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SUCESSÃO PROVISÓRIA DO AUSENTE – ARTIGOS 26 AO 30 DO CÓDIGO CIVIL

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UNIVERSIDADE VILA VELHA
DIREITO CIVIL I 
SUCESSÃO PROVISÓRIA DO AUSENTE – ARTIGOS 26 AO 30 DO CÓDIGO CIVIL
ANTONIO HENRIQUE MARQUESI CINTRA
CLAUDINEI BARBOSA VIANA
ELENA CAMELO NUNES
FABIANE DE OLIVEIRA KOEHLERT
LAILA OLIVEIRA LIMA
LUCCIANA ABREU N. SANTOS
Vila Velha
2014
UNIVERSIDADE VILA VELHA
ANTONIO HENRIQUE MARQUESI CINTRA
CLAUDINEI BARBOSA VIANA
ELENA CAMELO NUNES
FABIANE DE OLIVEIRA KOEHLERT
LAILA OLIVEIRA LIMA
LUCCIANA ABREU N. SANTOS
DIREITO CIVIL I 
SUCESSÃO PROVISÓRIA DO AUSENTE – ARTIGOS 26 AO 30 DO CÓDIGO IVIL
Trabalho do Curso de Direito Civil I
 
apresentado
 ao professor com o objetivo 
de
 obtenção de 
nota parcial para o bimestre.
Vila Velha
2014
Orientador: Professor André
 Santos 
Rohr
.
Vila Velha
2014
INTRODUÇÃO
O desaparecimento da pessoa humana do local onde habitualmente mantinha suas relações sociais e jurídicas é objeto de preocupação do Direito, especialmente diante da inexistência de prova de sua morte, implicando na necessidade de estabelecimento de regras para regularizar e organizar as situações jurídicas existenciais e patrimoniais relacionadas ao desaparecido, junto aos familiares, herdeiros, credores, entre outros.
O tratamento da ausência é feito em três fases ou períodos:
Fase da curadoria dos bens do ausente
Fase da sucessão provisória
Fase da sucessão definitiva.
A curadoria dos bens do ausente é a primeira fase do processo de sucessão de ausente e visa preservar os bens deixados para hipótese de seu eventual retorno. Esse processo perdura pelo prazo de um ano, durante o qual o juiz ordenará a publicação de editais bimestrais convocando o ausente a reaparecer para retomar seus bens.
Neste trabalho, será tratado da abertura da sucessão provisória da pessoa natural considerada ausente.
Visto a decorrência de tempo razoável desde o desaparecimento do ausente, a lei permitirá aos interessados a promoção de medidas tendentes ao recebimento dos bens, mas em caráter provisório, visto a possibilidade de retorno do ausente.
ARTIGOS
“Art. 26 – Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em que se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.” (Código Civil 2002).
Passado um ano da arrecadação dos bens do ausente sem que se saiba do seu paradeiro, ou se ele deixou algum representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se abra, provisoriamente, a sucessão, cessando a curatela. Findado o prazo estabelecido e não havendo absolutamente interessados na sucessão provisória, cumpre ao órgão do Ministério Público requerê-la.
A previsão legal dos referidos prazos justifica-se por haver possibilidade de o desaparecido voltar e reassumir seus bens/negócios; logo a abertura de sucessão provisória evitaria uma precoce declaração de sua ausência e uma precipitada sucessão definitiva.
A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do conjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”.
A sucessão provisória cessará pelo comparecimento do ausente ou se converterá em sucessão definitiva nas seguintes situações:
I – quando houver certeza da morte do ausente;
II – dez anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória;
III – quando o ausente contar 80 anos de idade e houverem decorridos cinco anos das últimas notícias suas.
“Art. 27: Para efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I – o conjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas” (Código Civil 2002).
Se a arrecadação dos bens é também, informada por interesse público, a declaração de ausência e a sucessão provisória tocam, sobretudo, o interesse privado, daí por que para requerê-las se exige legitimidade, isto é, a lei estabelece quais pessoas poderão fazê-lo: o cônjuge não separado judicialmente, incluindo-se, também, o convivente marital; os presumidos herdeiros, legítimos ou testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte, como o nu proprietário, se o ausente for o usufrutuário, ou o fideicomissário, se o ausente for o fiduciário; o doador com direito de retorno dos bens; e os credores de obrigações vencidas e não pagas.
“Art. 28: A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§1º - Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§2º - Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.” (Código Civil 2002).
Os efeitos da sentença se produzem cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa, sem se cogitar de trânsito em julgado, cessando a curadoria de bens e deferindo-se a posse dos bens aos herdeiros, que exercerão as prerrogativas disso decorrentes.
No âmbito do Direito de Familia, a autoridade do curador se estende aos filhos menores do desaparecido que não estiverem sob o poder familiar, e a estes terá de ser dado tutor quando cessada a curadoria.
Não sendo, porém, requerida a abertura da sucessão provisória no termo final do prazo a que alude o art. 26, cumpre ao Ministério Público requerê-la. Não comparecendo herdeiro ou interessado na abertura do inventário, a herança será considerada jacente (não reclamada).
O inventário, se requerido, segue o mesmo procedimento como se o ausente estivesse morto, inclusive com incidência do imposto de transmissão.
“Art. 29: Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.” (Código Civil 2002).
Para garantir ao ausente a devolução de seus bens, por ocasião de sua volta, o juiz, antes da partilha, valendo-se, se for necessário, de laudo pericial, deverá, se julgar conveniente, ordenar a conversão, por meio de hasta pública (alienação de bens penhorados), dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos, públicos ou privados, garantidos pela União, adquiridos com o produto obtido. A conversão dos bens suscetíveis de deterioração não mais será obrigatória, sendo mera permissão ao órgão judicante.
“Art. 30: Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§1º - Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§2º - Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.” (Código Civil 2002).
Os bens serão entregues aos herdeiros, porém em caráter provisório e condicional, ou seja, desde que prestem garantias da restituição desses, mediante penhores ou hipotecas equivalentes às partes/cotas respectivas, em razão da incerteza da morte do ausente, exceto se ascendentes, descendentes e o conjuge, desde que comprovada a sua qualidade de herdeirosnecessários. Se não o fizerem, não serão imitidos na posse, ficando as respectivas partes/cotas sob a administração do curador ou de outro herdeiro designado pelo juiz e que preste tal garantia. O excluído da posse provisória poderá, contudo, justificando falta de meios, requerer que lhe seja entregue metade dos rendimentos das partes/cotas que lhe tocaria.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14.ed.São Paulo: Saraiva, 2009.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro I. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. Direito Civil: Sucessões. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2007.v.7.
CASTRO, Guilherme Couto de. Direito Civil: Lições. 2.ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
GODOY, Claudio Luiz Bueno de; PELUSO, Cesar (Coord.). Código Civil Comentado: doutrina e jurisprudência. 2.ed.rev e atual. São Paulo: Manole, 2008.

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