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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO AULA 03 – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Olá, Pessoal!!! Hoje trataremos de dois temas importantíssimos que estão interligados, a JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA. Até agora já entendemos os princípios, o inquérito e a ação penal, mas ainda não sabemos quem é realmente a autoridade competente para julgar. Imaginemos uma situação em que Mévio sequestra Tícia no Rio de Janeiro, vai para São Paulo, permanece por dois meses na capital paulista e, posteriormente, foge para Minas Gerais onde mata a vítima. Neste caso onde Mévio deverá ser julgado? MG, SP ou RJ? Ao final desta aula você estará apto a responder a esta e muitas outras questões. Enfatizo que o assunto “jurisdição e competência” é bastante exigido pelas bancas e, não raras vezes, me deparo com alunos que sabem muito sobre o inquérito policial e a ação penal, mas que erram questões fáceis sobre este tema. Assim, ATENÇÃO TOTAL para mais esta aula que, sem dúvida, fará diferença na hora da sua PROVA. Durante esta aula, vocês verão alguns quadros com o título “CAIU EM PROVA”. Trata-se de um espaço destinado a questões simples que servirão para a fixação dos principais pontos. É uma forma de ressaltar o que de principal foi tratado. Ao final da aula, aí sim vocês terão a oportunidade de testar o aprendizado e verificar quais as dúvidas que devem ser sanadas no fórum. Procurem sempre iniciar com as questões sem gabarito e, somente após, confiram os comentários. Dito isto... Vamos agregar conhecimento. Bons estudos!!! ***************************************************************** 3.1 JURISDIÇÃO Para iniciar este tópico é importante o conhecimento da origem etimológica da palavra jurisdição que provém do latim júris (direito) e dictio (dizer), que significa a função de dizer o direito. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Para Pedroso, Jurisdição "é o poder de proclamar e aplicar o Direito, estendendo as normas, leis e princípios jurídicos cabíveis às hipóteses ocorrentes, dirimindo- se os litígios e restabelecendo-se a harmonia social". Manzini aduz que, "jurisdição é a função soberana, que tem por escopo estabelecer, por provocação de quem tem o dever ou o interesse respectivo, se, no caso concreto, é aplicável uma determinada norma jurídica: função garantida, mediante a reserva do seu exercício, exclusivamente aos órgãos do Estado, instituídos com as garantias da independência e da imparcialidade (juízes) e da observância de determinadas formas (processo, coação indireta)". EM RESUMO � A jurisdição nada mais é do que o poder atribuído com EXCLUSIVIDADE ao Judiciário de aplicar o Direito no caso concreto, através do devido processo legal. Ao instituir a jurisdição, o Estado objetiva garantir aos indivíduos a correta aplicação do Direito através de quem tem a obrigação de conhecê-lo. 3.1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS A jurisdição possui diversas características e em cada livro você encontrará algumas diferentes. O que esta divergência doutrinária importa para você? ABSOLUTAMENTE NADA, pois o que é importante é o que as bancas de prova exigem. Desta forma, seguem as características importantes para a sua PROVA: • SUBSTITUTIVIDADE � A vontade das partes é substituída pela vontade do órgão jurisdicional que declara o Direito ao caso concreto. Assim, por exemplo, se Tício inicia uma ação penal privada contra Mévio pelo crime de injúria, solicitando ao Juiz a aplicação de pena máxima, e Mévio nega o fato solicitando a total absolvição, o Juiz não precisará optar por um dos pedidos, podendo aplicar uma pena inferior à solicitada sem proclamar a absolvição. • DEFINITIVIDADE � A decisão proclamada pela autoridade judicial torna-se imutável quando do encerramento do processo. 3.1.2 PRINCÍPIOS Rege-se a Jurisdição pelos seguintes princípios: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO • PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL ��� Vimos este princípio aplicado ao Processo Penal na AULA 00 e aqui, para a jurisdição, valem os mesmos conceitos. Relembrando: Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz natural estabelece que ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente, representando a garantia de um órgão julgador técnico e isento, com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização judiciária de cada Estado. Juiz natural é, assim, aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência e imparcialidade. • PRINCÍPIO DA INVESTIDURA ��� A jurisdição só pode ser desempenhada por quem está investido no cargo de Juiz e no exercício de suas funções. Regra geral, tal investidura ocorre mediante concurso público. Assim, se cair na sua prova a seguinte questão: “Segundo o princípio da investidura, a jurisdição SÓ pode ser exercida por juiz legalmente investido através de Concurso Público” você dirá que a assertiva está........INCORRETA! Pois encontramos exceção no chamado QUINTO CONSTITUCIONAL previsto no art. 94 da Constituição Federal nos seguintes termos: Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. (grifo nosso). • PRINCÍPIO DA INDECLINABILIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ��� Nenhum Juiz pode retirar de si, “abrir mão”, da função jurisdicional (normalmente o termo utilizado em prova para este princípio é “o Juiz não poderá subtrair-se da função jurisdicional”) e nem a lei excluirá da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça ao direito (Art. 5º, XXXV da CF). DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO • PRINCÍPIO DA INÉRCIA DE JURISDIÇÃO (NE PROCEDAT JUDEX EX OFFICIO) ��� Você lembra quando falamos na aula 00 do princípio da iniciativa das partes? Por favor, não diga que não... rsrs Então, o princípio da inércia de jurisdição contém exatamente o mesmo conceito, ou seja, o órgão jurisdicional depende da iniciativa das partes para poder dar início à ação, não podendo proceder ex officio (diretamente, sem