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SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 - Frase, oração e período............................................................................................................. 2 
Sessão Leitura................................................................................................................................................ 7 
Fixação............................................................................................................................................................10 
Pintou no ENEM............................................................................................................................................ 14 
 
Capítulo 2 - Sujeito e Predicado...................................................................................................................16 
Sessão Leitura...............................................................................................................................................29 
Fixação........................................................................................................................................................... 31 
Pintou no ENEM............................................................................................................................................ 36 
 
Capítulo 3 – Termos integrantes da oração............................................................................................... 38 
Sessão Leitura.............................................................................................................................................. 43 
Fixação........................................................................................................................................................... 44 
Pintou no ENEM............................................................................................................................................ 52 
 
Capítulo 4........................................................................................................................................................54 
Sessão Leitura...............................................................................................................................................64 
Fixação............................................................................................................................................................64 
Pintou no ENEM............................................................................................................................................ 73 
 
Capítulo 5........................................................................................................................................................74 
Sessão Leitura.............................................................................................................................................. 76 
Fixação............................................................................................................................................................77 
Pintou no ENEM.............................................................................................................................................82 
 
Capítulo 6........................................................................................................................................................85 
Sessão Leitura.............................................................................................................................................. 88 
Fixação ...........................................................................................................................................................89 
Pintou no ENEM.............................................................................................................................................98 
 
Capítulo 7....................................................................................................................................................... 99 
Sessão Leitura.............................................................................................................................................116 
 Fixação........................................................................................................................................................ 116 
Pintou no ENEM......................................................................................................................................... 127 
 
Capítulo 8..................................................................................................................................................... 128 
Sessão Leitura............................................................................................................................................ 129 
Fixação ........................................................................................................................................................129 
Pintou no ENEM.......................................................................................................................................... 135 
 
Exercícios Complementares......................................................................................................................136 
 
Gabarito....................................................................................................................................................... 155 
 
 
Referências...................................................................................................................................................158
2 
 
 
 
Capítulo 1 – Frase, oração e período 
 
Frase 
Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, 
podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: 
ideias emoções ordens apelos 
A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num 
intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. 
Exemplos: 
O Brasil possui um grande potencial turístico. 
Espantoso! 
Não vá embora. 
Silêncio! 
O telefone está tocando. 
Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal. 
Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. 
A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada 
pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases 
muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe: 
Rua! 
Ai! 
Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são 
suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas. 
Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram 
sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que 
acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior 
complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a 
ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que: 
As meninas estavam alegres. 
constitui uma frase, enquanto: 
Alegres meninas estavam as. 
não é considerada uma frase da língua portuguesa. 
Tipos de Frases 
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos 
para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. 
Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a 
faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de 
expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida, 
3 
 
 
 
surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidores 
do sentido das frases. Veja: 
 
 
 
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com 
o sentido que transmitem. São elas: 
a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São 
empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta. 
Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) 
Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta) 
b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um 
pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas. 
Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) 
Não faça isso. (Negativa) 
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa) 
c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação 
ligeiramente prolongada. 
Por Exemplo: 
Que prova difícil! 
É uma delícia esse bolo! 
d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara 
alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas. 
Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) 
Ela não está em casa. (Negativa) 
e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo. 
Por Exemplo: 
Deus te acompanhe! 
Bons ventos o levem! 
 
 
De acordo com a construção, as frases classificam-se em: 
Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. 
4 
 
 
 
Exemplos: 
Fogo! 
Cuidado! 
Belo serviço o seu! 
Trabalho digno desse feirante. 
Frase Verbal: é a frase construída com verbo. 
Por Exemplo: 
O sol ilumina a cidade e aquece os dias. 
Os casais saíram para jantar. 
A bola rolou escada abaixo. 
Estrutura da Frase 
As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos 
essenciais: sujeito epredicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser formadas, no 
mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do 
verbo: nós. 
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o 
"ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar". 
O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele 
se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante 
analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo, teremos 
um predicado verbal(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum nome, 
teremos um predicado nominal(ocorre nas frases nominais que possuem verbo de ligação). 
Observe: 
O amor é eterno. 
O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor", 
ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o 
nome "eterno". Já na frase: 
Os rapazes jogam futebol. 
O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa 
com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos, 
assim, um predicado verbal. 
 
Oração 
Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário: 
- que o enunciado tenha sentido completo; 
- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal). 
Por Exemplo: 
Camila terminou a leitura do livro. 
5 
 
 
 
 Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: 
elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha 
uma função sintática. 
 
Atenção: 
Nem toda frase é oração. 
Por Exemplo: 
Que dia lindo! 
Esse enunciado é frase, pois tem sentido. 
Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo. 
Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como: 
Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante! 
A frase pode conter uma ou mais orações. Veja: 
Brinquei no parque. (uma oração) 
Entrei na casa e sentei-me. (duas orações) 
Cheguei, vi, venci. (três orações) 
Período 
Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O 
período pode ser simples ou composto. 
Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração 
absoluta. 
Exemplos: 
O amor é eterno. 
As plantas necessitam de cuidados especiais. 
Quero aquelas rosas. 
O tempo é o melhor remédio. 
Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações. 
Exemplos: 
Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias. 
Quero aquelas flores para presentear minha mãe. 
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer. 
Cheguei, jantei e fui dormir. 
Saiba que: 
Como toda oração está centrada num verbo ou numa locução verbal, a maneira prática de saber 
quantas orações existem num período é contar os verbos ou locuções verbais. 
 
6 
 
 
 
Objetivos da Análise Sintática 
A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que compõem um 
período. 
Estrutura de um Período 
Observe: 
Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando. 
Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais 
pessoase quando estamos viajando. 
Termos da Oração 
No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada 
uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é 
chamada determo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce 
na oração. 
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser: 
1) Essenciais 
Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas 
orações. 
2) Integrantes 
Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por: 
complemento verbal - objeto direto e indireto; 
complemento nominal; 
agente da passiva. 
3) Acessórios 
Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São 
representados por: 
adjunto adnominal; 
adjunto adverbial; 
aposto. 
Obs.: 
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração. 
 
Resumindo... 
 
 
Frase: é todo enunciado linguístico que possui sentido completo. 
 
Oração: é o enunciado onde ocorre sujeito e predicado, ou ao menos predicado, pois pode haver orações 
sem sujeito. 
 
Período: é a frase organizada em orações. O período pode ser: 
7 
 
 
 
 
a) Simples: quando formado por uma única oração, que recebe o nome de oração absoluta. 
 
A inflação continua alta. 
 
b) Composto: quando formado por mais de uma oração. 
 
A inflação continua alta e os salários continuam baixos. 
 
 
Sessão Leitura 
 
 
Língua: O que é? E para que serve? 
 
Você sabe o que é língua? Para que serve? Quando começamos a dominá-la? Uma reflexão sobre o tema 
 
1) No cotidiano 
Na sala de espera do consultório médico, a mãe tenta acalmar a filhinha de cinco anos, que chora baixinho: 
 
"Nós só estamos aqui esperando. Alguém disse alguma coisa para você? Então... Não aconteceu nada 
ainda... Por que você está chorando?" 
 
A criança começa, então, a berrar. Vamos analisar a situação: 
o que a criança estavaantecipando? Que leitura ela fazia da situação? 
Como a mãe procurou acalmá-la? 
Repare bem no uso da palavra "ainda". Algo fica implícito nesse uso? 
 
Só de estar na ante-sala de um médico, a menina já estava com medo. Para ela, isso poderia significar uma 
injeção, um remédio ruim, um exame desagradável etc. Apesar da pouca idade, ela estava fazendo uma 
boa leitura da situação e chorava, como forma de expressão. A mãe, ao dizer que nada havia acontecido 
"ainda", indicou para a filha que o suposto mal iria, sim, acontecer. 
 
