade com o que recomenda a NBR 
12654 (ABNT, 1992). 
No cimento devem ser monitorados seus aspectos físicos, como finura, início e 
fim de pega, resistência à compressão, expansibilidade, calor de hidratação, assim como, 
também, seus aspectos químicos, como perda ao fogo e resíduo insolúvel, teores de aluminato 
tricálcio e de álcalis. 
Para os agregados faz-se necessária a análise mineralógica e química do material, 
para detectar a presença de contaminantes reativos no agregado, cujas reações químicas 
expansivas com os álcalis do cimento podem ser bastante deletérias ao concreto. Assim como, 
também, é importante atentar para as características físicas dos agregados, como a sua 
distribuição granulométrica e seu formato dos grãos, pois diferenças nessas propriedades 
podem levar a uma maior variabilidade nas propriedades do concreto fresco e endurecido 
(ANDRADE & SILVA, 2005). 
A água é um elemento do concreto de fundamental importância, logo se faz 
necessária a sua análise antes de sua utilização, pois aspectos como contaminação com 
cloretos, sulfatos, álcalis, teor do pH , entre outros fatores, podem prejudicar o desempenho 
do concreto ao longo do tempo. Ressalta-se que quando necessário o uso de aditivos no 
concreto é de fundamental importância analisá-los quanto à possível contaminação com 
cloretos. 
Por último, como se trata de concreto armado, é imprescindível controlar a 
armadura, assegurando o patamar de escoamento, o limite de resistência, o alongamento 
mínimo, as tolerâncias de desbitolamento e dobramento. 
2.3.3 Origem do problema: execução 
 
A NBR 14931 (ABNT, 2004) define como execução da estrutura de concreto 
todas as atividades desenvolvidas na sua execução, ou seja, sistema fôrmas, armaduras, 
concretagem, cura e outras, bem como as relativas à inspeção e documentaçãode como 
construído, incluindo a análise do controle de resistência do concreto. 
 14
Falhas construtivas durante a etapa de execução da obra podem causar 
repercussões danosas ao desempenho da estrutura de concreto. 
Para Souza e Ripper (1998), a etapa de execução da estrutura é responsável por 
boa parte dos problemas patológicos. A ocorrência dos erros é, basicamente, devido ao 
processo de produção, que é bastante prejudicado, por muitas vezes refletir os problemas 
socioeconômicos, que provocam a baixa qualidade técnica dos trabalhadores menos 
qualificados. Assim como, também, a falta de uma fiscalização eficiente e um fraco comando 
de equipes, podem, com facilidade, levar a falhas graves em determinadas atividades como, 
escoramentos, fôrmas, posicionamento e qualidade das armaduras, qualidade do concreto, 
entre outras. 
A NBR 12655 (ABNT, 2006) descreve como etapas de execução do concreto a 
seguinte sequência: 
 
• Caracterização dos materiais componentes do concreto, de acordo com a NBR 
12654 (ABNT, 1992); 
• Estudo de dosagem do concreto; 
• Ajuste e comprovação do traço do concreto; 
• Preparo do concreto; 
No tocante à execução do concreto em si, as principais fases relacionadas e 
aspectos importantes a serem avaliados estão descritos a seguir: 
 
• Mistura: Os componentes do concreto devem ser misturados até formar uma 
massa homogênea. Essa operação pode ser realizada em betoneiras ou em 
centrais dosadoras/misturadoras. É importante observar aspectos como a 
sequência de colocação dos materiais, o tempo de mistura, a correção da água 
arrastada pelos agregados e possíveis erros nas quantidades adicionadas dos 
materiais. 
 
• Transporte: após preparada a massa de concreto, ela deve ser transferida do 
local da mistura até o local de lançamento. Esse transporte pode ser feito de 
forma simples, por meio de carros de mão, jericas, entre outros, sendo os 
principais problemas, a segregação do concreto no transporte, à perda do 
material e o tempo necessário para fornecê-lo as frentes de trabalho, 
 15
comprometendo, assim, a qualidade e a produtividade do serviço. O transporte 
também pode ser realizado por caminhões betoneira, onde deve-se tomar 
cuidado com o tempo decorrido desde a saída do caminhão da usina até o 
descarregamento do concreto na obra, tempo este que deve ser ajustado de 
acordo com as características do concreto e as condições de temperatura, 
evitando a perda acentuada de abatimento. 
 
• Lançamento: consiste na colocação do concreto para moldagem da peça, pode 
ser realizado com pás, carros de mão, ou bombas para alcançar grandes 
distâncias. No caso do uso de bombas é muito importante verificar o estado de 
conservação do equipamento utilizado, prevenindo, assim, possíveis 
problemas durante a concretagem. Outro aspecto importante a ser observado é 
a altura de lançamento do concreto, a concretagem de peças com altura 
superior a 2 metros deve ser realizada de forma cuidadosa, a fim de evitar a 
segregação dos agregados graúdos nas regiões inferiores da peça, originando 
bicheiras ou vazios. 
 
