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artigo cientifico, D. Civil

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DIREITOS DOS ANIMAIS
 
RESUMO
O presente artigo trata do direito dos animais. Todos os animais têm o mesmo direito à vida, os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem, portanto nenhum animal deve ser maltratado. Os direitos dos animais são defendidos por lei, sendo assim quem cometer algum maltrato contra os animais será punido e responderá perante a lei.
Palavras-chave: Direitos dos animais, proteção dos animais, lei de crimes ambientais.
	
INTRODUÇÃO
O meio ambiente é formado por um todo, inclusive pelo os animais, desta forma devemos destacar a importância dos animais em nossas vidas e na preservação e conservação do meio ambiente.
Os animais pela simples condição de serem seres vivos, detêm certos direitos que lhes são inerentes, assim assegura a Constituição Federal e a Lei de Crimes Ambientais em conjunto com outras legislações esparsas e de abrangências nacionais, estaduais e municipais, e internacionais onde protegem os animais dos mais diversos abusos, maus-tratos e de crimes praticados pelo ser humano.
Inicialmente o trabalho aborda a evolução legislativa na proteção dos animais, destaque para análise do dispositivo da Constituição Federal e a Lei Crime Ambientais. Depois apresenta a competência para legislar sobre os direitos dos animais. 
Em seguida os princípios os quais servem de fundamento para a proteção jurídica dos animais, onde visa garantir que os interesses básicos dos animais sejam respeitados, como uma boa qualidade de vida e um tratamento respeitoso dispensado pelos humanos em relação aos animais.
1 Na proteção dos animais
O inicio da proteção legalista no Brasil contra a violência aos animais foi o Decreto 16.590 de 1924, que regulamentou as Casas de Diversões Públicas. Depois foram criadas diversas leis, e dentre essas, destacamos por sequência de criação as que têm uma grande importância na proteção dos animais:
Decreto 23.793/1934: Código Florestal;
Decreto Federal 24.645/34: Estabeleceu a medida de proteção dos animais; Este decreto expõe princípios normativos que são atualmente buscados pelos advogados destes direitos em todo o mundo. Na mesma direção segue ACKEL FILHO (2001), “Já se pode afirmar que a norma atribui aos animais uma espécie de personificação, que os torna sujeitos de direitos dos quais podem gozar e obter a tutela jurisdicional em caso de violação.”
Decreto Lei 3.688/41 : Lei de Contravenções penais, no seu art. 64 proibiu a crueldade contra os animais;
Decreto 50.620/1961: Proibiu o funcionamento das rinhas "brigas de galos";
Lei 7.173/1983: Lei do Zoológico;
Lei 9605/1998: Lei de Crimes Ambientais, onde criminalizou os atentados animais.
 1.1. Constituição Federal
A Constituição Federal de 1988, dedicou capítulo específico (Capítulo VI do Título VIII) à proteção ambiental, incluindo proteção à flora e fauna nativas, em seu art. 225 expressa a proteção ao meio ambiente e como reflexo insere a proteção aos animais:
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Destaque para o inciso VII, do parágrafo primeiro do artigo 225 da Constituição Federal onde ocorre a essência ao amparo do Poder Público perante a fauna onde estão inclusos os animais e à criação de seus Direitos: 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
1.2. Lei de Crimes Ambientais - Lei 9605/98
A Lei 9.605/98 tem como natureza a coerção de crimes contra a fauna porém insere nos artigos 29 a 37 a proteção contra os animais. 
O artigo 32 é sem sombra de duvidas, o dispositivo mais importante para proteger de agressões os animais, onde o bem jurídico preponderante é o respeito devido aos animais:
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
 parágrafo 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
 parágrafo 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se corre morte do animal.
3. Princípios que norteiam a proteção jurídica dos animais
À tutela jurídica dos animais no Brasil, demonstra a existência de determinados princípios que orientam o reconhecimento normativo da proteção jurídica dos animais, determinando direções onde levarão o legislador à consideração de determinados aspectos como a moral e a ética.
Princípio Fundamental da Teoria Abolicionista é que em hipótese alguma os interesses fundamentais dos animais devem ser negligenciados, mesmo que isso possa trazer benefícios para os homens.
Princípio da Subsistência nos informa que o animal deve ter assegurado o direito de nascer, de alimentar-se, e de ter garantidas as condições básicas de sobrevivência.
