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Aula 2 Consumo de Água

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SANEAMENTO BÁSICO II 
- AULA 2- 
Prof. Eloá Cristina F. Pelegrino (eloa.pelegrino@unifran.edu.br) 
UNIFRAN – 2017 
8º Período – Curso de Engenharia Civil 
Disciplina 
 
SANEAMENTO BÁSICO II 
 
CONSUMO DE ÁGUA 
 
Aula 2 - Consumo de Água 
2.1 - Introdução 
Fonte: TSUTIYA (2004) 
Qual é a principal variável utilizada no dimensionamento 
das tubulações, estruturas e equipamentos? 
O dimensionamento das tubulações e demais estruturas é 
função das vazões de água. 
Q = ???? 
Como obter o valor da vazão de dimensionamento? 
A vazão depende: 
Do consumo médio por habitante; 
 Da estimativa do número de habitantes; 
 Das variações de demanda; 
De outros consumos que podem ocorrer na área em 
estudo. 
2.2 - Classificação dos consumidores 
Doméstico; 
Comercial; 
Industrial; 
Público. 
Por que é feita essa classificação? 
Essas categorias são claramente identificáveis.  
 Existe a necessidade de estabelecimento de 
políticas tarifárias e de cobrança diferenciadas. 
Tarifa escalonada (progressiva): Para cada uma das faixas de consumo existe uma 
tabela com valores estabelecidos para o consumo. 
Exemplo: tarifa escalonada. Tarifas para os serviços de abastecimento de água e/ou coleta de 
esgoto, para o município de Franca, a partir de 12 de Maio de 2016.(Sabesp, 2016) 
https://www9.sabesp.com.br/agenciavirtual/pages/home/paginainicial.iface 
Para enquadramento na categoria Residencial Social: 
 
A - Critérios: 
Terá direito a pagar a Tarifa Residencial Social, o cliente que, mediante avaliação 
pela Área Comercial da SABESP, realizada com base em norma interna da 
Companhia, atenda aos seguintes critérios: 
 
1) Residência Unifamiliar: 
a) O cliente deverá ter renda familiar de até 3 salários mínimos, ser morador de 
habitação sub-normal com área útil construída de 60m², e ser consumidor 
monofásico de energia elétrica com consumo de até 170 kWh/mês; 
Ou 
b) Estar desempregado, sendo que o último salário seja de no máximo 3 (três) 
salários mínimos. O tempo máximo será de 12 meses. 
 
