ANTRO Encontro 1 2018.02.20

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Instituto de Desenvolvimento Educacional
de Bagé – Faculdades IDEAU
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Antropologia.
Aula 20/02/2018
Prof.ª Natália Centeno Rodrigues
Contato: naticenteno@gmail.com
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Aproximações teóricas: 
De acordo com Marina Marconi e Zelia Presotto (2015) a etimologia
da palavra Antropologia nos remete aos vocábulos gregos anthropos,
que significa homem/ser humano; e ao vocábulo logos, compreendido
como estudo/conhecimento, assim significa o estudo do homem, do
ser humano de modo total. De modo sintético as autoras definem que
a Antropologia é a ciência da humanidade e da cultura.
Anthropos/homem + logos/estudo.
Antropologia é estudo do homem.
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“O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em todas as
sociedades existiram homens que observavam homens. Houve até
alguns que eram teóricos e forjaram, como diz Lévi-Strauss, modelos
elaborados ‘em casa’. A reflexão do homem sobre o homem e sua
sociedade, e a elaboração de um saber são, portanto, tão antigos quanto a
humanidade, e se deram tanto na Ásia como na África, na América, na
Oceania ou na Europa. Mas o projeto de fundar uma ciência do homem -
uma antropologia - é, ao contrário, muito recente. De fato, apenas no
final do século XVIII é que começa a se constituir um saber científico
(ou pretensamente científico) que toma o homem como objeto de
conhecimento, e não mais a natureza; apenas nessa época é que o
espírito científico pensa, pela primeira vez, em aplicar ao próprio
homem os métodos até então utilizados na área física ou da biologia”
(LAPLANTINE, 2003, p.7).
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Antropologia como saber científico:
- Como um sabor que estava a ser edificado foi necessário delimitar
um objeto e traçar perspectivas teóricas, a partir da segunda
metade do século XIX foram constituídos seus objetos empíricos
de pesquisa, com a intenção de que a Antropologia alcançasse
legitimidade científica.
- Esses objetos no primeiro momento são “as sociedades então ditas
‘primitivas’, ou seja, exteriores às áreas de civilização europeias ou
norte-americanas” (LAPLANTINE, 2003, p.7).
- É importante termos em mente que estamos falando de europeus
que se dispuseram a pensar sobre o projeto antropológico.
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Antropologia como saber científico:
- Devido a limitação relativa ao objeto de analisado, Françóis
Laplantine (2003) pontua que as conclusões iniciais eram
limitadas, pois estavam atreladas as observações das populações
que não pertencem à civilização ocidental (2003, p.8).
- Nesse primeiro momento a antropologia estava mais ligada a
história natural, física do homem e a biologia, salientam Marconi e
Presotto (2015).
- Por ser um universo de estudo e observação limitado a
antropologia, após alguns anos entrou em crise - uma crise de
identidade e de objeto de pesquisa.
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Antropologia como saber científico:
- A concepção inicial antropológica, se mostrou restritiva e
atualmente ao pensarmos a antropologia realizamos um
alargamento da perspectiva teórica.
- Dentro desse viés Françóis Laplantine (2003) pontua que a
Antropologia concentrasse no estudo do homem inteiro, “estudo
do homem em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos
os seus estudos e em todas as épocas” (2003, p.9).
Definimos com a ciência que estuda o homem, se interessa pelo
homem “em sua totalidade” (LAPLANTINE, 2003, p 12).
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Antropologia como saber científico:
- E tem por objetivo a compreensão das manifestações culturais do
comportamento e da vida social, por isso estuda os homens e suas
obras. Dessa forma, busca compreender o homem de modo global,
“o homem como ser biológico pensante, produtor de culturas e
participante da sociedade, tentando chegar, assim, à compreensão
da existência humana” (MARCONI; PRESOTTO, 2015, p.3).
- Marina Marconi e Zelia Presotto (2015) optam por dividir a
antropologia em dois grandes grupos: Antropologia Física ou
Biológica e Antropologia Cultural.