• Adensamento: Trata-se da atividade de vibrar o concreto, em seu estado fresco, 
com o objetivo de retirar o ar aprisionado durante as etapas anteriores, 
proporcionando-lhe a máxima compactação. Falhas ocorridas durante essa 
etapa, como excesso ou deficiência de vibração, podem gerar problemas de 
exsudação, segregação ou bicheiras. Logo, a frequência e amplitude dos 
vibradores, assim como o tempo de utilização e a disposição desses 
equipamentos são algumas das escolhas essenciais para o sucesso da atividade. 
 
• Cura: É a atividade mediante a qual se mantêm o teor de umidade satisfatório, 
impedindo a evaporação de água da mistura, garantindo também, uma 
temperatura favorável ao concreto durante o processo de hidratação dos 
materiais aglomerantes, de modo que seja possível desenvolver as 
propriedades desejadas. A atividade de cura se resume no cobrimento da peça 
concretada com água por um tempo mínimo, que será função da relação a/c e 
do tipo de cimento utilizado. As características superficiais são as mais 
afetadas por uma cura mal executada como a presença de fissuração, a 
permeabilidade e a carbonatação. 
 16
É importante frisar novamente que falhas de concretagem ignoradas, ou não 
reparadas devidamente, podem acarretar sérias conseqüências à estrutura, principalmente em 
regiões agressivas e ou de difícil acesso à inspeção. 
No tocante à armação dos elementos estruturais, cuidados importantes estão 
relacionados com a correta disposição da ferragem, a conformidade da quantidade e diâmetro 
nominal das barras com o pedido no projeto estrutural, a correta execução do cobrimento da 
armadura, que servirá de proteção contra agentes de despassivação (cloretos e CO2), pois 
quanto maior o cobrimento e melhor a qualidade do concreto maior será o intervalo de tempo, 
caso agentes agressores incidam, para que esses cheguem à armadura acarretando o processo 
corrosivo na mesma. 
Assim, o não atendimento a esses parâmetros conduz à perda da capacidade 
resistente e, em casos de elementos vitais, como os pilares em uma edificação pode levar a 
estrutura ao colapso. 
2.3.4 Origem do problema: uso e manutenção 
 
Depois de concluída a execução da estrutura, cabe ao seu usuário cuidar de 
utilizá-la da maneira mais eficiente, com o objetivo de manter as características originais ao 
longo de toda a sua vida útil. A eficiência relaciona-se tanto com as atividades de uso, como, 
por exemplo, garantir que não sejam ultrapassados os carregamentos previstos em projeto, 
quanto com as atividades de manutenção, já que o desempenho da estrutura tende a diminuir 
ao longo da sua vida útil (ANDRADE & SILVA, 2005). 
A NBR 5674 (ANBT, 1999) define manutenção como o conjunto de atividades a 
serem desempenhadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional de uma edificação 
e de suas partes constituintes de forma a atender as necessidades e segurança dos usuários. 
Segundo Souza e Ripper (1998), os problemas patológicos ocasionados por 
ausência de manutenção ou mesmo por manutenção inadequada, têm sua origem no 
desconhecimento técnico, na incompetência, no desleixo e em problemas econômicos. A falta 
de destinação de verbas para manutenção pode vir a tornar-se fator responsável pelo 
aparecimento de problemas estruturais de maior gravidade, implicando em grandes gastos e, 
dependendo da situação, pode levar até mesmo a demolição da estrutura. 
 
 
 17
2.3.5 Causas de deterioração do concreto armado 
 
Diversos agentes naturais atuam sob o concreto armado provocando o seu 
envelhecimento, ou seja, a perda gradual de seu desempenho estético, funcional e estrutural. 
As causas de deterioração originam-se de diversas ações: mecânicas, físicas, químicas e 
biológicas, podendo estas ocorrer isoladamente ou simultaneamente, dependendo a velocidade 
de propagação principalmente, do meio que a estrutura está inserida (ANDRADE & SILVA, 
2005). 
2.3.5.1 Ações Mecânicas 
 
Destacam-se como ações mecânicas de deterioração do concreto: a ação de cargas 
excessivas e a erosão. 
As cargas excessivas, não presumidas no projeto, podem provocar fissuração 
excessiva, abrindo, assim, caminhos para que outras formas de deterioração se instalem. É 
importante então, que os projetistas ratifiquem as cargas consideradas no dimensionamento da 
estrutura e que os usuários, por sua vez, obedeçam às condições especificadas no projeto. 
A erosão do concreto consiste no desgaste de sua camada superficial por 
processos de atritamento, percussão, arranhamento ou por ação de águas em alta velocidade, 
tendo como principais causas a abrasão e a cavitação. 
2.3.5.2 Ações Físicas 
 
Segundo Souza e Ripper (1998), destacam-se como principais ações físicas 
consideradas agressorasàs estruturas de concreto: as variações de temperatura; os 
movimentos que ocorrem na interface entre materiais submetidos à mesma variação de 
temperatura, mas com coeficientes de dilatação diferentes, gerando diferentes deformações, 
como é o caso de assentamento de alvenaria em peças de concreto e a ação da água nas suas 
diversas formas, geradoras das mais diferentes manifestações patológicas. 
2.3.5.3 Ações Químicas 
 