2) Habitação Coletiva: 
a) As habitações consideradas sociais, como cortiços e as verticalizadas, tais como 
Unidade Social Verticalizada resultante do processo de urbanização de favelas, 
deverão ser cadastradas na tarifa social. 
A categoria das economias residenciais (uso doméstico) 
é a mais homogênea → variabilidade do consumo é 
pequena. 
As categorias comercial e industrial são mais 
heterogêneas. 
Pequenos consumidores de água: bares, padarias e 
pequenas indústrias. 
Grandes consumidores de água: shopping center e 
indústrias de bebidas. 
Volume faturado por categoria (SABESP, 2011) 
Fatores que afetam o consumo: 
Condições climáticas: normalmente o consumo é 
maior no verão (as pessoas utilizam mais água). 
Quanto mais quente a região, maior é o consumo. 
O consumo é maior em regiões secas do que em regiões 
mais úmidas. 
 Hábitos e nível de vida da população: banhos, 
lavagem de pisos, lavagem de logradouros, irrigação de 
jardins. 
Quanto mais elevado o poder econômico e social da 
população, maior é o consumo. 
Maior utilização de máquinas de lavagem de roupas, de 
lava de pratos, da lavagem de automóveis, da utilização em 
piscinas. 
Consumo domiciliar per capita em função da renda familiar (Belo Horizonte e Contagem - MG). Fonte: Heller, 2006 
 Natureza da cidade: em cidades com características 
industriais, onde se consome água no processo 
industrial, o consumo per capita de água é maior. 
Agrupamentos tipicamente residenciais como as vilas 
operárias, cidades satélites e conjuntos habitacionais, 
são os que geralmente apresentam menor consumo. 
 Medição de água: A presença de medidores é 
fundamental para a redução do consumo. 
Um estudo realizado em Alberta, no Canadá, mostrou que a 
falta de medição aumentou o consumo em 25%. 
Em cidades em que o serviço medido não foi 
implantado, observa-se que o QPC é bem mais alto 
comparativamente às cidades semelhantes onde há medição 
parcial ou total. 
Pressão na rede: O consumo de água aumenta com a pressão 
na rede de distribuição de água (maior vazão). 
Se alimentação for indireta, isto é, através de reservatórios 
domiciliares, os defeitos de registros de bóia serão mais 
frequentes e ocasionarão, igualmente, perdas de água e, 
portanto, maior consumo. 
Por isso, as redes devem trabalhar, sempre que possível, a 
pressões reduzidas (desde que assegurem o abastecimento). 
 Rede de esgoto: Com a implantação de rede de 
esgotos há um aumento no consumo de água. 
Esse aumento é devido à despreocupação com a 
capacidade do seu sistema de disposição de esgotos, 
tais como a fossa séptica. 
Preço da água: Dentre as variáveis que afetam a 
demanda doméstica de água, uma das mais 
importantes é o preço. 
É uma das poucas variáveis sob total controle dos 
responsáveis pelo sistema de abastecimento de 
água. 
Vários trabalhos na literatura mostram uma relação 
direta entre demanda doméstica e o preço da água. 
Elevações nos preços da água acarretam 
diminuição do consumo (até um limite mínimo 
essencial). 
Reduções no preço causam aumento de consumo 
Tarifa média praticada em 2014 para serviços de abastecimento de água e de esgotamento 
sanitário, segundo estado, região geográfica e Brasil 
Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2014 - http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/Diagnostico_AE2014.pdf 
• Pode-se observar que, dos 27 Estados brasileiros (considerando o Distrito Federal), um total de 12 
(44,4%) apresentam despesas totais médias com os serviços superiores às tarifas médias praticadas. 
• Essa situação acontece em 2 estados do Centro-Oeste (50,0%), 4 (57,1%) no Norte, 6 do Nordeste 
(66,7%) e 2 do Centro-Oeste (50,0%). Chamam a atenção, principalmente, Pará e Roraima, onde essa 
diferença chega a mais de 100% e Amapá onde o valor é 94% desigual. 
• Por outro lado, Estados como Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentam maiores diferenças positivas 
entre tarifas médias praticadas e despesas totais médias, com diferenças que passam de 15%, sendo 
que a média do Brasil é de cerca de 2,5%. 
E Franca??? 
Demandas em uma instalação para 
 abastecimento de água 
Qualidade, quantidade, pressão e continuidade 
Demanda atual e futura (alcance de projeto) 
Consumo no próprio sistema (limpeza de ETAs) 
Perdas no sistema 
Consumo doméstico de água 
Fonte: TSUTIYA (2004) 
Água para uso comercial 
Apesar de sua grande importância no gerenciamento de 
sistemas de abastecimento de água, são poucas as 
pesquisas para a determinação do consumo de água em 
instalações comerciais no Brasil. 
Fonte: TSUTIYA (2004) 
Água para uso industrial 
Categorias de uso: 
 Uso humano 
 Uso doméstico 
 Água incorporada ao produto 
 Água utilizada no processo de produção 
 Água perdida ou para usos não rotineiros 
 
O volume de água utilizado pelas indústrias varia de uma 
indústria para outra e, por outro lado, mesmo para indústrias 
semelhantes, o consumo pode variar consideravelmente. 
Água para uso público Fonte: TSUTIYA (2004) 
2.3 - Consumo per capita de água (q ou qpc ou QPC) 
 
O significado do consumo per capita é o da 
média diária, por indivíduo, dos volumes 
consumos requeridos para satisfazer aos 
doméstico, comercial, público e industrial, 
além das perdas no sistema. 
 
