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ESTRATIGRAFIA A – GEO214 Curso de Engenharia de Minas 1º Semestre de 2017 Aula 2 – Princípios da Estratigrafia Desligue o celular, ... a aula vai começar Professora: Alice Costa Bibliografia básica • Press, Siever, Grotzinger e Jordan – Para Entender a Terra, Capítulo 10. • Teixeira W., Farchild T.R., Toledo, M.C. – Decifrando a Terra, Capítulo 9. TEMPO GEOLÓGICO Geocientistas diferenciam-se dos demais pesquisadores devido à forma como abordam o tempo: TEMPO GEOLÓGICO Tempo superficial x Tempo profundo Bilhões a várias centenas de anosPoucas centenas de anos É como tentar contar uma história de um livro que tem páginas faltando ou que capítulos inteiros foram perdidos TEMPO GEOLÓGICO Escala do tempo geológico TEMPO GEOLÓGICO Escala do tempo geológico Éons, eras, períodos, épocas e idades Que se baseiam nos grandes eventos geológicos e paleontológicos marcantes da história do planeta e.g. extinções em massa Eon Era Período TEMPO GEOLÓGICO Formas de representar o tempo geológico Evolução do pensamento geológico na cultura ocidental ao longo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX Cuvier Naturalistas: observação das rochas, fósseis (animais e plantas) e processos que ocorrem na superfície terrestre. Médico dinamarquês, religioso que estudou anatomia humana, origem dos gêiseres e dentes de tubarões petrificados. Tratado em Geologia Prodomus (1669) • Princípios que regem a organização das sequências sedimentares; • Fósseis – organismos vivos. Nicolau Steno (1638-1686) TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > princípio da inclusão de fragmentos > princípio da horizontalidade original > princípio da superposição > princípio da interseção > princípio da continuidade lateral TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO 1º - PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE As rochas estratificadas depositam-se em leitos ou estratos horizontais TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Os estratos que se encontram dobrados foram deformados após a sua deposição. 1º - PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Qualquer fenômeno que altere essa horizontalidade é sempre posterior à sedimentação. Estratos horizontais Estratos dobrados 1º - PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Base Topo 2º - PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO (SUPERPOSIÇÃO) DOS ESTRATOS OU CAMADAS As rochas estratificadas formam-se segundo uma sucessão cronológica TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Este princípio permite-nos relacionar a idade dos diferentes estratos pela sua posição, ou seja , conhecer a sua idade relativa. 2º - PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO (SUPERPOSIÇÃO) DOS ESTRATOS OU CAMADAS TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Mais jovem Mais velho COMO SE FORMAM AS DOBRAS? > As rochas, quando submetidas a forças podem deformar-se , originando, por exemplo, dobras Elementos da dobra Tipos de dobras Evolução do pensamento geológico COMO SE FORMAM AS FALHAS? > Quando a pressão exercida sobre as rochas é muito elevada, estas perdem a capacidade de se dobrar e fraturam-se. Evolução do pensamento geológico Falhas Paisagem originada por falhas. COMO SE FORMAM AS FALHAS? Evolução do pensamento geológico Este princípio não se aplica a camadas que estejam deformadas ou invertidas, pois essa deformação deu-se posteriormente à sua formação. 2º - PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO (SUPERPOSIÇÃO) DOS ESTRATOS OU CAMADAS TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Estas deformações, assim como a erosão, que pode remover camadas inteiras, tornam difícil a tarefa de datar os estratos 2º - PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO (SUPERPOSIÇÃO) DOS ESTRATOS OU CAMADAS TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO ? Discordância estratigráfica Discordâncias estratigráficas: Consistem nas grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pela ausência de camadas > Permite estabelecer correlações de idade entre estratos localizados em lugares eventualmente distanciados. 3º - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE LATERAL As rochas estratificadas depositaram-se continuamente na superfície do planeta, a menos que elas terminassem lateralmente contra um corpo físico TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Em diferentes pontos da Terra pode haver a mesma sequência estratigráfica, mesmo faltando um elemento tem a mesma idade, ou seja, é a correlação entre estratos distanciados lateralmente. 3º - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE LATERAL TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Inclusões ou fragmentos de uma rocha (enclaves ou xenólitos) posicionados numa outra rocha ou camada, ela é mais antiga que esta camada rochosa. 4º - PRINCÍPIO DA INCLUSÃO • Na intrusão C, existem fragmentos das camadas A e B. Logo, as camadas A e B são mais antigas do que a intrusão C. TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Qualquer corpo rochoso ou superfície que corta uma camada de rochas estratificadas é necessariamente mais novo que a rocha cortada. 5º - PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO 5º - PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > A intrusão é mais recente do que os estratos A, B, C, D e E 5º - PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > O filão é mais recente do que todas as outras formações, uma vez que as intersecta. 