Para Brandão (1998), determinadas substâncias encontradas no meio ambiente 
penetram na massa de concreto endurecido e, sob condições especiais de temperatura e 
umidade, provocam reações químicas com efeitos nocivos. Sendo o concreto, normalmente, 
um material com baixa resistência a esse tipo de ataque, as ações químicas acabam se 
tornando uma das principais causas de deterioração das estruturas. 
 18
Destaca-se a seguir alguns dos mecanismos mais comuns de deterioração química. 
 
a) Reação álcalis-agregados 
 
Priszkulnik (2005) descreve a reação álcali-agregado como sendo um processo 
químico em que alguns constituintes mineralógicos do agregado reagem com hidróxidos 
alcalinos que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. O produto dessa reação é 
um gel higroscópico expansivo que provoca diversas manifestações patológicas no concreto 
como: expansões, fissuras, movimentações diferenciadas nas estruturas, exsudação de gel e 
redução da resistência à tração e à compressão. 
 
b) Ataque por cloretos 
 
Para Souza e Ripper (1998), os cloretos podem ser adicionados involuntariamente 
ao concreto a partir do uso de aditivos aceleradores de pega, de águas e agregados 
contaminados, a partir de tratamentos de limpeza realizados com ácido muriático e podem 
também penetrar no concreto ao aproveitarem-se de sua estrutura porosa. 
Figueiredo (2005) destaca que os cloretos são introduzidos no concreto de 
diversas formas, como: pelo uso de aditivos aceleradores de pega; através de impurezas 
presentes nos constituintes do concreto; no ambiente marinho, através da água salgada e da 
maresia e em etapas de processo industrial. 
Perdrix (1992) afirma que os cloretos que permanecem dissolvidos na fase aquosa 
dos poros destroem de forma pontual a camada passivante provocando uma corrosão 
localizada que progride em profundidade podendo levar a ruptura das barras. Ainda segundo o 
autor, a quantidade média admissível de cloretos sem que causem a despassivação da 
armadura é em torno de 0,4% em relação à massa de cimento ou 0,05% a 1% em relação à 
massa de concreto. 
 
c) Ataque por sulfatos 
Segundo a NBR 7211 (ABNT, 2009) em agregados provenientes de regiões 
litorâneas, ou extraídas de águas salobras ou então quando houver suspeita de contaminação 
natural (região onde ocorrem sulfatos naturais como a gipsita) ou industrial (água do lençol 
freático contaminada por efluentes industriais), os teores de cloretos e sulfatos não devem 
ultrapassar os limites estabelecidos no Quadro 2.1 a seguir. 
 19
Quadro 2.1-Limites máximos para a expansão devida a reação álcali-agregado e teores de cloretos e sulfatos 
presentes nos agregados. Fonte: NBR 7211 (ABNT, 2009). 
 
 
Para Brandão (1998), os sulfatos podem ser considerados elementos muito 
agressivos, entretanto quando sólidos esses sais não atacam o concreto. Mas, quando em 
solução, os sulfatos de cálcio, sódio, potássio, magnésio e amônia podem reagir com a pasta 
de cimento endurecida e levar à total desagregação do concreto. 
O ataque é devido às reações dos sulfatos com o hidróxido de cálcio livre e com 
os aluminatos de cálcio hidratados, resultantes da hidratação do cimento. Os produtos dessas 
reações, respectivamente, gesso e o sulfa-aluminato de cálcio, cristalizam-se com a água num 
processo acompanhado por aumento de volume. Essa expansão é seguida de fissuração 
progressiva de configuração irregular o que facilita o acesso de novas soluções de sulfato. O 
concreto adquire uma aparência esbranquiçada característica, podendo ocorrer também o 
desprendimento de lascas. 
 20
A velocidade com que se dá o ataque por sulfatos depende de vários fatores, como 
por exemplo: a concentração de sulfatos na solução, o tipo de cimento, a permeabilidade do 
concreto e a quantidade de água disponível para o processamento das reações. 
 
d) Carbonatação 
Entre as principais substâncias nocivas às estruturas de concreto armado destaca-
se o CO2 (dióxido de carbono), que leva ao processo de carbonatação do concreto e a 
conseqüente corrosão das armaduras. 
Por meio da reação do CO2, presente na atmosfera, principalmente em centros 
urbanos e áreas industrializadas, com os compostos hidratados do cimento, principalmente o 
Ca(OH)
 2 - hidróxido de cálcio, forma-se CaCO3 + H2O (carbonato de cálcio e água), o que 
implica a carbonatação do concreto, ou seja, com essas reações o pH do concreto baixa, 
alterando a estabilidade da película de passivação do aço, favorecendo, assim, o início da 
corrosão das armaduras. 
A velocidade e a profundidade de carbonatação variam de acordo com a 
exposição da estrutura ao meio ambiente, com a concentração de CO2 na região, com a 
umidade e temperatura do meio e com a qualidade do concreto (porosidade e alcalinidade). 
2.3.5.4 Ações Biológicas 
 
Alguns exemplos de agentes biológicos causadores da deterioração e da 
desagregação do concreto são o crescimento de vegetação nas estruturas, em que as raízes 
penetram principalmente através de pequenas falhas de concretagem, ou pelas fissuras e 
juntas de dilatação, e o desenvolvimento de organismos e microorganismos em certas partes 
da estrutura. 
2.3.5.5 Ambiente em que a estrutura está inserida 
 
A NBR 6118 (ABNT, 2007) destaca que a agressividade do meio ambiente está 
relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto. Nos 
projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser classificada de acordo 
com o apresentado no Quadro 2.2 a seguir, podendo ser avaliada segundo as condições de 
exposição da estrutura ou de suas partes. 
 21
Quadro 2.2- Classe de agressividade ambiental. Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2007). 
 
