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Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ Departamento de Ciências Jurídicas Curso: Direito Disciplina: Economia Professor: Ailton Menezes Apontamento (02) NECESSIDADES ECONÔMICAS 1. Introdução Os humanos são seres racionais por natureza e isto os conduz a uma busca constante por contínuas melhorias no seu nível de BEM ESTAR1 tornando-os insaciáveis. Uma vez visitado por determinados desconfortos ou inquietações como fome, sede, frio, cansaço, solidão, etc. sua razão é acionada e desencadeia-se o processo de investigação da origem dessas perturbações de modo a se identificar suas causas, assim como os recursos de que pode se valer para solucioná-las. Normalmente, tais perturbações têm sua origem em carências que se manifestam nas pessoas compelindo-as, na forma de desconfortos, a satisfazê-las sob pena de ser atenuado ou mesmo reduzido o seu nível de bem estar. A palavra carência significa falta, ausência, privação e, quando associada a um desejo intenso de satisfação, caracteriza um estado de insatisfação ou mesmo sofrimento que determina o quão necessitado se encontra um indivíduo. 1 O termo BEM ESTAR é um conceito subjetivo associado a um conjunto de componentes materiais e afetivos, cognitivamente relacionados, que segundo os julgamentos exercidos pelas pessoas e as respostas emocionais decorrentes identificam o grau de satisfação com a vida e o nível de felicidade alcançado. Galinha, I. C. e Ribeiro, J. L. P.(2005) 2. Conceito Em termos econômicos, quando nos indivíduos se manifesta uma determinada carência associada a um forte estímulo de satisfação daquela pode-se identificar uma necessidade. Entende-se por necessidade econômica a carência de algo unida ao desejo intenso de satisfazê-la. 3. Classificação As necessidades Econômicas dividem-se em três categorias: a) Primárias São aquelas essenciais à sobrevivência humana, também chamadas de necessidades básicas, pois são comuns a todas as pessoas. As principais necessidades primárias são: água, alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e lazer. b) Secundárias ou Supérfluas São as que aparecem à medida que: o grau de socialização do indivíduo vai se elevando; surgem inovações tecnológicas; assim como as que decorrem de características subjetivas da personalidade. Exemplos: fumar, beber e os demais vícios, uso de celulares, uso de adornos e ornamentos, etc. = NECESSIDADES ECONÔMICAS DESEJO INTENSO DE SATISFAÇÃO + CARÊNCIA (ausência de algo, privação) c) Coletivas ou Públicas São aquelas alcançam toda uma coletividade, mas cujo volume de recursos e meios para satisfazê-las ultrapassam as possibilidades do indivíduo isoladamente, daí serem atendidas pelo Poder Público. Exemplo: Energia elétrica, saneamento básico, segurança, comunicação, justiça, dentre outros. OS BENS E SERVIÇOS Para que as necessidades sejam saciadas torna-se mister a identificação e arregimentação de recursos capazes de satisfazê-las. Segundo a ciência econômica, os bens e serviços úteis constituem os recursos capazes de satisfazer a uma ou mais necessidades. 4. Conceito de Utilidade Utilidade é a capacidade de um bem ou serviço de atender uma necessidade e cuja eficiência é medida em termos do grau de satisfação alcançado. Desta forma, torna-se condição essencial para que um bem ou serviço seja empregado na satisfação das diversas carências em que incorrem os seres humanos. 5. Definição de bens Ao se rever a literatura quanto a evolução do conceito de bens e serviços percebe-se com propriedade que tais conceitos se encontram defasados pelos critérios empregados nessas definições. Alguns autores empregavam o critério da tangibilidade para se diferenciar os bens dos serviços arguindo que os bens seriam recursos materiais e os serviços recursos imateriais. Todavia, o conceito hodierno de algo tangível extrapola a percepção física pelo toque e evolui para defini-lo como todo e qualquer recurso mensurável através de uma grandeza física. Portanto, algo que antes não era considerado material hoje o é pela física. Outros autores