A unidade usual do qpc é L/hab.dia 
Libânio et al., 2006 
ou 
qpc efetivamente consumido (qe) 
pelos 
usuários 
Micromedição 
(hidrômetros nas economias) 
Macromedição(saída do reservatório) 
qpc utilizado no dimensionamento 
das unidades de um SAA 
Ausência de medições: 
valores médios tabelados ou de 
áreas semelhantes 
Consumo médio per capita por prestadores de serviços, em 2011 (média do Brasil:156,7 l/hab.dia) 
Estimativas de consumo 
VON SPERLING (2005) 
Índice de atendimento (ou cobertura): representa a 
população situada dentro da área de projeto, servida pela 
rede de distribuição, e ligada à mesma. 
É uma fração da população total de uma cidade : 
população servida/população total. 
Deve ser determinado para as condições atuais e estimado 
para as condições futuras. 
No final de plano, é desejável que seja próximo de 100%. 
O índice de atendimento é função de condicionantes 
físicas, geográficas ou topográficas da localidade (nem 
sempre é possível atender com a rede de distribuição a 
todas as residências). 
Do índice de adesão: é a relação entre a população que 
realmente efetuou a ligação à rede e a população 
potencialmente servida pela de distribuição na rua. 
Das etapas de implementação da rede de distribuição, pois 
pode ser que nos anos iniciais de funcionamento nem toda 
a rede projetada esteja implantada. 
O índice de atendimento pode ser obtido, por exemplo, 
como função do número de ligações elétricas. 
Índice de atendimento = população média atendida/nº de 
ligações elétricas. 
Índice de Perdas: as perdas correspondem à diferença 
entre o volume de água produzido e o volume entregue 
nas ligações domiciliares. 
Referem-se aos volumes não contabilizados, podendo ser 
divididas em perdas físicas (ou reais) e perdas não-físicas 
(ou aparentes). 
Aos quatro tipos de consumos mencionados (doméstico, 
comercial, industrial e público) incorporam-se as perdas. 
Perdas físicas ou reais Perdas não físicas ou aparentes 
Vazamentos nas tubulações de 
distribuição e das ligações prediais 
Ligações clandestinas 
Extravasamento de reservatórios By-pass irregular no ramal das 
ligações (“gato”) 
Operações de descargas nas redes de 
distribuição e limpeza dos 
reservatórios 
Problemas de micromedição 
(hidrômetros inoperantes ou com 
submedição, fraudes, erros de leitura, 
problemas na calibração dos 
hidrômetros, entre outros). 
em que: 
IP = índice de perdas (%); 
Vm = volume de água micromedido ou faturado (volume 
consumido); 
Vp = volume de água macromedido ou disponibilizado para 
distribuição (volume produzido). 
Índice de perdas na distribuição em 2011 (média do Brasil:38,8%). 
Índice de perdas na distribuição em 2011 segundo capital dos estados e média do Brasil (38,8%). 
 Observa-se grande variação nos índices de perdas, desde 23,5% 
em Goiânia/GO até 72,1% em Porto Velho/RO e Macapá/AP. 
O consumo per capita de água pode ser determinado 
através: 
 Leitura dos hidrômetros – consumo per capita 
micromedido: é aquele efetivamente consumido pelos 
usuários. 
 Leitura do macromedidor instalado na saída do 
reservatório – consumo per capita macromedido: é 
utilizado no dimensionamento das unidades de um 
sistema de abastecimento de água; 
 Quando não existirem medições. 
 
Obs.: A diferença entre os valores do consumo per capita 
macromedido e o consumo per capita micromedido é 
exatamente as perdas no sistema. 
a) Determinação do consumo per capita de água a partir 
da leitura dos hidrômetros. 
a uma ou mais Uma ligação de água pode atender 
economias. 
Leitura dos hidrômetros: 
 Consumo no período por tipo de economia 
(domiciliar, industrial, comercial e público) 
de cada tipo de economia  Número 
número de habitantes atendidos e 
(avaliar o 
o índice de 
atendimento). 
Consumo efetivo per capita (qe): 
É o consumo médio efetivo de água por habitante no 
período, englobando o consumo doméstico, o industrial, o 
comercial e o público 
Consumo per capita (q ou qpc ou QPC): 
Para obtenção do consumo per capita são incorporadas 
as perdas de água do sistema de abastecimento. 
Em projetos é comum fixar um índice de perdas como 
meta (por exemplo, 20%) e não utilizar valores atuais, que 
geralmente são bem mais altos. 
b) Determinação do consumo per capita de água a partir 
da leitura de macromedidores. 
 Macromedidores são equipamentos utilizados na 
passa em medição da quantidade de água que 
determinado ponto da rede de distribuição. 
 Eles têm a mesma função dos hidrômetros 
domésticos. 
Geralmente são instalados na saída do reservatório de 
distribuição e fornecem os volumes consumidos a cada 
hora ou outro intervalo de tempo escolhido. 
Alguns modelos fornecem o gráfico tempo-vazão, que 
permite conhecer, além do consumo médio per capita, 
os coeficientes de variação de vazão. 
Estes equipamentos também são utilizados para o 
controle do desperdício da água, no sistema de 
distribuição. 
RESUMO!!! 
14 
Macromedição Micromedição 
𝑞𝑝𝑐 
𝑞𝑝𝑐 − 𝑞𝑚 
𝐼𝑃(%) = . 100 
qpc: consumo per capita (L/hab dia) 
qm: consumo efetivo per capita de água (L/hab dia) 
IP: Índice de perdas (%) 
VC: volume consumido medido nos hidrômetros (micromedição) (L) 
NE: número médio de economias 
ND: número de dias da medição pelos hidrômetros 
NH/L: número de habitantes por ligação 
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜) 
𝑞𝑝𝑐 = 
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑏𝑎𝑠𝑡𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 (ℎ𝑎𝑏) 
𝑚 𝑞 = 
𝑉𝐶 
𝑁𝐸 × 𝑁𝐷 × 𝑁𝐻/𝐿 
Detalhe do macro-medidor (SAAE - Viçosa - MG) 
Instalação de macro-medidor na saída de reservatório de distribuição (SAAE - Viçosa - MG) 
 
