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DIREITO ADMINISTRATIVO II - Priscilla Silva de Jesus - Caderno para a 1a Prova

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA - Função administrativa é um conjunto de atribuições relacionadas a algumas finalidades. Logo, para que seja possível o alcance dessas finalidades, é preciso que o ordenamento jurídico preveja atividades administrativas correlatas a essa função administrativa. De nada adianta o ordenamento jurídico falar de funcionamento administrativo sem a atividade administrativa correlata. Toda atividade administrativa se exerce de maneira procedimental ou seja, por meio de um procedimento. A procedimentalização é a submissão das atividades administrativas a um rito previsto em lei. E é através dessa procedimentalização que podemos falar de processo. A função administrativa se concretiza e se desenvolve por meio das chamadas atividades administrativas.
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS - As atividades administrativas estão relacionadas à competências administrativas estatais previstas em lei pelo ordenamento jurídico, sendo exercidas por meio de ações ou omissões de Pessoas Físicas ou Pessoas Jurídicas que integram a estrutura do Poder Público. O exercício concreto dessas competências administrativas estatais previstas em lei representa e consiste na atividade administrativa. A função administrativa está intimamente ligada à atividade administrativa, dependendo da mesma. 
 As atividades administrativas possuem as mais variadas características e naturezas, podendo ser a expropriação de uma propriedade particular, a limpeza das ruas, edição de um decreto, celebração de contratos administrativos, etc. Em razão da diversidade das atividades administrativas, os administrativistas costumam classifica-las de acordo com a sua natureza e quanto ao interesse a ser protegido com o seu exercício.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS QUANTO À NATUREZA – Se dividem em atividades de natureza conformadora, de cunho prestacional, de cunho regulatório e de natureza de controle.
-Atividades de Natureza Conformadora: São aquelas atividades administrativas relacionadas à restrição do uso da propriedade privada e liberdades individuais. As atividades relativas à expropriação de propriedades e a concessão de licenças são exemplos de atividades administrativas de natureza conformadora.
-Atividades de Cunho Prestacional: São aquelas atividades relacionadas à satisfação de necessidades essenciais vinculadas ou não a direitos fundamentais. São atividades intimamente ligadas aos serviços públicos, como transporte, limpeza urbana, coleta de lixo, abastecimento de água, esgotamento sanitário, etc.
-Atividades de Cunho Regulatório: São aquelas atividades relacionadas à atuação e movimento espontâneo do mercado. No âmbito das atividades administrativas regulatórias o Estado atua, por vezes, controlando preços, tarifas e reajustes muitas vezes por meio das suas agências reguladoras (órgãos com natureza de autarquia).
-Atividades de Natureza de Controle: São aquelas atividades ligadas à orientação e fiscalização da própria administração pública. O MP, por exemplo, atua fiscalizando a atuação de gestores públicos, podendo instaurar um processo administrativo com o intuito de realizar e exercer esta atividade de fiscalização da administração pública.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS QUANTO AO INTERESSE - O interesse a ser protegido pelas atividades administrativas podem ser interesses individuais, coletivos ou difusos. 
-Interesse Individual: É aquele que diz respeito à uma pessoa especificamente considerada, onde tal pessoa pode ou não ter um vínculo com a administração pública.
-Interesse Coletivo: É o interesse que está relacionado com pessoas que fazem parte de um grupo, categoria ou classe (professores ingressam com uma ação para melhoria do ensino), sendo titularizados pelos mesmos, estando vinculadas entre si ou com a parte contrária por meio de uma relação jurídica base.
-Interesse Difuso: É o interesse titularizado por pessoas indeterminadas que se relacionam entre si por meio de circunstâncias fáticas, sendo um direito transindividual.
CONCEITO DE PROCESSO - O termo processo está muito mais ligado ao Direito Processual e Constitucional do que ao Direito Administrativo. Processo, em realidade, é um instituto da Teoria Geral do Direito e da Teoria Geral do Processo (decorrente da própria teoria geral do direito). Existem três acepções do processo:
PROCESSO COMO FENÔMENO DA TEORIA GERAL DO DIREITO - Toda norma jurídica é resultado de um debate prévio, se construindo processualmente ou seja, o processo nessa acepção funciona como um mecanismo de controle e criação das normas. Portanto, podemos dizer que o processo é a forma pela qual se constroem as normas processuais e o próprio Direito. Uma lei advém de um processo legislativo, assim como um ato administrativo advém de um processo administrativo, sendo exemplos dessa acepção de processo, que é visto de uma forma extremamente ampla, como no processo legislativo, negocial, jurisdicional (método de criação de normas gerais e individuais pelo Poder Judiciário, ou seja, tanto pelos juízes quanto pela arbitragem) e administrativo . 
PROCESSO COMO FATO JURÍDICO (ATO JURÍDICO COMPLEXO) – O Processo é sinônimo de ato jurídico, que é um fato no qual a vontade humana compõe o suporte fático. O processo é um ato jurídico complexo, pois existem inúmeros atos dentro de um só (ato de interpor a ação, citar o réu, contestar, produzir provas, decidir, recorrer, etc). Ou seja, processo é uma série de atos interligados que se prolongam com o tempo tendo um objetivo em comum, sendo o sinônimo de procedimento. 
PROCESSO COMO RELAÇÃO JURÍDICA COMPLEXA – O processo jurídico é visto como um relação jurídica complexa, sendo o efeito do ato jurídico, ou seja, podemos concluir que, nessa acepção, o processo é visto e estudado no plano da eficácia. Podemos concluir que o mesmo sujeito pode ocupar diferentes papéis, sendo uma parte ativa e outra passiva. Nessa acepção, o processo é um conjunto de relações jurídicas travadas e estabelecidas entre os sujeitos processuais, que formam uma relação jurídica maior e mais complexa chamada de processo.
PROCESSOS ESTATAIS – O processo administrativo, jurisdicional e legislativo são exemplos de processos estatais, ou seja, podemos concluir que processos estatais englobam estas três espécies de processo. Todos possuem suas características e finalidades próprias.
PROCESSO ADMINISTRATIVO X PROCESSO JURISDICIONAL - Tradicionalmente, o Processo Administrativo e Jurisdicional têm como finalidade a aplicação das normas gerais e abstratas criadas pelo Legislativo. 
 
-Processo Administrativo: No processo administrativo, o interessado ou a própria administração pública podem iniciar o processo. No processo administrativo, quem julga e impõe a solução é a própria administração pública, que é também a interessada. Isto não significa dizer que a administração pública pode ser parcial, devendo sempre manter a imparcialidade, podendo haver a invalidação dos seus atos no Poder Judiciário caso a administração pública atue com parcialidade. As decisões proferidas no processo administrativo não tem aptidão para coisa julgada material, sendo passíveis de controle externo pelo Poder Judiciário.
-Processo Jurisdicional: Já no âmbito do processo jurisdicional estatal, a regra é que o interessado provoque a jurisdição que, em tese, é inerte. No processo jurisdicional estatal, o conflito ou situação jurídica é submetido a um terceiro imparcial que, de forma impositiva, solucionará o problema. No processe jurisdicional, a decisão proferida pelo juiz tem aptidão para ser coisa julgada.
PROCESSO ADMINISTRATIVO – O Processo Administrativo é um método de criação de normas individuais e gerais pela administração. A doutrina administrativista costuma falar em 4 conceitos de processo administrativo. Independentemente do conceito administrativo, o que importa é que em qualquer processo administrativo, deve-se respeitar a formalidade e os princípios que regem o processoadministrativo.