O potencial de comunicação da língua é aprendido na interação humana, com quem convivemos, com 
quem nos relacionamos. A relação humana é mediada pela língua. 
 
2) Na arte 
Você conhece a música "Língua", de Caetano Veloso? Ela faz referência a vários poetas e escritores, como 
Camões, Fernando Pessoa (em "Minha pátria é minha língua"), Olavo Bilac ("Última flor do Lácio, inculta e 
bela/ És, a um tempo, esplendor e sepultura...), Guimarães Rosa e seu trabalho com a linguagem regional 
("Grande Sertão: Veredas", por exemplo). O compositor acaba por fazer uma defesa da língua brasileira, 
sem deixar de considerar sua raiz portuguesa. Leia um trecho: 
 
Língua 
(Caetano Veloso) 
Gosto de sentir a minha língua roçar 
A língua de Luís de Camões 
 
Gosto de ser e de estar 
E quero me dedicar 
8 
 
 
 
A criar confusões de prosódia 
E uma profusão de paródias 
Que encurtem dores 
E furtem cores como camaleões 
Gosto do Pessoa na pessoa 
 
Da rosa no Rosa 
E sei que a poesia está para a prosa 
Assim como o amor está para a amizade 
E quem há de negar que esta lhe é superior 
E quem há de negar que esta lhe é superior 
E deixa os portugais morrerem à míngua 
Minha pátria é minha língua 
Fala Mangueira 
Flor do Lácio Sambódromo 
Lusamérica latim em pó 
O que quer 
o que pode 
Esta língua” 
 
As línguas e seus falantes Você sabia que o português é a 7a língua mais falada do mundo? Está atrás 
apenas do mandarim, o hindi, o inglês, o espanhol, o russo e o árabe, e à frente do japonês, o alemão e o 
francês. 
A língua portugesa é uma das mais faladas do mundo por ser utilizada em diversos países (Angola, Brasil, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe). Mas será que realmente falamos 
a mesma língua? Veja o exemplo a seguir, de um texto de Portugal. 
 
“Futebolês luso funde cabeça de brasileiros”; 
 
Domina o esférico Emerson. O trinco brasileiro, vestindo neste particular a camisola de sua equipa pela 
44a. vez, passa ao avançado-centro Ronaldo, de volta aos relvados após lesão e sedento de golos. Prepara 
Ronaldo, ele vê Rivaldo fora de jogo e decide pontapear, com sua bota dourada, em direção à baliza 
portuguesa... Espalma o guarda-redes, e é canto para o Brasil. Pateadas explodem na bancada do Alvalade." 
(“Folha de São Paulo” - 17/04/2002) 
O que você acha? Podemos dizer que em Portugal e no Brasil fala-se uma única língua? Parece que não... E 
dentro do Brasil, será que todos nós falamos uma única língua? Por aqui também existem variações 
linguísticas. 
 
Índios, imigrantes, africanos... Além das diferenças entre o português de Portugal e o do Brasil, há outras 
línguas faladas aqui: línguas indígenas (215, aproximadamente, no ano 2000), línguas de 
imigração (italiano, japonês, alemão, por exemplo), línguas de fronteira (o Brasil faz fronteira com sete 
países sul-americanos, que se expressam em espanhol) e, de forma mais precária, línguas africanas (como o 
"cafundó", usado em um bairro de Salto de Pirapora (SP) e em Tabatinga (MG), ou ainda o uso de algumas 
línguas de origem africana, em rituais religiosos. Não se falam línguas plenas africanas, no Brasil). 
 
Mas o que é uma língua, afinal? Na verdade, essa pergunta não tem uma resposta muito fácil. Veja algumas 
combinações da palavra "língua": 
9 
 
 
 
 
No primeiro caso, temos conceitos diferentes, como: 
Língua materna é a língua primeira do falante, com a qual aprende a conhecer o mundo e constitui-se 
sujeito; 
Língua nacional é a língua que dá ao falante a ideia de pertencer ao povo que a usa; 
Língua oficial é a língua de Estado, usada nas ações formais e atos legais do Estado (em Angola, a língua 
oficial é o português, mas não é a língua materna de grande parte da população); 
Língua franca ou geral é a língua comum de falantes de línguas maternas diferentes, para que tenham 
relações entre si (é o caso de alguns grupos africanos, colonizados pelos portugueses, que têm suas 
próprias línguas, mas usam o português como língua franca. Foi o aconteceu no Brasil-colônia, quando os 
colonizadores e os índios que usavam línguas distintas tiveram um mesmo meio comum de comunicação: a 
língua tupi). 
 
No que diz respeito ao ensino de língua, há também diferentes perspectivas: 
 
Língua como capacidade inata da humanidade: as propriedades linguísticas são atributos 
neurofisiológicos do ser humano. 
 Língua como identidade nacional e como depositário da cultura nacional. Nessa concepção, 
acredita-se que na língua estaria contido o patrimônio cultural do povo, incluindo sua Literatura. 
Essa visão vem desde os gregos e continua viva; 
 Língua como sistema de regras, em especial aquelas ligadas à gramática: fonética, fonologia, 
morfologia e sintaxe; 
 Língua como fenômeno ou fato social, relacionada à realidade social. Daí a ideia de variação 
linguística que mostra que a língua varia sob vários aspectos; 
 Língua como forma de ação que entende que, por meio da língua não apenas se fala, mas se age. 
Ao se usar a linguagem estamos agindo sobre o outro: convencendo-o, explicando algo para ele, 
concordando com ele etc; 
 Língua como atividade em que se valoriza a língua em contextos de uso naturais e reais; 
 Língua como interatividade em que os sentidos de um texto se dão na relação entre os envolvidos 
no ato de linguagem; 
 
Para finalizar nossa reflexão, podemos concluir que a língua é um fenômeno complexo que envolve práticas 
sociais, usos linguísticos, identidade social e pessoal, regras sociais e gramaticais, relações de poder, 
comunicação entre pessoas, intenção de quem fala, ouve, lê ou escreve. 
 
Para você pensar 
Como é que você aprendeu sua língua? Qual o papel de sua família e da escola nessa aprendizagem? 
Observe como alguns modos de falar sofrem preconceitos? Por quais razões isso acontece, na sua opinião? 
 
Sugestões: 
"Desmundo" (2003): filme brasileiro do diretor Alain Fresnot, traz o Brasil no início da colonização, por 
meio da história de Oribela, uma jovem órfã portuguesa que vem, junto com outras, para ser esposa na 
nova terra. Os diálogos, com legendas, são feitos em português arcaico, línguas indígenas e africanas. O 
filme é baseado no livro "Desmundo", de Ana Miranda, Companhia das Letras, 2003. 
"Enciclopédia das línguas no Brasil": www.labeurb.unicamp.br/elb 
 
10 
 
 
 
Alfredina Nery, Especial para a Página 3 - Pedagogia e Comunicação é professora universitária, consultora 
pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua, linguagem e 
leitura. 
Fonte: Uol Educação - http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/lingua-o-que-e-para-que-serve.htm 
 