Franca 
Ligação pode 
atender a uma ou 
mais economia!!! 
Exercício 
 
Através da leitura de um medidor de vazão instalado na saída do reservatório, e das leituras dos 
hidrômetros domiciliares, obteve-se a tabela abaixo. Calcular o consumo per capita de água e o 
índice de perdas desse sistema. Levantamentos adicionais realizados: 
- Amostragem in loco na área abastecida, obtendo-se o valor médio de 4,3 habitantes por 
domicílio; 
- Número de ligações de energia elétrica fornecida pela concessionária: 5.170 
2.4 – Variações no consumo 
Em um sistema de abastecimento de água, a quantidade de 
água consumida varia continuamente em função do tempo. 
Variação anual: o consumo de água tende a crescer com o 
tempo, devido ao aumento populacional ou a melhoria dos 
hábitos de higiene da população. 
Variação mensal: nos meses de verão, o consumo supera o 
consumo médio, já no inverno, o consumo é menor. 
Variação diária. 
Variação horária. 
a) Variações diárias 
K1 – Coeficiente do dia de maior demanda (consumo): é a 
relação entre o maior consumo diário verificado no período de 
um ano e o consumo médio diário neste mesmo período. 
A antiga NB 587 é a NBR 12211 - Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água 
Fonte: Zambon e Contrera (2013) 
b) Variações horárias 
K2 – Coeficiente da hora de maior demanda (consumo): é a 
relação entre a maior demanda horária ocorrida em um dia e a 
vazão horária média desse dia. 
Fonte: Zambon e Contrera (2013) 
Para a determinação dos valores de K1 e K2, devem ser 
excluídos os consumos dos dias em que ocorreram 
acidentes no sistema, ou fatos excepcionais 
responsáveis por alteração no consumo de água. 
 
Para a determinação do K1, recomenda-se no mínimo, 
cinco anos consecutivos de observações, adotando-se a 
média dos coeficientes determinados. 
Demandas em uma instalação para 
 abastecimento de água 
Variação temporal da 
vazão 
Coeficientes de Reforço 
K1 e K2 
𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 
𝑲𝟏 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 
𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑑𝑖𝑎 
𝑲𝟐 = 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎 
FONTE: ZAMBON E CONTRERA (2013) 
* Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) 
2.5 – Estudo da população 
As obras de abastecimento de água são dimensionadas para 
atender a uma população correspondente ao crescimento 
demográfico em um determinado número de anos. 
 
Esse período chama-se de período do projeto, plano de 
projeto ou horizonte de projeto. É comum adotar-se 20 anos. 
 
Se as obras previstas no projeto forem construídas para 
atender o horizonte do projeto, nos anos iniciais haverá grande 
ociosidade, o que significa onerar a população atual. 
Para que isso não aconteça, as obras que podem ser 
subdivididas deverão ser executadas em etapas. 
 
Uma casa de bombas pode operar inicialmente com duas 
bombas (uma de reserva) e à medida da necessidade vão 
sendo instaladas mais bombas em paralelo. 
 