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Antropologia Física ou Biológica: 
- Tem por intuito compreender a natureza física do homem, objetiva
conhecer as origens e a evolução, sua composição, os processos
fisiológicos e as questões raciais. Vincula-se as ciências biológicas
e naturais e estabelece diálogo com a fisiologia, medicina, zoologia
e anatomia.
- Divide-se em: 
Paleontologia humana;
Somatologia; 
Raciologia;
Antropometria e 
Estudos comparativos do crescimento.
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Antropologia Física ou Biológica: 
Divide-se:
- Paleontologia humana – estuda a origem e a evolução humana
através dos fósseis.
- Somatologia – estuda variedades entre os homens, as diferenças
físicas, sexuais.
- Raciologia – estuda a história racial do homem.
- Antropometria – técnicas e procedimentos de medição do corpo
humano.
- Estudos comparativos do crescimento – buscam conhecer as
diferenças grupais relacionadas aos índices de crescimento e os
aspectos relativos aos comportamentos (alimentos, exercícios
físicos).
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Antropologia Cultural: 
- Compreende o estudo do homem como ser cultural, aquele que faz,
produz e reproduz cultura.
- Busca entender as culturas humanas, de acordo com o espaço, a
historicidade e as especificidades (similitudes e divergências).
- Foca suas investigações sobre o comportamento e entender todas
as dimensões. Assim as sociedades humanas passadas, presentes e
futuras são estudadas pela antropologia cultural.
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Antropologia Cultural: 
Conforme Marina Marconi e Zelia Presotto (2015) a Antropologia
Cultural divide-se em:
– Arqueologia: estuda as culturas do passado, busca reconstruir o
passado por meio dos vestígios.
– Etnografia: Conforme Lévi-Strauss busca a observação e analise
dos grupos humanos, levando em consideração as particularidades,
visando à reconstituição.
– Etnologia: preocupa-se em analisar, interpretar e comparar as
diversas culturas existentes, considerando as semelhanças e
diferenças.
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Antropologia Cultural: 
– Linguística: estuda os meios de comunicação e o conhecimento do
pensamento.
– Folclore: estuda a cultura espontânea dos grupos.
– Antropologia social: leva em conta as diferenças existentes entre
os grupos humanos, e ocupa-se de conhecer as relações sociais que
o regem.
– Cultura e personalidade: busca estabelecer a relação entre
indivíduo, sociedade e cultura para assim analisar o
comportamento humano.
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“A antropologia não é apenas o estudo de tudo que compõe uma
sociedade. Ela é o estudo de todas as sociedades humanas (a nossa
inclusive), ou seja, das culturas da humanidade como um todo em
suas diversidades históricas e geográficas. Visando constituir os
‘arquivos’ da humanidade em suas diferenças significativas, ela,
inicialmente privilegiouclaramente as áreas de civilização exteriores
à nossa. Mas a antropologia não poderia ser definida por um objeto
empírico qualquer (e, em especial, pelo tipo de sociedade ao qual ela
a princípio se dedicou preferencialmente ou mesmo exclusivamente).
Se seu campo de observação consistisse no estudo das sociedades
preservadas do contato com o Ocidente, ela se encontraria hoje, como
já comentamos, sem objeto”
(LAPLANTINE, 2003, p. 12).
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A Antropologia mantem relações interdisciplinares com as ciências
que centram seu interesse no objeto em comum, ou seja, no estudo do
homem. Destacam-se aqui a Sociologia, a Psicologia, a Economia
Política, a Geografia humana, o Direito e a História.
Qual a relação da Antropologia com o Direito?
O direito possuí um objeto de estudo muito amplo, como os conflitos
sociais e as normas que regulamentam a sociedade, logo fica evidente
que o objeto central do direito é o ser humano, seu comportamento e
suas relações, em comum ambas se preocupam com o ser humano.
Outra ligação importante é que o direito constitui aspectos da cultura,
e essa é estudada pela antropologia cultural.
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Referências bibliográficas:
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. 1.ed. de 1988.
São Paulo, SP: Brasiliense, 2003.
MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves.
Antropologia: uma introdução. 7. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2015.