Fixação 
 
TEXTO XLI 
 
TRINTA ANOS DE UMA FRASE INFELIZ 
 
Ele não podia ter arrumado outra frase? Vá lá que haja perpetrado grande feito indo à Lua, embora 
tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de Gulliver. Mas Neil Armstrong, o primeiro 
astronauta a pisar na Lua, precisava ter dito: “Este é um passo pequeno para um homem, mas um salto 
gigantesco para a humanidade”? Não podia ter se contentado com algo mais natural(“Quanta poeira”, por 
exemplo), menos pedante (“Quem diria, conseguimos”), mais útil como informação (“Andar aqui é 
fácil/difícil/gostoso/dói a perna”) ou mais realista (“Estou preocupado com a volta”)? 
 Não podia. Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes. Era preciso forjar para a 
ocasião uma frase “histórica”. Não histórica no sentido de que fica guardada para a posteridade - a 
posteridade guarda também frases debochadas, como “Se eles não têm pão, comam brioches”. Histórica, 
no caso, equivale à frase edificante. É a história em sua versão, velhusca e fraudulenta, de “Mestra da 
Vida”, a História rebaixada a ramo da educação moral e cívica. À luz desse entendimento do que é 
“histórico”, Armstrong escolheu sua frase. Armstrong teve tanto tempo para pensar, no longo período de 
preparativos, ou outros tiveram tempo de pensar por ele, no caso de a 20 frase lhe ter sido oferecida de 
bandeja, junto com a roupa e os instrumentos para a missão, e foi sair-se com um exemplar do primeiro 
gênero. Se era para dizer algo bonito, por que não recitou Shakespeare? Se queria algo inteligente, por 
que não encomendou a Gore Vidal ou Woody Allen? 
(Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 21/07/99) 
 
 
01) O tema central do texto é: 
a) a indignação pelos poucos dados enviados sobre a aventura da ida do homem à Lua. 
b) a narrativa da aventura do primeiro homem a pisar na Lua. 
c) a importância do acontecimento do homem ter chegado à Lua. 
d) a discordância com respeito à frase escolhida para um momento grandioso. 
e) o impacto da frase dita no momento em que o homem pisou na Lua. 
 
02) A propósito do texto, o autor classifica a frase de Armstrong como infeliz, porque, 
a) apesar de ter sido edificante, a frase não foi humilde. 
b) apesar de ter sido bonita, a frase foi superficial. 
c) apesar de ter ficado para a posteridade, a fase foi superficial, pedante, inútil e irreal. 
d) apesar de ter sido solene, a frase foi exótica. 
e) apesar de ter sido inteligente, a frase não foi edificante. 
 
 
03) “...embora tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de Gulliver.” O autor do texto 
expressa: 
a) certa decepção, com o passar dos anos, quanto à ida do homem à Lua. 
b) a importância capital que teve o evento para a humanidade. 
c) o encantamento com que a ida do homem à Lua é vista até hoje. 
d) a necessidade de que o homem volte à Lua. 
e) certa incredulidade quanto à ida do homem à Lua. 
 
 
04) Para Roberto Pompeu de Toledo, a frase em apreço deveu-se ao fato de que: 
a) o astronauta recebeu a frase já pronta, junto com a roupa e os instrumentos para a missão. 
b) Armstrong não teve tempo para pensar em algo melhor. 
c) Armstrong foi motivado pela convenção de que eventos solenes pedem frases solenes. 
d) Armstrong quis ser original, não copiando Shakespeare, Gore Vidal e Woody Allen. 
e) o astronauta não acreditou no êxito da missão. 
 
11 
 
 
 
05) Na opinião do autor do ensaio, 
a) só frases edificantes são históricas. 
b) a frase de Armstrong revela uma visão ultrapassada da História. 
c) só frases bonitas ou inteligentes são históricas. 
d) eventos solenes pedem” frases solenes. 
e) a frase de Armstrong foi rapidamente esquecida. 
 
TEXTO XLII 
 
DA INFLUÊNCIA DOS ESPELHOS 
 
Tu lembras daqueles grandes espelhos côncavos ou convexos que em certos estabelecimentos os 
proprietários colocavam à entrada para atrair os fregueses, achatando-os, alongando-os, deformando-os 
nas mais estranhas configurações? 
 Nós, as crianças de então, achávamos uma bruta graça, por saber que era tudo ilusão, embora talvez 
nem conhecêssemos o sentido da palavra “ilusão”. 
Não, nós bem sabíamos que não éramos aquilo! 
Depois, ao crescer, descobrimos que, para os outros, não éramos precisamente isto que somos, 
mas aquilo que os outros veem. 
Cuidado, incauto leitor! Há casos, na vida, em que alguns acabam adaptando-se a essas imagens 
enganosas, despersonalizando-se num segundo “eu”. 
Que pode uma alma, ainda por cima invisível, contra o testemunho de milhares de espelhos? 
Eis aqui um grave assunto para um conto, uma novela, um romance, ou uma tese de mestrado em 
Psicologia. 
(Mário Quintana, Na volta da esquina. Porto Alegre, Globo, 1979, p. 79) 
 
06) Nesta crônica, Mário Quintana 
a) vale-se de um incidente de seu tempo de criança, para mostrar a importância que tem a imaginação 
infantil. 
b) alude às propriedades ilusórias dos espelhos, para mostrar que as crianças sentiam-se inteiramente 
capturadas por eles. 
c) lembra-se das velhas táticas dos comerciantes, para concluir que aqueles tempos eram bem mais 
ingênuos que os de hoje. 
d) alude a um antigo chamariz publicitário, para refletir sobre a personalidade profunda e sua imagem 
exterior. 
e) vale-se de um fato curioso que observava quando criança, para defender a tese de que o mundo já foi 
mais alegre e poético. 
 
07) Considere as seguintes afirmações: 
I. O autor mostra que, quando criança, não imaginava a força que pode ter a imagem que os outros 
fazem de nós. 
II. As crianças deixavam-se cativar pela magia dos espelhos, chegando mesmo a confundir as 
imagens com a realidade. 
III. O autor sustenta a idéia de que as crianças são menos convictas da própria identidade do que os 
adultos. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
a) I, II e III 
b) III, apenas 
c) II e III, apenas 
d) I e II, apenas 
e) I, apenas 
 
08) Está INCORRETO o seguinte comentário acerca do emprego de termos ou expressões do texto: 
a) A expressão “Há casos, na vida” indica que o autor está interessado em generalizar e absolutizar a 
verdade da tese que acaba de expor. 
b) Na frase “Nós bem sabíamos que não éramos aquilo”, o termo sublinhado acentua bem a distância e a 
superioridade com que as crianças avaliavam suas imagens deformadas. 
c) Na frase “Não éramos precisamente isto que somos, mas aquilo que os outros veem”, os pronomes 
sublinhados reforçam a oposição entre somos e veem. 
d) Ao afirmar que algumas pessoas despersonalizam-se “num segundo ’eu’”, o autor deixa implícito que 
todos temos um “eu” original e autêntico. 
e) No penúltimo parágrafo, “uma alma invisível” e “testemunho de milhares de espelhos” representam, 
respectivamente, a personalidade verdadeira e suas imagens enganosas. 
12 
 
 
 
 
09) Na interrogação “Que pode uma alma, ainda por cima invisível, contra o testemunho de milhares 
de espelhos?” há a admissão de que 
a) só a força do olhar e do interesse alheio capta as verdades de nossa alma. 
b) a verdade essencial da alma não tem como se opor às imagens que lhe atribuem. 
c) o essencial da alma só é reconhecível na soma de suas múltiplas imagens. 
d) a fragilidade da alma só é superada quando adquire a consistência de uma imagem. 
e) a legitimidade do nosso modo de ser depende inteiramente do reconhecimento alheio. 
 
10) Segundo Mário Quintana, a despersonalização num segundo “eu” 
a) é a causa, e as “imagens enganosas” são a sua consequência. 
b) e a adaptação às imagens enganosas são fatos paralelos e independentes. 
c) é uma consequência, cuja causa é a adaptação às imagens enganosas 
d) é uma consequência, cuja causa é a invisibilidade da alma. 
e) é a causa, cuja consequência é a invisibilidade da alma. 
 
