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História Americana 3

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EA
D
América Pré-colombiana: 
a Mesoamérica 
e os Astecas 3
ObjEtivOs1. 
Demonstrar as principais características das sociedades •	
pré-colombianas mesoamericanas.
Apresentar e identificar as principais características políti-•	
cas, sociais e econômicas dos astecas.
COntEúDOs2. 
Toltecas e a organização política no vale central do Méxi-•	
co.
Astecas: sociedade, economia, política e cultura.•	
OriEntAçãO pArA O EstuDO DA uniDADE3. 
Não deixe de ler a orientação a seguir para aproveitar me-
lhor os seus estudos.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
118
Para conhecer um pouco mais sobre os mitos e as lendas 1) 
dos povos pré-colombianos, leia a obra Mitos y Leyen-
das de los Aztecas, Incas, Mayas y Miuscas, de Walter 
Krickeberg (México: Fondo de Cultura Económica, 1995). 
Caso você se interesse, para comparar tais histórias com 
a mitologia dos indígenas norte-americanos, leia o livro 
Historias Magicas de los Índios Pieles Rojas, de R. Beni-
to Vidal (Madrid: Edimat, 2003 – Coleção Enigmas de la 
Historia). 
intrODuçãO à uniDADE4. 
Ao longo de sua história pré-colombiana, a região central do 
México abrigou importantes povos, que se configuraram em forma 
de estados ou impérios organizados de maneira urbana. Na unida-
de anterior, vimos como a cidade de Teotihuacán, primeira grande 
civilização do México central, desempenhou uma influência signi-
ficativa sobre os demais povos da região mesoamericana.
Nesta unidade, veremos os outros dois grupos sociais que 
construíram verdadeiros impérios militares, estendendo domínios 
para além da região central: os toltecas e os astecas.
Desde já, é importante ressaltar que, além da proximidade 
geográfica e da influência cultural, os toltecas serviram como um 
importante referencial político aos astecas. A elite imperial asteca 
construiu sua legitimidade baseada em uma possível hereditarie-
dade de seus reis dos reis toltecas de menos de um século antes.
Assim, podemos dizer que a forma de os astecas organiza-
rem seu império, bem como o plano de sua expansão imperial, 
espelhou-se na civilização tolteca. Para entender melhor a orga-
nização asteca, é preciso recorrer a algumas características gerais 
dos toltecas.
Na Figura 1, veja o mapa do império asteca, com os seus limi-
tes geográficos e as suas principais cidades.
119© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Figura 1 Mapa do império asteca.
O vALE CEntrAL DO MÉXiCO E Os tOLtECAs5. 
Do declínio do período clássico dos maias ao apogeu asteca, 
desenvolveu-se uma sociedade que merece destaque: a tolteca. 
Localizada a 60 quilômetros do vale do México, sua capital chama-
va-se Tula.
A origem dos toltecas está diretamente vinculada aos chichi-
mecas do norte. A denominação “chichimeca” era utilizada para 
fazer referência a grupos "bárbaros", quase como os gregos faziam 
com os povos não helenos (cf. SOUSTELLE, 1962, p. 16). 
Os chichimecas geralmente viviam da caça e da coleta. Para 
Cardoso (1990, p. 73):
[...] o início da civilização dos toltecas está vinculado à migração 
de grupos chichimecas vindos do norte, que fizeram irrupção vio-
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
120
lenta no planalto central mexicano a princípios do século X d.C., 
terminando, porém, por sedentarizar-se, assimilando a herança te-
otihuacana através do contato e mistura com povos locais.
A migração de grupos oriundos da etnia chichimeca e sua 
miscigenação com povos da região deram origem aos toltecas. Por 
conta disso, não é de se admirar que os toltecas possuíssem alguns 
deuses e algumas divindades do panteão teotihuacano e, também, 
próprios da região central do México, como Quetzalcoátl.
Em menos de três séculos, os toltecas expandiram sua influ-
ência política e cultural a vários pontos da Mesoamérica. Constru-
íram um vasto império, composto por alianças com outros reinos 
e confederações. Dessa forma, ocuparam o norte de Veracruz, an-
tiga região olmeca; dominaram a região de Oaxaca, onde os mis-
tecas haviam construído um reino em cima das ruínas zapotecas; 
e conquistaram a península de Yucatán, onde se encontrava a já 
fragmentada sociedade maia.
Tula, a capital do império, seguindo a tradição mesoameri-
cana iniciada pelos olmecas, também possuía praças cerimoniais 
rodeadas por plataformas de terra. No entanto, para além da tra-
dição, os toltecas trouxeram inovações para o campo arquitetôni-
co. No quadro das imponentes construções mesoamericanas, pela 
primeira vez, foi utilizada a madeira para a construção de tetos 
com vigas suportadas por pilares de pedra. Conforme descreve 
Meggers (1979, p. 90):
[...] um novo fator arquitetônico foi a construção de teto sobre vi-
gas de madeira, sustentadas por colunas de pedra [...], algumas das 
quais eram representações gigantescas de guerreiros equipados 
com propulsores de dardos e escudos. Frisos com jaguar, coiote, 
águia e motivos de crânios decoravam a parede.
Na Figura 2, você pode observar a plataforma escalonada lo-
calizada na cidade de Tula e, na Figura 3, em destaque, os guerrei-
ros que ficam sobre o Templo. 
121© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Figura 2 Plataforma escalonada, em Tula.
Figura 3 Guerreiros sobre o Templo.
O Templo dos Guerreiros demonstra um elemento impor-
tante dessa civilização: a militarização. A expansão tolteca não foi 
somente cultural e econômica, mas valeu-se, também, da força e 
da dominação; muitas vezes, as alianças travadas com outros po-
vos se davam no plano da submissão militar, e não por meio da 
simples concordância entre as partes.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
122
Essa militarização se estabeleceu para além do período de 
conquistas desse povo. Após a consolidação de seu império, os 
exércitos toltecas guardavam suas fronteiras contra possíveis in-
vasões de grupos nômades, firmando aduanas e bases de apoio 
militar em regiões fronteiriças.
Um fato interessante da composição do exército tolteca é 
o de que muitos dos seus integrantes eram recrutados entre os 
"bárbaros" do norte, ou seja, os chichimecas. Entre esses povos 
recrutados, é bem possível que também os astecas tenham sido 
membros de tal exército; daí a referência dos líderes astecas ao 
exército imperial tolteca em suas lendas. 
