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339 DIFUSÃO DE SOLUTOS ORGÂNICOS E INORGÂNICOS EM MEIOS NÃO SATURADOS:ASPECTOS TÉORICOS E EXPERIMENTAIS A. C. M. G. Carvalho PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil T. M. P de Campos PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil E.A. Vargas Jr. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil RESUMO: Neste trabalho é feita uma ampla revisão bibliográfica sobre os mecanismos de transporte de contaminantes, focalizando no processo difusivo dos solutos pelo solo. São apresentadas as técnicas experimentais para determinação do coeficiente de difusão em solos saturados e não saturados, e fornecidos os valores destes coeficientes encontrados na literatura. Conclui-se desta revisão que deve-se fazer uma caracterização adequada da dependência do coeficiente de difusão no teor de umidade do solo, uma vez que a quantidade de soluto que irá transpor uma barreira por difusão é fortemente influenciada pelo grau de saturação do solo. 1. INTRODUÇÃO A avaliação do projeto de um local de disposição de rejeito envolve uma previsão quantitativa do potencial de impacto do rejeito na qualidade da água subterrânea. Sabe-se que químicos perigosos que vazam de uma área contaminada migram através da zona não saturada podendo atingir poços artesianos e outros receptores. O conhecimento dos mecanismos de transporte dos contaminantes é essencial no gerenciamento de rejeitos perigosos. Os processos através dos quais as substâncias se movem pelo do meio poroso podem ser expressos matematicamente. Eles se baseiam na integração da equação de advecção-dispersão utilizando condições de contorno específicas para o sistema de interesse, e fornecendo soluções para essas condições. Avanços significativos no desenvolvimento de modelos analíticos e numéricos podem ser notados (Hamed, M.M., et al. (1996); Rautman, C.A. & Istok, J.D. (1996); Saiers, J.E. & Hornberger, G.M. (1996); Srivastava, R. & Brusseau, M.L. (1996); Therrien, R. & Sudicky, E.A. (1996)).Entretanto, os modelos desenvolvidos são em geral limitados pela necessidade de se estimar parâmetros como o coeficiente de difusão, uma vez que as técnicas de laboratório existentes são ainda insuficientes para determiná-los experimentalmente. 2. TRANSPORTE DE CONTAMINANTES São quatro os aspectos para se prever quantitativamente o transporte de contaminantes através do solo: identificar os mecanismos de controle; formular ou selecionar o modelo teórico; determinar os parâmetros relevantes; resolver as equações que governam o problema em questão. O primeiro mecanismo de transporte a ser considerado é advecção. A advecção da água do solo, também chamada fluxo Darciniano, carrega um fluxo advectivo de solutos, Jc, proporcional a sua concentração c. Entretanto, o transporte de solutos nunca ocorre apenas por advecção, eles também se movem dentro do volume de água por difusão e dispersão mecânica. Difusão, é o processo pelo qual tanto as espécies iônicas como moleculares & Pender, 1977; Dievlin et al., 1981). O objetivo primário destes modelos é ser capaz de considerar heterogeneidade, particularmente no que diz respeito a condutividade hidráulica em problemas em que grandes áreas devem ser consideradas. No momento, os problemas com estes modelos são as dificuldades em se definir as propriedades estatísticas dos parâmetros relevantes, assim como o grande custo computacional associado a aproximações estocásticas. 