11) No segundo parágrafo do texto, a oração “por saber” exprime uma 
a) causa 
b) finalidade 
c) condição 
d) advertência 
e) alternativa , 
 
TEXTO XLIII 
 
O PORCO VOADOR 
 
FILADÉLFIA - Há coisas que só acontecem nos Estados Unidos. A Federal Aviation Administration, FAA, 
investiga como um porco - isso mesmo, um porco - de 135 kg conseguiu embarcar na primeira classe de 
um Boeing 757. E mais, nele viajou por seis horas. Segundo os relatos, o animal foi embarcado no dia 
17 de outubro no voo 107 sem escalas da companhia USAirways que saiu de Filadélfia para Seattle. A 
bordo, além do suíno, suas duasproprietárias e outros 198 “humanos”. O voo, noturno, transcorreu 
tranquilo durante o percurso, com a maioria dos passageiros dormindo. A paz acabou no pouso em 
Seattle. A FAA afirma que a confusão começou quando o Boeing 757 já taxiava na pista. Neste 
momento, o porco, estressado mesmo sem ter viajado na classe econômica, ficou descontrolado e 
começou a correr pelos corredores. 
 Perseguido pela tripulação, defecou em vários pontos, tentou invadir a cabine de comando e 
acabou escondendo-se na cozinha, onde foi cercado. 
 O encrenqueiro foi expulso - por um elevador de carga - pelas donas. De acordo com um jornal de 
Filadélfia, o porco embarcou no avião normalmente. Pelas escadas. Descrito como um animal de serviço – 
tipo guia de cegos - com peso declarado de apenas 5,8 kg, teve até direito a bilhete próprio adquirido no 
balcão. As aeromoças teriam tentado prendê-lo num compartimento na traseira, mas estava bloqueado. 
Instalaram o porco, então, entre as poltronas 1A e 1C da primeira classe. “Estamos investigando todos os 
aspectos, de segurança e sanitários, deste fato. 
 Temos que ver que política é essa da companhia”, afirma o porta-voz da FAA, Jim Peters. Todos 
os tripulantes estão sendo interrogados. A USAirways permite que gatos, aves e pequenos cães 
viajem com os passageiros, desde que em contêineres. Só abre exceção para “animais de serviço”, como o 
porco foi descrito. “Isto não acontecerá de novo”, garante um representante da empresa. 
(JB, 1/11/00) 
12) “Há coisas que só acontecem nos Estados Unidos.”; essa afirmação inicial prepara o leitor para 
algo: 
a) humorístico 
b) trágico 
c) surpreendente 
d) convencional 
e) aterrorizante 
 
13) “A Federal Aviation Administration, FAA, investiga como um porco isso mesmo, um porco - de 
135 kg...”; o segmento isso mesmo, um porco é justificado porque: 
a) o fato aludido provoca certa estranheza no leitor. 
b) o peso do porco é digno de admiração. 
c) a confirmação do fato pelo jornalista é indispensável. 
d) a FAA só cuida de passageiros “humanos”. 
13 
 
 
 
e) é interessante causar surpresa no leitor. 
 
14) “...como um porco [...] de 135 kg conseguiu embarcar na primeira classe de um Boeing 757”; a 
forma como foi escrito este segmento produz maior impacto no leitor porque: 
a) atribui a iniciativa do embarque ao porco. 
b) mostra a sofisticação tecnológica do avião. 
c) indica a primeira classe como a destinada aos animais. 
d) assinala a desproporção entre peso/tamanho do porco. 
e) registra um fato incomum como normal. 
 
15) Embarcar, na sua origem, era empregado com referência a barco, mas no texto aparece com 
referência a avião; o item abaixo em que a palavra sublinhada também mostra desvio do sentido 
original é: 
a) O avião vai decolar com o porco a bordo. 
b) O porco chegou a enterrar as patas na comida. 
c) Os passageiros “humanos” estranharam o fato. 
d) A poltrona ficou estragada por causa do peso do porco. 
e) A investigação do incidente vai demorar. 
 
16) “Segundo os relatos...”; o elemento sublinhado é semanticamente equivalente a: 
a) após 
b) em segundo lugar 
c) conforme 
d) a posteriori 
e) embora 
 
17) Um voo “sem escalas” significa: 
a) sem destino certo 
b) fretado especialmente 
c) sem horário fixo 
d) com poucos passageiros 
e) sem paradas intermediárias 
 
18) Num momento do texto o vocábulo suíno (geral) substitui porco (específico); entre as 
substituições abaixo, aquela que apresenta estrutura diferente é: 
a) Boeing 757 - avião 
b) poltrona - assento 
c) comandante - tripulante 
d) USAirways - empresa 
e) passageiro - cliente 
 
19) Deduz-se da leitura do 2o parágrafo: 
a) A FAA não merece credibilidade. 
b) O passageiro da classe econômica é bem tratado. 
c) A tripulação do Boeing foi bem treinada. 
d) O porco estava acostumado a viajar. 
e) O porco também sofreu no incidente. 
 
20) “...e acabou escondendo-se na cozinha...”; o emprego do verbo acabar significa que: 
a) é a última de uma sequencia de ações. 
b) a narrativa chegou ao seu fim. 
c) o personagem mostra decisão firme no que faz. 
d) o personagem vai sofrer uma derrota. 
e) a ação do personagem foi interrompida. 
 
21) “Estamos investigando todos os aspectos, de segurança e sanitários, deste fato.”; em outras 
palavras, a FAA está analisando: 
a) todos os aspectos do fato, mas principalmente os que envolvem segurança e higiene. 
b) alguns aspectos do caso, particularmente os que se prendem a seguro de vida dos passageiros e ao 
estado dos banheiros dos aviões. 
c) todos os aspectos do fato ligados à segurança e à saúde dos passageiros. 
d) somente os aspectos do fato de que participou o porco, ou seja, o da falta de atenção da tripulação. 
e) os aspectos de cuidados com a higiene nos aviões, além da preocupação com a revisão das aeronaves. 
14 
 
 
 
 
22) O mais surpreendente da história narrada é que: 
a) o porco tenha viajado tranquilamente na primeira parte da viagem. 
b) toda a tripulação tenha cuidado do porco como se fosse um passageiro “humano”. 
c) o animal tenha sido admitido na aeronave como “animal de serviço”. 
d) tenham atribuído ao porco um peso maior do que a realidade. 
e) o suíno tenha subido pelas escadas do avião e recebido com honras pelas aeromoças. 
 
 
Pintou no ENEM 
 
1. (ENEM,2012) Labaredas nas trevas 
Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski 
20 DE JULHO [1912] 
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado 
senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse 
sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. [...] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é 
Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente 
não existe.” 
20 DE DEZEMBRO [1919] 
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua 
inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que 
outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro 
que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo. 
FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento). 
Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao 
empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se 
estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de 
A) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a 
outra, a consequência. 
B) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado 
nas partes em questão. 
C) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou 
depende de circunstâncias apresentadas na outra. 
D) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma 
orientação argumentativa distinta e oposta à outra. 
E) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por 
exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma 
 
2. (ENEM,2012) Não somos tão especiais 
Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais, ainda 
que em menor grau. 
INTELIGÊNCIA 
15 
 
 
 
A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos 40. A maioria das aves 
e mamíferos tem algum tipo de raciocínio. 
AMOR 
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os corvos, que 
tambémcriam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte. 
CONSCIÊNCIA 
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos distraídos. Sinais 
de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes. 
CULTURA 
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de 
aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso? 
Extra, extra. Este macaco é humano. 
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003. 
O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos 
outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são 
A) definição e hierarquia. 
B) exemplificação e comparação. 
C) causa e consequência. 
D) finalidade e meios. 
E) autoridade e modelo 
3. (ENEM,2012) 
 
