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A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA, PARA GESTÃO DE QUALIDADE EM UMA ORGANIZAÇÃO DO RAMO ALIMENTÍCIO
Furlanetto, Patrícia ¹ 
RESUMO
Estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, que objetivou compreender a importância da auditoria interna, para gestão de qualidade, em uma organização do ramo alimentício, em um Município do interior do Rio Grande do Sul. A amostra foi intencional e constituiu-se de 4 funcionários dessa empresa, sendo 2 funcionários ligados diretamente a administração e 2 da produção. Foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada. Constatou-se que a auditoria interna é utilizada nesta empresa, porém os funcionários da produção não tem conhecimento da importância desta para empresa. Entretanto, eles reconhecem que devido ao falado durante a entrevista esta é de extrema importância tanto para a empresa, quanto para o funcionário.. Sugerem-se atividades de capacitação a respeito da importância da auditoria interna, para a gestão de qualidade para o bom andamento do serviço e também para eles terem um serviço de qualidade.
Palavras-Chave: Auditoria Interna. Gestão de qualidade.
	INTRODUÇÃO
	 Diante das necessidades das empresas em buscar melhorias, é necessário que as mesmas busquem ferramentas que as auxiliem em seu processo de gestão. Muitas não adotam nenhuma ferramenta, outras utilizam mas nem sempre da forma correta, pois em muitos casos são administradas por pessoas sem grau de instrução, sem uma graduação o que provavelmente ocasiona a falta de conhecimento desses gestores nas ferramentas disponíveis e existentes para o crescimento e melhorias, e acabam deixando de lado os interesses da empresa. 
A Auditoria Interna é um dos instrumentos que as empresas podem utilizar para desenvolver suas atividades, para avaliar e examinar o desempenho em um determinando período e também detectar áreas problemáticas sugerindo correções. Segundo Almeida (2007, p.62): 
As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. 
		Este capítulo está estruturado de forma a enfatizar os aspectos que direcionam esta pesquisa. Apresenta-se inicialmente o tema e o problema, objetivos, justificativa e a metodologia aplicada. Na seqüência, é evidenciada a fundamentação teórica, seguida do estudo de caso. 
Tendo em conta o exposto acima, este estudo foi desenvolvido a partir do tema sobre “A importância da auditoria interna, para gestão de qualidade em uma organização do ramo alimentício”, cuja teve como questão norteadora: Qual a importância da auditoria interna dentro de uma organização do ramo alimentício, em um Município do interior do Rio Grande do Sul? Para responder a esta questão, foram elaborados os seguintes objetivos: Descrever conceitos e definições sobre auditoria interna;Descrever a organização;Ressaltar a importância da Auditoria Interna, para gestão de qualidade desta organização;Verificar se a organização possui auditoria interna, e quais os benefícios desta para a mesma e para seus colaboradores;Compreender a importância da auditoria interna, para gestão de qualidade, em uma organização do ramo alimentício, em um Município do interior do Rio Grande do Sul. 
Segundo SILVA (2008, p.9), hoje em dia as empresas buscam casa vez mais seu espaço entre o sucesso. Em virtude disso, as mudanças ocorridas no ambiente empresarial nos últimos anos, faz-se necessário uma melhor compreensão da importância de se auditar os sistemas de controle das empresas. As operações das empresas estão se tornando cada vez mais complexas aumentando-se, portanto, a necessidade da utilização de normas e procedimentos eficientes de gestão. 
Durante minha formação acadêmica e até mesmo na empresa em que trabalho, compreendo o quão importante é para a organização realizar este processo de auditoria interna, tanto para empresa, quanto para o rendimento do funcionário/colaborador que acaba indo de encontro com os resultados esperados pelos administradores. Portanto, escolhi como tema a auditoria interna, para responder aos meus objetivos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a NBR ISO 9000, gestão da qualidade compreende um conjunto de “atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade”. A gestão da qualidade se fundamenta na visão integrada dos processos, sistemas e recursos disponíveis na organização. (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2000, p.08)
	A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações, como um serviço prestado à administração. Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da eficiência de outros controles. (CREPALDI, 2002, p.41). 
