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FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI “NADIR DIAS DE FIGUEIREDO” ALEX DOS SANTOS SILVA GABRIEL SILVA HENRIQUE FERREIRA SOUZA LEONARDO A. DE ARAUJO TIAGO FERREIRA Microestrutura e propriedades do aço SAE 1045 tratado termicamente OSASCO 2015 ALEX DOS SANTOS SILVA GABRIEL ATALIBA GABRIEL SILVA HENRIQUE FERREIRA SOUZA LEONARDO A. DE ARAUJO TIAGO FERREIRA Microestrutura e propriedades do aço SAE 1045 tratado termicamente Trabalho de conclusão de curso apresentado à escola SENAI “Nadir Dias de Figueiredo” para obtenção do título Técnico de Metalurgia sob orientação técnica do Prof° Dr. Marcos Domingos Xavier e orientação metodológica do Prof° Marcos Barbosa. OSASCO 2015 Microestrutura e propriedades do aço SAE 1045 tratado termicamente Trabalho de conclusão de curso apresentado à escola SENAI “Nadir Dias de Figueiredo” para obtenção do título Técnico de Metalurgia sob orientação técnica do Prof° Dr. Marcos Domingos Xavier e orientação metodológica do Prof° Marcos Barbosa. Aprovada em --/--/2015. ________________________________ Prof° Dr° Marcos Domingos Xavier / SENAI Orientador ________________________________ Prof° Odilon de Moraes Junior / SENAI Examinador ________________________________ Prof° Marcos Roberto Barbosa / SENAI Examinador AGRADECIMENTOS Aos professores do curso técnico em metalurgia da escola SENAI, que contribuíram ao longo desses dois anos , por meio das disciplinas e debates, para o desenvolvimento desta pesquisa. Aos funcionários do SENAI, pela presteza e atendimento quando nos foi necessário. Aos colegas de classe pelos momentos de amizade e apoio. EPÍGRAFE Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice. (Platão). RESUMO Os tratamentos térmicos são de grande importância para a metalurgia, pois garantem a abrangência da aplicação de um material em vários campos para diferentes solicitações. Neste Projeto, estudaram-se as características do aço SAE 1045 submetendo-o a diferentes tratamentos térmicos para análise de propriedades e microestruturas e suas aplicações conforme os resultados obtidos. Os corpos de prova foram submetidos aos tratamentos térmicos de: normalização, recozimento, têmpera e revenimento na faixa de 100 a 700°C. Foi avaliada a propriedade mecânica por meio dos ensaios destrutivos de dureza por penetração (Rockwell), e suas microestruturas através de microscopia óptica. Palavras chave: Tratamento térmico; microestrutura; Aço. ABSTRACT The thermal treatments are of great importance to the metallurgy, as they ensure the scope of application of a material in various fields for different requests. In this project, we studied the SAE 1045 steel characteristics subjecting it to different heat treatments for analysis of properties and applications as the results obtained. The samples were subjected to heat treatments: normalizing, annealing, quenching, tempering in the range 100-700 ° C. The mechanical property was evaluated by the destructive testing of penetration hardness (Rockwell) and microstructure were evaluated to each thermal condition. Keywords: Heat treatment; microstructure; Steel. LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS Figura 1 - Estrutura Cristalina ................................................................................ 13 Figura 2 - Diagrama de transformação isotérmica de um aço eutetóide ........... 17 Figura 3 - Tabela escala de dureza mohs .............................................................. 21 Figura 4 - Tabela Escala dureza Rockwell ............................................................. 22 Figura 5 - Tabela de composição química do aço SAE 1045 (%) ........................ 23 Figura 6 – Óculos .................................................................................................... 23 Figura 7- Bota .......................................................................................................... 24 Figura 8 - Avental de raspa ..................................................................................... 24 Figura 9 - Luvas Térmicas ...................................................................................... 25 Figura 10 - Protetor Facial ...................................................................................... 25 Figura 11 - Durômetro (Future-Tech Cord) ............................................................ 28 Figura 12 - Amostras embutidas do aço SAE 1045 .............................................. 29 Figura 13 - Cut-off ................................................................................................... 29 Figura 14 - Arco de serra ........................................................................................ 30 Figura 15 – Limas .................................................................................................... 30 Figura 16 - Baquelite .............................................................................................. 31 Figura 17 – Funil ...................................................................................................... 31 Figura 18 - Desmoldante ......................................................................................... 32 Figura 19- Prensa de embutimento ........................................................................ 32 Figura 20 - Lixadeiras ............................................................................................. 33 Figura 21 - Lixas d'água .......................................................................................... 