A marcha galopante das tecnologias teve por primeiro resultado multiplicar em enormes proporções tanto a 
massa das notícias que circulam quanto as ocasiões de sermos solicitados por elas. Os profissionais têm 
tendência a considerar esta inflação como automaticamente favorável ao público, pois dela tiram proveito e 
tornam-se obcecados pela imagem liberal do grande mercado em que cada um, dotado de luzes por 
definição iguais, 
pode fazer sua escolha em toda liberdade. Isso jamais foi realizado e tende a nunca ser. Na verdade, os 
leitores, ouvintes, telespectadores, mesmo se abandonam a sua bulimia*, não são realmente nutridos por 
esta indigesta sopa de informações e sua busca finaliza em frustração. Cada vez mais frequentemente, até, 
eles ressentem esse bombardeio de riquezas falsas como agressivo e se refugiam na resistência a toda ou 
qualquer informação. 
O verdadeiro problema das sociedades pósindustriais não é a penúria**, mas a abundância. As 
sociedades modernas têm a sua disposição muito mais do que necessitam em objetos, informações e 
contatos. Ou, mais exatamente, disso resulta uma desarmonia entre uma oferta, não excessiva, mas 
incoerente, e uma demanda que, confusamente, exige uma escolha muito mais rápida a absorver. Por isso 
os órgãos de informação devem escolher, uma vez que o homem contemporâneo apressado, estressado, 
desorientado busca uma linha diretriz, uma classificação mais clara, um condensado do que é realmente 
importante. 
(*) fome excessiva, desejo descontrolado. 
(**) miséria, pobreza. 
VOYENNE, B. Informação hoje. Lisboa: Armand Colin, 1975 (adaptado). 
16 
 
 
 
Com o uso das novas tecnologias, os domínios midiáticos obtiveram um avanço maior e uma presença mais 
atuante junto ao público, marcada ora pela quase simultaneidade das informações, ora pelo uso abundante 
de imagens. A relação entre as necessidades da sociedade moderna e a oferta de informação, segundo o 
texto, é desarmônica, porque 
A) o jornalista seleciona as informações mais importantes antes de publicá-las. 
B) o ser humano precisa de muito mais conhecimento do que a tecnologia pode dar. 
C) o problema da sociedade moderna é a abundância de informações e de liberdade de escolha. 
D) a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm para digerir a quantidade de informação 
disponível. 
E) a utilização dos meios de informação acontece de maneira desorganizada e sem controle efetivo 
 
Capítulo 2 – Sujeito e Predicado 
 
Sujeito e Predicado 
Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A 
oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado. 
Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo. 
Por Exemplo: 
As praias estão cada vez mais poluídas. 
Sujeito 
 
 
 
Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. 
Por Exemplo: 
As praias estão cada vez mais poluídas. 
 
Predicado 
 Posição do Sujeito na Oração 
Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar: 
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado. 
Por Exemplo: 
As crianças brincavam despreocupadas. 
Sujeito Predicado 
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado. 
Brincavam despreocupadas as crianças. 
Predicado Sujeito 
17 
 
 
 
Sujeito no Meio do Predicado: 
Despreocupadas, as crianças brincavam. 
Predicado Sujeito Predicado 
 
Classificação do Sujeito 
O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda 
asorações sem sujeito. 
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal. 
Pode ser: 
a) Simples 
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo. 
Por Exemplo: 
A rua estava deserta. 
Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o 
sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um 
substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva. 
Por Exemplo: 
Os meninos estão gripados. 
Todos cantaram durante o passeio. 
b) Composto 
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo. 
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos. 
c) Implícito 
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser 
identificado. 
Por Exemplo: 
Dispensamos todos os funcionários. 
Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência verbal -mos. 
2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem 
pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de 
uma oração: 
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural: 
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado 
anteriormente (nem em outra oração): 
18 
 
 
 
Por Exemplo: 
Procuraram você por todos os lugares. 
Estão pedindo seu documento na entrada da festa. 
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se: 
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa 
construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos 
indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular. 
Exemplos: 
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo) 
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto) 
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação) 
Entendendo a Partícula Se 
As construções em que ocorre a partícula se podem apresentar algumas dificuldades quanto à 
classificação do sujeito. 
Veja: 
a) Aprovou-se o novo candidato. 
 Sujeito 
 Aprovaram-se os novos candidatos. 
 Sujeito 
b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado) 
 Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado) 
No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, 
concordando com o sujeito. Observe a transformação das frases para a voz passiva analítica: 
O novo candidato foi aprovado. 
 Sujeito 
Os novos candidatos foram aprovados. 
 Sujeito 
No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa. Nessas 
construções, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular. 
c) Com o verbo no infinitivo impessoal: 
Por Exemplo: 
Era penoso estudar todo aquele conteúdo. 
É triste assistir a estas cenas tão trágicas. 
19 
 
 
 
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em 
orações anteriores ou posteriores,o sujeito é determinado. 
Por Exemplo: 
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras. 
 Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto. 
3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. 
Observe a estrutura destas orações: 
Sujeito Predicado 
- Havia formigas na casa. 
- Nevou muito este ano em Nova Iorque. 
 É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta 
de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem 
centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa 
ocorrem com: 
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: 
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc. 
Por Exemplo: 
Choveu muito no inverno passado. 
Amanheceu antes do horário previsto. 
Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado. 
Por Exemplo: 
Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito) 
Já amanheci cansado. (eu=sujeito) 
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia 
de tempo ou fenômenos meteorológicos: 
Ser: 
É noite. (Período do dia) 
Eram duas horas da manhã. (Hora) 
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o 
acompanha. (Éuma hora/ São nove horas) 
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data) 
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, 
ou então irá para o plural, concordando com o número de dias. 
Estar: 
Está tarde. (Tempo) 
Está muito quente.(Temperatura) 
20 
 
 
 
Fazer: 
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido) 
Fez 39° C ontem. (Temperatura) 
Haver: 
Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) 
Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir) 
Atenção: 
Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA 
PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: 
não é possível usá-los no plural. 
Por Exemplo: 
Faz muitos anos que nos conhecemos. 
Deve fazer dias quentes na Bahia. 
Veja outros exemplos: 
Há muitas pessoas interessadas na reunião. 
Houve muitas pessoas interessadas na reunião. 
Havia muitas pessoas interessadas na reunião. 
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião. 
Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. 
Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. 
Predicado 
 Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou 
locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em 
termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja 
alguns exemplos: 
As mulheres compraram roupas novas. 
 
Predicado 
 
Durante o ano, muitos alunos desistem do curso. 
Predicado 
 
Predicado 
 
A natureza é bela. 
 
Predicado 
 
 
OS VERBOS NO PREDICADO 
Em todo predicado existe necessariamente um verbo ou uma locução verbal. Para analisar a 
importância do verbo no predicado, devemos considerar dois grupos distintos: os verbos 
nocionais e os não nocionais. 
Os verbos nocionais são os que exprimem processos; em outras palavras, indicam ação, 
acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental: 
Acontecer – considerar – desejar – julgar – pensar – querer – suceder – chover – correr fazer 
21 
 
 
 
– nascer – pretender – raciocinar 
Esses verbos são sempre núcleos dos predicados em que aparecem. 
Os verbos não nocionais exprimem estado; são mais conhecidos como verbos de ligação. 
Fazem parte desse grupo, entre outros: 
Ser – estar – permanecer – continuar – andar – persistir – virar – ficar – achar-se - acabar – 
tornar-se – passar (a) 
Os verbos não nocionais sempre fazem parte do predicado, mas não atuam como núcleos. 
Para perceber se um verbo é nocional ou não nocional, é necessário considerar o contexto em que é 
usado. Assim, na oração: 
Ela anda muito rápido. 
O verbo andar exprime uma ação, atuando como um verbo nocional. Já na oração: 
Ela anda triste. 
O verbo exprime um estado, atuando como verbo não nocional. 
Predicação Verbal 
Chama-se predicação verbal o resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os 
verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou 
de ligação. 
1) Verbo Intransitivo 
É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para 
completar o seu sentido. Sua ação não transita. 
Por Exemplo: 
O avião caiu. 
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode 
acrescentar outras informações, como: 
local: O avião caiu sobre as casas da periferia. 
modo: O avião caiu lentamente. 
tempo: O avião caiu no mês passado. 
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se 
compreenda a informação básica. 
2) Verbo Transitivo 
É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela 
algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos 
complementos, para adquirir sentido completo. Veja: 
22 
 
 
 
S. Simples Predicado 
As crianças precisam de carinho. 
 
1 2 
 
1= Verbo Transitivo 
2= Complemento Verbal (Objeto) 
O verbo transitivo pode ser: 
a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem preposição 
obrigatória. 
Por Exemplo: 
Nós escutamos nossa música favorita. 
 