1º CONCEITO - No primeiro conceito, processo administrativo é um conjunto de cópias e documentos guardados em uma pasta referentes à determinada pessoa/interessado (PF ou PJ).
2º CONCEITO - De acordo com o segundo conceito, processo administrativo é um conjunto de atos que tem como objetivo a apuração de uma infração e aplicação de uma penalidade. É um conceito mais restritivo, se referindo apenas ao processos administrativos disciplinares, existindo inúmeros outros tipos de processos administrativos que não visam a aplicação de uma penalidade.
3º CONCEITO - No terceiro conceito, processo administrativo é um conjunto de atos que precedem a adoção de uma solução pela administração pública em relação a qualquer assunto/problema suscitado pelo interessado ou pela própria administração pública.
4º CONCEITO - Por fim, o quarto conceito prega que o processo administrativo é um conjunto de atos que precedem qualquer decisão administrativa.
PROCEDIMENTO - Quando a administração pública profere uma decisão administrativa ou soluciona um problema, a mesma deve antes seguir um procedimento. O procedimento é o aspecto externo do processo administrativo, sendo o formalismo/rito previsto em lei que deve ser observado pela administração pública toda vez que ela toma uma providência e atua. 
 O Procedimento é composto por vários atos, que podem ser individualmente considerados mas são interligados para o alcance de um objetivo comum, que será a decisão administrativa/adoção da providência. A observância do procedimento é requisito de validade do processo administrativo, ou seja, do ato administrativo individualmente praticado e dos atos consequentes do mesmo que são dependentes do ato administrativo anterior.
ETAPAS DO PROCEDIMENTO – Os processos administrativos que envolvem uma controvérsia e os que devem haver o proferimento de uma decisão pela administração pública são compostos por 3 etapas. 
-Etapa da Instauração: A primeira etapa é a da instauração. O processo administrativo pode ser instaurado a pedido do interessado (administrado, servidor público, etc) ou por ofício da administração pública, independentemente de uma provocação.
-Etapa Instrutória/Probatória: A segunda etapa do procedimento administrativo é a etapa instrutória, também chamada de etapa probatória onde, depois de iniciado o processo administrativo, pode ser necessária a coleta de informações e a apresentação de novos documentos que até então não constavam no processo administrativo. Ou seja, é o momento da coleta de provas e documentos que até então não estavam presentes no procedimento ainda. Nessa fase, também serão realizados os exames periciais, vistorias e eventuais trabalhos técnicos que sejam necessários. A finalidade da fase instrutória é a preparação do processo administrativo para que nele possa ser proferida uma decisão pela administração pública. 
 Na etapa instrutória será oportunizada ao interessado e à própria administração pública a apresentação de manifestações e defesa onde uma parte da doutrina diz que é uma verdadeira etapa de defesa, considerando esta finalidade da parte instrutória como uma etapa autônoma.
-Etapa Decisória: A terceira etapa do procedimento administrativo é a etapa decisória, que é quando após a coleta dos documentos e subsídios da fase anterior, a administração pública proferirá uma decisão administrativa. Essa decisão administrativa julgará uma controvérsia que será deduzida (apresentada para julgamento) à apreciação do Poder Público ou será uma decisão que servirá para aplicar a lei com objetivo de que sejam alcançadas algumas finalidades atribuídas à administração pública ou aos entes que a compõem. 
 Proferida a decisão administrativa, admite-se a sua impugnação por meio de recurso, por isso que há doutrina que fale numa etapa recursal do procedimento administrativo. Após a decisão administrativa, a mesma será publicada, onde o interessado e a própria administração pública tomarão ciência da decisão administrativa.
OBS: Há quem sustente que existe uma etapa de comunicação onde, nessa etapa, o conteúdo da decisão administrativa será disponibilizado. Nessa etapa, o interessado e a própria administração pública tomarão ciência da decisão administrativa (publicação de editais, correspondências com a decisão, publicação da decisão no Diário Oficial). 
MODALIDADES PROCEDIMENTAIS – Existem algumas espécies de procedimentos administrativos, também chamadas de modalidades procedimentais, que podem ser combinantes. O processo administrativo pode ser gracioso ou contencioso, técnicos ou jurídicos, de mero expediente ou propriamente ditos, internos ou externos e ampliativos ou restritivos.
-Processo Administrativo Gracioso x Contencioso: No (i) Processo Administrativo Gracioso, não há o estabelecimento de uma controvérsia a ser objeto de uma decisão (ser decidida) pela administração pública. Neste procedimento, um órgão da administração pública simplesmente atua aplicando a lei em busca do alcance de algumas finalidades.
 Nos (ii) Processos Administrativos Contenciosos, existe uma controvérsia estabelecida entre o administrado e a administração pública ou entre um agente público e uma administração pública, onde essa controvérsia será objeto de uma decisão administrativa que possuirá aptidão para formar coisa julgada, que será proferida por um órgão independente e imparcial. 
 Os processos administrativos contenciosos não se encontram no ordenamento jurídico brasileiro porque aqui há jurisdição una, de acordo com o Artigo 5º, XXXV, CF que fala sobre a inafastabilidade do controle jurisdicional, onde eventuais conflitos sempre deverão ser apreciados e decididos pelo Poder Judiciário, sendo produzida no PJ uma decisão com aptidão para formar coisa julgada. 
-Processo Administrativo Técnico x Jurídico: Uma vez instaurado o processo administrativo, haverá uma fase técnica e uma fase jurídica. A (i) Fase Técnica do processo administrativo é chamada de Fase Interna, que é quando a administração pública realiza estudos e exames técnicos para que possa chegar a determinada conclusão. Nessa fase técnica, prevalece a realização do interesse público.
 Na (ii) Fase Jurídica, também chamada de fase externa, haverá uma compatibilização do interesse público com o interesse particular, pois haverá a dedução ou veiculação de uma pretensão pelo administrado.
-Processo Administrativo Propriamente Dito x De Mero Expediente: (i) Processos Administrativos Propriamente Ditos são aqueles que envolvem uma controvérsia (conflito instaurado entre a administração pública e o administrado ou entre um servidor público e a administração pública), como a obtenção de uma licença por um particular ou da aposentadoria de um servidor público.
(ii) Processos Administrativos de Mero Expediente são aqueles que não envolvem uma controvérsia, mas apenas uma atuação da administração pública aplicando a lei para o alcance de algumas finalidades. Um exemplo é quando a administração pública quer expropriar bens particulares, devendo, por lei, através de um processo de mero expediente, que determine e declare a área particular como área de utilidade pública.
-Processo Administrativo Interno x Externo: (i) Processo Administrativo Interno é quando a administração pública atua como interessada direta no conflito/controvérsia discutido no processo administrativo.
(ii) Processo Administrativo Externo é quando a administração pública atua como interessada indireta onde, no processo administrativo indireto, o conflito não é estabelecido diretamente com a própria administração pública, mas sim entre os administrados e será intermediado por alguma entidade da administração pública. Um exemplo é quando o consumidor se sente lesado por uma operadora de telefonia, podendo formular um pedido descrevendo a lesão para a agência reguladora (ANATEL), fazendo com que a agência reguladora realiza a intermediação do conflito entre a empresa de telefonia e o administrado
-Processos Administrativos Restritivos x Ampliativos:(i) Processos Administrativos Restritivos se subdividem em processos meramente restritivos e em processos administrativos sancionatórios. Os (a) Processos Meramente Restritivos envolvem as revogações de direitos, que nada mais são do que a imposição de uma restrição a um direito. Um exemplo é o do processo que comina na rescisão de um contrato administrativo. Já os (b) Processos Restritivos Sancionatórios tem como objetivo a aplicação de uma penalidade pelo cometimento de uma infração. Um exemplo é o processo administrativo que visa a aplicação de uma punição (geralmente de multa) por uma violação ambiental.