Então, é indispensável que o auditor proceda ao exame em extensão e profundidade necessárias, para certificar-se de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com os 10 princípios fundamentais de contabilidade. (CREPALDI, 2002, p.134). 
A Resolução CFC nº986, de 21/11/2003 aprovou a NBC T 12, que refere que auditoria interna está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado. Tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos da gestão e controles internos.
Há inúmeros pontos importantes que envolvem o bom funcionamento do processo de gestão de qualidade de uma empresa, dentre estes podem ser destacados: os métodos estatísticos, a padronização, a qualificação e treinamento de pessoal, o layout, os estoques, a manutenção dos equipamentos, o tamanho dos lotes, a sincronização da produção, além de fatores ligados diretamente aos funcionários como: participação, indicadores de desempenho, domínio de novas tecnologias, sistema de remuneração, entre outros. (NICOLOSO, 2010). A administração da qualidade utiliza ferramentas de qualidade para obter resultados eficazes. Entre essas ferramentas destacam-se:
	O ciclo PDCA que constitui uma ferramenta de verificação que funciona de forma cíclica, onde a análise sempre retorna ao início do processo é composta por quatro partes: Plan, estudar um processo e planejar seu aprimoramento; Do, implementar a mudança; Check, observar efeitos e Action, Estudar os resultados. (MAXIMILIANO, 2004). 
	O 5S também representa uma ferramenta importante que tem origem na filosofia japonesa e visa atingir todas as áreas da organização, porém exige tempo e trabalho contínuo, pois a sua implementação necessita de trabalho em todas as áreas funcionais. (FEIGENBAUM, 1994). 
O sistema 5S apresenta a seguinte definição: 1º S: SEIRI – (Senso de uso ou utilização) consiste em eliminar o que é desnecessário garantindo a organização do ambiente de trabalho; 2º S: SEITON – (Organização) consiste em manter de forma ordenada objetos e materiais; 3º S: SEISO – (Limpeza) consiste em efetuar uma limpeza a fundo, além da criação de metodologias de controle das condições de limpeza e arrumação; 4º S: SEIKETSU – (Saúde, bem estar físico e mental e segurança no trabalho) consiste na verificação de problemas que afetam a saúde e a segurança dos indivíduos;
	O SEIS SIGMA é uma ferramenta de qualidade que foi introduzida pela Motorola, seguida por outras grandes indústrias de renome mundiais. A metodologia utilizada pelo Seis Sigma adota ferramentas e métodos estatísticos para a definição de problemas e situações, controlando processos e produtos, gerando uma melhoria contínua. (CARVALHO; ROTONDARO, 2006 p. 18). 
	Outra ferramenta indispensável são os processos de análise e auditoria que auxiliam na manutenção da qualidade do produto final e sua certificação.
A crescente necessidade de melhorar os resultados, impulsiona as organizações a buscar cada vez mais a identificação de oportunidades e estratégias para minimizar riscos aos seus negócios,eficiência em suas operações e um nível satisfatório de retorno aos seus investimentos. A auditoria interna segundo Crepaldi (2010), como elemento-chave no processo de contínua avaliação dos processos e atividades das empresas, deve estar adequadamente sincronizada neste cenário.
A auditoria interna, conforme destacam Santos e Buesa (2014) deve participar proativamente no suporte à administração empresarial sendo responsável não somente por garantir a qualidade e efetividade da estrutura do controle interno, como também, para propor recomendações de valor agregado às atividades e aos negócios das empresas.
A auditoria interna é o conjunto de procedimentos que tem como finalidade examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, financeiras, contábeis e operacionais da entidade (ATTIE, 2009). Desta forma entende-se que a Auditoria Interna é de grande importância para gestão de qualidade, pois ela presta ajuda à administração, com vistas à possibilidade de eliminar inconvenientes ao desempenho da gestão.