33 Figura 22 - Politrizes ............................................................................................... 34 Figura 23- Alumina 1µ, 0,5µ, 0,05µ ......................................................................... 34 Figura 24 - Nital 2% ................................................................................................. 35 Figura 25 – Álcool ................................................................................................... 35 Figura 26 - Algodão ................................................................................................. 36 Figura 27 - Microscópio (Olympus) ....................................................................... 36 Figura 28 – SAE 1045 original, aumento 500X. ..................................................... 39 Figura 29 – SAE 1045 Recozido, aumento 500X. .................................................. 40 Figura 30 – SAE 1045 Normalizado, aumento 1000X. .......................................... 40 Figura 31 – SAE 1045 Temperado em água original. ........................................... 41 Figura 32 – SAE 1045 temperado em água e revenido a 100°C ........................... 41 Figura 33 – SAE 1045 Temperado em água e revenido a 200°C .......................... 42 Figura 34 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 300°C .......................... 42 Figura 35 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 400°C .......................... 43 Figura 36 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 500°C .......................... 43 Figura 37 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 600°C ..........................44 Figura 38 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 700°C .......................... 44 Figura 39 - SAE 1045 temperado em óleo original ............................................... 45 Figura 40 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 100°C .............................. 45 Figura 41 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 200°C .............................. 46 Figura 42 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 300°C .............................. 46 Figura 43 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 400°C .............................. 47 Figura 44 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 500°C .............................. 47 Figura 45 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 600°C .............................. 48 Figura 46 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 700°C .............................. 48 Figura 47 - Dureza das amostras HRA .................................................................. 49 Figura 48 - Dureza HRA das amostras O, R e N .................................................... 50 Figura 49 - Constituintes dos aços temperados ................................................... 51 Figura 50 - Revenido ............................................................................................... 52 Figura 51 - Diagrama Tensão-Deformação ............................................................ 53 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CCC – Cúbica de Corpo Centrado CFC – Cúbica de Face Centrada CP – Corpo de Prova EPI – Equipamentos de Proteção Individual HCP – Hexagonal Compacta HRA – Dureza Rockwell em Escala A N – Normalizada O – Original R – Recozida SAE – Society of Automotive Engineers TTT – Tempo, Temperatura e Transformação SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................... 10 1 OBJETIVOS DO PROJETO ........................................................... 12 1.1 Objetivo Geral .......................................................................... 12 1.2 Objetivos Específicos ............................................................. 12 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ........................................................ 13 2.1 Estrutura cristalina dos aços ................................................. 13 2.2 Tratamento Térmico nos Aços ............................................... 14 2.2.1 Recozimento ................................................................... 15 2.2.1.1 Recuperação .................................................................. 15 2.2.1.2 Recristalização ............................................................... 15 2.2.1.3 Crescimento de Grão ..................................................... 16 2.3 Normalização ........................................................................... 16 2.4 Têmpera ................................................................................... 17 2.5 Revenimento ............................................................................ 18 3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS AÇOS ................................ 20 3.1 Dureza ...................................................................................... 20 4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................. 23 4.1 Materiais utilizados ................................................................. 23 4.1.1 Equipamentos ................................................................. 23 4.1.1.1 De Proteção (EPI) .......................................................... 23 5 TRATAMENTOS TÉRMICOS ........................................................ 26 5.1 Normalização ........................................................................... 26 5.2 Têmpera ................................................................................... 26 5.3 Revenimento ............................................................................ 