5º - PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Coluna estratigráfica Consiste na ordenação vertical dos estratos e acontecimentos por idades relativas A B C D E … Deformação = estratos inclinados Erosão Intrusão magmática I G Filão + antigo + recente TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Evolução do pensamento geológico na cultura ocidental ao longo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX Cuvier Aldrovani TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Netunismo A Terra teria sido recoberta inteiramente por um oceano primitivo no qual quase todas as rochas teriam sido formadas. Abrahan Gottlob Werner (1749-1817) Professor de mineralogia 4 grupos de rochas: 1) Rochas primitivas 2) Rochas de transição 3) Rochas fossilíferas 4) Rochas transportadas (material inconsolidado) Através da composição das rochas seria possível saber a que conjunto pertenceria uma dada rocha. Deste modo, poderiam ser reconhecidos os quatro conjuntos de rochas em todas as partes da Terra. James Hutton (1726-1797) ‘’ Desde o topo da montanha até a praia... Tudo está em estado de mudança.’’ Publicou Livro Theory of the Earth - 1788 Estabeleceu a Geologia como ciência moderna 1º noção de tempo profundo Desenvolveu o conceito de ciclo das rochas TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Uniformitarismo James Hutton (1726-1797) 1º noção de tempo profundo Os mesmos processos atuantes hoje (por ex. erosão e transporte) atuaram no passado geológico. Uniformitarismo Alguns destes processos podem ser observados: intemperismo, erosão, transporte Outros processos poderiam ser deduzidos logicamente: Litificação; surgimento de rochas no fundo do mar Hutton acreditava que, com exceção do homem, o qual tinha origem mais recente, as mesmas espécies de organismos existiram na Terra através do tempo geológico. ‘’O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO’’ TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Erosão e transporte litificação fusão intemperismo (segundo Hutton)Erosão e transporte litificação fusão intemperismo rocha meta-ígnea rocha metassedimentar William Smith (1769-1839) Princípio da sucessão faunística A sequência das formas de vida no registro estratigráfico segue uma ordem específica. Topógrafo inglês – 1º mapa da Inglaterra TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Dois estratos ou mais posicionados em lugares diferentes podem ter a mesma idade desde que apresentem o mesmo conteúdo fossilífero. 5º - PRINCÍPIO DA SUCESSÃO FAUNÍSTICA (IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA) A B C D > O estrato A é da mesma idade da Trilobita. > O estrato C é da mesma idade das Amonitas. TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO > Se os estratos possuírem a mesma associação de fósseis podemos concluir que se formaram: – mais ou menos ao mesmo tempo; – em áreas com ambientes semelhantes. 5º - PRINCÍPIO DA SUCESSÃO FAUNÍSTICA (IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA) TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Cuvier (1769-1832) Estudando os fósseis de grandes mamíferos e comparando-os entre e com animais viventes percebeu que alguns animais se extinguiram simultaneamente, sendo substituídos por uma outra fauna na sucessão estratigráfica. Catastrofismo Eventos catastróficos seriam responsáveis por estas ‘’revoluções’’ na vida no planeta. TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Charles Lyell (1797-1875) Ideias similares, em parte, às teorias de Hutton. ATUALISMO No mundo os processos eram cíclicos e que sempre operavam à taxas e intensidades constantes no tempo geológico. TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO Charles Lyell (1797-1875)ATUALISMO: TEORIAS E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ESTRATIGRÁFICO As formas do relevo terrestre têm sua gênese e sua modelagem diferenciadas das explicações do uniformitarismo. No atualismo não se constata igualdade entre os agentes endógenos e exógenos, que trabalharam no passado e os que agem no presente. Eles foram diferentes. Marcas de onda em uma praia Marcas de onda preservadas em arenito Procura da relação entre os fenômenos naturais e o registro geológico (influência de Hutton & Lyell). - Incorporação do tempo como algo mensurável (4ª dimensão) - Forças atuantes sobre a Terra - Tectônica global (tectônica de placas) Conceitos e teorias do século XX Incorporação de técnicas de estudo que permitem observações em diferentes escalas Fatores não observáveis no tempo humano >> problemas no atualismo e no uniformitarismo Procura da relação entre os fenômenos naturais e o registro geológico (influência de Hutton & Lyell). - Incorporação do tempo como algo mensurável (4ª dimensão) - Forças atuantes sobre a Terra - Tectônica global (tectônica de placas) Conceitos e teorias do século XX 1) Datação relativa (fósseis, estruturas, relações de corte e preenchimento): quão velha é uma rocha comparada às rochas vizinhas TIPOS DE DATAÇÃO GEOLÓGICA 2) Datação absoluta (isotópica): número de anos desde a formação da rocha Datação absoluta • Alguns isótopos (átomos com o mesmo número de prótons e diferentes números de nêutrons) são instáveis, ou radiativos, e sofrem decaimento para isótopos mais estáveis. • A taxa de decaimento é constante e pode ser mensurável. Medindo a taxa de decaimento os geólogos (geocronólogos) determinam a idade absoluta das rochas. 2) Datação absoluta (isotópica) Datação absoluta • Elemento Radioativos (pais) decaem para não-radioativos (filhos, estáveis) • A taxa em que este decaimento ocorre é constante e conhecida • Se nós conhecemos a taxa de decaimento e a quantidade presente de pais e filhos nós podemos calcular quanto tempo decorreu desde que a reação começou. Meia vida: é definida como o tempo requerido para que a metade do número inicial de átomos se desintegre. parent daughter half life (years) 235U 207Pb 4,5 bi 238U 206Pb 0,7 bi 40K 40Ar 1,3 bi 87Rb 87Sr 47 bi 14C 14N 5730 Elemento pai Elemento filho Meia vida (em anos) Ex.: Datação de C14: Numa rocha de 30 mil anos, mais de cinco meias-vidas se passaram e somente um pouco menos que 1/32 da quantidade inicial de C14 ainda permanece. Quando 70 mil anos tiverem passado, muito pouco carbono-14 terá permanecido para permitir uma contagem precisa.
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