(ii) Processos Administrativos Ampliativos são aqueles em que haverá o acréscimo de situação ou situações jurídicas na esfera jurídica do administrado, tendo ele vínculo ou não com a administração pública. Um processo administrativo que objetiva a concessão de aposentadoria do servidor público será um exemplo de processo administrativo ampliativo. Outro exemplo é o processo licitatório, que culminará na contratação de alguma empresa, havendo um acréscimo de situações jurídicas na relação entre a administração pública e o licitante vencedor.
FONTES NORMATIVAS – O Artigo 22, I da CF/88 prevê que compete à União, privativamente, legislar sobre direito processual. O Artigo 24, XI, prevê que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual. O Artigo 30, II, prevê que compete aos Municípios complementar e suplementar a legislação federal e estadual no que couber. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XI - procedimentos em matéria processual;
Art. 30. Compete aos Municípios:
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
 Analisando em conjunto todos os dispositivos, podemos concluir que: (i) à União cabe legislar sobre normas gerais de processo (inclusive processo administrativo); (ii) aos Estados, DF e Municípios cabe complementar e suplementar a legislação federal. 
-Complementação x Suplementação: Na (i) complementação serão editadas normas que adequem às normas gerais e federais as particularidades locais. Na (ii) suplementação haverá a atuação supletiva, onde serão criadas normas que tem como objetivo preencher omissão existente na legislação federal. 
-Lei 9784/99: A Lei 9784/99, a Lei do Processo Administrativo Federal, prevê normas gerais de administrativo que se aplicam no âmbito da administração pública direta e indireta, do Poder Executivo e dos outros poderes. Se aplicam tanto no âmbito federal quanto no municipal e estadual. As normas gerais não devem ser aplicadas se houver legislação local ou especial.
PROCESSOS ELETRÔNICOS – Os avanços tecnológicos também acabam atingindo a administração pública, que se revelam por meio do processo administrativo eletrônico. No âmbito do processo administrativo, podemos falar de meios eletrônicos nos quais tramitam os processos administrativos. 
-Decreto 8539/15: É o decreto 8539/15 que disciplina o meio eletrônico em que são realizados os processos administrativos, sendo que este decreto é aplicável no âmbito da administração pública federal direta e indireta. Tal Decreto prevê que o processo eletrônico é composto por atos organizados e registrados digitalmente. Para que a autenticidade dos atos seja garantida, haverá a necessidade de certificação digital. 
 O Decreto permite que os atos praticados em processo eletrônico também sejam realizados na via física, desde que a própria administração pública realize a conversão deste ato. Os atos podem ser realizados até as 23:59 do último dia do prazo, não sendo necessário observar os horários de expediente dos órgãos e entidades em que o processo tramita.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO – Os princípios que regem o processo administrativo são integrantes da própria Teoria Geral do Processo, existindo outros princípios específicos do âmbito e processo administrativo.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE – O processo administrativo deve observar a publicidade. O conteúdo desse princípio é extraído de alguns artigos, como o Artigo 5º, LX, CF e os Artigos 8º e 11 do CPC/15, que se aplicam subsidiariamente aos processos administrativos. Além disso, a Lei de Acesso às Informações Públicas (Lei 12527/11) também é um extrato do Princípio da Publicidade. 
 A publicidade impõe que a administração pública disponibilize, independentemente de requerimento, toda e qualquer informação de interesse geral. Além disso, tal princípio impõe que administração pública também deve disponibilizar, quando houver requerimento nesse sentido, informações do particular. 
 A publicidade impõe que os autos de um processo administrativo sejam públicos, permitindo o seu acesso por qualquer administrado.Por fim, a publicidade impõe que seja dada ciência a todos os interessados de todo e qualquer ato praticado no processo administrativo. 
(CF) LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
(CPC) Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
(CPC) Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
-Restrições ao Princípio da Publicidade: A (i) Lei 12527/11 prevê que haverá restrição toda vez que a publicidade puder causar algum tipo de prejuízo à segurança da sociedade ou do Estado além de informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento. 
(LEI 12527/11) Art. 6o  Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: 
§ 1o  O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimentocientíficos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
 O (ii)Artigo 5º, LX, CF também admite a restrição do Princípio da Publicidade quando for necessária a defesa da intimidade e do interesse público ou social. 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
O (iii) Artigo 189 do CPC também prevê algumas restrições ao Princípio da Publicidade. 
(CPC) Art. 189.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
 Essas restrições permitem com que o processo administrativo tramite em segredo, onde somente o interessado e seu advogado poderão ter acesso ao processo administrativo, cabendo apenas a eles a obtenção de vista (poder manusear) e fazer a carga (transportar) do processo, além de obterem certidões. Das audiências e sessões de julgamento que eventualmente ocorram no processo administrativo, só poderão participar o interessado e seu advogado constituído.
-Princípio da Publicidade e Fundamentação/Motivação das Decisões: Há quem entenda que a fundamentação é uma regra, e não um princípio. A publicidade mantém intima relação com a Regra ou Princípio (depende da doutrina) da Fundamentação/Motivação das Decisões Judiciais, de acordo com Artigo 93, IX, CF. A decisão será fundamentada quando o julgador demonstra, fundamenta e explica de que maneira chegou a determinada decisão, tanto judicialmente quanto administrativamente. Proferida uma decisão motivada, será essencial a Publicidade, que viabilizará o acesso às decisões, para que assim as decisões possam ser controladas tanto pela sociedade quanto pelo interessado, que pode entrar com um recurso.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE – Este princípio permite que a administração atue de maneira oficiosa, ou seja, de ofício e sem provocações, em alguns casos. Por meio do processo administrativo, com base no Princípio da Oficialidade, a Administração Pública pode (i) instaurar de ofício processos administrativos e, depois de iniciado o processo administrativo, ela irá (ii) encaminhar o processo de maneira oficiosa. Além disso, a administração pública pode atuar de maneira oficiosa (iii) requerendo a realização de diligências probatórias ou a produção de provas, podendo exigir também a (iv)apresentação de um documento e a (v) determinação de que algum órgão faça um estudo técnico sobre certo tema. Por fim, a administração pública pode atuar de maneira oficiosa quando ela (vi) revisa decisões administrativas proferidas por ela mesma.
PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE – O processo administrativo é regido pela informalidade, havendo conflitos entre a doutrina se a informalidade é uma doutrina ou regra. De acordo com a informalidade, o processo administrativo não se submete à formas rígidas, em regra. Apesar dos atos do processo administrativo serem documentados, a regra é que o processo administrativo não necessita, em todas as situações, se submeter a modelos rígidos formais. 
-Formalismo no Processo Administrativo: A lei prevê certo formalismo no âmbito de alguns atos no processo administrativo, onde a inobservância dessa formalidade gera nulidade. Quando a lei for omissa, a forma dos atos praticados em processo administrativo será livre. Em regra, a lei prevê formalidades quando o processo administrativo está relacionado a efetivação de direitos individuais, como nos processos licitatórios (Há uma forma a ser observada). Quando a lei prevê certa formalidade, a mesma tem como função evitar o abuso de poder e a violação de garantias. 