1 
 
1= Verbo Transitivo Direto 
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com 
preposição obrigatória. 
Por Exemplo: 
Eu gosto de sorvete. 
 
2 
 
2 = Verbo Transitivo Indireto 
de= preposição 
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complemento 
direta e indiretamente, ao mesmo tempo. 
Por Exemplo: 
Ela contou tudo ao namorado. 
 
3 
 
3= Verbo Transitivo Direto e Indireto 
a= preposição 
 
3) Verbo de Ligação 
É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e 
características) certos tipos de relações. 
O verbo de ligação pode expressar: 
a) estado permanente: ser, viver. 
23 
 
 
 
Por Exemplo: 
Sandra é alegre. 
Sandra vive alegre. 
b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se 
Por Exemplo: 
Mamãe está bem. 
Mamãe encontra-se bem. 
c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se 
Por Exemplo: 
Júlia ficou brava. 
Júlia fez-se brava. 
d) continuidade de estado: continuar, permanecer 
Por Exemplo: 
Renato continua mal. 
Renato permanece mal. 
e) estado aparente: parecer 
Por Exemplo: 
Marta parece melhor. 
Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto 
e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de 
ligação. Veja: 
1 - O jovem anda devagar. 
anda = verbo intransitivo, expressa uma ação. 
2 - O jovem anda preocupado. 
anda= verbo de ligação, expressa um estado. 
Classificação do Predicado 
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou 
num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao 
verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo: 
Os animais necessitam de cuidados especiais 
Sujeito Predicado24 
 
 
 
O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao 
sujeito:necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, 
de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em: 
A natureza é bela 
Sujeito Predicado 
 
 
No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora 
atua como elemento de ligação entre sujeito e a palavra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. 
Veja o próximo exemplo: 
O dia amanheceu ensolarado 
Sujeito Predicado 
 
 
Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao 
sujeito:amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado 
apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado. 
Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de 
predicado:verbal, nominal e verbo-nominal. 
Predicado Verbal 
Apresenta as seguintes características: 
a) Tem um verbo como núcleo; 
b) Não possui predicativo do sujeito; 
c) Indica ação. 
Por exemplo: 
Eles revelaram toda a verdade para a filha. 
Predicado Verbal 
Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga uma ideia 
de ação. Veja os exemplos abaixo: 
O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou) 
Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove) 
Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu) 
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida) 
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o 
verbo demolir de ser o núcleo do predicado. 
Predicado Nominal 
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Apresenta as seguintes características: 
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo; 
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito; 
c) Indica estado ou qualidade. 
Por Exemplo: 
Leonardo é competente. 
 Predicado Nominal 
 No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do 
sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo 
de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas 
ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja: 
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação) 
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação) 
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação) 
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação) 
Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo 
de ligação) 
 
 
Predicativo do Sujeito 
É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo 
de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por: 
a) Adjetivo ou locução adjetiva: 
Por Exemplo: 
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo) 
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva) 
b) Substantivo ou palavra substantivada: 
Por Exemplo: 
Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo) 
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado) 
c) Pronome Substantivo: 
Por Exemplo: 
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo) 
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d) Numeral: 
Por Exemplo: 
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral) 
Predicado Verbo-Nominal 
Apresenta as seguintes características: 
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome; 
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto; 
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade. 
Por Exemplo: 
Os alunos saíram da aula alegres. 
 
Predicado Verbo-Nominal 
O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica 
uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no 
momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oração 
poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja: 
Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres. 
 
 
Estrutura do Predicado Verbo-Nominal 
O predicado verbo-nominal pode ser formado de: 
1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito 
Por Exemplo: 
Joana partiu contente. 
Sujeito Verbo Intransitivo Predicativo do Sujeito 
2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto 
Por Exemplo: 
A despedida deixou a mãe aflita. 
Sujeito Verbo Transitivo Objeto Direto Predicativo do Objeto 
3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito 
Por Exemplo: 
Os alunos cantaram emocionados aquela canção. 
Sujeito Verbo Transitivo Predicativo do Sujeito Objeto Direto 
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Saiba que: 
Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo, basta 
passar a oração para voz passiva. Veja: 
Voz Ativa: 
As mulheres julgam os homens insensíveis. 
Sujeito Verbo Significativo Objeto Direto Predicativo do Objeto 
Voz Passiva: 
Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres. 
 
Verbo Significativo Predicativo do Objeto 
 
O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação 
se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva. 
 
Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do 
objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição. 
Por Exemplo: 
Todos o chamam de irresponsável. 
Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.) 
 
 
Resumindo... 
 
Sujeito: num enunciado completo, sempre nos é dada uma informação a respeito de alguém ou de alguma 
coisa. O elemento a respeito do qual se informa denomina-se sujeito. A informação propriamente dita 
recebe o nome de predicado. 
 
Ele recebeu o prêmio. Joana entrou na universidade. Os meninos quebraram o vaso. 
O cão fugiu. Lívia se revoltou. (Eu)Espero que ela me telefone. 
 
Em síntese: 
 Sujeito: é o elemento da oração sobre o qual se emite uma informação (o que é que? ou quem é que?). 
 Predicado: é o elemento da oração que informa algo a respeito do sujeito. 
 
Núcleo do sujeito: quando o sujeito é expresso por mais de uma palavra, haverá sempre uma de maior 
importância semântica, a que damos o nome de núcleo. 
 
Um substantivo O gato fugiu. (núcleo: gato) 
Um pronome substantivo Eles não quiseram esperar. (núcleo: eles) 
Um numeral Um é pouco; dois é bom; três é demais. (núcleo: um; dois; três) 
Qualquer palavra substantivada Viver é muito perigoso. (núcleo: viver) 
Uma oração subordinada substantiva É preciso saber viver. (núcleo: saber viver) 
 
Tipos de sujeito: 
 
Simples quando possui um só núcleo. O presidente da Venezuela morreu. 
Composto quando possui mais de um núcleo. Policiais, pais e estudantes se uniram em protesto. 
 
Quando o sujeito não vem expresso na oração, ele pode estar ou ser: 
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implícito quando fica subentendido na desinência do verbo. Viajamos para a Itália. 
Fomos à cidade. 
indeterminado quando a informação contida no predicado refere-se a um 
elemento que não se pode (ou não se quer) determinar. 
1 – o verbo está na 3ª pessoa do plural e não há sujeito 
expresso na oração. 
2 – o verbo está na 3ª pessoa do singular, seguido do 
índice de indeterminação do sujeito se. 
Falaram muito mal de mim. 
Disseram para pagarmos. 
Roubaramminha caneta. 
 
Acredita-se em fantasmas. 
Precisa-se de babá. 
inexistente quando a informação presente no predicado não se refere 
a sujeito algum. Ocorre oração sem sujeito com os verbos 
impessoais: verbos que exprimem fenômenos naturais 
(chover, ventar, anoitecer, amanhecer, relampejar, 
trovejar etc.); os verbos fazer, ser, estar na indicação de 
tempo cronológico ou clima; o verbo haver no sentido de 
existir ou indicando tempo transcorrido. 
Choveu muito ontem. 
Nevou no norte europeu. 
Aqui, venta bastante. 
Faz dois anos que ele saiu. 
É uma hora. 
Havia dois alunos no ponto. 
Há um mês que não o vejo. 
 