É importante ressaltarmos que houve convivência entre vá-
rios povos importantes da América. O nascimento de um não ocor-
reu após o término de outro; muitos deles foram contemporâneos 
e partilharam de um mesmo referencial cultural ou geográfico. As-
sim, podemos dizer que, para a América pré-colombiana, foram o 
grau de desenvolvimento tecnológico e a complexidade social que 
determinaram a superioridade e a dominação de uma civilização 
sobre outra.
Além da referência constante ao exército imperial tolteca 
nas lendas astecas, a elite administrativa asteca apresentava-se 
como herdeira do povo tolteca. Os governantes e a aristocracia 
imperial diziam possuir laços de parentesco e continuidade com a 
antiga aristocracia tolteca, como forma de legitimar seu poder ou 
seu status.
O domínio sobre a região de Yucatán deixou muito mais do 
que algumas heranças de estilo arquitetônico ou artístico. Na capi-
tal maia, Chichén Itzá, os toltecas construíram um templo de guer-
reiros utilizando as mesmas técnicas empregadas para a constru-
ção do templo correlato em Tula.
De certa forma, a construção do Templo dos Guerreiros de 
Chichén Itzá serviu para revitalizar a cultura maia, que havia entra-
do em declínio no início do século 10º, como antes vimos. Ironi-
123© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
camente, quando Tula sucumbiu diante das invasões estrangeiras, 
por volta do ano 1150, Chichén Itzá continuou sendo um centro 
religioso de peregrinação e local deinfluência tolteca até o início 
do século 13.
Na Figura 4, veja o Templo dos Guerreiros, uma construção 
tolteca na cidade de Chichén Itzá.
Figura 4 Templo dos Guerreiros de Chichén Itzá.
Assim como acontece com as demais sociedades, não sabe-
mos ao certo o que levou à derrocada da sociedade tolteca. Para 
alguns estudiosos, grandes alterações climáticas na região mesoa-
mericana provocaram longos períodos de seca, e, por isso, houve 
uma série de novas migrações e, consequentemente, o início de 
novos conflitos étnicos. Nesse processo, Tula não teria resistido às 
constantes invasões.
Com a queda do império tolteca, vários outros povos se esta-
beleceram no vale do México entre os séculos 13 e 15. Cidades como 
Colhuacán, Texcoco e Azcapotzalco passaram a interferir na dinâmica 
social e econômica do centro mexicano. No entanto, nenhuma conse-
guiu se firmar como uma referência unívoca perante os demais povos 
nem erguer um vasto império como fizeram os toltecas.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
124
Foi somente a partir do final do século 14 que outra civili-
zação estendeu seus domínios imperiais sobre a região, trazendo 
coesão política a custo de vitórias e dominações militares. Essa ex-
pansão ocorreu em um espaço muito curto de tempo e fez de seus 
protagonistas o império mais populoso de toda a América: o dos 
astecas.
Dos dois principais impérios que tivemos na América pré-
colombiana, o asteca foi o mais populoso, enquanto o inca foi o 
mais extenso.
No tópico a seguir, vamos entender como os astecas alcan-
çaram tamanha dimensão e importância entre os demais povos 
mesoamericanos.
Os AstECAs6. 
A última grande civilização mesoamericana – e também a 
mais poderosa de todas – teve um início difícil e menosprezado. 
Foi uma das últimas tribos nômades a tomar o México central. En-
quanto buscavam o seu espaço entre as diversas populações, os 
astecas submeteram-se aos desmandos de outros povos mais or-
ganizados socialmente, os quais os contratavam como guerreiros 
devido à fama de “violentos” que os estigmatizava.
À medida que cresceram, eles foram aprendendo técnicas 
de cultivo, assimilando línguas e incorporando deuses de outras 
culturas, formando, assim, seu vasto panteão religioso. A arte, o 
calendário e a arquitetura haviam sido herdados dos moradores 
de Tula (os toltecas), além de toda uma herança militar, como já 
vimos antes. O Nahuatl, variação do Nahuat, língua nobre de Te-
otihuacán, havia sido assimilado durante os anos de serviços aos 
povos vizinhos.
Entre os deuses, um diferenciava-se: Huitzilopochtli. Essa 
mistura de homem, civilizador e deus teria sido responsável por 
conduzir os mexicas (nome da etnia asteca) à terra prometida, 
125© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
onde fundaram a sua grandiosa cidade, Tenochtitlán. Teria sido ele 
o libertador e o regenerador de um povo marcado pela domina-
ção.
A lenda de Huitzilopochtli e a formação do império asteca foi 
deliberadamente criada pelos sacerdotes de seu povo, sendo sua 
veracidade, portanto, improvável. Todavia, ao compararmos carac-
terísticas gerais do mito com o que a história parece concordar, 
veremos algumas semelhanças.
Alguns autores defendem não ser possível a concepção dos 
astecas como um império. Ronaldo Vainfas, um dos representan-
tes dessa linha, argumenta que a região mesoamericana "se en-
contrava unificada numa confederação de cidades-estado, à frente 
das quais despontava Tenochtitlan, a cidade dos astecas" (1984, p. 
24). 
Vamos acompanhar isso mais de perto.
Origem e expansão
A origem dos astecas, sua formação e seu desenvolvimento, 
como na maioria dos povos pré-colombianos, recorrem a elemen-
tos mitológicos para a rememoração de seu passado. No entanto, 
no caso asteca, a "história" da formação de seu povo foi forjada 
por membros da aristocracia política e sacerdotal do império.
Como afirma Miguel León-Portilla (2004, p. 36-37):
Uma das realizações dos Mexicas no apogeu de seu desenvolvi-
mento político e cultural (mais ou menos sessenta anos antes do 
contato europeu) foi o forjamento de uma imagem de suas pró-
prias origens, desenvolvimento e identidade.
Assim, por volta de 1430, Itzcoatl, governante maior aste-
ca, com a prerrogativa de que o povo não precisava conhecer os 
escritos, ordenou a queima de todos os livros antigos que fizes-
sem referências ao passado mexica e à sua relação com os demais 
povos mesoamericanos. Em seu lugar, ele decidiu construir uma 
imagem idealizada do passado sobre a chegada de seu povo à ilha 
de Tenochtitlán.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
126
Nessa narrativa, transmitida em forma de livros e lendas 
e, também, pela tradição oficial, os mexicas teriam sido, durante 
muitos anos, um povo cativo da cidade de Aztlan Chicomoztoc. 