Uma estação de tratamento pode ter a sua capacidade 
duplicada ou triplicada construindo-se mais unidades. 
A ideia é que a disponibilidade de obras acompanhe o 
mais próximo possível a curva de demanda da cidade. 
 
Outras definições importantes da NBR 12 211 - Estudos 
de concepção de sistemas públicos de abastecimento de 
água 
 População residente: é aquela formada pelas 
pessoas que têm o domicílio como residência habitual, 
mesmo que ausente na data do censo por período 
inferior a doze meses. 
 População flutuante: é aquela que, proveniente de outras 
comunidades, se transfere ocasionalmente para a área 
considerada, impondo ao sistema de abastecimento de água 
consumo unitário análogo ao da população residente. 
FONTE: VON SPERLING, 2005 
População temporária: é aquela que, proveniente de 
outras comunidades ou de outras áreas da comunidade 
em estudo, se transfere para a área abastecível, 
impondo ao sistema consumo unitário inferior ao 
atribuído à população, enquanto presente na área, e 
em função das atividades que aí exerce. 
População total em uma área da comunidade: Soma 
das populações residente, flutuante e temporária. 
 População abastecida: é aquela atendida pelo 
sistema de distribuição existente. 
População abastecível: parcela da população total, em 
uma área da comunidade, a ser abastecida pelo sistema 
de distribuição. 
Consumidor singular: é aquele que, ocupando parte 
de uma área específica, apresenta um consumo 
específico significativamente maior que o produto da 
vazão específica da área, pela área por ele ocupada. 
 Consumidor especial: é aquele que deve ser 
atendido, independentemente de aspectos econômicos 
relacionados ao seu atendimento. 
Estudo da população da área de projeto: fixados os períodos 
de projeto e as etapas de construção, deve-se estimar a 
população a ser abastecida nesses anos. 
 
O estudo da População é o principal parâmetro para o 
cálculo das vazões. 
 
Devem ser levados em consideração: dados censitários; 
cadastro imobiliário; pesquisa de campo; planos e projetos 
existentes; planos Diretores do município (uso e ocupação 
do solo); situação socioeconômica do município; elaboração 
de projeções da população. 
Principais métodos para estudos demográficos. 
a) Método dos componentes demográficos; 
b) Métodos com base em fórmulas matemáticas; 
c) Método com base na quantificação indireta 
 
a) Métodos dos componentes demográficos 
Este método considera a tendência passada verificada pelas 
variáveis demográfica: fecundidade, mortalidade e migração, 
sendo formuladas hipóteses de comportamento futuro. 
A expressão geral da população de uma comunidade, em 
função do tempo, pode ser expressa da seguinte forma: 
Esta expressão, embora seja uma função dos números intervenientes no 
crescimento da população, não tem aplicação prática para efeito de previsão 
devido a complexidade do fenômeno, o qual está na dependência de fatores 
políticos, econômicos e sociais. 
Fonte: Heller, 2006 
b) Métodos com base em fórmulas matemáticas: 
c) Métodos com base na quantificação indireta 
Extrapolação gráfica: este método pode ser utilizado para estimar a 
população por um período grande. 
Consiste no traçado de uma curva arbitrária, que se ajusta aos dados já 
observados, da população de outras comunidades semelhantes ao 
estudo, mas que tenham uma população maior. 
População de referência 
Ano 
B 
C 
A Comunidade em estudo 
D 
P
o
p
u
la
ç
ã
o
 
População projetada 
da comunidade A 
Previsão 
população 
de empregos 
é estimada 
e serviços 
utilizando-se 
de utilidades: A 
a previsão de 
empregos ou a partir da previsão de serviços de utilidade, 
como eletricidade, água, telefone 
 
Com base nos dados passados da população e pessoas 
empregadas, calcula -se a relação "emprego/população", a 
qual é projetada para os anos futuros. 
 