-Princípio da Legalidade e da Informalidade: Podemos concluir que a informalidade tem íntima relação com a legalidade pois, de acordo com a legalidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão por imposição legal. Ou seja, o Princípio da Formalidade prega que a forma será livre, a não ser que haja dispositivo legal dispondo sobre a forma.
PRINCÍPIO DA GRATUIDADE – No âmbito do processo administrativo vigora a gratuidade. Isso porque, no âmbito dos processos administrativos, a administração pública é interessada, ainda que indiretamente, pois boa parte dos conflitos é com a própria administração. Logo, pela mesma ser interessada, não faria sentido, em regra, a onerosidade. Já no âmbito dos processos jurisdicionais a regra seria a onerosidade, onde os particulares aceitam submeter seu conflito a um terceiro. Isto não significa que no processo administrativo não haverá despesa, já que por vezes a lei prevê a onerosidade, que é excepcional.
-Depósito Prévio: Há uma necessidade de depósito prévio para a admissibilidade de recurso administrativo. À luz da gratuidade, não se pode admitir a exigência de um depósito prévio para que seja admitido um recurso administrativo interposto contra a decisão que fixou determinada penalidade ao administrado, como está previsto nas Súmula 7 do STF.
Súmula 7 STF - Sem prejuízo de recurso para o Congresso, não é exequível contrato administrativo a que o Tribunal de Contas houver negado registro.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA - Significa que a todos, em processo administrativo ou judicial, será assegurado o contraditório e ampla defesa, com todos os meios e recursos possíveis, de acordo com o Artigo 5º, LV, CF/88. Há também previsão do Princípio do Contraditório e Ampla Defesa no Artigo 41, §1º, CF/88, que trata das possibilidades em que o servidor público perderá o cargo. De acordo com a doutrina, o contraditório deve ser visto sob duas dimensões, que é uma dimensão formal e outra substancial.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
-Dimensão Formal do Princípio do Contraditório: Na dimensão formal, o contraditório deve assegurar a participação do interessado no processo administrado. Para queseja possível a participação do administrado, é preciso que ele seja comunicado dos atos no processo administrativo, tomando ciência dos atos praticados. 
-Dimensão Material/Substancial do Princípio do Contraditório: Na dimensão material ou substancial, o contraditório deve garantir ao interessado a influência no convencimento do julgador. Logo, de nada adianta a garantia da participação do interessado se o mesmo não tem condições de influir no convencimento do julgador. É da dimensão substancial que faz parte a vedação da prolação/proferir de “decisões surpresas”. 
 Pode-se dizer que o contraditório impõe que os interessados sejam intimados de todos os atos do processo administrativo, possuindo acesso a todos os autos do processo administrativo e havendo a possibilidade do interessado se manifestar sobre qualquer prova produzida, podendo apresentar defesas no âmbito do processo administrativo. O contraditório faculta que no âmbito do processo administrativo, o interessado esteja acompanhado por profissionais com conhecimento técnico (assistente técnico a depender da matéria). O STJ, no entanto, entende que o processo administrativo disciplinar deve ser acompanhado por um advogado, em todas as suas fases. Há o prevalecimento de entendimento do enunciado da Súmula 5 STF.
Súmula Vinculante 5 STF - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
-Ampla Defesa: A Ampla Defesa, por sua vez, assegura aos interessados no processo administrativo os meios necessários ao exercício do contraditório. Costuma-se dizer que a ampla defesa faz parte da dimensão substancial do contraditório. Estes meios assegurados são os recursos administrativos, pedidos de reconsideração de decisão, memoriais técnicos, impugnações, defesas, etc.
PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE E TIPICIDADE – No âmbito do processo administrativo, o julgador deve sempre considerar a lei para apreciar a configuração de uma infração e para aplicar uma penalidade. Logo, as decisões administrativas são fundadas na legislação, prevalecendo a tipicidade. 
 Por vezes, o legislador não descreve com exaustão a infração que ensejará a aplicação de uma penalidade. Por tanto, o julgador, valendo-se da discricionariedade, verificará quais fatos concretos se encaixarão na previsão genérica da infração. Nesses casos, a motivação e fundamentação do julgador deve ser ainda mais completa, podendo o julgador contar com eventuais instrumentos negociais firmados, para que desses elementos se extraia a realização da aplicação da lei na hipótese fática.
PRINCÍPIO DA PLURALIDADE DE INSTÂNCIAS – Este princípio decorre da autotutela. De acordo com a autotutela, a administração pública poderá rever seus próprios atos que sejam considerados ilegais, inconvenientes ou inoportunos. Para viabilizar a revisão dos atos administrativo pela própria administração pública, cria-se uma estrutura administrativa hierarquizada, existindo órgãos administrativos inferiores e superiores. Proferida uma decisão administrativa por um órgão administrativo inferior, não estando satisfeito o interessado, poderá o mesmo interpor um recurso administrativo a ser julgado pelo órgão administrativo superior. 
-Possibilidade de Reclamação Constitucional: Nada impede que uma decisão administrativa seja questionada no PJ onde, se um ato administrativo deixar de aplicar ou aplicar equivocadamente uma súmula vinculante, cabe contra esse ato administrativo uma reclamação constitucional, que é uma ação jurisdicional que tem como objeto resguardar e proteger a autoridade dos tribunais, só cabendo depois de esgotadas todas as instâncias administrativas.
OBS: Se a decisão for proferida pela última instância administrativa, tem-se admitido pedido de reconsideração que será julgado pelo próprio órgão que proferiu a decisão administrativa. 
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL – No âmbito do processo administrativo, deve-se buscar a máxima eficácia praticando-se o menor número possível de atos. A ideia da Economia Processual é justamente evitar a decretação de nulidades no âmbito do processo administrativo. 
 No âmbito da economia processual é que se fala do aproveitamento dos atos processuais onde, de acordo com isto, se um ato administrativo processual for irregular (inobservância de uma formalidade prevista em lei), sendo possível extrair desse ato alguma eficácia sem que haja nenhum prejuízo, este ato irregular deverá ser aproveitado pela administração pública. Se não for possível o aproveitamento de imediato, a administração pública deverá oportunizar a correção desse ato.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR – Como se vive em um Estado Democrático de Direito, deve ser admitida a participação popular nos processos administrativos. É assegurada de diversas maneiras: (i) reconhecendo o direito à informação dos administrados; (ii) garantindo a publicidade dos atos; (iii) reconhecimento da publicidade dos processos administrativos; (iv) garantia das motivações das decisões; (v) possibilidade de utilização de medidas jurisdicionais (mandado de injunção, ação popular); (vi) denúncias dos administrados perante o CNJ e ouvidorias de um órgão ou poder judiciário; (vii) consultas públicas (admite-se a apresentação de manifestação escrita) e audiências públicas (admite-se debates orais).
PRINCÍPIO DA UTILIDADE E EFETIVIDADE – De acordo com esses princípios, o processo administrativo tem de ser útil às finalidades por ele visada, onde o processo administrativo e suas formalidades não podem ser desvirtuadas ou desrespeitadas em prejuízo dos direitos titularizados pelos administrados. Somente se admite a flexibilização das formalidades do procedimento administrativo se a mesma for invocada pelo próprio administrado como uma forma de realização de seus direitos.