Lá, viviam em estado de penúria e subordinados às vontades de 
uma elite local, a quem chamavam de tlatoque (os governantes) 
e pipiltin (os nobres). Diante dessa nobreza, os mexicas eram, tão 
somente, macehualtin (espécie de plebeus ou servos).
Certo dia, já cansados da vida de submissão, liderados por 
seu sacerdote, Huitzilopochtli, os mexicas decidiram partir de 
Aztlan Chicomoztoc. Tezcatlipoca, deus do céu noturno, disse ao 
sacerdote mexica que havia reservado um lugar privilegiado para 
o seu povo. Durante a fuga, os mexicas organizaram-se em grupos 
de pessoas pertencentes à mesma casa de parentesco, chamados 
calpulli.
Nas Figuras 5 e 6, temos as imagens de Tezcatlipoca e Huitzi-
lopochtli, representadas nos códices Telleriano-Remensis e Borgia, 
respectivamente. 
 
Figura 5 Tezcatlipoca.
Figura 6 Huitzilopochtli.
Após uma longa peregrinação, na qual viveram como caça-
dores e coletores, finalmente, os mexicas encontraram o lugar pro-
metido por Tezcatlipoca e descrito por Huitzilopochtli. Ao ver uma 
águia empoleirada em um cacto e devorando uma serpente, eles 
127© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
viram se confirmar a promessa: nascia, então, Tenochtitlán, que 
significa “o lugar do cacto”.
Vale ressaltar que a atual bandeira do México (Figura 7) pos-
sui, em seu centro, a exata imagem descrita na lenda sobre a for-
mação da sociedade asteca: uma águia empoleirada em um cacto, 
devorando uma serpente.
Figura 7 Bandeira do México.
A partir desse dia, os fugitivos de Aztlan, ou aztecas, como 
passaram a se chamar, deixaram a condição de macehualtin e pas-
saram a ser os próprios tlatoques, bem como a construir as suas 
próprias casas de pipiltins. Deixaram a vida de submissão para se 
converter em senhores.
Como afirmamos antes, essa lenda procurou encobrir o ver-
dadeiro passado dos mexicas, agora, astecas. Ao que tudo indica, 
com o final do poderio exercido por Tula, as tribos "bárbaras" do 
norte, os chamados “chichimecas”, passaram a ocupar o espaço 
deixado pelos toltecas.
Aos poucos, as tribos foram sedentarizando-se, assimilando 
a língua Nahuatl e organizando as primeiras cidades pós-Tula. En-
tre elas, as que mais se destacaram foram Texcoco, Colhuacán e 
Azcapotzalco. Conforme descreve Jacques Soustelle, tais cidades, 
"onde os nobres levavam uma vida requintada, disputam entre si 
e uma após outra a hegemonia do vale" (1962, p. 16).
Entre os bárbaros que invadiram o vale mexicano, os últimos 
a chegar foram os mexicas, ainda no século 13. Por volta de 1325, 
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
128
obtiveram de seus poderosos vizinhos um grupo de ilhotas na re-
gião pantanosa e infértil do lago Texcoco (Figura 8), onde constru-
íram sua capital, organizada em um:
[...] miserável grupo de cabanas de caniços - à volta do templo do 
deus indomável e cioso, Uitzolopochtli [...]. À volta deles, os pânta-
nos sem terra arável, sem madeira e sem pedra paraos edifícios. 
Todo solo está na mão das cidades mais antigas, que defendem rija-
mente os seus campos, as suas florestas e as suas pedreiras (SOUS-
TELLE, 1962, p. 16).
 Figura 8 Região do lago Texcoco.
129© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Enquanto criavam técnicas de plantio, como as ilhas artifi-
ciais feitas de bambu e lama – as engenhosas chinampas –, os me-
xicas viveram subordinados às demais cidades. É aqui que o mito 
construído parece se inspirar no passado real.
De fato, os mexicas eram desprezados pelos outros povos, 
que os consideravam "bárbaros e vagabundos". Nesse momento, 
da mesma forma como reza o mito, encontravam-se dominados 
por uma cidade e subordinados a um povo: os tecpanecas, de Az-
capotzalco. 
Segundo León-Portilla (2004), a dominação e tributação de 
Azcapotzalco sobre os mexicas duraram cerca de 100 anos, desde 
a provável sedentarização da tribo na região do lago, em 1325.
Dessa forma, por volta de 1426, após a morte de seu huey 
tlatoani (chefe maior dos astecas) Chimalpopoca e a chegada de 
Itzcoatl ao poder, os mexicas decidiram romper com a situação de 
domínio.
[...] quando os tecpanecas estavam prestes a iniciar as hostilida-
des, a maioria do povo mexica, isto é, os macehualtin, ou plebeus, 
sustentaram que era melhor render-se. Em resposta, os pipiltin fi-
zeram um trato: se não conseguissem derrotar Azcapotzalco, obe-
deceriam os macehualtin para sempre. Todavia, se conseguissem 
derrotar os tecpanecas, os macehualtin deveriam total obediência 
aos pipiltin. A vitória sobre os tecpanecas, por volta de 1430, esta-
beleceu a base da tão enfatizada situação política e socioeconômi-
ca dos pipiltin mexicas (LEÓN-PORTILLA, 2004, p. 40). 
A vitória não apenas marcou a soberania dos pipiltins sobre 
os macehualtins, como também representou o início das conquis-
tas e dos triunfos dos astecas sobre os demais povos da região. No 
lugar da capital, repleta de miseráveis cabanas de caniço, ergueu-
se uma verdadeira metrópole, com prédios grandiosos, feitos de 
pedra.
A construção de Tenochtitlán possuía direta relação com outro 
povo, que habitou o vale do México oito séculos antes: os teotihua-
cans. Ainda por volta do século 14, os mexicas encontraram a cida-
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
130
de abandonada de Teotihuacán. Ficaram tão impressionados com 
a Pirâmide do Sol que acreditaram que ela fora construída não por 
homens, mas, sim, por deuses.
Decidiram, portanto, construir, no centro de Tenochtitlán, 
uma pirâmide tão majestosa e tão esplendorosa como aquela vizi-
nha. No entanto, essa ambição esbarrava em um empecilho. A re-
gião pantanosa do lago Texcoco não aguentaria uma construção de 
tal porte. Qualquer grande estrutura afundaria no solo movediço 
da ilha central do Texcoco. Então, para superar essa realidade, deu-
se início a uma série de inventos arquitetônicos, que destacariam, 
definitivamente, os astecas como uma sociedade construtora.