26 5.4 Recozimento ............................................................................ 27 6 ENSAIOS REALIZADOS ............................................................... 28 6.1 Dureza ...................................................................................... 28 7 METALOGRAFIA .......................................................................... 29 7.1 Exame ao microscópio sem ataque ....................................... 37 7.2 Exame ao microscópio com ataque da superfície ................ 38 8 RESULTADOS ............................................................................... 39 8.1 Metalografia ............................................................................. 39 8.2 Durezas .................................................................................... 49 9 DISCUSSÃO .................................................................................. 51 CONCLUSÃO ...................................................................................... 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 55 10 INTRODUÇÃO Tratamentos térmicos em aço Dada a importância do ferro nos tempos atuais, a siderurgia deve ser considerada como um setor básico e prioritário para o desenvolvimento industrial e econômico. A indústria siderúrgica abrange todas as etapas necessárias para, a partir das matérias-primas, produzirem ferro e aço. O processo clássico e mais usado para a redução do minério de ferro é o “alto-forno1”, cujo produto consiste numa liga de ferro-carbono de alto teor de carbono, denominado “ferro gusa2”, o qual, ainda no estado líquido, é encaminhado à “aciaria3”, onde, em fornos adequados, é transformado em aço a partir do sopro de oxigênio. Este é vazado na forma de “lingotes4“, os quais, por sua vez, são submetidos à transformação mecânica. O aço é uma liga metálica formada essencialmente de ferro e carbono, onde, esta nomenclatura é mantida até o teor de 2,11%C, após este valor recebe o nome de ferro fundido, mas estes conceitos serão mais bem explicados durante o trabalho. Os produtos obtidos deste material podem ser processados de várias maneiras, como por fundição ou conformação mecânica (laminação, extrusão, forjamento e etc), dependendo da geometria futura do produto. Cada um destes métodos apresenta diferentes características para a peça acabada. Os processos de conformação mecânica são processos de fabricação que empregam a deformação plástica de um corpo metálico, mantendo sua massa e integridade. Todos os processos podem ser realizados a quente (acima da temperatura de recristalização) ou a frio (abaixo da temperatura de recristalização). Os processos a quente são caracterizados pelo emprego de tensões de compressão menores, ausência de encruamento no produto e alta ductilidade da liga na temperatura de conformação. Por outro lado, os produtos apresentam superfícies 1 Alto-forno é um grande forno, revestido por fora de chapas metálicas e por dentro de tijolos refratários, destinado a fundir e a reduzir o minério de ferro para transformá-lo em ferro-gusa. 2 O gusa é o produto imediato da redução do minério de ferro pelo coque ou carvão e calcário num alto forno 3 Aciaria é a unidade de uma usina siderúrgica onde existem máquinas e equipamentos voltados para o processo de transformar o ferro gusa em diferentes tipos de aço; 4 Lingotes são blocos fundidos que serão subseqüentemente destinados a outras operações de fabricação, como laminação e forjamento. 11 contendo carepa, resultante da oxidação do metal em alta temperatura e tolerânciasdimensionais mais abertas. Entretanto, a característica mais relevante dos produtos conformados a quente é o seu elevado grau de sanidade interna. Como resultado da operação mecânica, as partículas de segunda fase e Inclusões tenderão a assumir uma forma e uma distribuição que correspondem. Segundo Moreira: “... aproximadamente à deformação do metal. De fato, os processos de conformação mecânica provocam a formação de um "fibramento" na microestrutura dos metais e ligas.” Contudo, para algumas aplicações, que tem maior solicitação do material, só estas características não são suficientes para atender às exigências e cumprirem seu objetivo. Para melhorar suas características são então feitos tratamentos térmicos, os quais abrem um leque muito maior de possibilidades de aplicações podendo então atender a todos os campos da metalurgia. Por exemplo, peças que vão ser estampadas necessitam de uma maior resistência ao impacto, no caso, uma grande absorção de energia, peças que tem grande solicitação superficial têm de apresentar uma resistência ao desgaste, o que é provido pelo tratamento de têmpera, entre outros. 12 1 OBJETIVOS DO PROJETO 1.1 Objetivo Geral Conhecer a influência do tratamento térmico nas microestruturas e propriedades do aço SAE 1045. 1.2 Objetivos Específicos Interpretar as microestruturas obtidas e associá-las à dureza obtida nos tratamentos térmicos. 