 
Para Lima (2005) como as estruturas estão inseridas em diversos ambientes, esses 
devem ser analisados, com o objetivo, de que, na fase de projeto da estrutura, todas as ações 
de degradação sejam previstas. 
Helene (1986) dividiu os ambientes nos quais as estruturas estão inseridas em 
urbano, salino, diferenciados e industriais. O ambiente urbano caracteriza-se por uma 
concentração populacional que ocasiona diversas alterações no meio ambiente, pois para 
atender as necessidades humanas são necessárias diversas atividades, que aos poucos vão 
alterando todo o sistema natural provocando prejuízos ao próprio homem. É caso, por 
exemplo, da chuva ácida, do lançamento de dióxido de carbono na atmosfera, fator 
determinante para a carbonatação, e da alteração no regime dos ventos intensificando chuvas 
dirigidas. 
O ambiente salino é bastante prejudicial para as estruturas de concreto armado, 
pois tem cloretos, água e oxigênio suficientes para iniciar o processo de corrosão das 
armaduras que acaba por deteriorar a estrutura. 
Destaca-se, por exemplo, como ambientes diferenciados, as redes de esgotamento 
sanitário construídas em concreto, pois estas estão sujeitas a degradação pela ação de 
compostos de enxofre que atacam o cimento hidratado e as armaduras, assim como, também, 
 22
podem ser atacadas com bactérias presentes nos sistemas de esgoto. Logo, ao se projetar essas 
redes, é necessário especificar concretos especiais que resistam a tais ações degradantes. 
O ambiente industrial é bastante propício ao desgaste das estruturas de concreto. 
São várias as atividades industriais, onde cada uma delas, devido à natureza dos processos, 
emite fatores de degradação. Destaca-se,por exemplo, o lançamento na atmosfera de 
substâncias como: monóxidos, dióxidos, derivados de sulfatos, as quais, em contato com a 
água da chuva são absorvidas pelas estruturas de concreto e originam patologias (Lima, 
2005). 
2.3.6 Manifestações Patológicas 
 
Destaca-se a seguir as manifestações patológicas mais frequentes e representativas 
nas estruturas de concreto armado. 
 
a) Fissuras 
 
São aberturas que afetam a superfície do elemento estrutural tornando-se um 
caminho rápido para a entrada de agentes agressivos à estrutura, conforme pode-se observar 
na Figura 2.3 a seguir. 
As fissuras são manifestações patológicas frequentes nas estruturas de concreto. 
Quando estas aparecem servem para chamar a atenção dos usuários para o fato de que algo de 
anormal está a acontecer. É necessário observar corretamente o quadro de fissuração, já que 
ele pode ser provocado pelos mais diversos fatores, como por exemplo: reações expansivas 
ocasionadas por agentes externos que penetram na estrutura, como cloretos, dióxidos de 
carbono e outros compostos, recalques diferenciais, a cura imprópria do concreto e a não 
previsão adequada do comportamento da estrutura. 
Assim, um processo de fissuração, pode instalar-se em uma estrutura pelas mais 
diversas causas, e para que se consiga identificar com precisão a causa e a origem, é 
necessário desenvolver análises consistentes, que englobem a mais correta determinação da 
configuração das fissuras, tais como a sua abertura e a sua variação ao longo do tempo, 
podendo, assim, logo após a correta identificação estabelecer as metodologias e 
procedimentos adequados para os trabalhos de recuperação (Souza & Ripper, 1998). 
 
 23
 
Figura 2.3-Fissuração vertical em pilar. Fonte: Obra 17 
 
 
b) Corrosão de armaduras 
 
Cascudo (1995) define corrosão de elementos metálicos como sendo a alteração 
de um metal em íon metálico pela sua alteração química ou eletroquímica com o meio 
ambiente. 
Partindo do exposto acima, pode-se definir a corrosão das armaduras nas 
estruturas de concreto armado, como sendo um processo de deterioração da fase metálica 
existente, que consequentemente provoca a perda de seção das barras de aço e concomitante a 
esta perda de seção formam-se produtos de corrosão de caráter expansivo, geralmente no 
entorno das armaduras, que vão se acumulando e gerando tensões internas não previstas em 
projeto as quais acabam fissurando o concreto e sequencialmente lascando-o e destacando-o, 
deixando, assim, a armadura totalmente exposta aos seus agentes agressores, o que acelera 
ainda mais o processo corrosivo, conforme pode ser observado na Figura 2.4 (CASCUDO, 
2005). 
É importante frisar que a corrosão é um processo evolutivo, o qual, com o passar 
do tempo vai se agravando. Logo, situações as quais medidas de segurança são tomadas 
tardiamente podem comprometer a segurança estrutural. 
 