No terremoto que sacudiu a Cidade do México em 1986, 
vários prédios afundaram verticalmente, sem se quebrarem. Isso 
ocorreu porque o sismo, ao agitar a terra sob os alicerces dessas 
edificações, “liquefez” o solo, originariamente parte do lago Tex-
coco.
No solo pantanoso de Tenochtitlán, afundaram estacas de 
madeira de 10 metros de altura por 10 centímetros de largura, 
formando uma base quadrilátera sólida na qual poderia erguer- 
-se um edifício. Foi assim que levantaram sua pirâmide central.
Essa mesma técnica foi utilizada na construção de passeios 
e pontes que ligavam a ilha maior à margem do lago. Cada pas-
seio poderia ter até 14 metros de largura, e sua passarela principal 
possuía pontes levadiças que permitiam a passagem de barcos. A 
construção dessas passarelas não apenas representou a inserção 
de novas técnicas, mas também permitiu o transporte de cargas 
pesadas, como as pedras para os edifícios, e melhorou a interliga-
ção da ilha à margem, antes feita somente por pequenos barcos.
À medida que a cidade crescia, o espaço tornava-se escasso 
para o plantio, e a água, insuficiente para o número cada vez maior 
de pessoas. Seguramente, Tenochtitlán superou a casa da centena 
de milhar.
131© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Segundo Betty Meggers, a capital asteca chegou a possuir 
200 mil habitantes (cf. MEGGERS, 1979, p. 97). Para Mário Cur-
tis Giordani (1990), a população estava entre 240 mil e 350 mil 
pessoas, distribuídas em 60 mil ou 80 mil lares. Giordani acredita, 
ainda, que a região em torno do lago era habitada por cerca de um 
milhão de pessoas no auge do império. 
Por se tratar de um número tão grande de pessoas, a água 
era muito escassa. Mesmo localizada no centro de um grande lago, 
a água do Texcoco não era própria para o consumo. Então, para 
suprir essa necessidade e possuir água em abundância, foi cons-
truído um sistema de encanamento de água, que vinha das regiões 
próximas ao lago, passava por debaixo de suas águas e abastecia 
toda a cidade de Tenochtitlán, desde as fontes de água pública até 
a banheira do imperador.
Já para suprir a falta de áreas de cultivo, milhares de chinam-
pas foram construídas ao redor da ilha e de outras regiões do lago. 
Em cima das chinampas, plantava-se, especialmente, milho. Além 
disso, na praça maior da cidade, desenvolvia-se um importante e 
organizado centro de trocas, que visava suprir as necessidades ali-
mentares, bem como a riqueza e a ostentação dos pipiltins.
tenochtitlán
Na Figura 9, vamos conhecer a imagem da cidade de Teno-
chtitlán e suas passarelas.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
132
Figura 9 A cidade de Tenochtitlán e suas passarelas.
Após a conquista, Tenochtitlán foi completamente destru-
ída, e suas pedras, utilizadas na construção de outros prédios e 
templos. O lago Texcoco foi inteiramente drenado, e, sobre as ruí-
nas, nasceu a atual Cidade do México.
Nos dias de hoje, muitos restos arqueológicos são encontra-
dos em escavações e construções subterrâneas. Mesmo assim, os 
relatos de cronistas espanhóis bestificados com o que viram nos 
permitem imaginar como era a capital do império asteca, sua vita-
lidade e sua vida cotidiana.
133© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Vejamos o que escreveu Bernal Díaz del Castillo (apud MEG-
GERS, 1979, p. 96-97):
Nesta grande cidade [...] as casas se erguiam separadas uma das 
outras, comunicando-se somente por pequenas pontes levadiças 
e por canoas, e eram construídas com tetos terraceados. Obser-
vamos, ademais, os templos e adoratórios das cidades adjacentes, 
construídas na forma de torres e fortalezas e outros nas estradas, 
todos caiados de branco e magnificamente brilhantes. O burburi-
nho e o ruído do mercado... podia ser ouvido até quase uma lé-
gua de distância [...] quando lá chegamos, ficamos atônitos com a 
multidão de pessoas e a ordem que prevalecia, assim como com a 
vasta quantidade de mercadorias [...] cada espécie tinha seu lugar 
particular, que era distinguido por um sinal. Os artigos consistiam 
em ouro, prata, jóias, plumas, mantas, chocolate, peles curtidas 
ou não, sandálias e outras manufaturas de raízes e fibras de juta, 
grande número de escravos homens e mulheres, muitos dos quais 
estavam atados pelo pescoço, com gargalheiras, a longos paus. O 
mercado de carne vendia aves domésticas, caça e cachorros. Ve-
getais, frutas, comida preparada, sal, pão, mel e massas doces, 
preparadas de várias maneiras, eram também lá vendidas. Outros 
locais, na praça eram reservados à venda de artigos de barro, mo-
biliário doméstico de madeira, tais como mesas e bancos, lenha, 
papel, canas recheadas com tabaco, misturado com âmbar líqui-
do, manchados de cobre, instrumentos de trabalho e vasilhame de 
madeira profusamente pintado. Muitas mulheres vendiampeixe e 
pequenos pães feitos de uma determinada argila especial que eles 
achavam no lago e que se assemelham ao queijo. Os fabricantes de 
lâminas de pedra ocupavam-se, em talhar seu duro material e os 
mercadores que negociavam em ouro, possuíam o metal em grãos, 
tal como vinha das minas, em tubos transparentes, de forma que 
ele podia ser calculado, e o ouro valia tantas mantas, ou tantos xi-
quipils de cacau, de acordo com o tamanho dos tubos. Toda praça 
estava cercada por piazzas sob as quais grandes quantidades de 
grãos eram estocados e onde estavam, também, as lojas para as 
diferentes espécies de bens. 
 
Até que ponto o texto de Bernal Díaz del Castillo nos permite com-
preender o quanto os cronistas empregavam uma visão europeia 
sobre as coisas que viam na América? Nesse texto, o cronista va-
loriza muito mais as coisas e os produtos que são trocados do que 
as pessoas que frequentavam o “mercado”. Além disso, emprega 
noções espanholas de valor-ouro para entender o sistema de tro-
cas. Será que era possível estabelecer que, para um asteca, uma 
manta “valia”, realmente, tantas porções de ouro? Na próxima uni-
dade, veremos outro relato de um espanhol sobre o Qoricancha e 
notaremos concepções semelhantes entre eles. 