Predicado 
 
Predicação verbal: trata-se do modo pelo qual os verbos formam o predicado, isto é, se exigem ou não 
complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser: 
 
Intransitivos São verbos de conteúdo 
significativo que, por terem 
sentido completo, não 
reclamam um complemento, 
podendo, construir o 
predicado sozinhos. 
-possuem conteúdo significativo, isto 
é, informam algo a respeito do sujeito; 
-não reclamam um complemento, pois 
já possuem sentido completo, isto é, 
são capazes de dar uma informação 
completa a respeito do sujeito; 
- são capazes de, sozinhos, constituir 
o predicado. 
Marina fugiu. 
Pedro sumiu. 
Antonia morreu. 
O bebê já nasceu. 
Os pais chegaram. 
Transitivos São verbos de conteúdo significativo que, por não terem sentido completo, reclamam um 
complemento, e por isso não são capazes de, sozinhos, constituir o predicado. 
Transitivos diretos: quando exigem um complemento sem preposição 
obrigatória. (objeto direto). 
Marcos comprou biscoitos. 
Júlia ama Mário. 
Transitivos indiretos: quando exigem complemento com preposição 
obrigatória, (objeto indireto). 
Ele gosta de TV. 
O livro pertence a Téo. 
Transitivos diretos e indiretos: quando exigem dois complementos: um sem 
e outro com preposição obrigatória. (objeto direto e indireto). 
Emprestei o livra a Ana. 
Ofereci doces aos alunos. 
de Ligação São verbos que, não possuindo 
conteúdo significativo, servem como 
elemento de ligação entre um sujeito 
e seu atributo, qualificação. 
(predicativo do sujeito). 
A casa é nova. Mônica está triste. 
João parece cansado. José permaneceu solitário. 
Maria ficou chateada. Tonho anda depressivo. 
Ivo continua solteiro. 
 
Predicativo: é o termo da oração que funciona como núcleo nominal do predicado. A função do predicativo 
é atribuir uma característica ao sujeito ou ao objeto; no primeiro caso, teremos predicativo do sujeito; no 
segundo, o predicativo do objeto. 
 
Predicativo do sujeito É o elemento do predicado que se refere ao 
sujeito, mediante um verbo (de ligação ou 
não), com a função de informar algo a respeito 
do sujeito. 
Fabiano marchava tenso. 
André sempre dirige feliz. 
Embarcamos atrasados. 
Eles chegaram feridos. 
Predicativo do objeto É o termo do predicado que informa algo a 
respeito do objeto. 
O juiz julgou o réu culpado. 
O ingrato deixou Ana pobre. 
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Tipos de predicado 
 
Predicado verbal O núcleo da informação veiculada pelo 
predicado está contido num verbo 
significativo (transitivo ou intransitivo). 
O mendigo caminhava pela rua. 
O trem chegou à estação. 
Predicado nominal O núcleo da informação veiculada pelo 
predicado está contido num nome 
(predicativo do sujeito). O verbo, neste caso, 
funciona simplesmente como elo entre o 
sujeito e o predicativo, nada informando a 
respeito do sujeito. 
A prova estava difícil. 
O voo está atrasado. 
Vivian anda cabisbaixa. 
Predicado 
verbo-nominal 
É um predicado misto, em que a informação 
se concentra em dois elementos: no verbo 
significativo (transitivo ou intransitivo) e no 
predicativo (do sujeito ou do objeto). 
O trem chegou atrasado à estação. 
Os clientes consideram os preços 
razoáveis. 
 
 
Sessão Leitura 
 
Enem 2014: Portal EBC traz lista com 10 dicas de estudo 
 
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) abriu inscrições nessa segunda-feira (12) e o Portal da 
Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), em parceria com o canal de Educação, elaborou uma lista com 
10 dicas para quem deseja se preparar e fazer uma boa prova. As inscrições para o Enem 2014 estão 
abertas até o dia 23 de maio e podem ser feitas pela internet. 
 Entre as dicas que envolvem a preparação para o Exame, cabe ressaltar o aplicativo Questões 
Enem, um banco de questões preparados pela EBC, que reúne as provas de 2009 a 2013. O acesso é 
gratuito. No sistema, os estudantes podem escolher quais áreas do conhecimento quer estudar. 
Confira as dicas do Portal EBC: 
 
1. Organize seu tempo 
 
 Aproveitar bem o tempo é a chave para ter sucesso nos estudos. Você deve separar um espaço do 
seu dia para estudar, mas este tempo deve ser, de fato, produtivo. "Ficar virando noites estudando não vai 
resolver. O candidato deve aprender, e tirar um tempo para descansar a mente, para que ela possa se 
revigorar", explica Leiva Leal, professora visitante da Faculdade de Letras da UFMG e participante 
do Plantão Enem. 
Quem não tem o hábito de estudar deve começar aos poucos. O ideal é se habituar a um período e, 
de tempos em tempos, ir aumentando a dedicação. "Tentar começar com sete ou oito horas de estudo pode 
ser frustrante. Se você se oferece oportunidades concretas, como começar estudando uma hora por dia, 
daqui um mês estará estudando mais e em poucas semanas você atinge um bom ritmo", afirma o professor 
de física Ivys Urquiza, do projeto Física Total. 
 
2. Aproveite o ano letivo 
 
 É possível relacionar o conteúdo que você está aprendendo na escola com o que precisa ser 
estudado para o Enem. Afinal, tudo que você vê em sala de aula pode ser cobrado no exame. Por isso, 
você pode, sempre que possível, revisar diariamente o que vê nas aulas, na medida em que vai estudando 
os outros conteúdos que já aprendeu. 
Não se esqueça de, também, tirar as dúvidas com seus professores. Assim, além de não chegar ao 
final do ano com conteúdos acumulados, você não vai precisar se preocupar em estudar muito nas 
vésperas das provas da escola. Desta forma você chegará ao dia do Enem mais seguro, e pode ainda 
garantir boas notas no colégio. 
 
3. Faça resumos 
 
 Uma boa forma de se organizar com o conteúdo que você está estudando é fazendo resumos e 
30 
 
 
 
esquemas das matérias: escrever, além de ajudar a memorizar, também vai e ajudar quando chegar a hora 
de fazer a revisão. 
 
4. Conheça as habilidades cobradas 
 
 Tenha o edital sempre à mão! Junto com os resumos dos conteúdos, você pode ir conferindo 
detalhes dos temas que está estudando, e fazer uma espécie de checklist para ter uma noção do quanto 
falta e do quanto mais (ou menos) você precisa se dedicar naqueles pontos. "Assim o aluno não se sente 
solto e tem controle do seu conhecimento", acredita a professora Leiva Leal. 
 
 
5. Informe-se, mas não se contente com o básico 
 
 Todos sabemos que temas da atualidade podem ser - e realmente são - cobrados nas provas do 
Enem. O tema da redação do último exame, pro exemplo, foi a Lei Seca, que havia sido modificada meses 
antes. Ler jornais, sites e assistir aos telejornais é fundamental para se sair bem no exame. Mas também é 
importante buscar outros tipos de informação. 
Há publicações de informações científicas, ou com temas mais específicos, que devem também ser 
fonte de informação. "O aluno tem que saber sobre os fatos, mas também sobre a ciência, as evoluções no 
campo da sáude, pesquisas, aspectos do meio ambiente. Ele tem que se situar no mundo em todos osaspectos", explica a professora Leiva, que aconselha ainda a procura por sites especializados. 
 