 Um exemplo é a vedação da administração pública de deixar de intimar o administrado para que o mesmo não apresente defesa, devendo seguir o devido processo, necessitando que as formalidades sejam atendidas e realizadas.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE – De acordo com o Princípio da Imparcialidade, o julgador e todos os sujeitos que, de algum modo, participam e fornecem elementos para que o processo administrativo seja processado e julgado (perito, examinador, procuradoria, julgador), não devem ter interesse subjetivo no objeto do julgamento do processo administrativo, prevalecendo portanto a imparcialidade. Se ficar configurado algum interesse subjetivo por algum dos sujeitos em relação ao objeto do processo administrativo, tal sujeito será afastado do processo administrativo, sendo substituído por outro de iguais competências. 
 Exigir imparcialidade do julgador no processo administrativo não é exigir neutralidade, pois os processos são julgados por pessoas humanas (possui convicções ideológicas e experiências de vida próprias), mas sim não devendo, de acordo com a parcialidade, julgar de acordo com o seu interesse subjetivo no processo. Existe um limite à atuação do julgador onde, apesar do fato de que o mesmo não seja obrigado a se desfazer de suas convicções, o mesmo deve respeitar o Estado Democrático de Direito e suas liberdades garantidas.
 Por vezes, o interesse subjetivo é revelado a partir de conflitos explícitos travados entre o julgador e o objeto/causa discutido no processo administrativo. Portanto, caso o julgador seja o proprietário de um bem que será expropriado, por exemplo, haverá a presunção de parcialidade, devendo haver o afastamento do julgador.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO – A Motivação impõe que o julgador exponha em sua decisão todas as razões de fato e de direito (razões fáticas e jurídicas) que fundamentam a conclusão a que chegou o julgamento de um processo administrativo. O Princípio da Motivação possui previsão no Artigo 93, X, CF/88 e no Artigo 2º, VII, Lei 9784/99, além de estar contido subsidiariamente nos incisos do Artigo 489, §1º do CPC. A falta de motivação de uma decisão administrativa é grave, cabendo a anulação de decisões administrativas imotivadas.
-Finalidadesdo Princípio da Motivação: A motivação no processo administrativo tem duas finalidades, que são as de (i) convencer o interessado/administrado do acerto da decisão administrativa e de (ii) viabilizar que o interessado com a decisão administrativa proferida possa se insurgir contra ela por meio de um recurso administrativo, dirigido em regra à autoridade administrativa superior, que julgará o recurso, acolhendo-o ou rejeitando-o a partir do conteúdo da decisão administrativa originariamente proferida.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(LEI 9784/99) Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
 (CPC) Art. 489.  São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
PRINCÍPIO DA OBJETIVIDADE – De acordo com o Princípio da Objetividade, os processos administrativos devem ser julgados a partir dos fatos e das provas apresentadas, veiculados e deduzidos no processo administrativo. O processo administrativo não pode ser julgado com base em elementos e subsídios externos ao processo, devendo o julgamento ser objetivo, estando de acordo com a realidade dos autos do processo administrativo. 
 Além disso, a objetividade impõe que o julgador julgue com base no ordenamento jurídico, impedindo que convicções pessoais do julgador violem o Estado Democrático de Direito e as liberdades garantidas pelo mesmo.
PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL – De acordo com esse princípio, no processo administrativo, deve-se buscar a verdade material. A verdade material é aquela que revela os fatos tal como eles efetivamente ocorreram. 
-Verdade Material e Direitos Indisponíveis: Costuma-se dizer na doutrina que, nos processos em que se discutam direitos indisponíveis (direitos dos quais a pessoa não pode abrir mão, como o direito à vida, à liberdade, à saúde e à dignidade), deve-se sempre buscar a verdade material, que é aquela relacionada a exposição dos fatos da forma que os mesmos aconteceram. 
-Verdade Formal e Direitos Disponíveis: Já quando o processo administrativo versa sobre direitos disponíveis (faculdades jurídicas cujo titular pode deixar de preservá-las ), diz a doutrina administrativista que deve-se prezar pela busca de uma verdade formal, que é aquela possível de ser alcançada a partir dos elementos do processo administrativo, respeitando o devido processo legal.
PRINCÍPIO DA LEALDADE – De acordo com o Princípio da Lealdade, o julgador deve atuar de acordo com a boa-fé objetiva. Logo, podemos concluir que este princípio estabelece que o julgador deve atuar de forma e leal e com probidade administrativa. Esta atuação proba exigida do julgador veda a adoção de várias condutas. 
 Não pode o julgador, de acordo com o Princípio da Lealdade, atuar de forma contraditória no processo administrativo, tendo como exemplo quando o mesmo exige a produção de uma prova e, sem que houvesse alteração no processo, o julgador demanda a desnecessidade da produção de prova. Em razão da Lealdade, o julgador não pode abusar de um poder conferido ao mesmo, além disso, está vedada qualquer atuação de má-fé, como o conluio entre o julgador e o interessado de um processo para o alcance de uma finalidade ilícita.
FASE DE INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO - O processo administrativo se inicia por meio da instauração. A instauração é o ato inaugural do processo administrativo, onde o processo administrativo pode ser iniciado de ofício pela própria administração pública ou por meio de provocação do particular. 
SINDICÂNCIA - Antes da instauração do processo administrativo, é possível que haja um procedimento prévio chamado de sindicância, onde serão apurados indícios mínimos para que haja a autorização e instauração do processo administrativo propriamente dito. Na sindicância se avaliará o preenchimento de pressupostos que autorizará a instauração do procedimento administrativo. A competência para o processamento e julgamento da sindicância e do processo administrativo é atribuída pela lei ou por algum outro ato normativo.
-Competência Funcional Interna Bipartida: Muitas vezes a lei atribui competência para que uma autoridade conduza a sindicância e para que outra autoridade conduza o processo administrativo propriamente dito, sendo um caso em que a lei prevê uma competência funcional interna bipartida, com o intuito de garantir e preservar a imparcialidade do(s) julgador(es). 
-Decisão: Após a sindicância, haverá a decisão, devidamente fundamentada, pela instauração ou não do processo administrativo. A (i) decisão que rejeita a instauração do processo administrativo necessita de uma fundamentação mais robusta e profunda, porque tal decisão tem um caráter de “definitividade”, significando que, quando há a rejeição, é estabelecido que, naquele momento, não deve-se mais investigar os fatos. 
OBS: A administração pública poderá desarquivar os autos caso haja um elemento novo e decidir pelo prosseguimento do procedimento.
 A administração pública também pode tomar uma (ii) decisão a favor da instauração do procedimento onde, apesar de fundada, não pode revelar a conclusão da administração pública da aplicação ou não da penalidade ou da ocorrência ou não da infração. Tal decisão deverá ficar restrita aos indícios mínimos que resultam no prosseguimento do processo administrativo. 
-Intimação do Interessado: Em regra, na sindicância, o interessado deve ser chamado/intimado para que possa se manifestar. Algumas vezes, não haverá a notificação do interessado quando for manifesta o não-cabimento do processo administrativo. 
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Geralmente, o processo administrativo é instaurado de ofício quando a administração pública visa tutelar um direito por ela titularizado ou um interesse por ela gerido e protegido (direitos coletivos, por exemplo). Há casos em que o processo administrativo será instaurado por meio de determinação legal, como nas situações de processos administrativos disciplinares.
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PELO PARTICULAR - O processo administrativo também pode ser instaurado pelo particular, havendo duas formas de atuação do particular. 
-1ª Forma: Na primeira forma, o particular comunica a administração pública que ela deve, em razão do direito envolvido, exercer sua competência própria de condução de um processo administrativo. Nestes casos, geralmente está em jogo um direito coletivo (Direito ao Meio Ambiente, por exemplo). 