© História da América I
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Os pipiltins eram o que poderíamos chamar de “nobres da 
sociedade asteca”. Contudo, essa sociedade estava muito longe de 
ser monolítica. Entre os pipiltins, havia diferença de privilégio, as-
sim como entre os "plebeus". Vamos ver como isso funcionava?
Organização social e política
A própria lenda da formação do povo asteca permite-nos de-
limitar as principais camadas sociais que constituíam sua socieda-
de. Tratava-se dos pipiltins (nobres) e dos macehualtins (plebeus). 
Perceba que essa diferenciação segue o mesmo padrão hierárqui-
co visto na cidade de Aztlan, segundo o mito.
No entanto, conforme vimos, pipiltin e macehualtin eram os 
dois principais grupos que conformavam os mexicas em sua origem 
e que estavam igualmente submetidos aos tecpanecas. Ainda que 
se admita uma diferença político-social entre eles, tal hierarquia 
só ficou realmente clara após a libertação dos astecas do poderio 
de Azcapotzalco.
Foi a partir do confronto com os tecpanecas que os pipil-
tins passaram a desempenhar um papel soberano sobre os ma-
cehualtins, ocupando os cargos públicos e assumindo as funções 
administrativas e governantes (os tlatoques, como no mito). Aos 
macehualtins, caberia a produção de alimentos e a construção de 
obras, tanto para si como para os pipiltins.
Há outro ponto da lenda que nos permite compreender um 
elemento importante da organização social dos astecas. Como vi-
mos, os mexicas, durante sua inventada fuga de Aztlan, organiza-
ram-se em grupos de membros de uma mesma casa, os chamados 
“calpulli”.
Assim como no mito, a organização social do povo asteca era 
chamada de calpulli. Os calpullis representavam a unidade básica 
das camadas mais baixas da sociedade. Assim, a soma de todos os 
membros dos diversos calpullis formava o estrato social denomi-
nado “macehualtin”. Os membros de um calpulli geralmente esta-
vam ligados por algum grau de parentesco.
135© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Na Unidade 4, você verá que os incas também possuíam uma 
organização social básica: os ayllus. Como os calpullis, os membros 
de um ayllu tinham relações de parentesco entre si.
Dessa maneira:
Os calpulli eram pequenos grupos de origem tribal que possuíam 
terras cujo usufruto distribuía-se periodicamente entre os homens 
casados. Um chefe eleito, o Calpullec, assistido por um conselho, 
administrava o grupo e distribuía a terra (GIORDANI, 1990, p. 147). 
Seguindo essa organização, os macehualtins membros de 
uma mesma família eram responsáveis pelo cultivo das terras para 
a produção de alimentos para si. As terras de um calpulli eram pro-
priedades comuns de seus membros. Já o trabalho era socialmen-
te dividido entre os gêneros, de modo que, aos homens, cabiam a 
caça, a pesca, a agricultura, a construção e o artesanato, enquan-
to, às mulheres, restavam o serviço doméstico e a preparação do 
alimento para o consumo, como as famosas massas de milho para 
a confecção das tortillas.
Na Figura 10, veja as imagens retiradas do Códice Florentino, 
pertencente aos macehualtins.
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Figura 10 Macehualtin - Códice Florentino.
O interessante é que os calpullis que não possuíssem terra 
para cultivar desenvolviam seu trabalho nas terras dos pipiltins. 
Dessa forma, apresentavam-se como uma espécie de "servos" dos 
pipiltins, cuidando do cultivo e da produção dessas terras nobres. 
Esses calpullis sem-terra eram chamados de mayeques.
Além dos mayeques e macehualtins, outro grupo social tam-
bém era responsável por tarefas nas terras dos pipiltins ou utilizado 
como mão de obra na construção de obras públicas: os escravos. 
Na realidade, o termo “escravo” foi dado pelos espanhóis a um 
estrato social chamado tlatlacotin. Os tlatlacotins eram adquiridos 
por meio da guerra e conquista de tribos menores. Em torno de-
les, grupos de guerreiros contratados organizavam um verdadeiro 
comércio.
Os escravos que não possuíssem qualquer tipo de serventia 
aparente ou não fossem "comercializáveis" ganhavam sua liber-
dade, o que, devido à total desorganização de sua sociedade de 
origem, poderia não ser algo positivo.
Quando uma pessoa se torna escrava e vê a sua sociedade 
devastada, a “liberdade” representa a total perda de sua serven-
tia, pois ela não mais possui a função social que antes tinha e, ao 
mesmo tempo, perde a "nova” função social obrigada a exercer 
por conta da escravidão.
137© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Outra forma de se tornar um tlatlacotin era por meio da ven-
da espontânea de pessoas no mercado de trocas. Como nos expli-
ca Léon-Portilla:
Em períodos de dificuldade, as condições de vida dos macehualtin 
pioraram sob muitos aspectos. Assim, por exemplo, durante perí-
odos de escassez de alimentos foram obrigados, muitas vezes, a 
venderem-se ou a seus filhos como tlatlacotin (2004, p. 51). 
 Aqui entra um ponto importante a ser destacado: a escra-
vidão, na sociedade asteca, era temporária. Dessa maneira, após 
um período de tempo, os escravos ganhavam, novamente, a sua 
liberdade. Outra questão importante a se ressaltar é que os filhos 
de escravos não eram considerados escravos, ou seja, o estado de 
escravidão não era hereditário.
Você saberia apresentar diferenças entre a escravidão asteca e a 
escravidão colonial brasileira? Para ter mais sucesso em sua refle-
xão, sugerimos que consulte a disciplina História do Brasil I.
Depois de analisar esses pontos, podemos dizer que a vida 
do que se denomina “povo” (mayeques, macehualtin e tlatlaco-
tin) diferia, completamente, da vida de fartura da qual gozavam os 
“nobres” (pipiltins). Geralmente, os macehualtins são referencia-
dos como "miseráveis" nos códices astecas.
Já os pipiltins são relatados em sua condição de superiori-
dade social e desfrutando de uma vida muito mais opulenta. No 
entanto, isso não quer dizer que eles eram um bloco único de go-
vernantes e que não havia uma diferenciação social entre seus 
membros.