2.1 Equações governantes O modelo advectivo-dispersivo usado para prever o transporte de contaminante em um solo não-saturado, é dado pela equação diferencial parcial que pode ser escrita da seguinte forma: ( ) ( )× = × ×æ èç ö ø÷ - × × - c t z D c z z n v c g (1) onde t é o tempo [T]; é o teor de umidade volumétrico [-]; c é a concentração do contaminante [ML-1]; z é a coordenada [L]; D é o coeficiente de dispersão [L2T-1]; v é a velocidade de percolação [LT-1]; n é a porosidade e g é o termo que leva em consideração o retardamento (devido a sorção) Para um solo saturado a Eq. (1) se reduz a: ( )n c t z n D c z z n v c g= × ×æ èç ö ø÷ - × × - (2) Independentemente de sua similaridade com a Eq.2 para solos saturados, o uso desta equação para modelar o transporte de contaminantes através de solos não-saturados deixa a desejar. Para solos não-saturados o teor de umidade volumétrico, q, o coeficiente de dispersão hidrodinâmica, D, e a velocidade de Darcy podem variar tanto no tempo como no espaço, sendo o movimento de contaminante através do solo não-saturado um fenômeno bem mais complexo do que em solos saturados. Vários pesquisadores têm questionado a aplicação direta da Eq.1 para solos não- saturados (eg. Gaudet et al., 1977; de Smedt, 1981). O que foi observado foi uma dispersão em excesso comparado ao que é esperado usando-se a Eq. 2 para solos saturados. Numa tentativa de explicar este fenômeno vários pesquisadores propuseram um modelo de fases múltiplas da água (Rao et al., 1974; Gaudet et al., 1977; de Smedt, 1981) que envolve o transporte advectivo-dispersivo através da água móvel (tipicamente nos poros menores saturados) e difusão do contaminante para a (ou da) água imóvel (geralmente nos poros maiores não-saturados). Esta aproximação parece razoávelmente de acordo com os dados experimentais, apesar dos parâmetros usados serem geralmente selecionados de modo a ajustar o comportamento dos resultados experimentais e teórico. de Smedt mostrou que um ajuste razoável para seus resultados experimentais poderia ser obtido utilizando-se a Eq.1 e um coeficiente de dispersão D dado por: D D vmb mb im mb = × + × × × 2 (3) onde Dmb é o coeficiente de dispersão na água móvel [L2T-1]; qim, qmb, q são os teores de umidade 341 volumétrico das fases móvel e imóvel da água e o teor de umidade volumétrico do solo respectivamente [-]; v é a velocidade de percolação [LT-1] e b é o coeficient para transporte de soluto entre fases [T-1] A dificuldade em se utilizar esta aproximação na prática é a variabilidade dos parâmetros b, qim, qmb, q e v no tempo e no espaço. E ainda o parâmetro b deve ser determinado por ajuste de curva em relação aos resultados de laboratório para uma situação particular. 2.2 Propriedades que controlam o transporte de contaminantes pelo solo A velocidade advectiva va e o coeficiente de dispersão D são os dois parâmetros chave que controlam o transporte de contaminantes Para problemas em que a difusão predomina sobre a dispersão mecânica, o coeficiente de dispersão D é igual ao coeficiente de difusão, Ds, e é frequentemente relacionado ao coeficiente de difusão de espécies em solução aquosa, D0, pela expressão: Ds=t D0 (4) onde t é a tortuosidade do solo, assumida como uma propriedade geométrica, que é dependente das espécies em consideração. Parece razoável considerar que t decreça a medida que o teor de umidade diminui devido a mudanças na geometria da área ocupada pela água no meio poroso (Klute & Letey, 1958). São dois os aspectos relevantes desta geometria. O primeiro é a fração da seção transversal que está disponível para difusão no meio poroso. Esta parcela é medida pelo teor de umidade volumétrico, q. O segundo fator geométrico é o caminho de fluxo efetivo através do qual occore difusão. A medida que o teor de umidade diminui, o caminho de fluxo efetivo, Le, aumenta. Portanto Ds é fortemente dependente de q, tanto diretamente como através de sua dependência com t , que por sua vez é função de q. Se o teor de umidade volumétrico, q, e a tortuosidade são os fatores que afetam o coeficiente de difusão do solo, este pode ser escrito como: Ds=q t D0 (5) onde t =L/Le, sendo L uma linha reta entre as extremidades de um caminho de fluxo tortuoso de comprimento efetivo Le. Valores típicos de tsão menores do que 1. Fatores adicionais tendem a reduzir a taxa de transporte difusivo de solutos pelo solo. Kemper et al.