Pereira e Vasconcelos (2004) destacam que a autoridade correspondente deve propiciar ao auditor interno livre acesso a todos os registros, propriedades e pessoal da empresa que possam vir a ter importância para o assunto em exame. Salientam também que o auditor interno deve sentir-se à vontade para revisar e avaliar diretrizes, planos, procedimentos e registros. Barros (2007), então, afirma que a qualidade da atividade de auditoria depende fortemente de sua capacidade de monitorar e melhorar a gestão de riscos e os controles internos da companhia. Lajoso (2005) defende que a auditoria interna deve fornecer análises, apreciações, perspectivas, recomendações, resultados, sugestões e informações em qualquer atividade auditada, incluindo a promoção do controlo mais eficaz a custo razoável.
Com a auditoria Interna, a organização consegue ter um olhar mais amplo sobre o que está acontecendo dentro da empresa, passa a ter informações mais fidedignas. Conforme veremos a seguir o autor traz a questão da informação adicional, que podemos dizer que o mesmo que está se referindo a Auditoria Interna.
Conforme Beuren (2000,p.21)
“A concepção de um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar as suas decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e das suas necessidades informativas. Muitas vezes, torna-se necessário repensar o próprio modelo de decisão, além de utilizar informação adicional para determinar a probabilidade de ocorrência de cada estado da natureza, a fim de reduzir o problema da incerteza”.
Paladini (2004) afirma que sob a ótica da competitividade, o desenvolvimento de um Sistema de Gestão de Qualidade sólido, pode favorecer a empresa em diversos aspectos conforme veremos a seguir alguns destas características:
	Satisfação do Cliente – Melhoria do desempenho do produto e consequentemente maior satisfação do consumidor. 
	Imagem da Organização - Melhoria da imagem da organização percebida pelo cliente. 
	Redução de Custos - Redução de custos, movida pelo aumento da produtividade e eficiência.
	Motivação dos colaboradores - Melhoria da comunicação, moral e satisfação 
no trabalho.
De acordo com a NBR ISO 19011, as auditorias são importantes por se tratarem de “uma ferramenta de gestão para monitorar e verificar a eficácia da implementação da política da qualidade e/ou ambiental de uma organização”. (NBR ISO 19011, 2002 p.01). A norma aponta ainda para a eficácia da utilização de auditorias para a avaliação da conformidade (certificação/registros externos) e para a avaliação e acompanhamento da cadeia de fornecedores. Segundo Ramos (1991 p.88), a auditoria da qualidade é uma avaliação planejada, programada e documentada, esse trabalho deve ser realizado por auditores independentes da área auditada visando o aperfeiçoamento do sistema da qualidade. A auditoria da qualidade é classificada em:
	Auditoria interna: objetiva avaliar o plano de desenvolvimento do produto verificando o atendimento aos requisitos estabelecidos. 
	Auditoria Externa: objetiva avaliar os fornecedores de matérias-primas. 
Dentro da cadeia produtiva de alimentos a auditoria da qualidade é fundamental e indispensável para uma boa gestão da qualidade, pois possibilita a obtenção dos objetivos e padrões preestabelecidos através do aperfeiçoamento do sistema.
		3. METODOLOGIA
Foi realizada pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. É uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva. Segundo Leopardi (2011), a pesquisa qualitativa é ideal quando o objetivo da pesquisa está focalizado em entender o que as variáveis representam. Esse tipo de pesquisa é usado quando se deseja avaliar programas ou propostas, estudos de casos particulares, ou seja, quando o pesquisador deseja subjetivos.
O estudo foi realizado em uma organização do ramo alimentício, em um Município do interior do Rio Grande do Sul, abrangendo qualquer funcionário ou administrador. Considerou-se a população, qualquer funcionário ou administrador. A amostra foi intencional e constituiu-se de 2 administradores que realizam a auditoria interna e 2 funcionários de produção. A faixa etária variou entre 32 e 57 anos e o tempo de profissão entre 5anos e 29 anos. 
A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas individuais, no local de trabalho, em sala e momento definidos pelos sujeitos. O número de sujeitos incluídos no estudo foi determinado pela empresa em questão.