 24
 
Figura 2.4-Corrosão de armaduras (laje). Fonte: Obra 21 
 
 
c) Desagregação do Concreto e Eflorescência 
 
A desagregação é a perda de massa de concreto devido a um ataque químico 
expansivo de produtos inerentes ao concreto e/ou devido à baixa resistência do mesmo, 
caracterizando-se por agregados soltos ou de fácil remoção, conforme apresentado na Figura 
2.5. Já a eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície do concreto, resultante 
da água de infiltrações ou intempéries. Esses sais constituintes podem ser agressivos e causar 
desagregação profunda, além da modificação do aspecto visual na estrutura, pois há um 
contraste de cor entre os sais e o substrato sobre os quais se depositam, conforme pode-se 
observar na Figura 2.6 a seguir. 
 
Figura 2.5-Desagregação do Concreto. Fonte: Obra 8 
 25
 
 
Figura 2.6-Eflorescência. Fonte: Obra 21 
 
2.4. Inspeção e diagnóstico de manifestações patológicas em estruturas de concreto 
 
Ao se constatar que uma estrutura de concreto armado apresenta problemas 
patológicos, torna-se necessário realizar uma vistoria detalhada e cuidadosamente planejada 
para que se possa determinar as reais condições da estrutura, de forma a avaliar as anomalias 
existentes, suas causas, providências a serem tomadas e métodos a serem adotados para a 
recuperação ou reforço (SOUZA & RIPPER, 1998). 
A metodologia genérica para a inspeção de estruturas convencionais pode ser 
dividia em três etapas básicas: levantamento de dados, análise e diagnóstico. 
A etapa de levantamento de dados fornecerá os subsídios necessários para que a 
análise possa ser realizada de forma correta, consistindo nos seguintes passos: 
 
• Classificação do meio ambiente; 
 
• Levantamento visual e medições expeditas da estrutura; 
 
• Estimativa das possíveis conseqüências dos danos e, caso necessário, medidas 
emergências devem ser tomadas, como, por exemplo, o escoramento de parte 
ou do todo da estrutura; 
 
 26
• Levantamento detalhado dos sintomas patológicos (documentação fotográfica, 
avaliação da presença de agentes agressores, medidas de deformações, 
medidas de perda de seção de armadura, entre outros); 
 
• Identificação de erros quanto à concepção da estrutura (projeto), à sua 
execução, ou ainda quanto a sua utilização e manutenção; 
 
• Instrumentação da estrutura e realização de ensaios laboratoriais. 
 
A segunda etapa, análise dos dados, tem como objetivo conduzir o analista da 
estrutura a um perfeito entendimento da mesma e de como surgiram e se desenvolveram os 
sintomas patológicos. Esta etapa deve ser feita de forma minuciosa, evitando, por exemplo, 
que anomalias mais graves não sejam percebidas por estarem ocultas por anomalias 
superficiais. 
A última etapa, o diagnóstico, só poderá ser efetuada após a conclusão das etapas 
de levantamento e análise. Devem-se investigar as causas da patologia, realizando um 
diagnóstico preciso para que a recuperação seja efetiva. É importante investigar 
cuidadosamente a patologia e suas possíveis causas, pois ao se falhar no seu diagnóstico, a 
correção não será eficiente. Uma patologia pode se apresentar como conseqüência de mais de 
uma deficiência. Assim, para que a medida corretiva seja eficiente devem-se sanar todas as 
suas causas (ANDRADE & SILVA, 2005). 
Cabe ressaltar que o tratamento de qualquer patologia requer um cuidado muito 
maior do que o adotado no processo executivo. Por essa razão, ressalta-se novamente que 
prevenir é melhor, e menos oneroso, que remediar, ou seja, o exercício correto da cidadania, 
com responsabilidade social, que conduz à boa prática da engenharia, coroada pelo controle 
tecnológico e de qualidade adequado, economiza tempo, dinheiro e respeita o ser humano 
(ANDRADE & SILVA, 2005). 
O fluxograma da Figura 2.7 a seguir, elaborado por Lichtenstein (1986 apud 
Piancastelli, 1997), esquematiza a sequência de procedimentos a ser seguida quanto se está a 
frente de um problema patológico. 
 
 
 
 
 27Figura 2.7-Fluxograma de atuação para resolução de problemas patológicos segundo Lichtenstein. Fonte: 
Piancastelli, 1997 
 28
3 METODOLOGIA 
 
A metodologia adotada para o cumprimento da pesquisa foi dividida em algumas 
atividades, que seguem uma seqüência lógica e que são interdependentes. 
3.1. Levantamento e estudo bibliográfico 
 
O levantamento bibliográfico consistiu no estudo de bases teóricas para facilitar o 
entendimento sobre o tema estudado como teses, dissertações, monografias, artigos, livros, 
manuais, revistas, meios eletrônicos, entre outras fontes que forneceram embasamento para o 
trabalho. Coletado esse material, foi realizada a leitura das bibliografias obtidas, objetivando 
captar definições e terminologias necessárias para a elaboração deste trabalho. 
3.2. Banco de dados 
 