(1964) incorporaram os fatores de “fluidez” ou de “mobilidade”, a, na Eq. (6) para levar em conta o aumento da viscosidade da água adjacente à superfície dos minerais argila em relação à viscosidade da água livre. Adicionalmente Porter et al. (1960) e van Shaick & Kemper (1966) acrescentaram o fator g, chamado fator de “viscosidade”, para levar em conta a exclusão de ânions dos pequenos poros do solo. Exclusão de ânions pode ocorrer em depósitos naturais quando a porosidade média do solo reduz-se a 0.3 (McKelvey & Milne, 1962; Hanshaw & Coplen, 1973; Mitchell, 1976; Freeze & Cherry, 1979), e também pode ser importante em solos não- saturados e em poros relativamente pequenos, quando a área da seção transversal de fluxo é reduzida (Olsen & Kemper, 1968). O processo é conhecido como filtragem de sal, ultra- filtração ou filtragem de membrana. O coeficiente de difusão, Ds, calculado pela lei de Fick para um determinado sistema, é a combinação dos fatores acima mencionados, e pode ser escrito como: D D W Ds T e= = ×0 q (6) onde WT, é o fator de tortuosidade complexo, definido por: W L LT e = × × æèç ö ø÷ × = ×a g q q 2 P (7) Portanto, D L L D Ds e = × × æèç ö ø÷ × = ×a g 2 0 0P (8) onde o fator de tortuosidade, Õ é: P = × × æèç ö ø÷a g L Le 2 (9) Enquanto que a aproximação proposta na Eq.4 parece funcionar razoavelmente bem para algumas soluções de sal (eg. NaCl, KCl, CaCl2), ela não parece valer para todas as espécies de contaminantes. Em textos como Bear (1972), o uso do termo “tortuosidade” refere-se apenas a tortuosidade geométrica (L/Le) 2 e ignora os efeitos de a e g. Enquanto esta não é uma má 342 aproximação para materiais granulares, ela é errada para solos argilosos, e, como resultado, o fator de tortuosidade para solos argilosos, Õ, é frequentemente menor do que o fator de tortuosidade geométrico calculado por Bear para um problema ideal. 2.3 Difusão em solos saturados 2.3.1 Regime Permanente A equação uni-dimensional para fluxo de massa no caso permanente baseia-se na primeira lei de Fick: J D dc dxs = - (10) onde Ds foi previamente definida na Eq.6. Utilizando valores experimentais de Ds (1.8 to 3.4´10-10 m2/sec), Kemper & van Shaick (1966) calcularam valores para WT variando de aproximadamente 0.07 a 0.3. 2.3.2 Regime Transiente Em sistemas homogêneos a difusão em estado permanente é atingida rapidamente comparado com o solo natural heterogêneo, onde ocorre rápida troca catiônica, dissolução, precipitação e biodegradação. Nestes casos usa-se a segunda lei de Fick, que descreve a variação da concentração no tempo e no espaço: dc dt D d c dx = * 2 2 (11) onde D* é o coeficiente de difusão com retardamento que pode incluir fatores de retardamento químico e biológico acima mencionados, e que pode ser descrito como se segue: D D T K D Kb p e b p * = + æèç ö ø÷ = + æèç ö ø÷ 0 1 1r q r q (12) onde r b é a densidade do solo [ML -3], q é o teor de umidade volumétrico [-], De é o coeficiente de difusão effetivo [L2 T-1] e Kp é o coeficiente de partição definido por: K dq dcp = (13) onde q é a concentração sorvida, expressa como a massa de soluto sorvida por massa de solo. Quando a relação q versus c é linear, Kp é chamado coeficiente de distribuição, Kd, senão Kp é função da concentração de equilíbrio na água dos poros do solo. 2.4 Difusão em solos não saturados O transporte difusivo de solutos em solos não saturados ocorre através das fases gasosa e líquida. Para ambas as parcelas a lei de Fick descreve o processo difusivo. O coeficiente de difusão na fase gasosa dos poros do solo (Ds a) é muito menor do que o coeficiente de difusão no ar livre (D0 a), da mesma forma que na fase líquida. Portanto o coeficiente de difusão é função da porosidade do solo preenchida por ar (na). Vários estudos encontraram diferentes relações entre Ds a e na para vários solos. Buckinghan (1904) forneceu a relação não- linear Ds a/D0 a=kna 2 onde k é uma constante. Penman (1940) propôs uma relação linear Ds a/D0 a =0.66na. Como a tortuosidade depende