Ao se fazer as projeções populacionais, deve-se ter em 
mente os seguintes pontos: 
1) Os estudos de projeção populacional são normalmente 
bastante complexos. 
Devem ser analisadas todas as variáveis (nem sempre 
quantificáveis) que possam interagir na localidade 
específica em análise. 
Podem ocorrer eventos inesperados que mudem 
totalmente a trajetória prevista para o crescimento 
populacional. 
Necessidade do estabelecimento de um valor realístico 
para o horizonte de projeto, assim como da 
implantação das obras em etapas. 
2) As sofisticações matemáticas associadas às 
determinações dos parâmetros de algumas equações de 
projeção populacional perdem o sentido se não forem 
embasadas por informações paralelas, na maioria das 
vezes não quantificáveis, como aspectos sociais, 
econômicos, geográficos, históricos etc. 
3) O bom senso do analista é de grande importância na 
escolha do método de projeção a ser adotado e na 
interpretação dos resultados (a extrapolação da curva 
exige percepção e cautela). 
4) Os últimos dados censitários no Brasil têm indicado uma 
tendência geral (com exceções localizadas) de redução 
nas taxas anuais de crescimento populacional. 
 
5) É interessante considerar-se a inclusão de uma certa 
margem de segurança na estimativa, no sentido de que 
as populações reais futuras não venham, a menos de 
alguma forte causa imprevisível, facilmente ultrapassar 
a população de projeto estimada, induzindo a precoces 
sobrecargas no sistema implantado. 
• Para as condições Brasileiras, a dificuldade de 
obtenção de dados confiáveis que constituam 
uma série histórica de população, principalmente 
em municípios pequenos no interior do Brasil, 
dificulta sobremaneira a adoção do método 
logístico. 
• Assim, na ausência de dados confiáveis 
usualmente adota-se o método de crescimeto 
geométrico, com taxas similares às verificadas 
nos municípios maiores e, que apresentem 
condições sócio–econômicas parecidas. 
E qual usar?? 
Exercício 
2.6 - Vazões de dimensionamento dos componentes 
de um sistema de abastecimento de água. 
O dimensionamento dessas diversas partes deve ser 
feito para as condições de demanda máxima, para que 
o sistema não funcione com deficiência durante horas 
do dia ou dias do ano. 
As obras a montante do reservatório de distribuição 
devem ser dimensionadas para atender a vazão média 
do dia de maior consumo do ano. 
Vazões de Dimensionamento dos Componentes 
de um Sistema de Abastecimento de Água 
𝑃 . 𝑞𝑝𝑐 
𝑄 = 
86400 
𝑄 = 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝐿 /𝑠) 
𝑃 = 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 (ℎ𝑎𝑏) 
𝑞𝑝𝑐 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 (𝐿/ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) 
74 
Vazão média: 
Vazão da captação, estação elevatória e adutora até a ETA (Q1): levamos 
em conta a vazão do dia de maior consumo no final de plano (K1), mais o 
consumo da ETA (lavagem de filtros e decantadores). 
Se a ETA consome 4% da água produzida, CETA é 1/0,96 
DISTRIBUIÇÃO PRODUÇÃO 
Dimensionamento Demanda máxima 
Vazão da ETA até o reservatório (Q2): levamos em conta a 
vazão média do dia (K1) de maior consumo. 
Uma das funções dos reservatórios de distribuição é receber 
uma vazão constante (vazão média do dia de maior 
consumo) e servir de volante para as variações horárias. 
Vazão do reservatório até a rede (Q3): a rede de distribuição 
deve ser dimensionada para a maior vazão de demanda, que 
é a hora de maior consumo. 
Levamos em conta a vazão média do dia (K1) e hora (K2) de 
maior consumo no final de plano. 
P = população da área abastecida; 
q = consumo per capita de água; 
K1 = coeficiente do dia de maior consumo; 
K2 = coeficiente da hora de maior consumo; 
Qesp = vazão específica (grandes consumidores) 
CETA = consumo da ETA 
Capacidade das unidades 
O diagrama apresentado na Figura 10 destaca as vazões a serem consideradas em cada uma das 
unidades de um sistema de abastecimento de água. Observa-se que todas elas derivam da vazão 
média (Q), dada por: 
Exemplo (usar equações do slide 78): 
 
Calcular a vazão das unidades de um sistema de abastecimento de 
água, considerando os seguintes parâmetros: 
• P para dimensionamento das unidades de produção, exceto 
adutoras (alcance = 10 anos) = 20000 hab; 
• P para dimensionamento de adutoras e rede de distribuição 
(alcance = 20 anos) = 25000 hab; 
• q = 200 L.hab-1.d-1; 
• t = 16 horas; 
• qETA = 3% 
• k1 = 1,2; 
• k2 = 1,5; e 
• Qs = 1,6 L.s-1 . 
87,49 L/s

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