Foi montado um banco de dados a partir de consultas aos arquivos oriundos da 
Divisão de Materiais (DIMAT) da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará 
(NUTEC) e, também, através de trabalhos realizados por alunos da Universidade Federal do 
Ceará (UFC) para a disciplina Patologia e Recuperação de Estruturas de Concreto. Esses 
arquivos foram analisados e, retiraram-se, assim, informações de laudos técnicos de vistorias, 
projetos de reparo e/ou reforço estrutural. 
Foram analisadas ao todo 30 obras executadas em concreto armado no Estado do 
Ceará que apresentaram algum tipo de manifestação patológica em sua estrutura entre o 
período de 2000 a 2011. Ressalta-se que não foi possível catalogar um número maior de obras 
devido à dificuldade de se ter acesso a laudos e também pelo fato de que, muitas estruturas 
que apresentam algum tipo de manifestação patológica são reparadas pelos usuários sem que 
sejam consultados técnicos especializados, não se tendo assim, o correto acompanhamento da 
recuperação e consequentemente a elaboração de laudos. Alerta-se que nenhuma das obras 
estudadas neste trabalho terá divulgado seu nome e endereço, ou mesmo o nome da 
construtora executante. 
 Inicialmente as obras foram catalogadas em um quadro de cadastramento de 
obras, conforme apresenta o Quadro 3.1, onde se tem as seguintes informações: 
 
 
 29
• Forma de USO (residencial, comercial, industrial ou institucional, 
pública); 
• Entorno (área salina, área urbana, periferia urbana, área rural ou área 
industrial); ressaltando-se que não será verificado o efeito da superposição 
de diferentes tipos de meio ambiente, devido à dificuldade de se realizar 
essa determinação. 
 
Quadro 3.1-Quadro de cadastramento das obras. 
LOCAL FORMA DE USO ÁREA AO ENTORNO 
OBRA 1 PÚBLICA URBANA 
OBRA 2 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 3 PÚBLICA URBANA 
OBRA 4 PÚBLICA RURAL 
OBRA 5 PÚBLICA URBANA 
OBRA 6 PÚBLICA URBANA 
OBRA 7 COMERCIAL URBANA 
OBRA 8 PÚBLICA INDUSTRIAL 
OBRA 9 PÚBLICA URBABA 
OBRA 10 RESIDENCIAL URBANA 
OBRA 11 PÚBLICA URBANA 
OBRA 12 PÚBLICA SALINA 
OBRA 13 PÚBLICA SALINA 
OBRA 14 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 15 PÚBLICA URBANA 
OBRA 16 PÚBLICA URBANA 
OBRA 17 COMERCIAL SALINA 
OBRA 18 PÚBLICA SALINA 
OBRA 19 PÚBLICA SALINA 
OBRA 20 PÚBLICA RURAL 
OBRA 21 PÚBLICA SALINA 
OBRA 22 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 23 PÚBLICA RURAL 
OBRA 24 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 25 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 26 RESIDENCIAL SALINA 
OBRA 27 PÚBLICA SALINA 
OBRA 28 PÚBLICA RURAL 
OBRA 29 PÚBLICA RURAL 
OBRA 30 PÚBLICA RURAL 
 30
 
Como já foi referido no Capitulo 2, o entorno deve ser considerado variável 
importante no momento das análises das causas de degradação das estruturas (ASHTON apud 
ANDRADE, 1997). Assim, dentro do Ceará, classificou-se o meio ambiente onde as obras 
coletadas estão localizadas, conforme mostra o Quadro 3.2 a seguir. 
 A classificação do entorno adotada para o Estado do Ceará foi a apresentada por 
Andrade (1997) em seu trabalho de levantamento de manifestações patológicas nas estruturas 
no Estado de Pernambuco. Já que a maioria das capitais dos estados que compõem a Região 
Nordeste estão localizadas na orla marítima, onde a ação de substâncias agressivas presentes 
na atmosfera, aliada à ocorrência de altas temperaturas médias juntamente com o teor de 
umidade elevado, torna o ambiente propício para o desenvolvimento de uma grande variedade 
de processos de degradação nas estruturas (ANDRADE, 2011). 
Quadro 3.2-Classificação no entorno do Estado do Ceará. 
ENTORNO LOCALIZAÇÃO 
ÁREA SALINA 0 -1 km do litoral 
ÁREA URBANA 1 km - 6 km do litoral 
ÁREA RURAL > 15 km do litoral 
ÁREA INDUSTRIAL Obras localizadas na atmosfera industrial 
 
Vale destacar que, ao se tomar como referência a cidade de Fortaleza e 
classificando-a com relação ao Brasil, chega-se a conclusão que todas as obras existentes em 
tal capital estão inseridas na área salina, em função da própria localização da mesma. Porém, 
objetivando-se verificar a influência do entorno na distribuição das diferentes formas de 
degradação nas obras dentro do Estado do Ceará, classificou-se o mesmo em regiões a partir 
da orla marítima, conforme mostrado no Quadro 3.2. 
Analisando-se os resultados dos trabalhos de levantamento das manifestações 
patológicas nas estruturas de concreto armado feitos no Rio Grande do Sul (DAL MOLIN, 
1988), no Espírito Santo (SILVA, TRISTÃO & MACHADO apud ARANHA, 1994), em 
Santa Catarina (SANTAVA apud ARANHA, 1994), em Pernambuco (ANDRADE, 1997), na 
Região Sudeste (CARMONA & MEREGA, 1988), na Região Centro-Oeste (NINCE, 1996), e 
na Região Norte (ARANHA, 1994), elenca-se as manifestações mais incidentes nesses 
estudos: 
 
 
 31
• Fissuras; 
• Infiltrações; 
• Corrosão de armaduras; 
• Desagregação; 
• Segregação; 
• Manchamento superficial; 
• Deformações excessivas; 
• Eflorescência; 
• Fungos. 
 