manifestação das partes). Perceba que aqui só temos uma mudança de denominação. • PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE ��� Decorrente do princípio do Juiz Natural, traz a garantia de que nenhum Magistrado poderá delegar a Jurisdição a outro órgão. • PRINCÍPIO DA IMPRORROGABILIDADE ��� Salvo em casos excepcionais que encontram previsão LEGAL, um Juiz não poderá invadir a competênciade outro. • PRINCÍPIO DA IRRECUSABILIDADE OU INEVITABILIDADE ��� Imaginemos uma audiência onde ficará definida a divisão de bens de um casal por ocasião da separação judicial. Normalmente o homem prefere um Juiz ou uma Juíza? E a mulher? Alguns responderão tanto faz, mas, normalmente, até por questões culturais, o homem prefere ser “julgado” por um Juiz e a mulher por uma Juíza, neste supracitado caso. Exatamente para evitar escolhas de cunho pessoal, através do conceito deste princípio as partes não podem recusar o Juiz, salvo em casos excepcionais. • PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE OU DA CORRELAÇÃO��� A sentença do Juiz deve corresponder ao pedido, guardando exata relação com o pedido incorporado na denúncia ou queixa. Podemos resumir o que vimos até agora da seguinte forma: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 3.2 COMPETÊNCIA Caro (a) aluno (a), até agora falamos da Jurisdição como o poder que detêm o Judiciário de dizer o Direito no caso concreto. Todavia, podemos dizer que todo Juiz pode julgar todas as causas (penais, eleitorais, civis, trabalhistas etc.)? Ou mesmo, podemos afirmar que um Juiz do RJ poderá julgar qualquer crime ocorrido em qualquer lugar? A resposta para as duas questões é NÃO, pois cada Magistrado possui uma competência, ou seja, uma parcela da Jurisdição. SIGNIFICADO PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS FUNÇÃO DE DIZER O DIREITO 1. JUIZ NATURAL 2. INVESTIDURA 3. INDECLINABILIDADE 4. INÉRCIA DE JURISDIÇÃO 5. INDELEGABILIDADE 6. IMPRORROGABILIDADE 7. IRRECUSABILIDADE 8. CORRELAÇAO 1. SUBSTITUTIVIDADE 2. DEFINITIVIDADE DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Competência, na doutrina tradicional, é o critério que define os limites jurisdicionais de cada órgão do Poder Judiciário. Nas palavras de THEODORO JÚNIOR citando JOSÉ FREDERICO MARQUES, hoje em dia não mais se confunde competência e jurisdição, pois aquela é "apenas a medida de jurisdição, isto é, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional". 3.2.1 FATORES DETERMINANTES DA COMPETÊNCIA JURISDICIONAL Dispõe o Código de Processo Penal sobre a competência: Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. Assim, podemos dizer que a competência pode ser analisada em razão do lugar (ratione loci), da pessoa (ratione personae), da natureza da infração (ratione materiae) e, nos casos em que a competência se estende por mais de uma jurisdição, pela prevenção, prerrogativa de função, distribuição e conexão ou continência. Vamos analisar os aspectos pertinentes a cada uma: **** A prerrogativa de função é um dos critérios utilizados para fixar a competência no processo penal. GABARITO: CORRETA CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 3.2.1.1 PREVENÇÃO Começaremos tratando da definição da prevenção, pois este conhecimento será necessário em praticamente todos os outros tipos de competência jurisdicional. Observe: Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. (grifo nosso). Do exposto, podemos resumir que a competência pela prevenção será aplicada para solucionar o caso quando dois Juízes forem igualmente competentes. Nas palavras de Fernando Capez, trata-se de uma prefixação da competência, que ocorre quando o Juiz toma conhecimento da prática de uma infração penal antes de qualquer outro igualmente competente. Exemplos de prevenção: Decretação da prisão preventiva, pedido de explicações em juízo, concessão de fiança etc. OBSERVAÇÂO IMPORTANTE � Não ocorre prevenção em pedido de habeas corpus e remessa de cópia de auto de prisão em flagrante, dentre outros. Assim, está INCORRETO afirmar que qualquer ato do Magistrado ocasiona a prevenção. 3.2.1.2 O LUGAR DA INFRAÇÃO O foro do lugar, como bem nos diz Pimenta Bueno, é sem dúvida o foro mais racional. Se naquele local o Direito foi violado, ali deverá ocorrer a ação social para punir o criminoso. O lugar da infração constitui a REGRA GERAL para a determinação da competência conforme o CPP: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (grifo nosso) DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO O artigo 70 do Código de Processo Penal adota claramente a chamada Teoria do Resultado, segundo a qual o releva-se o lugar da produção do resultado. Em contrapartida, o Código Penal, ao definir o lugar do crime (art. 6°), estabelece que "considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado", consagrando, para o Direito Penal, a Teoria da Ubiquidade. Sobre o tema, manifesta-se Mirabete asseverando que "a superveniência da Lei n° 7.209 de 11-7-84, que deu nova redação à Parte Geral do Código Penal, não alterou a regra do artigo 70, caput, do CPP, já que o artigo 6° daquele Estatuto refere-se ao lugar do crime para os efeitos de direito penal e não como regra de competência”. Assim, prevalece para a determinação da competência o lugar da consumação do crime, onde, em consonância com o artigo 14, inciso I, do próprio Código Penal, é possível reunir todos os elementos para a definição do delito. Nesse sentido, exemplificando, a Súmula 200 do STJ orienta que "o juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o lugar onde o delito se consumou". **** No processo penal, a competência será determinada, de regra, pelo lugar da infração. GABARITO: CORRETA **** Em regra, a competência é determinada pelo lugar em que se consumar a infração; no caso de tentativa, pelo lugar onde foi praticado o primeiro ato de execução. GABARITO: ERRADA (último ato de execução) CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor:Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Agora imaginemos a seguinte situação: Mévio envia uma carta injuriosa para Tícia, sua ex-namorada residente em Londres. Neste caso, temos um delito começando no território nacional e se consumando no exterior. Para essas situações em que temos delitos envolvendo o Brasil e outro país, dispõe o CPP: Art.70 [...] § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. Do exposto, podemos resumir: ****Tratando-se de competência territorial pelo lugar da infração, em regra, o CPP adotou a teoria da atividade. GABARITO: ERRADA (Teoria do Resultado) ****Nos crimes qualificados pelo resultado, por força da teoria da atividade, adotada pelo CPP, o foro competente é o do local da prática da ação, independentemente do local em que se consumou o delito. GABARITO: ERRADA (Teoria do Resultado) CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Assim, se um sequestro tem início no RJ, depois o criminoso vai se esconder em SP e finalmente é descoberto pela polícia em MG, teremos o Juízo definido pela prevenção. Exemplo prático e interessante: Finalizando este tópico, analise a situação: Tício, morador do Rio de Janeiro, resolveu viajar para São Paulo a fim de realizar compras na Rua 25 de março. Chegando ao local, emitiu um cheque no valor de R$5.000,00 sabendo que não detinha suficiente provisão de fundos. Neste caso, o foro competente para o julgamento do crime de estelionato será SP ou RJ? Observe o que nos diz o STF: SÚMULA 521 � O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. (No exemplo o RJ). Isso ocorre porque é no lugar em que é negado o pagamento do cheque (praça de origem) que irá se consumar o prejuízo da vítima, ou seja, não importa onde ele depositou o cheque e sim de onde o dinheiro deveria sair. 3.2.1.3 O DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU O CPP inicia o tratamento do assunto deixando bem claro o caráter subsidiário da definição de competência pelo domicílio ou residência do réu, observe: Tratando-se de crime permanente ou continuado, praticado em território de duas ou mais jurisdições, a competência, no processo penal, firmar-se-á pela prevenção. GABARITO: CORRETA CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. (grifo nosso). Entretanto, este caráter subsidiário é extremamente atenuado a partir da aplicação da regra prevista no Art. 73 do CPP, item este IMPORTANTÍSSIMO PARA PROVA!!! Observe: Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. (grifo nosso). É óbvio, mas interessante ressaltar, que a regra acima não será aplicada no caso de ação penal privada subsidiária da pública e, muito menos, nas públicas condicionadas ou incondicionadas. ****No processo penal, a competência será determinada, de regra, pelo lugar do domicílio do réu. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! ****Pode o ofendido, em crime de ação penal privada, oferecer a queixa no foro do domicílio ou residência do réu, ou no lugar da infração, de acordo com a sua conveniência. GABARITO: CORRETA ****A competência, no processo penal, será, quanto à ação penal privada subsidiária da pública, em qualquer caso, determinada pelo domicílio ou residência do réu. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Finalizando, o CPP trata de duas importantes situações: 1 - O RÉU POSSUÍ MAIS DE UMA RESIDÊNCIA � A competência é determinada pela prevenção. Observe: Art. 72. [...] § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 2 - O RÉU POSSUI RESIDÊNCIA DESCONHECIDA � Será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Veja: Art. 72. [...] § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 3.2.1.4 NATUREZA DA INFRAÇÃO Diz o Prof. Mirabete que, determinada a competência pelo lugar da infração ou, eventualmente, pelo domicílio ou residência do réu (ratione loci), é preciso fixá-la em razão da matéria (ratione materiae), ou seja, deve-se verificar se é da competência da Justiça Especial (Militar, Eleitoral etc.) ou da Justiça Comum (Federal ou Estadual). Dirimida essa questão referente à competência do Juízo, deve-se buscar, na hipótese de haver vários juízes, aquele competente em razão da natureza da infração, caso não tenham todos a competência plena (para todas as infrações), hipótese em que é ela determinada pela distribuição. Assim, podemos definir a competência em razão da matéria como o poder que tem Juiz ou Tribunal para conhecer de uma determinada infração, em razão da sua natureza ou da pena que a lei lhe comina. Sobre o assunto o Código de Processo Penal dispõe: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. É a lei de organização judiciária (federal ou estadual) que vai determinar a competência do juiz, podendo estabelecer critérios variados para a divisão, tais como: a qualidade da pena principal (reclusão, detenção, multa); o elemento subjetivo (crimes dolosos e culposos); a natureza da infração penal (crimes, contravenções);o bem jurídico protegido (vida, integridade corporal, patrimônio, fé pública etc.); a espécie da lei penal (comum, especial) etc. Não obstante a margem de liberdade conferida às leis de organização judiciária, a Constituição Federal assegura para o Júri a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, incluindo-se, portanto, o crime de genocídio. Observe como o CPP dispõe sobre o tema: Art. 74. [...] § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. Para finalizar este tópico, vamos tratar da hipótese de ocorrência da desclassificação do crime. Observe o disposto no CPP: Art. 74. [...] DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO LEIS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA Primeiramente, as normas de organização judiciária estão presentes na Constituição Federal. A Carta Magna é a maior responsável pela distribuição de competências para o exercício do poder do Estado; impõe normas referentes à competência para legislar em tema de organização judiciária. Em segundo lugar, considerando que cada Estado pode organizar a sua Justiça, o Código de Processo Civil, o Código de Organização Judiciária de cada Estado e o Regimento Interno do Tribunal de Justiça Estadual delinearão a estrutura do Poder Judiciário local. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o). Existem determinadas situações em que, no decorrer do processo, é dado ao fato delituoso classificação diversa da prevista na inicial (denúncia ou queixa). Seria o caso, por exemplo, de um processo que inicialmente tratava de homicídio culposo e no seu decorrer verificou-se claramente a ocorrência de um homicídio doloso. Neste caso, deverá o magistrado remeter os autos ao Juiz competente para os processos que devem ser decididos pelo Júri. Todavia, deve-se atentar que o próprio texto do CPP traz uma exceção a esta regra, pois se a jurisdição do Juiz que desclassifica a infração for mais graduada que a do Juiz competente, terá ele sua competência prorrogada, continuando, assim, com o processo até o final. AATTEENNÇÇÃÃOO CCOOMM EESSTTEE IITTEEMM,, PPOOIISS AAPPAARREECCEE MMUUIITTOO EEMM PPRROOVVAA!!!!!! 3.2.1.5 DISTRIBUIÇÃO Sobre este critério de definição da competência jurisdicional não há muito o que explicar, pois trata do caso em que, havendo mais de um Juiz competente no foro do processo, a distribuição do mesmo determinará qual Magistrado será o responsável. Observe: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. Exemplificando: 3.2.1.6 CONEXÃO Existem determinadas situações em que em um delito temos fatos que guardam relação entre si. Para estes casos deve-se, preferencialmente, unir os processos a fim de primar pela celeridade processual e evitar decisões diferentes para o mesmo caso. JUIZ 01 JUIZ 02 PROCESSO DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Assim, imagine que em um jogo de futebol dez torcedores cometeram atos de vandalismo quebrando parte do estádio. É interessante que todos sejam julgados no mesmo processo pelas razões acima apresentadas. Sobre o tema, FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO assinala, com precisão e segurança, que Conexão é sinônimo de relação, coerência, nexo. Logo, pode-se dizer que a conexão de que trata o Código de Processo Penal é o nexo, a relação recíproca que os fatos guardam entre si e, em face do vínculo existente entre eles, devem ser apreciados num só processo, possibilitando um só quadro probatório e, ao mesmo tempo, evitando decisões díspares ou conflitantes. Podemos classificar a conexão em: a) CONEXÃO INTERSUBJETIVA, que se subdivide em: • Intersubjetiva por simultaneidade � Definida no Art. 76, I (primeira parte) do CPP: Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas [...] Exemplo: Imaginemos uma final de campeonato brasileiro, Corinthians e Avaí no Pacaembu e o empate favorecendo o time da casa. Aos 48 minutos do segundo tempo, o árbitro apita um pênalti para o Avaí, que converte a cobrança. A torcida do Corinthians, revoltada, impulsivamente e sem ajuste prévio, começa a destruir o estádio. Neste caso, é interessante que todos os infratores sejam julgados no mesmo processo, configurando a conexão intersubjetiva por simultaneidade. • Intersubjetiva por concurso � Definida no Art. 76, I (segunda parte) do CPP: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, [...] por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar [...] Exemplo: Pensemos em uma quadrilha que efetua um seqüestro. Um indivíduo é responsável pelo planejamento, outro pela execução, um terceiro fica só vigiando o local no momento do delito, outro fica responsável pela negociação do resgate e assim por diante. Nesta situação, todos deverão compor o mesmo processo penal, configurando conexão intersubjetiva por concurso. • Intersubjetiva por reciprocidade � Definida no Art. 76, I (parte final) do CPP: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, [...] por várias pessoas, umas contra as outras; Exemplo: Briga entre dois grupos rivais, ocasionando lesões corporais recíprocas. b) CONEXÃO OBJETIVA � Prevista no Art. 76, II do CPP nos seguintes termos: Art. 76. A competência será determinada pela conexão: [...] II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; Exemplo 01: Tício mata Mévia, sua esposa. No momentoem que estava retirando o corpo da casa, aparece a melhor amiga de Mévia e Tício a mata visando garantir sua impunidade. Exemplo 02: Caio, vendedor de livros e DVDs piratas, mata um policial a fim de garantir a venda dos produtos aos clientes. Tal delito foi cometido visando facilitar a execução de outro, caracterizando a conexão objetiva. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO c) CONEXÃO INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA � Prevista no Art. 76, III do CPP: III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Exemplo: Tício furtou o relógio de Caio. Mévio comprou o relógio tendo conhecimento de que era roubado (delito de receptação). Neste caso, podemos falar em conexão probatória, pois a prova do furto influi na prova da receptação. ****Ocorre a conexão intersubjetiva concursal quando duas ou mais infrações tiverem sido praticadas ao mesmo tempo e por várias pessoas reunidas, ainda que sem liame subjetivo entre as condutas. GABARITO: INCORRETA ****Ocorre a conexão probatória quando a infração é praticada para facilitar ou ocultar outra, ou ainda para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer uma delas. GABARITO: INCORRETA ****A competência é determinada pela conexão material ou lógica quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias influir na prova de outra. GABARITO: INCORRETA CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 3.2.1.7 CONTINÊNCIA Falamos bastante sobre conexão e dissemos que ela ocorre quando do nexo entre ações ou provas. Tratamos, como exemplo da conexão, da tão comum briga de torcida e neste ponto cabe um importante questionamento: É possível aplicar um processo para cada indivíduo? A resposta é SIM, pois eles podem ser individualizados. É claro que, como vimos, é melhor que os processos sejam unidos para não haver, por exemplo, divergência nas penas. Todavia, não é por isso que podemos afirmar que o processo não é passível de separação. Neste ponto reside a principal diferença entre a conexão e a continência, pois nesta última (continência) um delito está CONTIDO no outro, não sendo possível a separação. Vamos começar a compreender... Caros companheiros de estudo, até aqui tudo tranquilo? Sei que o assunto é cheio de detalhes, mas são eles que farão diferença na hora da prova. Assim, beba uma água, respire fundo e vamos em frente que todo esforço será recompensado em breve!!! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO O CPP traz em seu texto as seguintes hipóteses de continência: Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. No primeiro caso trazido pelo CPP, temos um único crime (uma única conduta) e várias pessoas sendo acusadas dele. Exemplo claro é o crime de rixa, no qual ocorre uma briga entre três ou mais pessoas, em que é impossível identificar a existência de grupos distintos. Trata-se de uma briga desordenada, de todos contra todos. Aqui, caro aluno, deve estar surgindo o questionamento: Mas professor, aqui não é o mesmo caso da conexão intersubjetiva por reciprocidade? E a resposta é NÂO, pois no caso da briga entre grupos rivais temos o delito de lesão corporal ou até homicídio, que pode ser individualizado (dois ou mais delitos sendo cometidos). Diferentemente, quando falamos da rixa não temos grupos rivais e sim três ou mais indivíduos brigando, sem ser possível identificar grupos. Neste caso, os brigões terão obrigatoriamente que estar em um mesmo processo para ser caracterizada a RIXA. Há um só crime praticado, NECESSARIAMENTE por três ou mais agentes (co-autores de um MESMO DELITO). ****A competência será determinada pela continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas pelo mesmo crime. GABARITO: CERTA CAIU EM PROVA! DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO No segundo caso, o artigo 77 diz que a competência é determinada pela continência "no caso de infração cometida nas condições previstas nos art. 51, § 1°, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal". A referência é feita a dispositivos originais do Código Penal, agora substituídos pelos art. 70, 73 e 74 da nova Parte Geral. Podemos então dizer que o inciso II do art. 77 garante a aplicação da continência aos seguintes casos: 1 - AO CONCURSO FORMAL DE CRIMES EM QUE, COM UMA MESMA CONDUTA, O AGENTE PRATICA DOIS OU MAIS CRIMES (ART. 70); Exemplo: Um indivíduo dirigindo com um velocidade 50% acima da permitida perde o controle do veículo e atropela 05 pessoas � Uma conduta gerando 05 homicídios culposos. 2 - AO ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) EM QUE, POR ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, O AGENTE, ALÉM DE ATINGIR A PESSOA QUE PRETENDIA OFENDER LESA OUTRA (ART. 73, 2ª PARTE); Exemplo: Tício dispara contra Mévio e, além dele, acerta Caio que passava pelo local. 3- AO RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO CRIMINIS) EM QUE, FORA DA HIPÓTESE ANTERIOR, O AGENTE ALÉM DO RESULTADO PRETENDIDO, CAUSA OUTRO (ART. 74, 2ª PARTE). Exemplo: Mévio joga uma pedra visando quebrar a janela de sua vizinha. A janela quebra e a pedra acerta Tícia que passava naquele momento por ela. Até aqui podemos resumir o assunto Conexão e Continência da seguinte forma: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO CONEXÃO INTERSUBJETIVA OBJETIVA INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA POR SIMULTANEIDADE POR CONCURSO POR RECIPROCIDADE NEXO ENTRE DUAS OU MAIS INFRAÇÕES (PLURALIDADE DE CONDUTAS) CONTINÊNCIA DUAS OU MAIS PESSOAS + UMA INFRAÇÃO EM RAZÃO DE CONCURSO FORMAL ABERRATIO ICTUS ABERRATIO DELICTI O FATO É O MESMO OU A CONDUTA É UMA SÓ DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br24 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 3.2.1.8 REGRAS ESPECIAIS DA CONEXÃO E CONTINÊNCIA A reunião dos processos poderá ocasionar uma prorrogação de competências em relação a um dos crimes. “Mas, como assim, professor?” Vamos exemplificar: Imaginemos que um furto qualificado ocorreu em SP e a receptação foi consumada em MG. Aqui temos um exemplo de conexão, concorda? Mas qual será o juízo competente, SP ou MG ? Exatamente para dirimir este tipo de dúvida dispõe da seguinte forma o CPP: Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. Podemos resumir da seguinte forma: DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Visto o quadro, já podemos responder à pergunta do início do tópico. Será competente MG ou SP? Como são jurisdições de mesma categoria, teremos que seguir os critérios de desempate, ou seja, será competente o estado no qual foi praticado o delito com a pena mais grave. No exemplo, SP. TIME 01 TIME 02 VENCEDOR Competência do Júri X Jurisdição Comum JÚRI JURISDIÇÃO 01 X JURISDIÇÃO 02 EMPATE CRITÉRIOS DE DESEMPATE: 1-Pena mais grave 2-Maior número de infrações 3-Prevenção JURISDIÇÃO– SÉRIE A X JURISDIÇÃO– SÉRIE B JURISDIÇÃO – SÉRIE A (MAIOR GRADUAÇÃO) JURISDIÇÃO COMUM X JURISDIÇÃO ESPECIAL JURISDIÇÃO ESPECIAL MESMA CATEGORIA OBSERVAÇÃO – SÚMULA 122 DO STJ COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL O PROCESSO E JULGAMENTO UNIFICADO DOS CRIMES CONEXOS DE COMPETÊNCIA FEDERAL E ESTADUAL, NÃO SE APLICANDO A REGRA DO ART. 78, II, "A", DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO OBSERVAÇÂO PARA ACALMAR: É claro que você não precisa saber a penalização para todos os crimes. Se a banca exigir a utilização dos critérios de desempate ela deixará bem claro qual delito tem uma penalização maior. UFAAAA!!! 3.2.1.9 SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS No Direito, praticamente nenhum conceito é absoluto e com relação à conexão e à continência não será diferente. Vimos até agora que nos citados casos a regra é a unidade do processo, mas o CPP traz algumas exceções. Observe: Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. [...] Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. (grifo nosso). OBS: REGRA GERAL, O MILITAR SERÁ JULGADO NA JUSTIÇA MILITAR E O CIVIL, NA COMUM OBS: DEVIDO À INIMPUTABILIDADE DO MENOR DE 18 ANOS FICA EVIDENTE A NECESSIDADE DE SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 3.2.1.10 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DA FUNÇÃO Existem no nosso ordenamento jurídico determinados cargos que gozam do chamado foro privilegiado, ou seja, quando cometem um delito, os ocupantes destes cargos não serão julgados segundo as regras de competência aplicadas à maioria dos cidadãos. Segundo Mirabete, “Fala-se em competência ratione personae (em razão da pessoa), quando o Código deixa bem claro que a competência é ditada pela função da pessoa, tendo em vista a dignidade do cargo exercido e não do indivíduo que o exerce. É usual também o nome de foro privilegiado, agora mais aceitável, já que a Constituição Federal de 1988 não menciona proibição ao "foro privilegiado", mas apenas a "juízo ou tribunal de exceção" (art. 5°, XXXVII).” Agregando à definição de Mirabete, observe os seguintes julgados: ****Ocorrendo um crime de competência da Justiça Militar e outro de competência da Justiça Comum, será competente a Justiça Militar para o julgamento dos dois crimes. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! OBS: PERCEBA QUE SÃO TRÊS POSSIBILIDADES DE SEPARAÇÃO FACULTATIVA PREVISTAS NO ART. 80: 1-QUANDO AS INFRAÇÕES TIVEREM SIDO PRATICADAS EM CIRCUNSTÂNCIAS DE TEMPO OU DE LUGAR DIFERENTES; 2-QUANDO PELO EXCESSIVO NÚMERO DE ACUSADOS E PARA NÃO IHES PROLONGAR A PRISÃO PROVISÓRIA; 3 - MOTIVO RELEVANTE. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO O Código de Processo Penal trata do tema afirmando que a competência por prerrogativa de função é do STF, STJ, dos TRF e dos TJ dos Estados e do Distrito Federal relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. Observe: Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade STJ, HC 99.773/RJ, DJ 03.03.2008 O foro especial por prerrogativa funcional não é privilégio pessoal do seu detentor, mas garantia necessária ao pleno exercício de funções públicas, típicas do Estado Democrático de Direito. É técnica de proteção da pessoa que o detém, em face de dispositivo da Carta Magna, significando que o titular se submete a investigação, processo e julgamento por órgão judicial previamente designado, não se confundindo, de forma alguma, com a idéia de impunidade do agente. STF, AgR Inq. 2.268/DF, DJ 15.06.2007, Informativo 471 Com a perda do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou denunciado, cessa a competência penal originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas de prerrogativa de foro ou função. STF, Inq. 2.295/MG, DJE 05.06.2009 Uma vez iniciado ojulgamento de Parlamentar no STF, a superveniência do término do mandato eletivo não desloca a competência para outra instância. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Regra interessante é a prevista no Art. 85 nos seguintes termos: Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Vamos compreender o supracitado artigo: Digamos que Tício diz a um Ministro de Estado que ele é corrupto. O ministro resolve, então, ingressar com uma ação contra Tício por crime contra a honra. Como Tício não goza de foro privilegiado, a ação será proposta na Justiça comum. Entretanto, se Tício conseguir provar o que está dizendo, obviamente não será condenado. Assim, no decurso do processo, o réu pode opor a exceção da verdade, ou seja, comprovar aquilo que disse. Neste caso, o julgamento caberá ao juízo competente para julgar o querelante (ofendido), pois a comprovação de Tício poderá dar ensejo até mesmo a uma ação penal contra o Ministro. Podemos resumir a competência pela prerrogativa de função da seguinte forma: Autoridade Crime comum Crime de responsabilidade Presidente da República STF Senado Federal Vice-Presidente STF Senado Federal Deputados Federais e Senadores STF Casa respectiva a que pertence Ministros do STF STF Senado Federal Procurador Geral da República STF Senado Federal DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica STF STF Se conexo com o Presidente: Senado Federal Advogado-Geral da União STF Senado Federal Ministros de Tribunais Superiores (STJ, TSE, STM e TST) STF STF Chefes de missão diplomática de caráter permanente STF STF Embaixador brasileiro STF STF Ministros do TCU STF STF Membros de TRT, TRE, TCE, TCM e TRF’s STJ STJ Desembargadores Federais e Estaduais STJ STJ Juízes Federais TRF TRF DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO ***************************************************************** Caro(a) aluno(a), Chegamos ao final de mais uma aula e posso dizer, sem dúvida, que após o estudo cuidadoso e consequente entendimento do que aqui foi exposto você terá um verdadeiro diferencial para a prova. Como conversamos no início da aula, muita gente não dá a atenção necessária ao tema Jurisdição e Competência e, por isso mesmo, é um assunto explorado constantemente pelas bancas (conforme demonstrado durante a aula com exercícios de provas anteriores). Sendo assim consolide e complemente o aprendizado com os exercícios e garanta importantes pontos em sua PROVA. Abraços, bons estudos e até a próxima aula, Pedro Ivo pedro@pontodosconcursos.com.br "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações”. (Vincent Van Gogh) ********************************************************************************************************** DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA DA COMPETÊNCIA Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sidoumas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152. § 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar: I - os seus ministros, nos crimes comuns; II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República; III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 1. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A competência é, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Reproduz o art. 70 do CPP. 2. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência da vítima. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Segundo o art. 72 do CPP, "não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do RÉU." 3. (CESPE / Procurador - PGM-RR / 2010) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será firmada pelo domicílio da vítima. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 72, não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 4. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Caso determinada autoridade do estado do Rio Grande do Norte, detentora de foro especial por prerrogativa de função no TJRN, cuja previsão encontra-se apenas na respectiva constituição estadual, cometa crime doloso contra a vida, a competência para processá-la e julgá-la deve ser do tribunal do júri. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: A competência do Tribunal do Júri haurida diretamente da Constituição Federal, prevalece sobre competência estabelecida por Constituição Estadual. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 5. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Por se tratar de hipótese de competência criminal absoluta, verificada a ocorrência de conexão entre delitos diversos, deve ser determinada a reunião dos processos, ainda que um deles já tenha sido julgado, sob pena de nulidade, que pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Segundo o art. 82 do CPP, se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processossó se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. 6. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Tratando-se de competência territorial pelo lugar da infração, em regra, o CPP adotou a teoria da atividade. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: O CPP adotou, em regra, a teoria do resultado: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 7. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Caso o lugar da infração seja desconhecido, a competência será regulada pelo domicílio ou residência do réu. GABARITO: CERTA. COMENTÁRIOS: Conforme constatamos pela leitura do art. 72 do CPP, não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 8. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Para a determinação da competência em matéria processual penal, o CPP adotou a teoria da atividade, de modo que a competência será determinada pelo local da ação ou da omissão, ainda que outro seja o local do resultado. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A assertiva está incorreta, pois a regra geral, aplicada aos crimes consumados, é que a competência será determinada pelo local do resultado (teoria do resultado). Já quanto aos crimes tentados, o CPP adotou a teoria da atividade (art. 70, caput, parte final, do CPP). 9. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. GABARITO: CERTA. COMENTÁRIOS: Reproduz o art. 81 do CPP: Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. Em um breve aprofundamento do tema, trata-se do princípio da "perpetuatio jurisdictionis" previsto no art. 81 do CPP. Pacelli faz uma observação interessante sobre esse princípio: segundo ele, a "perpetuatio" guarda relação com o princípio da identidade física do juiz, ou seja, o juiz que participou de toda a instrução probatória e no final absolve o réu ou desclassifica infração que determinou a conexão dos processos, por uma questão lógica e para evitar o descarte dos atos processuais já praticados, deve continuar sendo competente para julgar as causas conexas. 10. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado o último ato de execução. GABARITO: ERRADA DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 71, será determinada pela prevenção. 11. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será firmada pela prevenção. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 72, será firmada pelo domicílio ou residência do réu. 12. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) A competência será determinada pela conexão quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Trata-se da continência e não da conexão. 13. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa não torna o juízo prevento para a futura ação penal relativa a tais diligências. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Nos termos do parágrafo único do art. 75, todas essas providências tornam prevento o juízo. 14. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que, no processo da sua competência própria, o juiz profira sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, ele continuará competente em relação aos demais processos. GABARITO: CERTA. COMENTÁRIOS: A questão reproduz o art. 81 do CPP. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO 15. (CESPE / OAB / 2007) Com a perda do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou denunciado, não cessa a competência penal originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas de prerrogativa de foro ou função. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria o atual entendimento do STF segundo o qual a perda do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou denunciado, cessa a competência penal originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas de prerrogativa de foro ou função (STF, AgR Inq. 2.268/DF, DJ 15.06.2007, Informativo 471). 16. (CESPE / OAB / 2009) Compete ao STF processar e julgar originariamente o presidente da República nas infrações penais comuns. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Essa questão exige o conhecimento das competências por prerrogativa de função definidas na Constituição Federal. Ver quadro apresentado na aula. 17. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Caso diversas infrações sejam praticadas por diversas pessoas, umas contra as outras, configurar-se-á conexão intersubjetiva por reciprocidade. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Fala-se em conexão intersubjetiva quando houver necessariamente vários crimes E vários agentes, pouco importando se esses se uniram em concurso, reciprocidade ou simultaneidade. a) Conexão intersubjetiva por concurso: duas ou mais infrações penais praticadas por várias pessoas em concurso; b) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: duas ou mais infrações penais cometidas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras; 18. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Entre juízes igualmente competentes, ou com competência cumulativa, a competência será fixada por prevenção, definida pela prática anterior de qualquer ato ou medida, ainda que na fase pré-processual ou de inquérito. DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Questão baseada no artigo 83 do CPP. Veja: Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts.70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). 19. (CESPE / Juiz - TJ-AL / 2008) Tratando-se de infração permanente, praticada no território de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pelo local da prática do último ato de execução. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria o art. 71, do CPP, segundo o qual, tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 20. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) Viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função do outro denunciado. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria a súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 21. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) A competência constitucional do tribunal do júri não prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecida exclusivamente pela Constituição estadual. GABARITO: ERRADA DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO COMENTÁRIOS: Contraria a súmula 721 do STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. 22. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) O processo e julgamento dos crimes conexos de competência federal, eleitoral e estadual compete à justiça federal, uma vez que prevalece a justiça especial em relação à comum. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A Justiça Federal não é justiça especial, mas sim comum. A Justiça Eleitoral é especial. 23. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Ocorre conexão intersubjetiva por simultaneidade quando vários agentes cometem crimes, uns contra os outros. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A hipótese de vários agentes que cometem crimes, uns contra os outros, enquadra-se na conexão intersubjetiva por reciprocidade, e não simultaneidade. 24. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Em caso de crimes continuados ou permanentes, cuja execução se prolonga no tempo, podendo atingir o território de mais de uma jurisdição, a competência será da justiça federal. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 25. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Em caso de conexão entre crime de competência do juizado especial criminal e crime de competência do juízo comum, prevalecerá a competência deste último, que deverá aplicar os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. GABARITO: CERTA DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO COMENTÁRIOS: Quando houver conexão de crime de menor potencial ofensivo, de competência do juizado especial, e outro crime mais grave, de competência de vara criminal, prevalece a competência desta última. No entanto, nada impede, que este juízo aplique as regras da Lei nº 9.099/95 ao crime de menor potencial ofensivo, dentre elas a transação penal e a composição de danos civis. 26. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) A competência territorial se fixa prioritariamente pelo local em que se consumou a infração, sendo que, no caso de crimes continuados ou permanentes, praticados em mais de uma jurisdição, será competente o titular da jurisdição sobre o último, ou mais recente, local de execução. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção (art. 71 do CPP). 27. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Será competente por conexão o juízo sob cuja jurisdição territorial for cometido o crime ao qual for cominada a pena mais grave, quando, havendo duas ou mais infrações consumadas em locais diversos, para as quais sejam isoladamente competentes diferentes juízos de uma mesma categoria, estas houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Conforme o art. 76, II, do CPP, a competência será determinada pela conexão se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas (é a chamada conexão objetiva, material, teleológica ou finalista) Complementando, dispõe o art. 78, do CPP, que na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 28. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) Conforme entendimento sumulado do STF, quando o foro por prerrogativa de DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO função for estabelecido exclusivamente pela constituição estadual, prevalecerá o juízo natural previsto na CF, ou seja, a competência do tribunal do júri, para os crimes dolosos contra a vida, por exemplo. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Conforme já analisamos, a competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função, estabelecido exclusivamente pela constituição estadual (STF, súmula 721). 29. (CESPE / Analista - TJ-AC / 2012) Admite-se a fixação da competência ratione loci pelo domicílio ou pela residência do réu quando não for conhecido o lugar da infração ou nos casos de exclusiva ação privada, em que o querelante poderá preferir o foro do domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento dos arts. 72 e 73, do CPP: Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 30. (CESPE / Analista - TRE-RJ / 2012) A competência será determinada pela prevenção se houver dois ou mais juízes competentes e um deles tiver antecedido aos outros na prática de alguma medida relativa ao processo, ainda que em fase anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 83, do CPP, verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c). Assim, a prevenção nada mais é do que a fixação de competência por meio de um ato concreto antecipado aos demais, ou seja, é a fixação de competência entre
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