Quando os espanhóis chegaram à região mesoamericana, 
compreenderam não haver diferenças maiores entre os membros 
da camada governante. Essa foi uma visão que, de certa manei-
ra, prevaleceu até pouco tempo. No entanto, analisando alguns 
códices e livros de escrita asteca, bem como relatos de cronistas, 
foi possível comprovar a existência de diferenças sociais devida-
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138
mente estabelecidas entre os pipiltins. Podemos estabelecer essa 
diferença daseguinte forma: tlazo-pipiltin (nobres ilustres), pipil-
tin (ligados ao grupo dirigente), cuauh-pipiltin (nobres águias) e 
tequiuaque (filhos de pessoas ilustres).
Dentro das quatro principais camadas que conformavam os 
pipiltins, ainda havia outras subdivisões, como a que ocorria no 
exército. Os guerreiros-jaguar, por exemplo, eram uma das partes 
componentes do exército asteca.
Essa diferenciação precisa ser compreendida, uma vez que 
cada uma das partes dessa elite era responsável por uma função 
administrativa específica, não podendo ocupar o lugar de outra. 
Os tlazo-pipiltins eram a camada mais nobre dos pipiltins. Era daí 
que saía o governante asteca, chamado huey tlatoani.
Os pipiltins (não o termo genérico) possuíam ligações com 
o grupo dirigente sem possuir descendência direta. Geralmente, 
eram designados como senhores da casa de armas e ocupavam os 
cargos de comando do exército imperial.
Os cuauh-pipiltins eram os guerreiros que, por algum ato no-
bre, foram incorporados ao grupo dominante, passando a possuir 
papel de destaque. O reconhecimento dessa "casta" demonstra a 
existência de certa mobilidade social entre os astecas.
Por fim, temos os tequiuaques, que eram os filhos das pes-
soas que possuíam papel de destaque na administração imperial. 
Geralmente, eram filhos de um teteuctin; justamente por isso, os 
espanhóis os chamavam de "senhores" e, seus filhos, os tequiua-
ques, de “fidalgos”.
Na Figura 11, você pode ver a elite gerreira pipiltin.
139© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Figura 11 Elite guerreira pipiltin.
Os teteuctins eram pessoas designadas pelo huey tlatoani 
para ocupar um cargo de chefia dentro dos calpullis. Geralmente, 
faziam parte dos pipiltins ou, então, eram membros de reconheci-
do destaque social, provenientes do próprio calpulli. A nomeação 
dos teteuctins possuía destacada importância, uma vez que eram 
eles os responsáveis pelo controle da produção na unidade socio-
econômica.
Além dos administradores de calpulli, havia, também, os 
administradores de cada região em que se subdividia o império 
asteca. Esses “governantes” eram chamados de tlatoques e eram 
invariavelmente originários da camada pipiltin.
Além de ocuparem os cargos mais importantes, os pipiltins 
não pagavam impostos e possuíam usufruto sobre suas terras. O 
interessante é que, ao que tudo indica, as terras cultivadas pelos 
pipiltins não tinham caráter privado. Na realidade, as terras per-
tenciam ao cargo ocupado pelo pipiltin em questão, e não à "pes-
soa física", de maneira que, sempre que um pipiltin deixasse o car-
go e outro assumisse o seu lugar, a terra passava para o controle 
deste.
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140
Outro benefício que se estendia somente aos pipiltins era o 
direito à educação. Os filhos dos pipiltins eram encaminhados às 
cidades, para os calmecac, onde recebiam instrução e eram forma-
dos segundo um senso de dignidade e responsabilidade.
Na Figura 12, temos uma representação da educação asteca 
encontrada no Códice Florentino.
Figura 12 A educação asteca – Códice Florentino.
Quanto à escolha do huey tlatoani, também há um elemento 
extremamente importante a se esclarecer. Como vimos, somente 
os membros pertencentes aos tlazo-pipiltin podiam concorrer ao 
cargo supremo do império. Este, por sua vez, era escolhido por 
um conselho formado pelos representantes de cada família dos 
tlazo-pipiltin. León-Portilla (2004, p. 44) descreve essa escolha da 
seguinte forma:
A eleição do Huey Tlatoani era dever e privilégio de um número 
limitado de pipiltin. Esse grupo representava a antiga nobreza a 
quem os plebeus prometeram obediência quando correram o risco 
141© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
de ser aniquilados pelos tecpanecas. Ser eleito governante supre-
mo pressupunha fazer parte do grupo dos tlazo-pipiltin. As qualida-
des pessoais eram cuidadosamente examinadas pelos eleitores. Na 
verdade, não votavam, pois seu propósito era chegar a uma decisão 
unânime; assim, passavam vários dias a consultar pessoas diferen-
tes e a deliberar entre si. Finalmente, chegavam a uma aceitação 
unânime de alguém que, embora pudesse ser superado por outros 
em alguns aspectos, por outro lado satisfizesse os vários interesses 
na maioria dos aspectos e fosse considerado suficientemente capaz 
para ser o líder de toda a nação.
Dessa maneira, o huey tlatoani governava respaldado por 
um conselho que o teria elegido. Não seria ele, portanto, um rei 
inquestionável, ascendido ao trono por conta de uma dinastia à 
qual pertencesse. Ao contrário, era um representante dos princi-
pais líderes tradicionais. Nesse sentido, o sucessor de cada rei não 
era, obrigatoriamente, seu parente ou um descendente direto. Da 
mesma forma, não era ele, em si, uma figura divina. Era, na reali-
dade, um representante dos deuses.
Aqui cabe outra comparação com os incas. No caso deles, o 
rei, “sapa inca”, era também um deus e chegava ao poder por con-
ta de seu parentesco direto com o último imperador.
Economia
A economia asteca não difere muito do que já apontamos 
nas sociedades mesoamericanas comentadas até aqui. O sistema 
de coivara, bem como os produtos cultivados e consumidos, era 
semelhante ao de outros grupos mencionados anteriormente. En-
tão, da mesma forma que nas outras sociedades da Mesoamérica, 
temos um destaque para o feijão, a abóbora e, especialmente, o 
milho e o cacau.
Devemos somente um destaque maior às trocas comerciais. 
Conforme podemos observar na própria crônica de Bernal Díaz del 
Castillo descrita anteriormente, a praça central de Tenochtitlán 
possuía um comércio tão intenso que se podia ouvir a distância os 
homens trocando coisas e comprando escravos.