da fração de volume de ar que preenche os poros do solo, espera-se que a relação linear de Penman seja válida para uma faixa limitada de teor de umidade volumétrico. Outros pesquisadores publicaram valores diferentes para diferentes solos e faixas de teor de umidade e teor de ar. Blake & Page (1948) mostraram que a relação Ds a/D0 a varia entre 0.62 e 0.8. van Bavel (1952) chegou a relação Ds a/D0 a =0.61na. Marshall (1959) levou em conta a distribuição de poros do solo afetando a difusão e propôs a relação Ds a/D0 a =na 3/2, que está de acordo com o coeficiente de Penman no caso de um baixo teor de umidade mas chega a valores mais baixos para teores de umidades mais altos. Millington (1959) propôs Ds a/D0 a=(na/n) 2na 4/3, onde n é a porosidade total. Wesseling (1962) propôs Ds a/D0 a=0.9na- 0.1, que sugere que Ds a torna-se zero para um teor de ar de 11%. A diferença entre os coeficientes foi explicada por deVries (1952), que mostrou na teoria que a relação entre o coeficiente de difusão efetivo e a parcela da porosidade preenchida por ar deveira ser curvilinea e dependente da geometria dos poros. Grable & Siemer (1968) mostraram que quando o teor de ar cai por volta de 10%, a 343 razão Ds a/D0 a é de aproximadamente 0.02. Para valores ainda menores de na.de 4 a 5%, Lemon & Erickson (1952) mostraram que Dsa/D0a podem ser tão baixos quanto 0.005. Para solos não saturados Ehlers et al. (1969) desenvolveram equações para descrever a difusão das fases de vapor e não-vapor de inseticidas voláteis no solo em um sistema transiente. A difusão aparente na fase não- vapor ocorre nas interfaces água-ar e sólido-ar e na água livre. A contribuição desses caminhos de fluxo na difusão total depende do teor de umidade. A difusão das fases combinadas vapor e não-vapor são descritas pela equação: ( )¶ ¶ ¶ ¶ r ¶r ¶ q j ¶ ¶ c t x D n n c L L D c x v a b e s= æ è çç ö ø ÷÷ + æ è ç ö ø ÷ - é ë ê ê ù û ú ú 103 2 2 1 (14) onde Dv é o coeficiente de difusão de vapor no ar [L2T-1]; rb é a densidade [ML-3]; na é a porosidade preenchida por ar [-]; n é a porosidade total [-]; r é a densidade do vapor [ML-3]; q é o teor de umidade volumétrico[-]; Ds é o coeficiente de difusão na fase não-vapor [L2T-1]; j é o termo que considera a interação entre o soluto e o solo; (L/Le) 2 é o fator de tortuosidade. Para simplificar a notação os seguintes termos são definidos: Coeficiente de difusão aparente da fase vapor:D D n n c v v a' = æ è çç ö ø ÷÷ 103 2b ¶ r ¶ Coeficiente de difusão aparente da fase não- vapor: ( )D L L Ds e s ' = æ è ç ö ø ÷ - 2 1 g O coeficiente de difusão aparente total é então definido por: D D Dvs v s= +' ' Se D’v e D ’ s podem ser considerados constante, a Eq.(14) pode ser escrita como: ¶ ¶ ¶ ¶ c t D c x vs= 2 2 (15) A Eq. (15 pode ser resolvida para condições de contorno específicas impostas experimentalmente e Dvs calculado. O coeficiente de difusão relativo às fases vapor e não vapor podem ser determinados fazendo-se ensaios com diferentes pressões ambientes porque a difusão pela fase vapor é influenciada pela pressãoambiente, enquanto que a difusão pela fase não-vapor não é. De acordo com o estudo de Jackson (1965), Dvs pode ser relacionado à pressão por: D D D P Pvs s v = + æ è ç ö ø ÷' ' 0 (16) onde P é a pressão ambiente e P0 é a presssão de referência. Os termos de porosidade n and na são incluidos na Eq.