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21/02/2018 1 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVILMATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL Aglomerantes Agregados para concreto Concreto Argamassa Patologias do Concreto Misturas Betuminosas Prof. Hilton Porto Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1 AGLOMERANTES Material ligante, ativo, geralmente pulverulento, cuja principal função é promover a união dos agregados inertes. Exemplos: Asfalto Cal Gesso Cimento Especiais 21/02/2018 2 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Requisitos principais de um aglomerante mineral: a) adesividade; b) trabalhabilidade; c) resistência mecânica; d) durabilidade; e) economia. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Classificação Betuminosos: são os aglomerantes orgânicos obtidos por processo industrial (resíduo da destilação do petróleo) ou na própria natureza – polímeros de variada composição química. Dispensam o uso de água. Ex.: Asfalto. Aéreos: são os aglomerantes que endurecem com a ação química do CO2 no ar. Devem ser usados somente em contato com o ar, pois não resistem bem quando imersos em água após endurecidos. Ex.: cal aérea, gesso. Hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem por ação exclusiva da água (reação de hidratação). Ex.: cal hidráulica, cimento portland. 21/02/2018 3 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1.1 AGLOMERANTES BETUMINOSOS 1.1.1 Asfalto Material hidrocarbonado, de cor preta que se encontra dissolvido em muitos petróleos crus. Aglomerante que apresenta características de interesse à engenharia, por tratar-se de um poderoso ligante de rápida adesividade, alta impermeabilidade e longa durabilidade. Possui consistência plástica, flexibilidade controlada quando misturado a agregados minerais e resistência a ácidos, álcalis e sais. Classificação: Cimentos asfálticos Asfaltos líquidos Emulsões asfálficas Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l a) Cimentos asfálticos São materiais termoplásticos de consistência variada, que devem ser aquecidos e misturados a solos ou carga mineral. CAP – Cimento asfáltico de petróleo: é obtido através da destilação do petróleo, conhecido também como asfalto pirogenado. CAN – Cimento asfáltico natural: encontrado na natureza em rochas betuminosas. 21/02/2018 4 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Principais usos: Pavimentação Impermeabilização Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l b) Asfaltos líquidos Asfalto com fase semi-sólida dissolvida em óleos de volatilidade variada e consequente variedades de cura: lenta, média e rápida. Produzidos pela adição de solventes de petróleo (ou diluentes) aos cimentos asfálticos para diminuir a viscosidade do CAP para aplicação a temperaturas próximas da ambiente. 21/02/2018 5 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Baseado na velocidade de evaporação, os asfaltos líquidos são divididos em três grupos: - Cura rápida (RC) – produzido pela adição de um diluente leve de alta volatilidade (geralmente gasolina ou nafta); - Cura média (MC) – produzido pela adição de um diluente médio de volatilidade intermediária (querosene); usado para pintura de ligação; - Cura lenta (SC) – produzido pela adição de um óleo de pouca volatilidade (diesel); usado para pintura de ligação, tratamento anti-pó. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicações: Em serviços de imprimação – recomenda-se o uso dos MC É a pintura asfáltica executada sobre a superfície de uma camada de base para promover certa coesão à superfície da camada pela penetração do asfalto líquido aplicado, impermeabilizar e conferir condições adequadas de ligação entre a camada de base e a camada asfáltica a ser sobreposta. (DER/PR. Pavimentação: pinturas afálticas) 21/02/2018 6 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicações: Como pintura de ligação - recomenda-se o uso dos RC É a pintura asfáltica executada com a função básica de promover a aderência ou ligação da superfície da camada pintada com a camada asfáltica a ser sobreposta. (DER/PR. Pavimentação: pinturas afálticas) Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l c) Emulsões asfálticas São dispersões de cimento asfáltico (CAP) em fase aquosa estabilizada, contendo de 30 a 45% de água. As emulsões podem ser classificadas de acordo com o tipo de carga da partícula ou quanto ao tempo de ruptura. Quanto à carga da partícula classificam-se em catiônicas e aniônicas. Quanto ao tempo de ruptura classificam-se em: rápida, média e lenta 21/02/2018 7 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicações: Tem sua aplicação principal em manutenção de pavimentos, especialmente nos revestimentos com desgaste superficial e pequeno grau de trincamento. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1.2 AGLOMERANTES AÉREOS 1.2.1 Cal A cal pode ser considerada o produto manufaturado mais antigo da humanidade. Há registros do uso deste produto na muralha da China, onde pode-se encontrar, em alguns trechos da obra, uma mistura bem compactada de terra argilosa e cal. 21/02/2018 8 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral de maior consumo no planeta. Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de 150 milhões de toneladas por ano. Sua utilização engloba as indústrias siderúrgicas, para remoção de impurezas; o setor ambiental, no tratamento de resíduos industriais; as indústrias de papel; e o setor de construção civil. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aglomerante resultante da calcinação de rochas calcáreas ou ossos e conchas de animais a temperaturas elevadas (± 900°C). O carbonato de cálcio (CaCO3) sob ação do calor, decompõe- se em óxido de cálcio e anidridos carbônicos: CaCO3 + calor → CaO + CO2 O óxido de cálcio (CaO) apresenta estrutura porosa e formatos idênticos aos dos grãos de rocha original, e é chamado de cal virgem ou cal viva. Esse óxido deve ser hidratado e transformado em hidróxido, constituinte básico do aglomerante cal (cal extinta). 21/02/2018 9 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A hidratação da cal viva gera o hidróxido de cálcio: CaO + H2O → Ca(OH)2 Cal virgem + água → Cal extinta + calor O fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é exotérmico, isto é, ocorre com grande desprendimento de calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura atingir 400 0C), o que torna o processo altamente perigoso. Materiais de Construção IIMateriaisde Construção II E n g e n h a r i a C i v i l O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é utilizado na elaboração de argamassas quando misturado à areia e água, e endurecem (de fora para dentro) pela recombinação do hidróxido com o gás carbônico da atmosfera. Sua porosidade permite que a água em excesso evapore e o gás carbônico penetre. Essa cal é chamada de cal aérea, pois seu endurecimento depende do ar atmosférico. Sua carbonatação (endurecimento) acontece segundo a reação: Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O hidróxido de cálcio + gás carbônico → carbonato de cálcio + água + calor 21/02/2018 10 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Ciclo da Cal Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Classificação da cal viva segundo sua composição química: a) Cal cálcica – mínimo de 75% de CaO. b) Cal magnesiana – mínimo de 20% de MgO e a soma CaO + MgO > 95%. Os componentes argilosos (SiO2, Al2O3 e Fe2O3) devem somar no máximo 5%. Classificação segundo o rendimento da pasta: a) Cal gorda – apresenta rendimento em pasta maior que 1,82. b) Cal magra - apresenta rendimento em pasta menor que 1,82. Esse rendimento-limite corresponde ao rendimento de 1,82m³ de pasta para uma tonelada de cal viva. 21/02/2018 11 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Os calcários são rochas sedimentares compostas, basicamente, por calcita (CaCO3), enquanto os dolomitos são também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo mineral dolomita (CaCO3.MgCO3). Outros minerais carbonatados, notadamente, siderita (FeCO3), ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesita (MgCO3), estão comumente associados ao calcário e ao dolomito, contudo em menor quantidade. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns: Calcita(CaCO3) CaO 56% Componente mais comum nos calcários e mármores, bem como de outras rochas sedimentares e metamórficas. Ocorre no sistema cristalino e hexagonal. Comumente ocorre na cor branca ou sem cor (transparente ou translúcido como vidro) e colorida, quando contém impurezas. Dolomita CaCO3.MgCO3 CaO 30,4% MgO 21,95% Sua origem pode ter sido secundária, por meio da substituição do cálcio pelo magnésio. Sistema cristalino hexagonal. Comumente ocorre nas cores branca e rósea. Magnesita (MgCO3) Sistema hexagonal. Usualmente ocorre na forma granular ou massa terrosa. As cores mais comuns variam desde o branco ao amarelo; podem apresentar-se em outras cores quando ocorrem impurezas. 