Princípio do respeito integral tem como objetivo o atendimento das exigências éticas em relação ao tratamento dispensado pelo homem em relação ao animal não humano, através do qual se entende que deve ser repudiado qualquer tratamento que exponha o animal à exploração ou aos maus-tratos, sendo proibidos os atos que possam afetar a integridade física, psíquica ou o bem-estar dos animais.
Princípio da Representação Adequada se refere à representação dos animais na efetivação da tutela jurídica que lhes é oferecida, ou seja, diz respeito à procedibilidade indispensável para que os animais tenham seus interesses garantidos na prática.
Devemos ressaltar que estes princípios estão interligados entre si, pois apresentam características que restam por completar uns aos outros, sendo princípios que estão diretamente relacionados aos animais.
Dentre os princípios gerais do direito ambiental que norteiam a proteção jurídica dos animais, podemos encontrar, ainda:
Princípio da Participação Comunitária, que é semelhante ao princípio da cooperação, pois pressupõe que o Estado e a sociedade devem andar juntos na defesa dos interesses ambientais, no desenvolvimento de uma política ambiental adequada.
Princípio Da Obrigatoriedade de Intervenção do Poder Público, através do qual se denota que a gestão do meio ambiente não diz respeito apenas à sociedade civil. O Poder Público têm a função de administrar esses bens devendo prestar contas a respeito da utilização dos bens de uso comum do povo, que são compreendidos pelas águas, ar, solo, fauna, florestas e patrimônio histórico.
Princípio da Proporcionalidade este princípio deve ser aplicado sempre que um princípio estiver colidindo com outro.
6. Entidades de Proteção Ativa dos Direito dos Animais
A fiscalização e apreensão dos animais comercializados ilegalmente são realizadas por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e por Policiais Florestais, e depois de efetuada a apreensão os animais são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS).
Já o CETAS tem por finalidade recepcionar, criar e tratar os animais silvestres resgatados ou apreendidos pelos órgãos fiscalizadores, e receber animais silvestres de cativeiro doméstico, sendo ainda responsável pelo estudo do destino mais viável para os animais. 
Quando os animais não ser de extinção serão encaminhados ao zoológicos, criadouros registrados pelo IBAMA, e centros de pesquisa. Porém para que ocorram as solturas os animais deverão estar em condições de retornarem à natureza.
Os trabalhos de combate ao tráfico e a violência aos animais é também realizado por ONGs, demais associações locais também e pelo Ministério Público, recebendo denúncias. As ONG’s têm por fim, complementar os Poderes, Executivoe Legislativo, contribuindo para instaurar e manter o Estado Ecológico de Direito.
No Paraná destaque para o IAP - Instituto Ambiental do Paraná cuja a sua missão é proteger, preservar, conservar, controlar e recuperar o patrimônio ambiental, buscando melhor qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável com a participação da sociedade.
Considerações Finais
Temos uma Legislação onde possui alguns dispositivos eficazes para a tutela de alguns direito dos animais, consolidada principalmente pela Constituição Federal e pela Lei dos Crimes Ambientais, porém nossa legislação ainda não se encontra completa, devendo ser atualizada e principalmente aplicada para eficaz tutela dos animais. 
Além disso é necessário que haja conscientização do Estado e da sociedade que a qualidade de vida depende de um meio ambiente sadio e equilibrado, e esta conscientização começa com a educação ambiental. 
Não podemos esquecer que o homem não sobrevive sem os animais, pois eles são essenciais para o equilíbrio do meio ambiente, já os animais sobrevivem sem o homem, como viveram a milhões de anos.
Como afirmou Leonardo da Vinci, pintor italiano (1452-1519): Chegará o dia em que o homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade
Desta forma para que os direitos dos animais existam efetivamente e sejam reconhecidos plenamente, existe a necessidade perante ao Estado de atualização das leis, aplicando em certos casos punições mais severas, e a necessidade de conscientização pela sociedade que os animais devem ser protegidos.
Referências
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed. Saraiva, 2005.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17. ed. Malheiros.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 4. ed. rev. ampl. at. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. 
LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos Animais - O Direito Deles e o Nosso Direito Sobre Eles. São Paulo: Mantiqueira, 1998
ALMEIDA, Jeovaldo da Silva, Proteção aos Animais. Disponível em, acesso em 21/09/2013.
FILHO, Antônio dos Santos, Direiro dos Animais: Comentários a Legislação Brasileira. Disponível em , acesso em 21/09/2013

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