As manifestações patológicas foram catalogadas da seguinte forma: para cada 
uma das 30 obras em análise foi verificado a presença ou não, de cada uma das manifestações 
patológicas citadas anteriormente. Calculando no final a porcentagem de incidência de cada 
manifestação em relação ao grupo amostral. 
Observe a Figura 3.1 abaixo: se 19 obras das 30 em estudo tiveram a fissuração 
como manifestação patológica em comum, implica que a incidência dessa manifestação no 
grupo amostral é: Incidência Fissuração = (19/30) x 100% = 63,33%. 
 32
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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-
X
X
-
X
-
X
-
X
X
-
-
X
X
-
-
-
X
-
X
19
63,3%
TOTAL
%
OBRA 3
OBRA 4
OBRA 5
OBRA 6
OBRA 7
OBRA 8
OBRA 9
OBRA 10
OBRA 11
OBRA 17
OBRA 18
OBRA 19
OBRA 20
OBRA 21
OBRA 22
OBRA 23
OBRA 24
OBRA 25
OBRA 26
OBRA 27
OBRA 28
OBRA 29
OBRA 30
OBRA 16
OBRA 12
OBRA 13
OBRA 14
OBRA 15
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MANIFESTAÇÃO/ 
LOCAL
OBRA 1
OBRA 2
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Figura 3.1-Exemplo do cálculo da incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto 
 
3.3. Análise dos resultados 
 
Com os dados coletados, partiu-se para a etapa de elaborar gráficos que mostram a 
distribuição percentual das manifestações patológicas do concreto, seguido pela análise das 
principais manifestações patológicas que ocorreram nas estruturas de concreto armado, suas 
origens e causas. 
 
 
 
 
 
= (19/30) x 100% 
 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 Conforme citado anteriormente, foram analisados laudos técnicos de 30 obras 
localizadas no Estado do Ceará que apresentaram algum tipo de manifestação patológica em 
sua estruturade concreto armado, identificando-se as manifestações mais incidentes. 
4.1. Caracterização do banco de dados 
 
 A distribuição da forma de uso de cada obra classificou-se em pública (21 – 
correspondente a 70% do total), residencial (7 – 23,33% do total) e comercial (2 – 6,67% do 
total). Nenhuma das obras que compuseram a amostra classificou-se como industrial. 
 Quanto à área de entorno das obras catalogadas, sobressaíram-se as áreas salinas e 
urbanas, correspondentes respectivamente a 43,3% (13 obras) e 33,3% (10 obras) do total, e, 
por conseguinte, a área rural (06 obras – 20%) e industrial (01 – 3,33%). 
 Seguem abaixo os gráficos de distribuição da amostra de acordo com a forma de uso e 
a área do entorno da estrutura: 
 
 
Figura 4.1-Distribuição de obras conforme forma de uso 
 
 
 
 
 34
 
Figura 4.2-Distribuição de obras conforme área do entorno 
 
Observa-se que a maior quantidade de obras coletadas está localizada na área salina, 
com um índice de 43,33%, seguido da área urbana, com 33,34%. Assim, dentro da região 
delimitada, tem-se que a maioria das estruturas localiza-se onde a ação da nevoa salina atinge 
o mais alto grau de agressividade. 
Tais índices somados chegam ao valor de 76,67%, mostrando que, além da condição 
de exposição extremamente desfavorável, a grande maioria das obras atacadas por algum 
processo de deterioração está localizada na capital, onde há uma maior concentração das 
mesmas. Esse valor é condizente com o encontrado por Andrade (1997) em sua análise dos 
elementos estruturais mais degradados no Estado de Pernambuco, em sua amostra de 189 
obras 83,3% delas encontrava-se inserida em um ambiente salino ou urbano. 
 
4.2. Manifestações patológicas incidentes 
 
O Quadro 4.1 apresenta a presença ou não, de cada manifestação patológica em 
todas as 30 obras em estudo, com o cálculo no final da porcentagem de incidência de cada 
manifestação em relação ao grupo amostral. 
 