21/02/2018 12 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Propriedades da cal viva A cal viva ou cal virgem apresenta cor branca, densidade absoluta média de 2,2 g/cm³ e pode ser encontrada de duas formas: Grãos grandes ou Pó. a) Plasticidade Aqui a plasticidade é utilizada para conceituar a facilidade na aplicação das argamassas como revestimento. Essa será plástica quando se espalha facilmente e resulta numa superfície lisa. Se agarra a colher de pedreiro, certamente produzirá trincas ou desgarrará da parede, considerada assim não-plástica. As argamassas produzidas com cal magnesiana são bem mais trabalháveis que as cálcicas. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l b) Retração A retração, consequência da redução de volume com a carbonatação do hidróxido, gera o aparecimento de trincas nos revestimentos. Desta forma a quantidade de cal na argamassa deve apenas proporcionar boa trabalhabilidade e capacidade de sustentação da areia; quantidade esta conveniente à redução dos efeitos de retração. A cal cálcica possui maior capacidade de sustentação da areia que a cal magnesiana. 21/02/2018 13 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l c) Consistência Sua consistência, essa é determinada pelo abatimento de um cilindro de 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura, que se deforma para 8,7 cm após remoção do molde. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l d) Endurecimento O endurecimento da cal aérea dar-se na presença do CO2, daí as camadas espessas permanecerem fracas do seu interior durante longo tempo. Com isso é necessário quando empregada a argamassa de cal e aérea em revestimento, que sejam aplicadas camadas com intervalo de dez dias entre elas. Além da carbonatação, a combinação do hidróxido com a sílica presente na areia da argamassa, promove o endurecimento da cal. Essa combinação da cal com a sílica gera um produto de grande dureza e valor ligante. 21/02/2018 14 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Extinção É o processo de hidratação da cal obtido pela adição de água à cal viva. Reação exotérmica, atingindo 360°C em tanque abertos e 450°C em caixas fechadas. Além de considerável aumento de volume. Quanto mais rápida a reação, maior o aumento do volume, maior a geração de calor e maior a proporção coloidal de hidróxidos o que favorece sua plasticidade e capacidade de sustentação de areia; assim ocorre com a cal cálcica. Após extinta, a cal(agora hidratada) deve ser envelhecida por um período de 7 a 10 dias. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Cal Hidratada É um produto manufaturado, apresentado seco em forma de flocos de cor branca, que já passou por processo de hidratação em usina. Estágios do processo mecânico de hidratação em usina: a) A cal é moída ou pulverizada; b) Após moída é misturada com água em quantidade necessária; b) Então hidratada é separada da cal não-hidratada e das impurezas. 21/02/2018 15 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Vantagens da cal hidratada: a) Facilidade de manuseio, transporte e armazenamento; b) Produto pronto para uso, não sendo necessário sua extinção e envelhecimento; c) Maior facilidade na mistura por apresentar-se seca e pulverulenta; d) Eliminados os riscos de hidratação espontânea e incêndios durante seu transporte e armazenamento. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Desvantagens da cal hidratada: a) Menor plasticidade que a pasta resultante da extinção da cal viva; b) Menor rendimento econômico; c) Menor capacidade de sustentação da areia. 21/02/2018 16 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Cal dolomítica Produzida com calcários dolomíticos (calcário com maior concentração de óxido de cálcio e magnésio). Caracterizada pela expansão de hidratação durante a extinção da cal viva, expansão durante o processo de endurecimento e expansão confinada gerando fissuras, quando sofre hidratação posterior ao emprego da argamassa, devido ao óxido de magnésio livre. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Reserva de calcário no Brasil C = Calário – CaCO3 D = Dolomito – CaCO3.MgCO3 21/02/2018 17 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r ia C i v i l Produção da cal C. Na tu cc i, E. M . A ra új o, F. M its uh as i; G. Ba lb in ot , G . L or en ci e J. G. Ya re d Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Produção da cal C. Na tu cc i, E. M . A ra új o, F. M its uh as i; G. Ba lb in ot , G . L or en ci e J. G. Ya re d 21/02/2018 18 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Calcinação da cal Forno de barranco a lenha ou carvão (Freitas Jr., J.) (Freitas Jr., J.) Materiais de ConstruçãoMateriais de Construção E n g e n h a r i a C i v i l Calcinação da cal Forno vertical contínuo 21/02/2018 19 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Calcinação da cal Forno horizontal contínuo Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Hidratação da cal Cal em final de hidratação Equipamento industrial em caixa de madeira, típica para hidratação de cal de obra w w w. m et so .c om 21/02/2018 20 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Hidratação da cal Fluxograma da fabricação da cal hidratada: Cal virgem como matéria-prima, hidratação, classificação granulométrica, moagem e estoque de cal hidratada. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicação da cal Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em alvenarias, que vêm atravessando muitos séculos de vida útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá, misturada ao cimento Portland. MURALHA DA CHINA Argamassa de assentamento (cimento, cal e areia) 21/02/2018 21 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Devido a elevada finura de seus grãos (2 μm de diâmetro), proporcionando assim, fluidez, coesão (menor suscetibilidade à fissuração) e retenção de água, a cal melhora a qualidade das argamassas. A cal confere uma maior plasticidade as pastas e argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, sem fissuração, do que teriam com cimento Portland somente. As argamassas de cimento, contendo cal, retêm mais água de amassamento e assim permitem uma melhor aderência. MURALHA DA CHINA Argamassa de assentamento (cimento, cal e areia) Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A cal também é muito utilizada para pinturas, dissolvida em água na proporção de mais ou menos 1,3 gramas por litro de água. Chama-se esta solução de nata de cal e sua aplicação é conhecida como caiação. As tintas de cal, além do efeito estético, têm, também, efeito asséptico, devido a sua alta alcalinidade (PH alto). MURALHA DA CHINA 21/02/2018 22 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1.2.2 Gesso É um aglomerante aéreo de pega rápida, obtido pela desidratação total ou parcial da gipsita, seguido de moagem e seleção em frações granulométricas em conformidade com sua utilização. A gipsita natural é constituída de sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com duas moléculas de água. As rochas são extraídas das jazidas, britadas, trituradas e queimadas em fornos. CaSO4 + 2H2O (sulfato de cálcio hidratado) Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A desidratação da gipsita por calcinação, de acordo com a temperatura do forno, forma os seguintes sulfatos: 1ª Fase - gesso rápido ou gesso estuque (CaSO4 + 2H2O) + calor = 150 0C ⇒ (CaSO4 + ½ H2O) 2ª Fase - gesso anidro solúvel (CaSO4 + 2H2O) + 150 0C < calor < 300 0C ⇒ CaSO4 3ª Fase - gesso anidro insolúvel (CaSO4 + 2H2O) + Calor > 300 0C ⇒ CaSO4 21/02/2018 23 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Produtos obtidos da gipsita, de acordo com as temperaturas. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l O gesso é um aglomerante de baixo consumo energético. Enquanto a temperatura para processamento do cimento Portland é da ordem de 1450 0C, a da cal entre 800 e 1000 0C, a do gesso não ultrapassa 300 0C. Propriedades do gesso O gesso é um pó de cor branca, densidade absoluta média de 2,7 g/cm³ e elevada finura. Suas propriedades devem-se à hidratação do sulfato de cálcio semi-hidratado e do sulfato de cálcio solúvel que reconstituem o sulfato de cálcio bi-hidratado. 21/02/2018 24 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Definições importantes: Tempos de início de final de pega Pega - período inicial de solidificação da pasta; Início de pega – Momento que a pasta começa a endurecer; Fim de pega - Momento que a pasta já está completamente Sólida; Endurecimento – Período de tempo em que o material ganha resistência, mesmo após o final de pega. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l a) Pega O gesso endurece rapidamente quando misturado com água em razão da formação de uma malha de cristais finos de sulfato hidratado, sobrepostos. Sua velocidade de endurecimento depende de alguns fatores, como: - Temperatura e tempo de calcinação: quanto maiores, mais lenta sua pega; - Finura: quanto mais finos, mais rápida sua pega; 21/02/2018 25 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l - Quantidade de água de amassamento: quanto maior ou menor que 18,6% a quantidade de água, menor o tempo de pega. - Presença de impurezas ou aditivos: o tempo de pega pode ser reduzido com a presença de impurezas ou com o emprego de aditivos apropriados, como retardadores, cola, serragem fina de madeira, etc. Ou aumentado com o emprego de aceleradores de pega, a exemplo do sal de cozinha ou mesmo do gesso hidratado. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l b) Resistência mecânica Maior quantidade de água de amassamento reduz a resistência. Absorção de água pelo gesso endurecido reduz a resistência. Resistências médias em corpos-de-prova secos e saturados de gesso de paris, conservados 28 dias em ar seco. (C ou tin ho , J . S .; FE U P, 2 00 2) 21/02/2018 26 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l c) Aderência Pastas e argamassas de gesso apresentam boa aderência a tijolo, pedra e ferro e ma aderência a madeira. Apesar disso, não se usa gesso armado, pois o gesso permite corrosão do metal. Já o ferro galvanizado pode ser usado como armadura no gesso, pois essa aderência alcança uma estabilidade não alcançada com o ferro. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l d) Isolamento As partes endurecidas do gesso apresentam excelentes propriedades, como: - Isolamento térmico – condutibilidade térmica fraca, cerca de 1/3 do valorpara o tijolo comum; - Isolamento acústico; - Impermeabilidade ao ar; - Resistência ao fogo – com a perda da água de cristalização, a camada superficial reduz-se a pó, protegendo a camada interna do gesso. 21/02/2018 27 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1.5.2 Produção de gesso Extração Britagem Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Linha de produção de gesso em pó 21/02/2018 28 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 1.5.3 Reserva de gesso no Brasil Jazidas de Gipsita Polo gesseiro – PE: 94% da produção Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicação do gesso Devido a sua principal característica, o rápido endurecimento, o gesso presta-se à moldagem. Quanto a suas principais aplicações destacam-se: - material de revestimento (estuque); - placas para rebaixamento de teto (forro); - painéis para divisórias (gesso acartonado); - blocos para divisórias; - elementos de ornamentação, como: sancas, florões, etc. 21/02/2018 29 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Aplicação do gesso Placas divisórias de gesso acartonado. (borda afilada) (borda contra a parede) (adicionado) (fora do centro) (borda sem curva) (sobreposto) Sistema Druwall Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Tipos comerciais de blocos de gesso: a) Bloco de gesso “S” - Standard, ou comum, de cor branca, utilizado em divisórias internas ou em divisórias separativas. b) Bloco de gesso hidrofugado “Hidro” - de cor azul claro, é fabricado com aditivos que buscam torná-lo hidrófugo. Utilizado em áreas úmidas, pois repele a água. (borda sem curva) 21/02/2018 30 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l c) Bloco de gesso “GRG” (glass reinforced gypsum) - de cor verde claro, aditivado e reforçado com fibras de vidro. Utilizado em paredes que serão submetidas a esforços de cargas suspensas e impactos generalizados, ainda oferece maior resistência ao fogo, pois mantém a parede estruturada, sem descamar, melhorando assim, a condição de fuga. d) Bloco de gesso “GRGH” - reforçado com fibras de vidro e com aditivos hidro-repelentes (hidrofugado). De cor rosa claro, é utilizado em paredes em áreas úmidas e que serão submetidas a esforços de cargas suspensas e impactos generalizados. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Paredes divisórias em blocos de gesso. (borda sem curva) 21/02/2018 31 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Forros de placas de gesso. Modulados e removíveis Sistema Druwall Sistema convencional Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Peças em gesso para composição de forros. Modulados e removíveis Sistema convencional 21/02/2018 32 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Projeto de casa de gesso em Araripina – PE (borda sem curva) Casa de gesso – 48m2 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Projeto de casa de gesso em Araripina - PE (borda sem curva) Casa de gesso – 48m2 21/02/2018 33 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Casa de gesso com paredes estruturais (borda sem curva)
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