-2ª Forma: Na segunda forma de atuação, o particularprovoca a administração para que a mesma instaure um processo que versará sobre um direito particular titularizado pelo próprio interessado.
COMUNICAÇÃO - Proferida decisão administrativa para instauração do processo administrativo, a parte adversa e todos os demais interessados deverão ser intimados ou notificados para que possam apresentar defesa, se desejarem. Esta intimação/notificação deve ser feita, em regra, na pessoa do interessado. Se o interessado for PJ, a intimação será feita na pessoa de seu representante legal. 
FORMAS DE COMUNICAÇÃO POR EXCELÊNCIA - A intimação é feita por meio de um servidor público ou pela via postal/Correios, sendo estas as formas de comunicação por excelência. A intimação/notificação também pode ser meio de edital ou pelo advogado constituído.
OBS: Tem-se falado na doutrina por outras formas de comunicação, vide a notificação por fax e e-mail, desde que estas formas alternativas sejam idôneas, sendo capazes de cientificar o interessado sobre a instauração do processo administrativo (e-mail com opção para que o interessado confirme que recebeu o e-mail).
DEFESA - A notificação ou intimação é um ato formal em que deve ser apresentado um prazo legal a ser observado pelo interessado para que o mesmo apresente sua defesa. A autoridade administrativa, nesse caso, deve observar a lei para que seja estabelecido um prazo específico de defesa. A defesa deve ser oportunizada antes que a administração pública conclua o julgamento, isto para que o interessado possa influenciar no julgamento do julgador, pois caso a defesa seja viabilizada após o julgamento, haverá uma violação ao Princípio do Contraditório e Ampla Defesa. 
 No processo administrativo, é facultado ao interessado o acompanhamento de um advogado, sendo que a defesa não precisa obrigatoriamente ser assinada por um advogado, segundo a Súmula 5 do STF. Ao apresentar a Defesa, o interessado deve deduzir e expor todos os fatos e informações de que tem conhecimento, devendo instruir sua defesa com todos os documentos que possui sobre o caso, podendo haver a apresentação de pareceres técnicos.
FASE INSTRUTÓRIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO - Se existirem fatos controversos, deverá ser instaurada uma fase instrutória/probatória no processo administrativo. A autoridade julgadora no processo administrativo tem amplos poderes instrutórios, ou seja, a autoridade julgadora pode determinar de ofício a produção de provas, independentemente de qualquer provocação além de deferir ou indeferir as provas cuja produção tenha sido solicitada ou requerida pelo interessado. 
INDEFERIMENTO DE PROVAS - A Administração Pública só deve indeferir a produção de provas relativas de (i) fatos irrelevantes ou impertinentes ou ainda (ii) provas meramente protelatórias/procrastinatórias, que são as provas que só servem para atrasar e postergar o processo.
TIPOS DE PROVAS - No processo administrativo, se admite qualquer tipo de produção de prova, como as inspeções, provas documentais, provas testemunhais, confissões, depoimentos pessoais dos interessados e provas periciais, por exemplo. Se houver necessidade de prova oral (testemunhal, depoimento pessoal), será necessária a marcação de uma audiência para a apuração dessas provas. 
JULGAMENTO - Finalizada a instrução, o processo estará preparado para o julgamento. O processo administrativo será julgado por uma decisão administrativa devidamente fundamentada e proferida por uma autoridade imparcial. A decisão administrativa possui três elementos: o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
RELATÓRIO - No relatório são expostos os fatos processuais ocorridos até o julgamento. Além disso, deve ser feita a descrição fática da causa, ou seja, dos fatos da vida que serão objetos de julgamento.
FUNDAMENTAÇÃO - Além do relatório, a decisão administrativa tem que ser dotada de fundamentação. Na fundamentação, a autoridade deverá expor todas as razoes de fato e de direito que orientam a conclusão do seu julgamento. Na fundamentação, a autoridade julgadora deverá se manifestar sobre todos os argumentos fáticos e jurídicos deduzidos pelos interessados no curso do processo administrativo, sobretudo se a decisão administrativa for desfavorável ao interessado. Na fundamentação deve haver também a valoração das provas produzidas no processo administrativo. 
-Omissão da Decisão: Se a administração pública deixar de apreciar ou de se manifestar sobre algum argumento apresentado pelo interessado contra uma decisão administrativa desfavorável, haverá omissão, resultando em um vício de nulidade da decisão.
OBS: Nos processos administrativos ampliativos, é preciso que a fundamentação contemple a apreciação de todos os pedidos que tenham sido formulados pelo administrado, havendo omissão caso não haja a apreciação de todos os pedidos.
DISPOSITIVO - Por fim, a decisão administrativa também em como elemento o dispositivo, também conhecido como conclusão. O dispositivo é a conclusão do julgamento onde, no dispositivo, a administração pública cria uma norma jurídica individual, que disciplinará aquele caso concreto que foi julgado.
RECURSO - Se o administrado ficar insatisfeito com a decisão administrativa proferida, ele poderá entrar com um recurso administrativo. Ou seja, contra a decisão administrativa poderá ser interposto um recurso. Em regra, o recurso administrativo deve ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão administrativa, porém o mesmo só será julgado por uma autoridade superior. As vezes, a decisão administrativa é proferida pela máxima autoridade em nível hierárquico onde, a sua decisão só poderá ser objeto de um pedido de reconsideração ou de representação, que serão apreciadas pela própria autoridade.
 A finalidade do recurso é buscar uma revisão de todas as questões fáticas e jurídicas que já foram objeto de uma decisão. Se o recurso for total, é preciso que todas as questões fáticas e jurídicas sejam analisadas pela autoridade superior, devendo fundamentar a decisão que julga o recurso. 
OBS: Não se pode exigir depósito prévio ou arrolamento de bens para que haja o recurso, pois isso seria inconstitucional.
PRECLUSÃO E COISA JULGADA - Os institutos da preclusão e da coisa julgada são aplicáveis aos processos administrativos. O conceito destes institutos surge no processo civil, mas também são aplicáveis aos processos administrativos. 
PRECLUSÃO - A Preclusão é um instituto que permite que um processo avance sempre para frente, impedindo que haja um retorno à fase anterior já concluída, sendo um instituto fundamental por viabilizar o fim do processo. A preclusão nada mais é do que a perda de um poder processual. A preclusão pode ser temporal, consumativa e lógica. Preclusão é a perda de um poder processual, em decorrência de ato ilícito caducificante, um ato-fato jurídico ou de um ato jurídico em sentido estrito. A preclusão atinge os poderes dos interessados no processo administrativo, inclusive a própria Administração, ressalvado os casos de prazo impróprio (A administração pública não tem uma regra específica que determina o prazo).
-Preclusão Temporal: A preclusão temporal é a perda de um poder processual em razão do seu não-exercício dentro de um lapso de tempo, sendo a consequência de um ato-fato jurídico. Um exemplo é quando o indivíduo possui 10 dias para realizar a defesa e, após 10 dias, caso o mesmo não apresente defesa, o indivíduo não poderá mais apresentar a defesa nessa fase do processo, perdendo um poder processual. 
-Preclusão Consumativa: A preclusão consumativa é a perda de um poder processual em razão do seu exercício, pouco importa se bem ou mal. É a perda de um poder processual pela consumação/realização do ato. Um exemplo é quando há a contestação dentro do prazo de 15 dias, não sendo possível a realização de outra contestação nesse mesmo prazo, pois o ato já foi realizado, havendo preclusão consumativa.