© História da América I
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142
Já no que diz respeito à religião, gostaríamos de fazer algu-
mas considerações mais detalhadas. Acompanhe-nos!
religião
Sem sombra de dúvida, um dos itens que mais chamam a 
atenção do público comum e de pesquisadores sobre os astecas é 
a sua religião, que concebia, entre outras coisas, os sacrifícios hu-
manos. Para nós, os sacrifícios são inadmissíveis; entretanto, isso 
parte de um ponto de vista ocidental que se relaciona tanto com 
nossa concepção de direitos humanos e sufrágio universal quanto 
com a moral cristã, firmemente enraizada. Por mais difícil que isso 
possa parecer, devemos respeitar esse elemento como algo que se 
relaciona com uma cultura específica para não incorrer no etno-
centrismo. Não queremos aqui concordar com tais sacrifícios, mas, 
sim, justificá-los em seu lugar e sua época.
O sacrifício humano era uma prática quase geral entre os 
povos mesoamericanos. Dos olmecas aos astecas, quase todos o 
tiveram como prática ritualística de oferenda. Entre os maias, ao 
que tudo indica, eram sacrificados os homens de destaque na so-
ciedade. Já os astecas sacrificavam somente os escravos.
Esses sacrifícios ocorriam por meio da retirada do coração da 
pessoa enquanto viva. Para a realização do ritual, era necessário 
um artefato de corte, uma espécie de faca feita de pedra entalha-
da e muito bem afiada – a faca de sacrifício. Enfiava-se essa faca 
no tórax da pessoa, abrindo um corte por onde, com as mãos, o 
sacerdote retirava o coração da vítima ainda pulsando.
Esses rituais aconteciam por um motivo crucial e que impli-
cava a vida ou a morte dos astecas. Estes acreditavam que o Sol 
nascia na cidade de Teotihuacán, metrópole dos deuses. No en-
tanto, para que ele tivesse força para nascer todos os dias e prover 
a luz e a energia necessárias ao cultivo de plantas e alimentos, 
era preciso alimentá-lo com sangue humano. Assim, diariamente, 
homens e mais homens eram sacrificados em nome do Sol nas 
pranchas de pedra dos principais templos da capital.143© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Figura 13 Sacrifícios humanos apresentados no Códice Magliabechiano.
A relação com o Sol era muito forte e significativa para os 
astecas, que, assim como os incas, se autointitulavam o povo do 
sol. Dessa maneira, tal como o povo dos Andes, tinham o Sol como 
um de seus deuses principais em um politeísmo quase ilimitado. 
Entre os deuses de maior destaque, podemos ressaltar alguns, tais 
como os já mencionados Huitzilopochtli e Tezcatlipoca, bem como 
Quetzacoátl, um dos principais deuses do panteão pan-mesoame-
ricano. Além desses, Tlaloc, o deus-jaguar da chuva, é outra heran-
ça mesoamericana.
Teremos a oportunidade de ver, na Figura 14, os deuses pan-
mesoamericanos da religião asteca Quetzalcoátl e Tlaloc, repre-
sentados nos códices Telleriano-Remensis e Rios.
© História da América I
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Figura 14 Quetzalcoátl e Tlaloc – deuses pan-mesoamericanos da religião asteca, 
representados nos códices Telleriano-Remensis e Rios.
Perceba que, dos nomes mencionados, somente Huitzilopo-
chtli é uma divindade que não encontramos anteriormente em ou-
tros povos. Dessa maneira, podemos dizer que a crença asteca se 
constituiu da fusão de variados referenciais pan-mesoamericanos. 
Trata-se de uma religião que incorporou várias outras religiões do 
vale central e da península mexicana.
Para os ritos religiosos, destacava-se a figura do sacerdote. 
A religião era algo tão importante para o povo asteca que existia, 
claramente, uma hierarquia entre os sacerdotes que compunham 
um corpo sacerdotal. Giordani assegura que:
[...] o corpo sacerdotal, escalonava-se em uma hierarquia que 
abrangia os sacerdotes comuns, que dirigiam os serviços de um 
templo num bairro, os sacerdotes superiores que controlavam o 
exercício do culto nas províncias, os sacerdotes dos grandes tem-
plos da capital e, acima de todos, dois pontífices iguais em poder 
e título (serpente de plumas), um dos quais encarregado do culto 
de Huitzilopochtli, o deus da guerra, e outro dedicado ao culto de 
Tlaloc, o deus da chuva (1990, p. 149). 
O Estado estava impregnado pela religião, por seus pressá-
gios e suas profecias. No entanto, ao contrário do que se possa 
145© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
imaginar, as funções sacerdotais não se misturavam às governa-
mentais. Como já notamos, os astecas não eram teocráticos.
Entretanto, apesar de os sacerdotes não desenvolverem fun-
ções políticas, isso não exclui a possibilidade de que os seus conhe-
cimentos e as suas profecias fossem utilizados pelos governantes 
como uma forma de prevenir maus presságios ou adotar estraté-
gias de guerra.
Da mesma forma, como a religiosidade permeava todo o "modo 
de vida" de sua sociedade, é possível que os governantes astecas re-
corressem, por conta própria, a seus deuses e entidades sagradas. 
Quem nos sugere essa interpretação é o linguista Tzvetan Todorov 
(1993), em sua obra A conquista da América. Segundo ele, Montezu-
ma II, líder asteca à época da conquista espanhola, recorria aos pres-
ságios, seus e/ou de seus sacerdotes, todas as vezes que tentava en-
tender os espanhóis e que precisava tomar uma decisão relacionada a 
eles. Afirma, ainda, que, ao se amparar demasiadamente no que dizia 
o mundo sobrenatural sobre os espanhóis, ele acabou não tomando 
decisões eficazes quanto a eles. Você verá mais sobre isso nas discipli-
nas História da América II e III. 
Podemos fazer outra comparação entre os incas e os astecas. 
Na sociedade inca, o curaca possuía dupla função: era administra-
dor e sacerdote. Assim como o rei, ele era, também, deus, como já 
escrevemos aqui. Outra diferença que podemos estabelecer entre 
a religião asteca e a inca é que, entre os incas, os sacrifícios hu-
manos ocorriam em ocasiões excepcionais. Até mesmo crianças 
eram sacrificadas, mas, em geral, os sacrifícios eram em forma de 
roupas ou camélidos.
Uma última curiosidade sobre a religião asteca e que me-
rece um breve comentário é a utilização de bebidas ritualísticas. 