Os dados obtidos foram organizados em categorias, segundo suas semelhanças e diferenças, por meio do desmembramento de pequenos fragmentos do texto em unidades, de acordo com os perfis categóricos identificados nos discursos dos entrevistados. Os fragmentos das falas selecionadas para compor este estudo foram identificados com a letra E, de entrevistado, seguido do número 1, 2, 3 de acordo com a ordem em que as entrevistas foram realizadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após as transcrições das falas, as mesmas foram categorizadas, dando origem a duas categorias as quais serão discutidas a seguir.
Auditoria interna e a gestão de qualidade
Segundo os entrevistados, a Auditoria interna é realizada. Porém conforme já descrito acima. Os funcionários da produção participam porém não entendiam como isto sendo parte deste processo e nem o significado que isto tem para o bom andamento da organização e o que isto pode influenciar diretamente no bom andamento do próprio trabalho destes.
[...] Seguido passamos por avaliações, tanto prática, quanto de escrever, mas não sei se isso é para auditoria interna, mas sim melhora a qualidade do serviço [...] (E1).
[...] Temos muitas vezes pessoas da chefia que nos avalia, fazem perguntas (E2).
[...] Trabalhamos de uma forma tranquila, muitos momentos realizamos junto com uma psicologa e chefe de setor, relatório de desempenho de cada funcionário(E3). 
[...] A Auditoria Interna nos propicia a ter um crescimento contante da empresa, evita perda de matéria-prima, sem contar que se a empresa estives bem poderá propiciar novos empregos, e ter benefícios melhores para cada um influenciando na gestão de qualidade[...] (E4).
A Auditoria Interna fornece análises, apreciações, recomendações, sugestões e informações, relativas às atividades examinadas, incluindo a promoção do controle eficaz a custo razoável. O auditor interno deve revelar as fraquezas, determinar as causas, avaliar as consequências e encontrar uma solução de modo a convencer os responsáveis a agir. (MARTINS, I. & MORAIS, G;1999). 
Os auditores internos podem estar numa situação única para ajudar as suas empresas a eliminar desperdícios, simplificar tarefas e reduzir custos. Para além dos tradicionais objetivos empresariais de optimização de lucros e de resposta às necessidades dos mercados em que se inserem, num mundo em constante mutação, as empresas deparam-se com novas situações, que conduzem a uma forte motivação, relativamente a preocupações com a eficáciae eficiência dos recursos. 
Vê-se que quem trabalha na produção não compreende o andamento do serviço envolvendo a Auditoria interna, mas entende que é para ter uma boa gestão de qualidade e que isto melhora o crescimento da empresa.
[...] Não entendo muito sobre isso, mas se é para o bom andamento da empresa, também é para nós que trabalhamos(E1).
[...] (E1).
O BT é uma estratégia utilizada para proporcionar um ambiente hospitalar humanizado, distanciando as crianças do medo e da ansiedade tão presentes nesse ambiente. Brincar com a criança internada é uma das atribuições da enfermagem que deve ser incluída na rotina diária de cuidado a criança e prestar assistência atraumática à criança está em consonância com o que é preconizado pela Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde (RIBEIRO; BORBA; REZENDE, 2009). A união da tecnologia e do cuidado humanizado transforma um lugar de dor e sofrimento em um ambiente capaz de inspirar esperança em um futuro, no qual a criança e seus pais se desenvolvem de forma satisfatória (MOLINA et al., 2007).
A implementação do BT como rotina de cuidado, requer integração e atuação multidisciplinar para que esta técnica seja realizada de forma que não prejudique as demais rotinas. Os profissionais relataram que outros profissionais da saúde poderão ter mais domínio sobre o assunto referente ao BT.
[...] Talvez outras profissões, como o terapeuta ocupacional, por exemplo, tenha mais domínio sobre esse assunto e consiga resultados mais rápidos ou melhores (E1).
[...] Hoje quem nos auxilia neste trabalho é a TO, onde é estabelecida por lei ter uma profissional TO na UTI, via portaria 007 RDC (E9).