 
6. Exercite-se 
 
Fazer as provas do Enem é uma verdadeira maratona. Entre deslocamento de casa até o local de 
prova e o tempo que você leva para responder às questões, são, pelo menos, mais de 10 horas dedicadas 
ao exame em apenas um final de semana. Para conseguir enfrentar esse ritmo, é fundamental que seu 
corpo esteja condicionado também fisicamente - e isso não vai acontecer do dia para a noite. 
 Fazer exercícios, ainda que de forma leve, vai ajudar também a ter mais rendimento durante a sua 
preparação. "O sedentarismo diminui a nossa capacidade de produção. A atividade física é obrigatória, para 
qualquer pessoa, para poder ter 'pique'. Ainda que seja pouco, o estudante tem que adquirir esse hábito", 
aconselha o professor Ivys. 
 
 
7. Redação 
 
O medo do lápis e do papel na hora de escrever a redação do Enem pode ser superado com o treino. Nós 
estamos acostumados a ouvir que para escrever bem é preciso ler muito: e isso é verdade. Mas é preciso 
também escrever muito, segundo afirma a professora de língua portuguesa Leiva Leal. "Escrever se 
aprende escrevendo, aprender se aprende reescrevendo", acredita. 
A habilidade de escrever pode ser desenvolvida tanto durante a elaboração de resumos, como os 
que propusemos na dica número 3, quanto escrevendo sobre temas que você goste ou considere 
relevantes: vale até tentar treinar possíveis assuntos que podem ser cobrados no exame deste ano. Mas 
segundo a professora Leiva, é importante se atentar para além do simples ato de escrever bem: o conteúdo 
da redação é igualmente importante, especialmente a parte final, quando os candidatos do Enem devem 
apresentar uma proposta de intervenção social, ou uma solução para o problema. Neste momento, é 
importante evitar frases generalizadas ou argumentos soltos. "O estudante deve saber explicar razões, 
procurar levantar causas, consequências, não apenas falar que é importante. É importante por quê?", 
explica Leiva Leal. 
 
 
8. Troque ideias 
 
Desenvolver o raciocínio crítico é uma das habilidades mais exigidas pelo Enem, tanto na 
elaboração da redação quanto na interpretação dos enunciados de todas as questões. Para se exercitar 
neste sentido, é fundamental buscar outras opiniões. É hora de pedir aos amigos, professores, ou até 
mesmo seus pais que leiam seus textos, deem a opinião deles, sugiram mudanças - e por que não pedir 
que seus colegas da escola façam o mesmo, lhe fornecendo seus textos para leitura? Trocar ideias é uma 
ótima estratégia para conhecer outros pontos de vista, e assim ter mais facilidade de se expressar. 
 Aproveite que ainda há tempo até o dia das provas e observe o que acontece ao seu redor, pense 
nos grandes problemas da atualidade, escreva sobre isso, puxe assunto, promova debates. Assim, no 
grande dia você estará mais seguro para expor seus pensamentos na redação do exame. 
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9. Ferramentas on-line 
 
 Até pouco tempo atrás, a opção para os candidatos a vestibulares e Enem, além de estudar em 
casa, era se matricular em cursinhos preparatórios. Esta opção ainda é válida e muito popular, mas a cada 
dia ganham mais espaço as ferramentas de estudo que são oferecidas em ambiente virtual. Esta é uma 
tendência para os próximos exames, segundo o professor Ivys Urquiza: as pessoas estão começando a 
enxergar a formação online como forma de preparo, não só como complementar aos estudos. 
Estudar com a ajuda da internet, por meio de videoaulas, por exemplo, é um ganho na praticidade, 
segundo Ivys. "Aqueles que moram em cidades com menos recursos têm a possibilidade de acessar bons 
professores sem precisar se deslocar", argumenta. No entanto, é necessário se certificar de que o conteúdo 
que está sendo oferecido é de qualidade. No Youtube, um canal de Educação reúne os vídeos de 26 
projetos que foram analisados neste sentido, em uma parceria com a Fundação Lemman. 
 No YouTube Edu, há mais de 8 mil vídeos com conteúdos de Ensino Médio nas disciplinas de 
Matemática, Língua Portuguesa, Biologia, Física e Química, que podem te ajudar a estudar. Entre os canais 
disponíveis por lá, estão os parceiros do Portal EBC AulaLivre.net e Física Total. Aqui no Portal, o 
aplicativo Questões Enem também te ajuda a estudar: ele reúne as questões das provas dos exames 
aplicados entre 2009 e 2012, com a opção de selecionar quais disciplinas você quer treinar. 
 
10. Não se esqueça de relaxar 
 
 Não adianta enfiar a cara nos livros e esquecer da sua vida social. Para atingir seu objetivo de se sair 
bem no Enem e conseguir uma vaga na universidade, é necessário ter equilíbrio nas suas atividades. E é 
essencial que sua rotina reserve, além do tempo para os estudos, os momentos de descontração e 
relaxamento. 
 Muitas dessas atividades como teatro, cinema, livro de literatura e música, são ao mesmo tempo 
produtivas e podem auxiliar na sua preparação. Mas a ideia aqui é descansar: não se esqueça de reservar 
um espaço da sua vida para se dedicar aos amigos, namorado(a) e família. "Mesmo que seja aquele 
almoço de domingo, é isso que vai dar apoio emocional ao candidato", aconselha o professor Ivys. 
 
Fonte: Portal Brasil - http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/05/enem-2014-portal-ebc-traz-lista-10-
dicas-de-estudo 
 
 
Fixação 
 
TEXTO XLIV 
 
RELATÓRIO 
 
Jorge Miguel 
Senhor Superintendente 
 Tendo sido designado por Vossa Senhoria para apurar as denúncias de irregularidades ocorridas no 
aeroporto de Marília, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que nesse 
sentido efetuei. 
 No dia 23 de julho de 1988 dirigi-me ao senhor Raimundo Alves Correia, encarregado do aeroporto 
daquela cidade, para que permitisse fosse interrogado o funcionário João Romão, acusado de ter furtado 
uma máquina de escrever Olivetti n. 146.801, pertencente ao patrimônio do 
 aeroporto. O acusado relatou-nos que realmente havia levado a máquina para casa na sexta-feira - 18 de 
março de 1988 - apenas para executar alguma tarefa de caráter particular. Não a devolveu na segunda-
feira, dia 21 de março, porque faltou ao serviço por motivo de doença. Quando retornou ao serviço dia 28 
de março, devolveu a máquina. A doença do acusado está comprovada pelo atestado que segue anexo 
ao presente relatório; a devolução da máquina no dia 28 de março foi confirmada pelo senhor Raimundo 
Alves Correia. 
 Do exposto conclui-se que me parece infundada a acusação. 
 Não houve vontade de subtrair a máquina, mas apenas negligência do acusado em levar para casa um 
bem público para executar tarefa particular. Foi irresponsável. Não cometeu qualquer ato criminoso. 
 Não me convence seja necessário impor-se a instauração de processo administrativo. O funcionário 
deve ser repreendido pela negligência que cometeu. É o que cumpre levar ao conhecimento de Vossa 
Senhoria. 
 Aproveito a oportunidade para apresentar-lhe protestos de minha distinta consideração. 
São Paulo, 25 de julho de 1988 
Cláudio da Costa 
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01) A finalidade principal do texto é: 
a) orientar o superior na tomada de uma decisão. 
b) documentar oficialmente um ato irregular. 
c) discutir um tema polêmico. 
d) fornecer dados para uma investigação. 
e) indicar funcionários passíveis de punição. 
 
02) Não consta(m) do relatório lido: 
a) o cargo da autoridade a quem é dirigido 
b) o relato dos fatos ocorridos 
c) uma preocupação literária do autor 
d) as conclusões dos fatos analisados 
e) uma fórmula de cortesia final 
 
03) “Tendo sido designado por Vossa Senhoria...”; esta oração inicial do texto tem valor: 
a) concessivo 
b) temporal 
c) conclusivo 
d) causal 
e) consecutivo 
 
04) O estilo burocrático se caracteriza, entre

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