(14) para levar em conta os efeitos geométricos do sistema do solo, e se baseiam nas análises de Millington & Quirk (1961). O modelo por eles desenvolvido foi derivado para meio poroso homogêneo com distribuição do tamanhos de poros unimodal e composta de partículas esféricas. Isto pode ser aplicado à difusão de íons através do meio poroso quando não há interação entre o íon e o sólido e pode ser expresso como: D D n s 0 2 4 3= æ èç ö ø÷ q q (17) onde Ds é o coeficiente de difusão através do meio poroso e D0 é o coeficiente de difusão em solução livre. Utilizando-se os dados de Klute & Letey (1958) para comparar os resultados da Eq.17 e os valores medidos, e plotando-os na Figura 1, mostra-se que há um acordo razoável entre eles, dando credibilidade ao uso da Eq.17 para prever mudanças no coeficiente de difusão com a variação do teor de umidade. Segundo Fitus et al. (1998), para se modelar realisticamente o transporte difusivo através de uma zona não-saturada, deve-se fazer uma caracterização adequada da dependência do coeficiente de difusão no teor de umidade Eles concluíram que a saturação parcial do solo tem uma influência significativa na transferência de massa por difusão. Entretanto, dificuldades experimentais ainda são um desafio neste campo. 3. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DIFUSÃO A determinação do coeficiente de difusão baseia-se geralmente nas leis de Fick. Em geral, métodos usados para medir o coeficiente de difusão efetivo de espécies químicas recaem 344 em duas categorias, permanete e transiente, correspondendo ao tipo de equação de transporte utilizada na análise para a determinação do valor de De. Figura 1 Comparação entre valores calculados (curvas) e medidos (pontos) de D/D0 a partir de Klute & Letey (1958). A curva com linha contínua é calculadas para n=0.39 e a curva pontilhada para n=0.42 Deve-se notar que o coeficiente de difusão aparente medido sob regime transiente não é numericamente o mesmo que o medido em regime permanente. O método permanente para determinação dos valores de De foram usadas por Husted & Low (1954), Dutt & Low (1962), Olsen et al.(1965), van Shaick et al. (1966), Tinker (1969) e Muurinen (1990), entre outros. Utilizando-se o método permanente o coeficiente de difusão efetivo, De, de solutos reativos podem ser medidos sem se conhecer o valor de Rd uma vez que, por definição, não há retardamento de solutos em regime permanente. Entretanto, o tempo requerido para se estabelecer uma condição permanente com solutos reativos será maior do que a necessária para solutos não reativos, especialmente para amostras muito espessas. Como o tempo requerido para se estabelecer uma condição permanente pode ser excessiva, a determinação de De leva um tempo grande e requer um grande cuidado e atenção. Outro cuidado que se deve ter ao se utilizar o método permanente é com a reposição da massa de soluto difundindo a partir do reservatório fonte, e com a remoção da massa de soluto que chega ao reservatório de coleta de forma a manter um gradiente de concentração constante na amostra e, portanto, estabelecer uma condição permanente. Diferentes métodos transientes foram usados para medir o coeficiente de difusão de químicos (Olsen et al., 1965; Crooks & Quigley, 1984; Gillham et al., 1984; Rowe et al., 1985; Shackelford, 1988a; Shackelford et al., 1989; Shackelford & Daniel, 1991a,b; Shackelford (1991) apresenta uma revisão destas metodologias, que se dividem em três categorias: Método de coluna, Método de meia célula, Método de reservatório. Gillhan et al (1984) mediram o coeficiente de difusão usando o método de “meia-célula” para dois solutos não reativos (36Cl and 3H) e um soluto reativo (85Sr) em sete misturas de bentonita e areia silicosa a uma fração de 0 a 100% de bentonita por peso (Figura 2 ). Os fatores de tortuosidade foram calculados a partir de resultados de ensaios de difusão de solutos não reativos, e os fatores de retardamento calculados com solutos reativos a partir de medidas dos coeficientes de distribuição (Kd), densidade e porosidade. Os resultados mostraram que o transporte difusivo de solutos reativos e não reativos são consistentes com a equação da difusão de Fick. Na prática os resultados mostraram que devido a interações entre o coeficiente de distribuição, densidade e porosidade um aumento no teor de argila além de 5 a 10% não resultaram em maiores reduções do coeficiente de difusão de solutos reativos. Figura 2 Esquema da montagem da célula de difusão (Gillham et al, 1984) Rowe et al. (1988) utilizaram