 
 
 
 35
 Quadro 4.1-Manifestações patológicas nas estruturas de concreto. 
X - X - - X - - -
X - X - - - - - -
X - X X - - - X -
X X X - - X - - X
X X X X - - - X -
X X X X - - - - -
X X X - - - - - -
X X X X - X X - X
X - X X - X - X X
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X X X X - - - X -
X - X - - X - - -
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X X X - - X - - -
- X X X - X - X -
X - X X X - - X X
- - X X - - - - -
X - X - - - - - -
X - X X - - - - -
X X X X X X X X X
- - X - X - - - -
X - - - - - X - -
X - X - - - - - -
- - X X - - - - -
- - X X - - - - -
- - X X - - - - -
X - X - X - X - -
- X X - X - - X -
X - X X X - X - -
20 10 29 15 8 8 5 8 5
66,67% 33,33% 96,67% 50,00% 26,67% 26,67% 16,67% 26,67% 16,67%
TOTAL
%
OBRA 3
OBRA 4
OBRA 5
OBRA 6
OBRA 7
OBRA 8
OBRA 9
OBRA 10
OBRA 11
OBRA 17
OBRA 18
OBRA 19
OBRA 20
OBRA 21
OBRA 22
OBRA 23
OBRA 24
OBRA 25
OBRA 26
OBRA 27
OBRA 28
OBRA 29
OBRA 30
OBRA 16
OBRA 12
OBRA 13
OBRA 14
OBRA 15
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LOCAL
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 36
O gráfico da Figura 4.3 a seguir apresenta os índices referentes às manifestações 
patológicas relatadas, em um universo de 30 obras. 
 
 
Figura 4.3-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto para o Estado do Ceará 
 
No levantamento realizado, a manifestação de dano predominante foi a ocorrência de 
corrosão de armaduras (96,67% dos casos), associada a um ou mais dos eventos: cobrimento 
deficiente, fissuras, infiltrações, presença continua de umidade, meio ambiente agressivo e 
falta ou deficiência de manutenção. 
A Figura 4.4, Figura 4.5 e Figura 4.6 mostram respectivamente a porcentagem de 
incidência das manifestações patológicas em cada área de entorno: urbana, salina e rural, 
pode-se observar a predominância da manifestação corrosão de armaduras em todas as áreas. 
Ressalta-se que a área de entorno industrial não teve um gráfico representando sua 
distribuição devido ao reduzido número de dados (01 obra). 
Em uma amostra de 10 obras classificadas na área de entorno urbana, 100% delas 
apresentaram incidência da manifestação patológica corrosão de armaduras, seguido por 70% 
de fissuras. Obteve-se a mesma percentagem de corrosão (100%) para a área salina (13 obras) 
seguida de 53,85% de fissuração e desagregação. 
 
 37
 
Figura 4.4-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o Estado do Ceará - 
Área Urbana 
 
 
Figura 4.5-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o Estado do Ceará - 
Área Salina 
 38
Na amostra de 06 obras classificadas na área de entorno rural, 83,33% delas 
apresentaram incidência da manifestação patológica corrosão de armaduras e fissuras. 
 
 
Figura 4.6-Incidência das manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado para o Estado do Ceará - 
Área Rural 
 
A predominância da manifestação corrosão de armaduras já era esperada, pois no 
Brasil, alguns estudos caracterizaram bem a degradação de estruturas em concreto armado, 
destacando-se trabalhos como Dal Molin (1988) no Rio Grande do Sul, Aranha (1994) na 
região Norte, Nince (1996) na região Centro - Oeste e Andrade (1997) em Pernambuco. 
Nesses trabalhos, a corrosão de armaduras ocupou posição de destaque com valores 
respectivamente de 12%, 43%, 30,1% e 64% das manifestações encontradas, destaque 
especial nas regiões de costa, onde a ação dos cloretos como agente de degradação se 
sobressai. 
Silva (2011) em um levantamento da deposição de íons cloretos na cidade de 
Fortaleza, pelo método da vela úmida, concluiu que esta mantém concentração de cloretos 
superior a todas as outras capitais da Região Nordeste. A Figura 4.7 a seguir mostra que, 
enquanto as outras capitais apresentam concentração de cloretos próxima de zero, Fortaleza 
ainda apresenta uma concentração em torno de 100mg/m².dia, destacando, assim, o quão é 
mais agressiva quando comparada as outras. 
 
 39
 
Figura 4.7-Deposição de íons cloreto – Comparativo. Fonte: SILVA, 2011. 
 
Em um artigo publicado por Leal e Pamplona em 1982 já alertava-se para a 
agressividade ambiental da cidade de Fortaleza devido à salinidade do mar do Ceará 
apresentar valores acima da média, aliada aos ventos alísios normais à costa que levam as 
gotículas de água salgada a vários quilômetros do litoral. 
Estando 76,67% das obras coletadas que apresentaram algum tipo de manifestação 
patológica do Estado do Ceará localizadas em sua capital e sendo a umidade de Fortaleza 
normalmente acima de 70%, segundo a Fundação Cearense de Metereologia (FUNCEME), o 
que torna o ambiente mais propício para a carbonatação do concreto e facilita a corrosão 
eletroquímica nas armaduras e tendo-se ainda um baixo índice pluviométrico na cidade o que 
aumenta o tempo de permanência do filme de eletrólito nas estruturas (ALBUQUERQUE & 
OTOCH, 2005) torna-se coerente que a corrosão de armaduras fosse a manifestação 
patológica mais incidente nas estruturas de concreto armado do Estado do Ceará. 
 
Observa-se a seguir figuras de alguns problemas de corrosão ocorrentes nas obras em 
estudo: 
 40
 
Figura 4.8-Cobrimento inexistente com armadura exposta e despassivada. Fonte: Obra 21 
 
 
Figura 4.9-Frente de carbonatação já atingiu as armaduras despassivando-as, início do processo de corrosão.

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