O trabalho em equipe multiprofissional é uma prática crescente no atendimento a saúde (TONETTO; GOMES, 2007). Nesse sentido, ter a disponibilidade nos serviços de profissionais de outras áreas, como terapeuta ocupacional e pedagoga, facilitaria a estadia da criança no ambiente e também aliviaria o estresse de familiares e acompanhantes. Criar espaços próprios para o brincar é uma forma de auxiliar os diferentes profissionais a executar essa prática e a promover a sua integração. A brinquedoteca hospitalar é um direito legalmente assegurado às crianças por meio da Lei 11.104/2005, entendido como um espaço que contém brinquedos e jogos educativos que estimulam a criança e seus acompanhantes a brincar (BRASIL, 2005). 
No local estudado, os profissionais contam com uma brinquedoteca e o trabalho de terapeuta ocupacional e psicopedagoga, mas os entrevistados relataram que é necessário fazer um planejamento de atividades para estes profissionais a fim que todos os setores sejam atendidos, referem que não tem a interação da equipe multidisciplinar e que seria muito interessante que partisse o interesse na direção e administração.
[...] Fazer um planejamento de atividades para a profissional da psicopedagogia na brinquedoteca, pois acaba que o paciente passa em nosso setor e ele nem sabe que isso existe no hospital. Principalmente as crianças que são os pacientes que mais precisam de interatividade [...] (E5).
[...] Eu trabalho aqui a 2 anos e vi 1 vez só a TO entrar e brincar com uma criança, porque quando é realizado é a gente que faz (E7).
[...] Não se tem essa interação multidisciplinar ainda. Acredito que seria bem interessante, mas dai vem da parte da direção e da administração e ai está à dificuldade (E2).
Verificou-se que é necessária haver a integração entre esses profissionais e a equipe de enfermagem e a utilização conjunta do espaço. Observou-se que alguns profissionais reconhecem essa necessidade, mas como a instituição não prioriza este cuidado, o mesmo depende de esforços pessoais. Sem apoio superior, os profissionais não conseguem incluir o brincar na sua rotina de cuidado, tornando a prática mecanizada e menos humanizada, com pouca interação com a criança e sua família e os diferentes profissionais da equipe. O que se percebeu na realidade estudada, é que a existência desses profissionais não está garantindo o cuidado integral e integrado à criança, mas a realização de procedimentos isolados e em tempos e situações diferentes, que não favorecem a criança. 
A hospitalização pode prejudicar o desempenho ocupacional e os papéis ocupacionais da criança, e a TO, tem um papel essencial que é intervir com o objetivo de prevenir e tratar os problemas que interferem na evolução da criança (SANTOS; MARQUES; PFEIFER, 2006). Pode-se verificar o quanto é importante esta interação multidisciplinar, pois além de legislações que preconizam ter profissionais de determinadas áreas em um ambiente hospitalar, estes precisam trabalhar com objetivos em comum, primando pelo bem estar e o cuidado humanizado a criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo possibilitou compreender que apesar dos enfermeiros não distinguirem o BT propriamente dito de uma ação de brincar, quando os profissionais fazem uso de um brinquedo ou permitem uma brincadeira antes e durante os procedimentos, eles estão utilizando os pressupostos do BT para favorecer o cuidado e minimizar o sofrimento da criança. Estes profissionais reconhecem os benefícios advindos do brincar na assistência humanizada à criança. A falta de tempo, o baixo quantitativo de profissionais de enfermagem e a falta de integração na equipe multidisciplinar foram as principais dificuldades citadas para a não realização do BT e sua não priorização como uma rotina de cuidado. Porém, esses fatores podem ser corrigidos por meio de ajustes organizacionais e não devem ser empecilhos para o oferecimento deste direito à criança. 
Reitera-se, então, a necessidade de se discutirem formas de superação das dificuldades ressaltadas pelos entrevistados, com eles mesmos e com os órgãos administrativos da instituição. Sugere-se, atividades de capacitação a respeito do BT para atender aos interesses das crianças e profissionais, colaborando para que sejam realizados protocolos assistenciais e o BT seja implementado como rotina de cuidado.
REFERÊNCIAS
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