uma técnica para determinação de alguns parâmetros importantes para barreiras naturais de argila saturada que consiste de ensaios de coluna modificados (Figura 3 ). A aplicação da técnica foi demonstrada com respeito a migração de várias soluções de sal através de amostras de til argiloso de Sarma, Ontário. Baseado nestes ensaios sugere-se que para o solo de Sarma e para velocidades advectivas de até 0.035m/a, a 345 dispersão mecânica não afeta significativamente a magnitude do coeficiente de dispersão hidrodinâmica. Figura 3 Diagrama esquemático do modelo em “plexiglas” (Rowe et al., 1988) Conkling e Blancher (1989) estimaram o coeficiente de difusão para Ca, Mg e K para quatro solos a partir de medidas de condutividade elétrica. Um modelo difusivo que separa o movimento de íons em solução do movimento na superfície das partículas do solo foi usado para estimar o movimento de Ca, Mg and K em um sistema iônico misto. O equilíbrio de soluções no solo e as concentrações de íons trocáveis foram estimadas utilizando-se a concentração total de sal, a capacidade de troca catiônica, e as constantes de troca medidas. A condutividade molar de cada íon na solução do solo e ao longo das superfícies das partículas foram calculadas utilizando-se sua condutividade molar, composição estimada da solução, concentração de íons trocáveis, e a condutância específica do solo medida à concentrações de sal de 0.01 a 1 mol/l. Os coeficientes de difusão foram obtidos através da condutividade molar. Lim et al. (1994) propuseram uma técnica para determinação do coeficiente de difusão e de adsorção para químicos inorgânicos em solos não saturados (Figura 4 ). A técnica integra o conceito do ensaio de reservatório simples com a técnica de translação de eixos para controle da sucção na amostra. Os resultados mostram que o coeficiente de difusão decresce não-linearmente com a diminuição do teor de umidade. Resultados do cálculo do balanço de massa indica que a massa adsorvida por massa de solo seco cai abaixo da isoterma de equilíbrio a medida que o teor de umidade decresce. Isto parece sugerir que o coeficiente de distribuição varia com o teor de umidade ou que a fração de solo pode se tornar inativa quando o teor de umidade decresce. Figura 4 Secção transversal da célula de difusão para ensaios em solos não saturados (Lim et al., 1994) Cooke & Fong (1994) desenvolveram um equipamento para determinar a relação entre o coeficiente de difusão e o teor de umidade volumétrico, D(q) (Figura 5). O equipamento é uma combinação do método de “Time-Lag” com a técnica de translação de eixos para controlar a sucção. Medindo-se a concentração de um traço de sal no lado de baixa concentração da amostra de solo parcialmente saturado, sujeito à difusão pura, é possível calcular o coeficientede difusão do solo. Repetindo-se este processo para diferentes níveis de pressão capilar(Pc) a relação completa de D(q) (or D(Pc)) pode ser definida. Sills & Mitchell (1995) propuseram o uso de uma centrífuga em ensaios para modelar e medir o coeficiente de difusão. Colunas de solo não saturados foram geradas por centrifugação, simulando uma amostra de 7.4 metros usada para se medir o coeficiente de difusão de uma solução de cloreto de sódio. Os resultados foram obtidos em duas semanas usando-se a centrífuga enquanto que teoricamente seria 346 necessário mais de quatro anos para a difusão ocorrer na mesma coluna de areia. Figura 5 Diagrama esquemático do equipamento de difusão (Cooke and Fong, 1994) Rowe & Badv (1996) apresentaram um método para estimar o coeficiente de difusão para cloro e sódio em um areia grossa não saturada e pedregulhos finos baseado em parâmetros obtidos a partir de ensaios de difusão em material saturado semelhante. A metodologia adotada relaciona o coeficiente de difusão do solo não saturado ao coeficiente de difusão de um solo similar saturado e ao teor de umidade volumétrico relativo do solo não saturado. O