13 2 Fundamentos Teóricos 2.1 Estrutura cristalina dos aços A maior parte dos metais apresenta, à pressão ambiente (1atm) uma única estrutura cristalina, estável desde a temperatura ambiente até seu ponto de fusão. As estruturas de ocorrência mais comum são as estruturas compactas CFC e HCP e a estrutura não-compacta CCC. O ferro é excepcional, neste aspecto, e apresenta polimorfismo, isto é, apresenta duas estruturas cristalinas à pressão ambiente, dependendo da temperatura. À baixas temperaturas (até 910°C) o ferro tem estrutura CCC. Acima desta temperatura, a estrutura CFC se torna mais estável até 1390°C. (COLPAERT, 2008, p.5) “O arranjo dos átomos em determinada estrutura cristalina está ligado às interações entre estes átomos. Quando átomos de outros elementos são misturados aos átomos de ferro, formando uma liga, a presença destes átomos afeta a estabilidade dos diferentes arranjos de átomos. Assim, por exemplo, a adição de carbono ao ferro produz alterações na estabilidade relativa entre as fases”. (COLPAERT,2008, p.5) Figura 1 - Estrutura Cristalina Fonte: COLPAERT, 2008, p.5 (a) Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC). O parâmetro de rede do ferro puro, a temperatura ambiente, é 2,86Â. (b) Estrutura cúbica de face centrada (CFC). O parâmetro de rede do ferro puro à temperatura de 1200°C é de aproximadamente 3,66Â. 14 2.2 Tratamento Térmico nos Aços Os tratamentos térmicos envolvem operações de aquecimento e resfriamento subsequente, dentro das condições controladas de temperatura, tempo à temperatura, ambiente de aquecimento e velocidade de resfriamento. Os objetivos dos tratamentos térmicos podem ser resumidos da seguinte maneira: Remoção de tensões internas (oriundas de resfriamento desigual, trabalho mecânico ou outra causa); Aumento ou diminuição da dureza; Aumento da resistência mecânica Melhora da ductilidade; Melhora da usinabilidade; Melhora da resistência ao desgaste; Melhora das propriedades de corte; Melhora da resistência à corrosão; Melhora da resistência ao calor; Modificação das propriedades elétricas e magnéticas; É comum verificar-se que a melhora de uma ou mais propriedades mediante um determinado tratamento térmico é conseguida com o prejuízo de outras. Por exemplo, quando se procura aumentar a resistência mecânica e a dureza dos aços, obtém-se, simultaneamente, uma diminuição da sua ductilidade. Assim sendo, é necessário que o tratamento térmico seja aplicado criteriosamente, para que as distorções verificadas sejam reduzidas ao mínimo. Por outro lado, os tratamentos térmicos normais, correspondentes a operações de aquecimento e resfriamento, modificam geralmente e apenas a estrutura dos metais, sem qualquer efeito na sua composição química. (CHIAVERINI,1986, p. 240) 15 2.2.1 Recozimento O recozimento visa reduzir a dureza do aço, aumentar a usinabilidade, facilitar o trabalho a frio ou atingir a microestrutura ou as propriedades desejadas. O recozimento é composto de três estágios, a saber, sendo que os dois primeiros ocorrerem em materiais previamente elevados. 2.2.1.1 Recuperação Esse primeiro estágio do recozimento é verificado a temperaturas baixas. Nele ocorre um re-arranjo das discordâncias, de modo a adquirir configurações mais estáveis, embora não haja, pelo menos aparentemente, mudança na quantidade de defeitos presentes. Não há nenhum efeito sensível sobre as propriedades do material. (CHIAVERINI, 1986, p. 52) 2.2.1.2 Recristalização Nesse estágio, imediatamente após a recuperação, e por tanto a temperaturas mais elevadas, verifica-se grande areação da microestrutura do metal, com simultânea vedação nas propriedades mecânicas. A recristalização consiste no surgimento de novos e diminutos cristais, de composição e estrutura idênticas aos grãos originais não-deformados. São grãos equiaxiais poligonais, que aparecem em primeiro lugar nas partes da estrutura mais intensamente deformadas. A recristalização é um fenômeno de “nucleação”. Após um determinado tempo á temperatura, o fenômeno fica praticamente estabilizado. Contudo, não é muito fácil determinar o fim da recristalização, ou seja, o momento em que essa fica completa. Por isso, costuma-se definir “tempo de recristalização”, como o tempo necessário para, por exemplo, ocorrer 95% de recristalização. 16 Como a recristalização pode ser completada a uma temperatura inferior, se o tempo de permanência à temperatura for aumentado, pode-se definir “tempo de recristalização”. Como a temperatura necessária para, no tempo de 1 hora, ocorrer 95% de recristalização. (CHIAVERINI, 1986 p. 53) 2.2.1.3 Crescimento de Grão A temperatura mais elevada, os grãos recristalizados tendem a crescer, mediante um mecanismo que consiste na absorção por parte de alguns grãos dos grãos circunvizinhos. A força propulsora do crescimento de grão é a energia superficial dos contornos de grão dos grãos recristalizados. (CHIAVERINI, 1986, p. 53) 2.3 Normalização A normalização tem como objetivo obter uma microestrutura uniforme com ferrita e perlita, mais fina do que a obtida nos processos de recozimento pleno, além de ajudar a reduzir tensões internas induzidas por operações como forjamento, fundição, usinagem, estampagem ou soldagem. Também melhora a homogeneidade microestrutural, a resposta a tratamentos térmicos posteriores (por exemplo, recozimento ou tempera) e a estabilidade dimensional ao proporcionar uma “ memória térmica) para os processos com temperaturas menores subsequentes. Peças que requerem máxima tenacidade e as sujeitas a impacto são geralmente normalizadas. (FREITAS, 2014, p.45) Em resumo, a normalização é tipicamente executada para: Melhorar a usinabilidade; Melhorar a estabilidade dimensional; Modificar e/ ou refinar os grãos; 17 Produzir umamicroestrutura homogênea; Reduzir o bandeamento; Melhorar a ductilidade; 2.4 Têmpera Esse é o tratamento térmico mais importante, porque é por intermédio dele, acompanhado pelo revenido, que se obtém as estruturas e as propriedades que permitem o emprego do aço em peças de maior responsabilidade e em aplicações mais críticas, como as que se encontram na indústria mecânica, na indústria de transporte e em outros segmentos industriais. A têmpera consiste em resfriar o aço, a partir de uma temperatura de austenitização, a uma velocidade suficientemente rápida (água, salmoura, óleo e ar) para evitar as transformações perlíticas e bainíticas na peça em questão. Essa velocidade de resfriamento dependerá da posição das curvas em “C” do diagrama TTT, ou seja, do tipo do aço e da forma e dimensões da peça. Figura 2 - Diagrama de transformação isotérmica de um aço eutetóide Fonte: Ebah Figura 2 - Princípios de Tratamentos Térmicos em Aços e Ferros Fundidos 36. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe9PIAF/trat-termicos-revisado12?part=4 18 Depois da tempera com a formação da martensita, o material apresenta níveis de tensões internas muito altas, devido ao resfriamento drástico e pela brusca mudança de fases, então imediatamente após a têmpera, é preciso que essas tensões sejam aliviadas ou eliminadas, para devolver ao aço o equilíbrio necessário. Meios de resfriamento da têmpera – A escolha do meio de resfriamento para a operação de têmpera depende inicialmente de: Dureza final desejada; Forma a dimensões das peças Capacidade de endurecimento do aço 2.5 Revenimento Este tratamento consiste em aquecer uniformemente até a temperatura abaixo da austenitização, mantendo o aço nesta temperatura por tempo suficiente para completa homogeneização da temperatura. Dependendo da temperatura, pequenas ou grandes alterações nas estruturas martensíticas resultam. Do ponto de vista metalúrgico, as transformações que ocorrem no revenido da martensita podem ser descritas pela seguinte seqüência de estágios: Entre 100° e 250°C, ou seja, na faixa que às vezes é denominada primeiro estágio do revenido, ocorre a precipitação de um carboneto de ferro de reticulado hexagonal e a dureza a cerca de 60 HRC; Entre 200° e 300°C, faixa às vezes chamada de segundo estágio do revenido, a dureza Rockwell continua a cair; Entre 250° e 350°C, faixa às vezes chamada terceiro estágio do revenido, forma-se outro tipo de carboneto, sobretudo em aços de alto carbono, e já se nota, ao microscópio, uma mudança sensível do aspecto da estrutura; está se apresenta como uma massa escura, que era até a algum tempo atrás chamada “troostita”; a dureza continua caindo, atingindo valores da ordem de 50 HRC; 19 Entre 400° e 600°C, os carbonetos precipitados adquirem uma formação esferoidal sobre um fundo de ferrita fina acicular; a dureza Rockwell C cai a valores de 45 a 25. Estas estruturas são chamadas “sorbíticas5”; Entre 600° e 700°C, começam a ocorrer recristalização e crescimento de grão; os carbonetos precipitados, em particular a cementita nos aços carbono, apresentam-se em forma nitidamente esferoidal sobre um fundo de ferrita. (CHIAVERINI, 1986, p. 65) 5 “Sorbíticas” é uma microestrutura similar a martensita, porém ocorre a partir de 600°C. 20 3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS AÇOS 3.1 Dureza A dureza de um material é um conceito relativamente complexo de definir, dadas as diferentes interpretações que lhe podem ser atribuídas. Em princípio pode- se dizer que a dureza é a resistência à deformação permanente. Contudo, há diversas definições arbitrárias que podem, inclusive, servir de base para alguns ensaios de dureza. Algumas delas são as seguintes: Resistência à penetração; Resistência à ação do risco; Resistência à abrasão; Resistência ao corte. “Assim sendo, existem diversos métodos de se avaliar a dureza de um material, cada um, utilizando um dos conceitos acima. Por exemplo, o método propôsto por Mohs (1822), relacionado quanto à possibilidade de um mineral riscar o outro, consiste em uma tabela com 10 minerais padrões arranjados na ordem crescente da possibilidade de ser riscado pelo mineral seguinte. Assim, verifica-se que o talco tem dureza mohs 1 (isto é, pode ser riscado por todos os outros seguintes), seguindo-se a gipsita (2), calcita (3), fluorita(4), apatita (5), ortoclásio (6), quartzo (7), topázio (8), safira (9) e diamante (10). A martensita tem dureza Mohs aproximadamente igual a 7, pois ela risca o ortoclásio e é riscada pelo topázio (SOUZA, 1982, p.104).” Contudo, para os metais, essa escala não é conveniente, porque os seus intervalos não são propriamente espaçados para eles, principalmente na região de altas durezas, sendo que, a maioria dos metais têm dureza entre 4 e 8 Mohs, sendo que as diferenças de dureza não são precisamente acusadas por esse método. Por este motivo, é mais utilizado o mecanismo de resistência à penetração, que consegue avaliar as pequenas variações de dureza com base em pequenas variações na área de impressão ou profundidade de penetração, sendo possível enquadrar quase todos os tipos de metais neste mecanismo. 21 Figura 3 - Tabela escala de dureza mohs Fonte: Agracadaquímica Disponível em: http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=18&id=610 22 Figura 4 - Tabela Escala dureza Rockwell Fonte: Cimm Disponível em: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6556-teste-de-dureza-rockwell#.VkdjbdKrSM8 23 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Materiais utilizados Os 19 corpos de prova foram adquiridos de uma barra de aço SAE 1045, cortadas em peças para fazer os tratamentos térmicos e análise metalográfica. Sua composição química foi realizada via espectrômetro: Figura 5 - Tabela de composição química do aço SAE 1045 (%) C Mn P S Si Al Ni Cr V N Teor 0,47 0,85 0,01 0,01 0,24 0,01 0,02 0,04 0,001 0,005 Norma SAE 0,43 0,48 0,60 0,90 0,025 máx. 0,02 0,04 0,15 0,35 – – – – – Fonte: Ggdmetals Para obter as peças cortadas utilizamos o Cut-off afim de facilitar o tratamento térmico e a metalografia. Não foi necessária uma medida exata da peça para esses processos. 