-Preclusão Punitiva: Preclusão Lógica é a perda de um poder processual em razão da prática de um ato incompatível com o ato anteriormente praticado.Se o interessado está de acordo com a decisão administrativa e depois decorre, haverá preclusão lógica. É a perda de um poder processual pela prática de um ato anterior incompatível com o que se quer praticar agora. Ou seja, não pode ser praticado um ato incompatível com o praticado anteriormente, sendo o Venire Contra Factum Proprium no âmbito processual.
OBS: Não se submetem à preclusão as questões de ordem pública e nem as questões que podem ser alegadas e conhecidas de ofício a qualquer tempo no processo.
COISA JULGADA - A coisa julgada, por sua vez, é a indiscutibilidade e imutabilidade de uma decisão. No processo civil, fala-se em coisa julgada formal e material. 
-Coisa Julgada Formal x Material: A (i) Coisa Julgada Formal é a indiscutibilidade de uma decisão dentro do processo em que ela foi proferida, enquanto a (ii) Coisa Julgada Material é a indiscutibilidade de uma decisão dentro e fora do processo em que a decisão foi proferida. 
 No processo administrativo, fala-se apenas em coisa julgada formal, significando que as decisões administrativas são imutáveis e indiscutíveis dentro do processo em que elas foram proferidas. Somente por meio de um processo distinto e autônomo é que se poderá rever uma decisão administrativa já proferida, desde que haja algum elemento para isso (fato novo, estudo técnico, alegação de vício ou omissão, etc). A decisão administrativa é passível de controle externo, diferente da decisão jurisdicional, que não é passível de nenhum tipo de controle externo.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – O Processo Administrativo Disciplinar é o instrumento de exercício do poder disciplinar, constituindo-se em uma conjugação ordenada de atos na busca da correta e justa aplicação do regime disciplinar para apuração e punição de infrações praticadas pelos servidores públicos no exercício de suas atribuições, ou que tenham relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. Existem alguns sistemas de repressão disciplinar. O PAD pode ser utilizado para se obter o afastamento de um servidor público por um determinado lapso de tempo, para decretar perda de aposentadoria, para decretar perda do cargo efetivo ou de um cargo em comissão. 
SISTEMA DO SUPERIOR HIERÁRQUICO - O primeiro sistema é o sistema do superior hierárquico onde, nesse sistema, a infração disciplinar é apurada e aplicada ao subordinado pelo seu superior hierárquico. É um sistema admitido apenas nos casos de infrações mais leves e brandas, não sendo utilizado no Brasil. 
SISTEMA DE JURISDIÇÃO COMPLETA - O segundo sistema é o da jurisdição completa onde, de acordo com este sistema, a infração é apurada e a penalidade é aplicada no âmbito de um processo jurisdicional estatal, pois um juiz terceiro e imparcial que irá reger o processo. Este não é, em regra, o sistema adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro.
SISTEMA MISTO - O Sistema Misto é o adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro onde, nesse sistema, a apuração de infrações administrativas e aplicação de penalidades ocorrerá no bojo de um processo administrativo disciplinar e, deste processo, em regra fazem parte, de um lado, um (i) Órgão/Comissão Processante responsável pelo levantamento de provas e fatos, elaborando um relatório opinativo e, do outro lado, um (ii) Superior Hierárquico, que aplicará a penalidade ao administrado, caso verifique que a infração foi cometida. 
-Instauração do PAD: Se a autoridade administrativa responsável verificar que existem fatos a serem apuradas, a mesma determinará a instauração do Processo Administrativo Disciplinar, que será formalizada por meio da publicação em Diário Oficial de uma portaria em que haja formação e nomeação da comissão processante (em regra, nomeiam-se servidores públicos, geralmente efetivos, que não tenham relação com o servidor que está sendo investigado). É possível, que antes da instauração do PAD, haja necessidade de uma (i) Sindicância, para levantamentos de indícios mínimos que permitam a instauração do PAD. 
-Fase de Instrução Probatória: Uma vez instaurada formalmente o PAD, a Comissão Processante iniciará seus trabalhos, cabendo a mesma examinar os fatos e as provas relativas ao caso, garantindo sempre o contraditório em ampla defesa.
-Fase de Defesa e Relatório: Finalizada a fase de instrução probatória, o interessado será intimado para apresentar (i) Defesa, se desejar, podendo ser acompanhado por um advogado. Após apresentação da defesa, será produzido pela Comissão Processante o (ii)Relatório, que possui conteúdo opinativo não-vinculante. Este relatório é uma espécie de parecer técnico no qual a Comissão Processante concluirá pelo cometimento ou não da infração, sugerindo a penalidade a ser aplicada.
-Decisão: Apresentado o relatório ao Superior Hierárquico, o mesmo proferirá uma decisão. O Superior hierárquico não se vincula ao relatório da Comissão Processante porém, se ele chegar a mesma conclusão que chegou à Comissão Processante, ele poderá se fazer do relatório como fundamento para sua decisão. Caso ele discorde do relatório, o mesmo deverá fundamentar de forma mais robusta a sua decisão.
OBS: Antes da decisão, o Superior Hierárquico poderá encaminhar o relatório para a Procuradoria Jurídica, com o intuito de obter da mesma uma parecer técnico-jurídico.
PROCESSO SUMÁRIO – Costuma-se falar em duas espécies de processo sumário. Fala-se na sindicância e na verdade sabida. 
SINDICÂNCIA - A sindicância, conforme já observado, é um processo prévio e anterior à instauração do processo administrativo propriamente dito, sendo uma espécie de processo sumário, onde é buscado o levantamento de pré-requisitos e situações fáticas e jurídicas para analisar se haverá instauração do processo administrativo. 
VERDADE SABIDA - Já a Verdade Sabida, por sua vez, é um processo sumário em que a própria autoridade/Superior Hierárquico presencia a infração/irregularidade e aplica a penalidade. É defendido que a verdade sabida não pode mais ter utilização no direito brasileiro, em razão do respeito do contraditório, ampla defesa e imparcialidade do julgamento. 
LEI 9784/99 – A Lei 9784/99 é a Lei do Processo Administrativo Federal, sendo uma lei federal que aplica-se à Administração Pública direta e indireta federal, aplicando-se também ao Poder Legislativo e Judiciário quando exercerem função atípica administrativa. Essa lei também prevê normais gerais, aplicáveis aos processos administrativos estaduais e municipais. Além disso, a Lei 9784/99 também é aplicável no âmbito dos processos administrativos especiais (Licitações, mesmo possuindo lei própria por exemplo). 