método é testado comparando-se os perfis de difusão observado e previsto através de um solo não saturado, e parece fornecer uma boa relação para prever a migração advectiva-difusiva de cloro e sódio por um sistema de duas camadas de solo, consistindo de um silte argiloso compactado sobre uma camada de pedregulho fino não saturado Cheung (1989) utilizou diferentes métodos para determinar coeficientes de difusão aparente e os parâmetros adequados para se modelar a difusão através de sistemas de areia- bentonita. Os resultados obtidos através de três métodos apresentam discrepâncias como: D pode variar por ordens de magnitude mesmo se o mesmo método for usado. D pode variar por ordens de magnitude de acordo com o método utilizado para sua determinação. As razões para as discrepâncias não são claras. Podem estar relacionadas à falta de controle da concentração do traço no contorno da amostra, à amostras muito finas e à heterogeneidade. Estudos da microestrutura de muitos materiais (Aifantis & Hill, 1980) concluiram que a hipótese assumida de uma difusividade macroscópica única, D, não é realística. Mostrou-se que em certos casos a difusividade no contorno dos grãos é muitas ordens de magnitude maior do que a difusividade no volume. Portanto, o procedimento de de considerar difusividade macroscópica, D, como uma média de duas difusividades distintas pode levar a uma aproximação estimada. Modelos deste tipo de difusão foram desenvolvidos com bons resultados (Aifantis & Hill, 1980; Whipple, 1954). Variando-se o tempo de difusão é possível identificar se ocorre difusão heterogênea no sistema. A difusão heterogênea em argilas com uma configuração de partículas muito paralelas foi testada (Lai, 1967), observando-se o comportamento do coeficiente de difusão, D, com o tempo. Foram usadas caolinita e bentonita saturadas com Na+ and K+. Os resultados mostram que a difusão heterogênea não ocorre em argilas cauliníticas e D não é dependente do tempo. Para argilas bentoníticas, D decresce a partir do início da difusão até aproximadamente 12 horas, e a partir daí mantêm-se constante, sugerindo que ocorre difusão heterogênea. Do ponto de vista microscópico a difusividade pode variar espacialmente em sistemas argila-água por causa do efeito das superfícies carregadas das partículas na água adjacente e nos íons. Estas cargas nas argilas influenciam a viscosidade da água e a distribuição iônica ao redor das partículas. Alguns valores de coeficientes de difusão obtidos por esses autores e também em alguns outros trabalhos são fornecidos na Tabela 1 abaixo. 4. CONCLUSÃO O transporte de contaminantes pelo solo é normalmente modelado matematicamente utilizando-se a equação advectiva-dispersiva. Apesar do avanço no desenvolvimento de 347 Tabela 1 Valores do coeficiente de difusão Espécie solo Teor de umidade (%) Teor de umidade volumétrico (qq) Grau de saturação (%) De (´´10-6 cm2 s-1) Referência Cl- Argila siltosa Saturado 6, 10 Crooks & Quigley (1984) Til argiloso Saturado 5.7 – 6.3 Rowe et al. (1988) Caolinita Saturado 4.4 - 10 Shackelford (1988a) Solo argiloso Saturado 1.5 – 4.7 Shackelford (1988a) Til argiloso (10.5 mEq/100gr) 23 5.8 – 6.43 Rowe et al. (1987) Pedregulho fino (0.8 mEq/100gr) 0.023 - 0.381 0.000064 -0.00104 Rowe & Badv (1997) Areia grossa (0.6 mEq/100gr) 0.028 - 0.381 0,000075 - 0.00104 Rowe & Badv (1997) Areia grossa (0.6 mEq/100gr) 0.381 100 0.00104 Rowe & Badv (1997) Areia fina (1.4 mEq/100gr) 0.36 - 0.37 100 0.00099 Rowe & Badv (1997) Silte (8 mEq/100gr) 0.34 - 0.4 96.4 - 97.3 0.00090 Rowe & Badv (1997) Silte argiloso (16 mEq/ 100gr) 0.28 - 0.31 96-96.3 0.00057 Rowe & Badv (1997) Areia (100%) Saturado 10 Gillham et al. (1984) Areia/betonita (95/5%) Saturado 8 Areia/bentonita (90/10%) Saturado 7 Areia/bentonita (85/15%) Saturado 8 Areia/bentonita (75/25%) Saturado 8 Areia/bentonita (50/50%) Saturado 9 Areia/bentonita (0/100%) Saturado 10 Br- Caolinita Saturado 4.8 – 9.9 Shackelford (1988a) Solo