4.1.1 Equipamentos 4.1.1.1 De Proteção (EPI) Figura 6 – Óculos Fonte: Próprio Autor Figura 6 - Equipamento utilizado para proteção dos olhos durante os ensaios realizados em laboratórios. http://www.ggdmetals.com.br/cat/CatConstrucao.pdf 24 Figura 7- Bota Fonte: Próprio Autor, 2015. Figura 7 - Equipamento utilizado para proteção dos pés. Figura 8 - Avental de raspa Fonte: Próprio autor, 2015 Figura 8 - Avental utilizado para aproximar se de temperaturas elevadas e evitar que se queime. 25 Figura 9 - Luvas Térmicas Fonte: Próprio Autor, 2015 Figura 9 - Luva que suporta altas temperaturas, evitando acidente. Figura 10 - Protetor Facial Fonte: Próprio Autor,2015 Figura 10 - Protetores faciais protege a face do usuário contra impactos, como poeiras, temperaturas elevadas, etc. 26 5 TRATAMENTOS TÉRMICOS 5.1 Normalização O processo de normalização foi realizado da seguinte maneira: regulou-se a temperatura do forno para 870ºC. O CP foi mantido no forno com tempo de encharque de 2 horas para que toda a peça (o exterior e principalmente o interior) atingisse a temperatura de austenitização. A seguir o CP foi retirado do forno e colocado em cima de um tijolo refratário para resfriamento ao ar. 5.2 Têmpera O processo foi realizado da seguinte maneira: regulou-se a temperatura do forno para 970ºC e com ajuda do tenaz, colocaram-se os 16 CP dentro do forno. Os CP foram mantidos no forno com tempo de encharque de uma hora para o exterior e principalmente o interior atingisse a temperatura de austenitização de 870ºC; Retirou-se peça por peça do forno mergulhando-as rapidamente; 8 delas em óleo e as outras em água, e mantendo uma agitação para não formar bolsões de ar causando diferenças nas peças. 5.3 Revenimento O processo de revenimento seguiu os mesmos passos tomados para normalização. A única diferença é que cada corpo de prova teve sua própria temperatura de revenimento adequada conforme planejados. Após o tratamento de têmpera, separou-se 7 peças temperadas em água e 7 temperadas em óleo, que seguiram cada uma para a devida temperatura de revenimento de 100 a 700°C. 27 5.4 Recozimento O processo de recozimento foi realizado da seguinte forma colocou-se uma amostra no forno com uma temperatura de 870°C com o tempo de 4 horas e tirado do forno com uma temperatura de 270°C e resfriado em água. 28 6 ENSAIOS REALIZADOS 6.1 Dureza Foi aplicado o método de dureza por penetração Rockwell, que foi introduzido em 1922, devido a sua rapidez, facilidade de medição e abrangência de uma faixa maior de durezas. Além disso, a impressão não prejudica a peça ensaiada e pode ser também usada para indicar diferenças pequenas de dureza numa mesma região de uma peça. A rapidez do ensaio torna-o próprio para usos em linhas de produção, para verificação de tratamentos térmicos ou superficiais e para laboratório. Figura 11 - Durômetro (Future-Tech Cord) Modelo: Lc-200RB Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 11 - Equipamento utilizado para medir dureza, em diversas escalas, e devido conseguir resultados muito rápido, ele é o mais utilizado nas indústrias, atualmente. 29 7 METALOGRAFIA Terminados os ensaios destrutivos as peças tiveram de passar por uma preparação para o processo de metalografia. Equipamentos utilizados: Figura 12 - Amostras embutidas do aço SAE 1045 Fonte – Próprio Autor, 2015 Com o advento de materiais como Baquelite e certos materiais plásticos transparentes, é possível fixar-se o objeto como se vê na figura 12. Figura 13 - Cut-off Fonte- Próprio Autor, 2015. Figura 13 - Máquina de corte para obtenção de amostras. 30 Figura 14 - Arco de serra Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 14 - A amostra a ser analisada deve ser elaborada de forma a não sofrer alterações pelo método de corte. Usam-se o método a frio, em geral serras. Figura 15 – Limas Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 15 - É uma ferramenta manual ou mecânica formada por uma haste dura de aço com ranhuras, usada para desbastar peças ferrosas e não ferrosas. 31 Figura 16 - Baquelite Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 16 - Utilizado para embutir amostras metalográficas para facilitar o polimento e desbaste. Trata-se de uma resina de alta qualidade quimicamente estável e resistente ao calor. Figura 17 – Funil Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 17 - Utensílio em forma de cone terminado por um tubo, com a finalidade de transferir a baquelite para prensa de embutimento. 32 Figura 18 - Desmoldante Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 18 - Utilizado no processo de embutimento de amostras metalográficas a quente ou a frio. Desmoldante com silicone é um produto de uso geral na indústria. Facilita a desmoldagem de peças plásticas, de borracha e até metais. Diminui o atrito, diminuindo assim o risco de peças quebradas, aumentando a produção e a qualidade. Esse desmoldante dá vida nova em objetos de alumínio, aço inoxidável, plásticos, metais, madeira, couro, borracha, etc. Evitando o ressecamento. Figura 19- Prensa de embutimento Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 19 - O processo de embutimento metalográfico é realizado a quente no qual é utilizado baquelite e uma embutidora metalográfica. 33 Figura 20 - Lixadeiras Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 20 - São utilizadas lixas do tipo "Lixa d'água", fixadas em discos rotativos. Figura 21 - Lixas d'água Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 21 - Lixas 120, 220, 320, 400, 600, 1200 utilizadas para retirar abaulamentos de amostras, para passar por um processo posterior de polimento. 