empregavam o critério de que os bens eram resultado da combinação dos fatores de produção. Todavia os serviços também resultam da combinação desses meios. Ainda há os que empregam como critério diferenciador entre os bens e serviços o argumento de que estes últimos resultariam de atividades exercidas pelos indivíduos. Entretanto, todo produto(bem ou serviço) deriva de uma atividade produtiva. Observa-se ainda a inclusão de outros recursos considerados como intangíveis ou imateriais sob a denominação de bens, como uma marca, uma patente, dentre outros. Contudo, sobre um bem são exercidas algumas prerrogativas que não são observadas na íntegra sobre os serviços. Sobre um bem se exerce domínio, posse e usufruto. Entende-se por domínio o atributo de dispor de um recurso da forma que convier ao seu proprietário. Por posse entende-se a prerrogativa de ter o bem à disposição e, por usufruto entende-se a prerrogativa de gozar da utilidade proporcionada pelo bem. Com relação aos serviços não se observa o mesmo conjunto de prerrogativas. Identifica-se apenas o usufruto sobre os resultados decorrentes dos serviços prestados e revelados pelo grau de satisfação alcançado. 6. Classificação dos Bens A ciência econômica emprega os seguintes critérios para classificar os bens: 6.1. Quanto à Origem: Livres São aqueles obtidos por produção exclusiva da natureza, ou seja, sem participação do esforço físico ou intelectual humano. Ex. Energia Solar, água, o ar, etc. Econômicos Supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. A característica básica dos bens econômicos é o fato de que a participação do homem nos processos resulta em valor agregado ao bem. 6.2. Quanto à Disponibilidade Escassos: Quando sua disponibilidade é insuficiente para atender a procura por este tipo de bem. Abundantes: Quando sua disponibilidade é mais que suficiente para atender às necessidades gerando um excedente. 6.3. Quanto à Natureza: Quanto à natureza, os bens são classificados em quatro grupos: Bens Materiais ou tangíveis, Bens Imateriais ou Intangíveis, Duráveis e Não Duráveis. 6.3.1. Bens Materiais ou Tangíveis São considerados tangíveis pelo fato de aos mesmos, podermos atribuir características como comprimento, volume, peso, altura, intensidade, etc., ou seja, podem ser contados, medidos ou quantificados por qualquer grandeza física. 6.3.2. Bens Imateriais ou Intangíveis São os Bens que não podem ser caracterizados materialmente, porém são úteis e necessários. Exemplos: Marcas, patentes, etc. 6.3.3. Bens e/ou Serviços Duráveis São aqueles que embora se destinem ao consumo ou atender necessidades, sua vida útil(utilidade) não se extingue imediatamente, ou seja, não desaparece logo após satisfazê-las. Exemplos: Aparelhos elétricos, automóveis, imóvel, assinatura de contrato ou da efetiva prestação de um serviço, entre outros. 6.3.4. Bens e/ou Serviços não Duráveis São aqueles que desaparecem logo após satisfazer as necessidades humanas, como alimentos, produtos de beleza, produtos higiênicos ou prestação de serviços como hospedagem, transporte aéreo, coletivos , etc. 6.4. Quanto à finalidade: 6.4.1. Bens primários: São aqueles extraídos diretamente da natureza e podem atender diretamente às necessidades humanas,ou serem destinados à transformação. 6.4.2. Bens intermediários – São os bens que já passaram por algum processo de transformação mas que não estão prontos. Em outras palavras, são bens transformados que precisam serem submetidos a uma nova transformação para atenderem a uma necessidade. Exemplos: Cimento, madeira, trigo, aço, dentre outros. 6.4.3. Bens de Capital – São todos aqueles Bens cuja principal utilidade é a produção de outros Bens. Exemplos: Maquinaria, ferramentas, computadores, instalações, etc. 6.4.4. Bens Finais – São todos aqueles que satisfazem direta e imediatamente as necessidades de consumo do homem. Exemplos: refrigerantes, pão, bolo, calçados, vestuário, etc. OBS: Para efeito de aprofundamento de conteúdo, sugerimos consultar a bibliografia indicada ou outras fontes disponíveis.
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