argiloso Saturado 1.0 - 18 Shackelford (1988a) 3H+ Areia-bentonita Saturado 8.0 - 17 Gillham et al. (1984) K+ Til argiloso Saturado 6.3 - 7.0 Rowe et al. (1988) Caolinita Saturado 12 - 18 Shackelford (1988a) Areia aeólia 2.01 8.57 5.88 Lim et al (1994) 1% de finos, sendo 38% montmorilonita 2.68 11.43 5.88 (1.45 mEq/100gr) 4.85 20.71 3.33 11.88 50.71 7.25 18.71 80 9.21 Til argiloso (10.5 mEq/100gr) 23 6.43 - 7.07 Rowe et al. (1987) 348 Tabela 1 Valores do coeficiente de difusão (cnt.) Na+ Argila siltosa Saturado 2.5, 3.5 Crooks & Quigley (1984) Til argiloso Saturado 4.8, 5.7 Rowe et al. (1988) Til argiloso (10.5 mEq/100gr) 23 4.82 Rowe et al. (1987) Pedregulho fino (0.8 mEq/100gr) 0.023 - 0.381 0.000064 -0.00104 Rowe & Badv (1997) Areia grossa (0.6 mEq/100gr) 0.028 - 0.381 0,000087 - 0.00104 Rowe & Badv (1997) Areia grossa (0.6 mEq/100gr) 0.381 100 0.00104 Rowe & Badv (1997) Silte argiloso (16 mEq/100gr) 0.276 96 0.0005 Rowe e Badv (1997) Ca2+ Til argiloso Saturado 3.8 Rowe et al (1988) Til argiloso (10.5 mEq/100gr) 23 3.96 Rowe et al. (1987) Cd2+ Caolinita Saturado 3.2 - 7.6 Shackelford (1988a) Solo argiloso Saturado 3.0 - 10 Shackelford (1988a) Cu2+ Caolinita Saturado 4.2 Ellis et al. (1970a) Montmorilonita Saturado 0.27 -0.95Ellis et al. (1970a) Fe2+ Montmorilonita Saturado 1.0 Ellis et al. (1970b) Fe3+ Montmorilonita Saturado 0.16 - 0.44 Ellis et al. (1970b) Mn2+ Caolinita Saturado 4.5 Ellis et al. (1970b) Pu4+ Bentonita Saturado <0.0001 – 0.03 Idemitsu et al. (1990) 85Sr2+ Areia-bentonita Saturado 5.0 - 20 Gillham et al. (1984) Zn2+ Caolinita Saturado 5.1 Ellis et al. (1970a) Caolinita Saturado 3.5 - 10 Shackelford (1988a) Solo argiloso Saturado 1.5 – 25 Shackelford (1988a) C6H6 Til argiloso Saturado 0.11 Myrand et al. (1989) TCE Til argiloso Saturado 0.06 Myrand et al. (1989) Tolueno Til argiloso Saturado 0.04 Myrand et al. (1989) C6H5Cl Til argiloso Saturado 0.03 Myrand et al. (1989) modelos analíticos e numéricos, estas ferramentas são limitadas pela necessidade de se estimar parâmetros como o coeficiente de difusão. Vários trabalhos foram realizados para determinação do coeficiente de difusão em solos saturados. Entretanto, existem poucos estudos para determinação do coeficiente de difusão em solos não saturados. A maioria dos equipamentos desenvolvidos para determinação do coeficiente de difusão em solo não saturado utiliza a técnica de translação de eixos para controle da sucção na amostra. Entretanto não são claros os efeitos da aplicação de uma elevada pressão de ar nos mecanismos de de-saturação e no movimentoda umidade pelo solo. Além de que é sabido que o coeficiente de difusão pelo ar é influenciado pela pressão de ar nos poros, influenciando portanto o coeficiente de difusão total medido. Além das dificuldades quanto a metodologia de ensaio, não é claro como ocorre o fenômeno difusivo pelo solo, conforme já foi observado por Cheung (1989). Portanto o ideal é procurar medir o coeficiente de difusão nas condições de contorno e de umidade mais próximas possíveis das condições do problema considerado. Conclui- se que, apesar das metodologias propostas para determinação do coeficiente de difusão, ainda 349 não se chegou a uma técnica satisfatória para determinação deste coeficiente. 5. REFERÊNCIAS Aifantis, E.C. & Hill, J.M. (1980) On the theory of diffusion in media with double diffusivity. I. Basic mathematical results. Journal of Mechanics and Applied Mathematics, XXXIII (part 1): 1-21. Bear, J. (1972) Dynamics of fluids in porous media. New York: Elsevier Blake, G.R. & Page, J.B. (1948) Direct measurement of gaseous diffusion in soils. Soil Sci. Soc. Am. Proc., 13, 37-42 Buckinghan, E. (1904) Contributions to our knowledge of aeration of soils. U.S. Bur. Soils Bull, 25. Cheung, S.C.H. (1989)Methods to measure apparent diffusion coefficients in compacted bentonite clays and data interpretation. Canadian J. Civ. 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