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artigo cientifico, D. Penal

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SISTEMA PUNITIVO NO BRASIL
 
 
RESUMO
O presente artigo trata do sistema punitivo no Brasil. Comentarei sobre a crise do Sistema Punitivo, falência das penas privativas de liberdade, recuperação do sistema punitivo e algumas de suas consequências.
Palavras-chave: Sistema punitivo, Crise, Política criminal, falência, ressocializadora.
	
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar o conceito de Sistema Punitivo brasileiro, a crise nesse sistema e suas conseqüências.
Sabemos que a crise do sistema penal brasileiro se manifesta de diversas formas. No presente trabalho pretendo analisar parte desta crise. O governo dá seguimento aos processos de criação de novos tipos penais e de aumento de penas dos crimes já existentes, e a transformação do sistema punitivo.
SISTEMA PUNITIVO BRASILEIRO
Sistema Punitivo Brasileiro é entendido como o conjunto de todas as penas previstas nas Leis Brasileiras em vigor, interagindo entre si com outras normas jurídicas, segundo processo de interação estabelecida na Constituição da República. Esse sistema encontra-se nas penas estipuladas na parte especial do Código Penal, na Lei das Contravenções Penais, no Código Penal Militar e em outras leis espalhadas.
O sistema punitivo no Brasil não realiza adequadamente nenhuma das funções próprias da pena criminal: não previne, não ressocializa nem prevê retribuição na medida certa. A sociedade tem uma sensação difusa de impunidade.  O sistema punitivo tem como porta de entrada o inquérito policial, passa pelo Ministério Público, pela Magistratura e tem como porta de saída o sistema penitenciário.
RECUPERAÇÃO DO SISTEMA PUNITIVO
Recuperar o sistema punitivo envolve a combinação de providências óbvias com algumas soluções criativas. É preciso, dentre outras prioridades, dar dignidade à polícia, status social, qualificação educacional, remuneração adequada, treinamento, equipamento e uma cultura capaz de conciliar eficiência com respeito aos direitos humanos.
2. CRISE E POLÍTICA CRIMINAL 
Tendo como base o conceito de lógica do tempo, a ciência jurídico-penal se desenvolveu fundamentada em uma visão mecanicista de mundo, há muito tempo questionada pela sociedade contemporânea. Nesse sentido, o sistema penal, baseado na ideia de “verdade absoluta”, teve seus paradigmas abalados. A ciência clássica unia conhecimento completo e certeza: desde que fossem dadas condições iniciais apropriadas; garantia, assim, a previsão do futuro e a possibilidade de voltar ao passado. Neste sentido, verificamos uma mudança estrutural com relação à finalidade e à capacidade de resolução dos conflitos pelas ciências penais. Quando o acaso passa a ser parte integrante da natureza dos fenômenos, e não mais algo estranho e exterior, a visão da violência também é deslocada, passando a ser algo constitutivo da sociedade.
A crescente produção legislativa constatada pela atual política criminal brasileira é resultado da reação simbólica do Estado, com o intuito de acalmar a população, que, instigada pela mídia, exige uma postura imediata em relação à crescente criminalidade, assim fazendo surgir um direito penal de emergência.
FALÊNCIA DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Concentrando seus esforços na de punição da conduta – o Estado esquece do seu papel de prevenção. Na realidade, o sistema penal não realiza efetivamente a proteção dos direitos fundamentais e quando intervém, através de seu poder punitivo, o faz confrontando tais direitos. Contrariamente, o Estado pune o infrator usando dos mesmos meios pelos quais o está recriminando, o que é um erro, pois para melhorar é preciso mudar os métodos já utilizados que não vêem dando certo.
Além de o Estado não fazer o seu papel de prevenção, usa meios equivocados de punição e, para piorar, a punição não é eficaz, pois não está intimidando a ocorrência de novos crimes. O art. 1º da Lei de Execução Penal prevê que “a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado ou do internado”. Destaque especial para a pena de prisão, a que mais simboliza a manifestação de poder do Estado, e que está longe de cumprir sua finalidade ressocializadora.
 Mas, nem mesmo a função de isolamento dos criminosos está sendo cumprida, pois com freqüência, há fugas no nosso sistema. Como esperar então que nossos presídios apresentem as condições mínimas para ressocializar alguém. Acredito que ao contrário disso, produzem efeitos devastadores na personalidade da pessoa, que muitas vezes por falta de assistência, acabam voltando para o mundo do crime.
Considerações Finais
A sensação generalizada de insegurança e a realidade da violência impõe-nos a repensar o papel da pena e da prisão e a criar mecanismos eficazes de contenção e até mesmo de eliminação da criminalidade. O sistema penitenciário que aí está posto não cumpre há muito tempo a sua verdadeira função, e as respostas dadas atualmente em nada têm contribuído para melhorar a segurança. Pior que isso, têm sim contribuído para estigmatizar ainda mais os já excluídos e para servir de palanque à elite política, que faz as leis para que os outros cumpram. 
 Porém, pensar de forma isolada em políticas criminais e penitenciárias não vai resolver o problema da criminalidade e da marginalização. A mudança no sistema punitivo brasileiro deve vir acompanhada de uma mudança social. Não podemos pensar apenas em punir as condutas criminosas, mas também nos preocupar em não deixá-las acontecer. Não basta encarcerar os “criminosos”, mas criar condições para que os potenciais criminosos, hoje meninos nas favelas ou nas ruas das grandes cidades, possam ter oportunidades de seguir outro caminho.  
 A mudança social começa por cada um de nós, em não nos deixarmos envolver pela deformada opinião pública, massa de manobra da elite dominante. 
Referências
GOMES, Luiz Flávio. FUNÇÕES DA PENA NO DIREITO PENAL BRASILEIRO.  (Publicada no Juris Síntese nº 59 - MAI/JUN de 2006).
NORONHA, E. Magalhães. DIREITO PENAL – INTRODUÇÃO E PARTE GERAL. 31 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. 4 v. V. 1.
BARROSO, Luis Roberto. Na XXI Conferência Nacional de Advogados.

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