ABRANGÊNCIA DA LEI 9784/99- Tal lei disciplina o direito e deveres dos: (i) interessados que instauram o processo administrativo; (ii) interessados que não instaurem o processo administrativo, podem ser atingidos indiretamente ou diretamente por decisões administrativas e, por fim, de (iii) entes de representação coletiva, que atuam com base na defesa de interesses coletivas, de acordo com o Artigo 1º, §1º da Lei 9784/99. A diferença entre órgão, entidade e autoridade está prevista no Artigo 1º, §2º da Lei 9784/99.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
COMPETÊNCIA DA LEI 9784/99- A competência para processar e julgar um processo administrativo é definida sempre por lei. A competência atribuída a um órgão ou entidade administrativa paraprocessar e julgar um processo é irrenunciável. 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
-Delegação de Competência (Artigos 12-14, L9784/99): Admite-se, excepcionalmente, a delegação de competência, onde a competência poderá ser delegada/transferido a um outro órgão administrativo vinculado ou não ao órgão ou entidade administrativa superior que tinha competência originária. Geralmente ocorre delegação quando existir uma justificativa técnica (determinado órgão possui maior especialidade), social (órgão mais próximo dos fatos investigados) ou econômica (menos oneroso para determinado órgão). 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
O ato de revogação e de delegação devem ser formalmente publicados em Diário Oficial. O (i)Ato Formal de Delegação deve sempre indicar a matéria discutida no processo, os poderes a quem a delegação de competência está transferindo e os limites de atuação. 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Diz a lei que não será admitida delegação de competência para prática de atos normativos, a competência para julgamento de recursos e a que tenha sido atribuída única e exclusivamente para um determinado órgão.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
 I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
-Avocação (Artigos 15 e 16, L9784/99): A avocação é um fenômeno em que um órgão hierarquicamente superior avoque/tome para si a competência para julgar uma demanda. A Lei 9784/99 admite que será admitida a avocação de competência desde que a lei expressamente a preveja. A avocação também deve ser excepcional e prevista em lei, porém a lei não explicita quais casos excepcionais justificariam a avocação. 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
 De acordo com o Artigo 17 da Lei Federal 9784/99, se a lei, por alguma razão, for omissa em relação à atribuição de competência de um processo administrativa, será presumido que a instância inferior/órgão de menor hierarquia será o competente para processar e julgar a demanda.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
PRINCÍPIOS DA LEI 9784/99– A Lei Federal 9784/99, em seu Artigo 2º, prevê que o processo administrativo será regido por alguns princípios vistos anteriormente, como o da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS DA LEI 9784/99– Os Artigos 3º e 4º da Lei 9784/99 versam sobre os direitos e deveres pertencentes aos administrados.
-Direitos dos Administrados (Artigo 3º, L9784/99): De acordo com a Lei 9784/99, ao administrado deve ser garantido: o (i) tratamento respeitoso, o (ii) acesso aos processos administrativos em que seja interessado, podendo obter cópias desses processos e conhecer das decisões proferidas; (iii) o direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, sendo considerados pelo órgão competente; e o (iv) direito de ser assistido por um advogado, quando puder.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
-Deveres dos Administrados (Artigo 4º, L9784/99): O Artigo 4º impõe alguns deveres ao administrado, que decorrem dos Princípios da Boa-Fé Objetiva e da Cooperação. Segundo a lei, o administrado, no processo administrativo, deve: (i) expor os fatos conforme a verdade; (ii)atuar com lealdade, honestidade e probidade; (iii) não agir de forma temerária (sem qualquer fundamento, assumindo postura procrastinatória, com o intuito de retardar o processo) e protelatória; e.deve sempre (iv) contribuir para os esclarecimentos de fato
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO – O julgador deve ser imparcial, onde caso o julgador ou servidor público seja parcial, o mesmo será afastado. Existem dois graus de parcialidade, que são o impedimento e a suspensão.
-Impedimento: De acordo com o Artigo 18 da Lei 9784/99, haverá impedimento à autoridade julgadora e ao servidor público quando: a (i) autoridade julgadora/servidor público tiver interesse direto ou indireto na matéria discutida no processo administrativo; quando a mesma (ii) participar de um processo como testemunha, perito ou representante; quando (iii) cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo ou afim de até 3º grau tiver participado ou venha a participar como testemunha, perito ou representante em processo julgado por essa autoridade/servidor; e se/quando a (iv) autoridade julgadora/servidor estiver litigando judicial ou administrativamente contra o interessado, seu respectivo cônjuge ou companheiro. 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
A autoridade administrativa ou servidor público devem, ao conhecer da situação, comunicar o impedimento à autoridade competente, abstendo-se de atuar, onde a omissão de alegação do impedimento pelo próprio servidor/autoridade constitui falta grave, seguidapor efeitos disciplinares.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
-Suspeição: De acordo com o Artigo 19, haverá suspeição da autoridade julgadora e/ou servidor público quando a autoridade julgadora/servidor público for amiga(o) intima do interessado, do seu cônjuge ou companheiro ou de parentes consanguíneos e afins de até 3º grau ou até mesmo inimiga notória do interessado; 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
INTIMAÇÃO (Artigo 26, Lei 9784/99) - O Ato de Intimação é um ato formal e deve observar alguns requisitos, devendo: (i) indicar o intimando (quem receberá a intimação), (ii) o local, dia, hora da intimação; (iii) indicar finalidade da intimação; além da (iv) indicação do prosseguimento processo caso não haja resposta à intimação; a (v) indicação de se o intimando deve comparecer pessoalmente ou pode enviar algum representante; e, por fim, deve haver a (vi) indicação dos fatos e fundamentos jurídicos relevantes. 
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
OBS: A intimação pode se dar até mesmo nos próprios autos.
-Prazo Mínimo da Intimação (Artigo 26, §2º): De acordo com Artigo 26, §2º da Lei 9784/99, quando o Ato formal de intimação disser sobre o comparecimento a algum ato administrativo em determinado dia, hora e local, é preciso que a intimação seja recebia, pelo menos, com 3 dias úteis de antecedência quanto à data de comparecimento.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.
-Efetuação da Intimação (Artigo 26, §3º e §4º): A intimação poderá ser efetuada por via postal, por telegrama, aviso de recebimento ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. Entretanto, caso a intimação seja para interessados indeterminados, a mesma deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
-Nulidade da Intimação (Artigo 26, §5º): De acordo com o Artigo 26, §5º da Lei 9784/99, caso não haja observação das prescrições legais, haverá nulidade da intimação e dos atos subsequentes dependentes da intimação.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
INSTAURAÇÃO - A instauração é o ato inaugural do processo administrativo, onde o processo administrativo pode ser iniciado de ofício pela própria administração pública ou por meio de provocação do particular. 
-Requerimento: Se o processo administrativo for iniciado por um interessado, a instauração do processo se dá por meio de requerimento, que (i) deve ser dirigido à autoridade ou entidade administrativa competente. Além disso, de acordo com o Artigo 6º da Lei 9784/99, esse requerimento deverá conter a (ii) qualificação do interessado bem como o (iii) endereço onde receberá as comunicações processuais. O requerimento deve indicar o (iv) pedido que está sendo formulado e os fundamentos desse pedido, (v) devendo estar datado e assinado pelo interessado ou por seu representante. 
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
-Recusa do Recebimento de Documentos: O requerimento administrativo já deve estar instruído com toda a documentação de que dispõe o interessa, sendo que a entidade administrativa não pode recusar o recebimento de documentos, salvo se explicar ao interessado a razão da recusa, orientando-o para que ele possa colacionar corretamente a documentação. 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
-Formulário Padrão de Requerimento e Pluralidade de Interessados: De acordo com o Artigo 7º da Lei 9784/99, é possível que a administração pública forneça um formulário padrão de requerimento administrativo. Conforme, o Artigo 8º, se mais de um interessado tiver uma pretensão fundada nas mesmas razões, poderá ser feito um único requerimento administrativo por todos eles.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
-Forma e Realização dos Atos Administrativos: Uma vez instaurado processo administrativo, conforme o Artigo 22, os atos deverão estar na forma escrita em português e deverão ser datados e assinados. Não existe, em regra, uma forma específica para que um ato processual seja praticado. Os atos processuais administrativos devem sempre ser praticados, em regra, durante o expediente, só sendo admitida a prática de atos administrativos fora do expediente se houver algum prejuízo ao interessado ou interesse público, segundo o Artigo 23 da Lei 9784/99. 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado

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