Para a realização de vários rituais, os astecas recorriam a uma be-
bida sagrada feita à base de cacau e que se chamava xocolatl. Isso 
mesmo, o nome não é estranho: trata-se do antepassado asteca 
do famoso chocolate que se consome em quase todo o mundo 
nos dias de hoje. Vale ressaltarmos que, normalmente, o cacau era 
misturado à água e à pimenta, e não ao leite. 
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
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De qualquer forma, é preciso compreender que a religião as-
teca possuía um papel central na organização e nas decisões de seu 
povo. Para os astecas, os sacrifícios estavam longe de serem atos 
desumanos. Ao contrário, eram a prova de sua condição humana 
de subordinação a um deus que lhes provia sustento e energia – o 
Sol. Logo, faltar com esse ritual era o mesmo que superestimar a 
sua capacidade humana de criação. Esperamos que esse seja um 
ponto importante de reflexão que esta unidade possa ter trazido.
QuEstÕEs AutOAvALiAtivAs7. 
Ao final de nossa terceira unidade, sugerimos que você pro-
cure responder, discutir e comentar as questões a seguir, as quais 
tratam das características do império asteca.
Este é um momento ímpar para você fazer uma revisão desta 
unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a construção 
do conhecimento se dá de forma cooperativa e colaborativa; por-
tanto, compartilhe com seus colegas de curso suas descobertas.
Qual é a importância da discussão proposta nesta unidade para sua forma-1) 
ção?
Quais são as aproximações que podemos fazer entre os toltecas e os aste-2) 
cas?
De que maneira ocorreu a apropriação cultural dos legados toltecas pelos 3) 
astecas como forma de legitimar seu poderio político?
Você saberia apresentar diferenças entre a escravidão asteca e a escravidão 4) 
colonial brasileira?
Como funcionava a divisão do trabalho entre os astecas?5) 
COnsiDErAçÕEs8. 
Chegamos ao final de nossos comentários a respeito dos po-
vos mesoamericanos que habitaram essa região por volta de três 
mil anos antes da chegada dos espanhóis.
147© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
Apresentamos aqui as principais características de dois im-
portantes povos que compuseram a faixa central da Mesoamérica: 
os toltecas e os astecas. Apesar de o segundo grupo ter construído 
alguns elementos de sua “identidade” com referências diretas às 
heranças deixadas pelo primeiro grupo, podemos estabelecer en-
tre eles muito mais diferenças do que semelhanças, mesmo que 
esse não seja um dos trabalhos mais fáceis.
Como você pôde observar, há muita dificuldade no estudo 
desses povos. Muitas interpretações diferentes podem ser feitas 
na análise de restos arqueológicos e na significação dos símbolos e 
da escrita de algumas dessas sociedades.
Por conta disso, acabamos muito mais presos à descrição do 
que, propriamente, à problematização em torno do modo de vida 
de cada grupo. De qualquer maneira, pensamos ser importante 
uma reflexão individual sobre esses homens, uma vez que suas 
tradições ainda alimentam o imaginário de comunidades tribais 
na região mexicana.
De outro modo, compreender a construção de cada cultura é, 
também, uma forma de olharmos para o centro de nossas conven-
ções e nossos signos culturais e pensarmos: até que ponto somos 
nós criadores das coisas que nos parecem termos criado? Afinal, 
se a cultura do outro parece uma invenção sem sentido aos nossos 
olhos, o que diriam eles sobre nós?
Na próxima unidade, discutiremos outros povos e outras cul-
turas que nos ajudam a repensar questões como essas. No entan-
to, são povos que se encontravam em outra zona cultural de im-
portante destaque na história da América pré-colombiana: a zona 
andina central.
E-REFERÊNCIAS9. 
Lista de figurasFigura 1 – Mapa do império asteca: disponível em: <http://www.historiadomundo.com.
br/imagens/asteca_mapa.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
© História da América I
Centro Universitário Claretiano
148
Figura 2 – Plataforma escalonada, em Tula: disponível em: <www.artehistoria.jcyl.es/.../
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Figura 3 – Guerreiros sobre o Templo: disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/
secjeste/MuseuSecJE/Imagens/GigantesTula01.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 4 – Templo dos Guerreiros de Chichén Itzá: disponível em: <http://www.
panoramio.com/photo/252>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 5 – Tezcatlipoca: disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/
Image:Black_Tezcatlipoca.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 6 – Huitzilopochtli: disponível em: <http://www.answers.com/topic/
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Figura 7 – Bandeira do México: disponível em: <http://www1.istockphoto.com/file_
thumbview_approve/1824528/2/istockphoto_1824528-mexico-flag-background.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 8 – Região do lago Texcoco: disponível em: <http://sidewalksprouts.files.
wordpress.com/2008/04/lake_texcoco_c_1519_.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 9 – A cidade de Tenochtitlán e suas passarelas: disponível em: <http://www.
latinamericanstudies.org/aztecs/tenochtitlan-color.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 10 – Macehualtin - Códice Florentino: disponível em: <http://www.mexique-fr.
com/aztecas/macehualli_codex.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 11 – Elite guerreira pipiltin: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/thumb/2/23/Codex_Mendoza_folio_67r_bottom.jpg/550px-
Codex_Mendoza_folio_67r_bottom.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 12 – A educação asteca – Códice Florentino: disponível em: <http://www.answers.
com/topic/educacion-azteca-jpg-1>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Figura 13 – Sacrifícios humanos apresentados no Códice Magliabechiano: disponível 
em: <http://www.answers.com/topic/mendoza-humansacrifice-jpg-1>. Acesso em: 15 
jan. 2009.
Figura 14 – Quetzalcoátl e Tlaloc - deuses pan-mesoamericanos da religião asteca, 
representados nos códices Telleriano-Remensis e Rios: disponível em: <www.answers.
com/topic/quetzalcoatl e www.answers.com/topic/tlaloc>. Acesso em: 15 jan. 2009.
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GIORDANI, M. C. História da América pré-colombiana. Petrópolis: Vozes, 1990.
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América Latina: a América Latina colonial. São Paulo: Edusp, 2004. v. 1.
MEGGERS, B. América pré-histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
SOUSTELLE, J. A vida quotidiana dos astecas: nas vésperas da conquista espanhola. Belo 
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149© América Pré-colombiana: a Mesoamérica e os Astecas
TODOROV, T. A conquista da América – a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 
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VIDAL, R. B. Historias mágicas de los índios pieles rojas. Madrid: Edimat, 2003. (Coleção 
Enigmas de la Historia).
Centro Universitário Claretiano – Anotações

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