34 Figura 22 - Politrizes Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 22 - Politriz é uma máquina similar à de lixamento com finalidade de ter uma amostra com superfície espelhada, sem riscos e rabos de cometas. Figura 23- Alumina 1µ, 0,5µ, 0,05µ Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 23 - A etapa do polimento é executada em geral com panos especiais, colados em pratos giratórios, sobre os quais são depositadas pequenas quantidades de abrasivos. Estes abrasivos variam em função do tipo de metal que está sendo preparado. Os mais comuns são, o óxido de alumínio (alumina) e a pasta de diamante. 35 Figura 24 - Nital 2% Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 24 - Nital é utilizado com a finalidade de revelar uma imagem nítida para facilitar a compreensão da microestrutura. Figura 25 – Álcool Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 25 - Álcool é utilizado na metalografia para remover pequenos resíduos das superfícies das amostras e também para realizar uma secagem mais rápida evitando oxidações. 36 Figura 26 - Algodão Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 26 - Algodão é utilizado para limpeza da superfície do aço, por não riscar a superfície da amostra a ser analisada. Figura 27 - Microscópio (Olympus) Modelo: GX41F Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 27 - Análise feita em um microscópio com aumentos que normalmente são 50X, 100X, 200X, 500X, 1000X, 1500X e 2500X. Este tipo de análise é realizado em microscópios ópticos, conhecidos como "microscópios metalográficos" ou "microscópios metalúrgicos". 37 A preparação metalográfica seguiu estes passos: • lixamento grosso para retirada das imperfeições de corte em uma lixa de granulometria 80; • lixamentos em lixasd´água, manuais seguindo a granulometria; 120, 220, 320, 400, 600 e 1200. • polimento com pano apropriado e utilização de alumina (1μ), (0,5μ) e (0,05μ) como abrasivo; • ataque com solução de Nital 2%. 7.1 Exame ao microscópio sem ataque O exame ao microscópio antes da realização de qualquer ataque tem duas funções: A primeira, permitir avaliar a qualidade do polimento realizado. Diversos defeitos de polimento podem influenciar no resultado do ataque químico e confundir a avaliação metalográfica. É essencial que, antes de realizar um ataque, a qualidade do polimento seja satisfatória. A segunda função importante do exame microscópica sem ataque e avaliar características estruturais que são viáveis nessas condições, tais como inclusões não metálicas, grafita, trincas, porosidades etc. Embora muitas vezes seja necessário observar essas características também após o ataque ( em especial quando se deseja correlacionar sua localização com a estrutura do material), a observação sem ataque é muito mais clara e objetiva e a ausência das informações produzidas pelo ataque evitar confusões de análise. Quando se usa a microestrutura ótica, a pequena profundidade de foco pode ser útil na distinção entre pequenos poros e cavidades e inclusões não-metálicas. Ao variar o foco do microscópio com aumento relativamente elevado e possível, no caso de poros e cavidades, focalizar pontos no interior da cavidade, desfocando a sua borda. No caso de inclusões não-metálicas, não se observa este efeito, por estar no mesmo plano da seção metalográfica. (COLPAERT, 2008, p. 77) 38 7.2 Exame ao microscópio com ataque da superfície O primeiro passo para a realização do ataque químico é a escolha do reagente a empregar. A seguir, necessário observar os cuidados de segurança do trabalho e cuidados ambientais relativos ao uso e ao descarte do reagente selecionado. Por fim, determinados reagentes somente são suficientemente ativos quando usados imediatamente após a preparação, enquanto outros podem ser estocados, desde que observadas determinadas condições de temperatura e exposição ao meio ambiente. O ataque propriamente dito é feito, normalmente, agitando o corpo-de-prova com superfície polida mergulhada no reativo posto numa pequena cuba. A duração do ataque depende da concentração do reativo e da natureza e estrutura do material a ser examinado. O tempo médio para aços comuns e ferros fundidos, empregando-se reativos usais, é da ordem de 5 a 15 segundos. Terminado o ataque, lava- se imediatamente a superfície com álcool. Em seguida, procede-se a secagem, como descrito anteriormente, isto é, passando-se primeiramente um pequeno chumaço de algodão umedecido com álcool e submetendo-se depois o corpo-de-prova a um jato de ar quente. Em caso de dúvida, ataca-se por tempo curto, lava-se, enxuga-se a amostra e observa-se ao microscópio; se o ataque não foi suficiente, ataca-se novamente. Por vezes, algumas características da microestrutura são mais bem reveladas com ataque mais leves enquanto outras podem requerer maiores tempos de ataque. Como regra geral, ataques mais leves são preferidos para observação com aumento elevado. (COLPAERT, 2008, p. 77) 39 8 RESULTADOS 8.1 Metalografia Depois de ter realizado todos os processos, tiraram-se fotos das microestruturas para serem comparadas com a de livros e classificar suas estruturas. Figura 28 – SAE 1045 original, aumento 500X. Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 28 - Amostra original atacada com nital 2% , aumento de 500x, microestrutura de ferrita em rede, perlita fina, (perlita regiões escuras e ferrita regiões claras). 40 Figura 29 – SAE 1045 Recozido, aumento 500X. Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 29 - Amostra recozida a 870°C, atacada com nital 2%, aumento de 500x, microestrutura ferrítica e perlítica sendo perlita regiões escuras e ferrita regiões claras. Figura 30 – SAE 1045 Normalizado, aumento 1000X. Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 30 - Amostra normalizada a 870°C, atacada com nital 2%, analisada com 1000x de aumento. Microestrutura pró-eutetoide ferrítica (regiões claras) e (regiões escuras) perlita. 41 Figura 31 – SAE 1045 Temperado em água original. Fonte – Próprio Autor, 2015. Figura 31 - Amostra temperada em água. Analisada a 100x de aumento e atacada com nital 2%. Microestrutura martensíticas. Figura 32 – SAE 1045 temperado em água e revenido a 100°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 32 - Amostra temperada em água, e revenida a 100°C analisada com 100x de aumento e atacada com nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. 42 Figura 33 – SAE 1045 Temperado em água e revenido a 200°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 33 - Amostra temperada a água e revenida a 200°C, analisada com 500X de aumento e atacada com nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. Figura 34 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 300°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 34 - Amostra temperada em água e revenida a 300°C aumento de 100x e atacada com 2% de nital. Microestrutura de martensita revenida. 43 Figura 35 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 400°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 35 - Amostra temperada em água, e revenida a 400°C, analisada 100x de aumento, e atacada com nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. Figura 36 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 500°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 36 - Amostra temperada em água e revenida a 500°C analisada a 100x de aumento ataque nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. 44 Figura 37 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 600°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 37 - Amostra temperada em água e revenida a 600°C, analisada em 500x de aumento e atacada com nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. Figura 38 - SAE 1045 Temperado em água e revenido a 700°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 38 - SAE 1045 amostra temperada em água e revenida a 700°C, analisada em 500x de aumento ataque nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. 45 Figura 39 - SAE 1045 temperado em óleo original Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 39 - Amostra temperada em óleo original aumento de 500x e atacada com nital %, microestrutura de martensita e troostita, sendo regiões claras de martensita e regiões escuras de troostita. Figura 40 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 100°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 40 - Amostra temperada em óleo e revenida a 100°C, analisada em 1000x de aumento ataque nital 2%. Microestrutura predominante de troostita com pequenas regiões de martensita, sendo troostita regiões escuras e martensita regiões claras. 46 Figura 41 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 200°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 41 - Amostra temperada em óleo e revenida a 200°C, analisada com 500x de aumento e atacada com nital 2%. Microestrutura de troostita e grãos de martensita. Figura 42 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 300°C Fonte – Próprio Autor, 2015Figura 42 - Amostra temperada em óleo e revenida a 300°C, analisada com 100x de aumento e atacado com nital 2% microestrutura de troostita e grãos de martensita sendo (regiões escuras de troostita, com uma matriz clara de martensita). 47 Figura 43 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 400°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 43 - Amostra temperada em óleo e revenida a 400°C, analisada com aumento de 100x, e atacado com nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. Figura 44 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 500°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 44 - Amostra temperada em óleo e revenida a 500°C, analisada em 500x de aumento e atacada com nital 2%, microestrutura martensíticas. 48 Figura 45 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 600°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 45 - SAE 1045 amostra temperada a óleo e revenida a 600°C, analisada em 500x de aumento ataque nital 2%. Microestrutura de martensita revenida. Figura 46 - SAE 1045 Temperado em óleo revenido a 700°C Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 46 - Amostra temperada em óleo e revenida a 700°C, analisada com 100x de aumento, e ataque nital 2%, microestrutura de martensita revenida. 49 8.2 Durezas Gráfico das amostras temperadas em água e a óleo escala de dureza Rockwell A. Figura 47 - Dureza das amostras HRA Fonte – Próprio Autor, 2015 63.3 63.2 62.3 61.6 61.4 58.3 54.9 52.6 77.1 77 73.9 73.8 67.3 65 60.3 56.8 Temperada Revenida 100°C Revenida 200°C Revenida 300°C Revenida 400°C Revenida 500°C Revenida 600°C Revenida 700°C Dureza HRA x Temperatura de Revenimento HRA temperadas a Óleo HRA temperadas a Agua 50 Figura 48 - Dureza HRA das amostras O, R e N Fonte – Próprio Autor, 2015 Figura 48 - De acordo com esses tratamentos térmicos realizados nota-se que a dureza do material original foi de 56 HRA e ao realizar o recozimento a dureza reduziu para 55 HRA, já na normalização foi ao contrário a dureza aumentou para 59 HRA. 56.1 54.54 59.31 Original Recozida Normalizada 51 9 DISCUSSÃO As durezas obtidas na têmpera em óleo e seus respectivos revenimentos mostraram-se inferiores àquelas das amostras processadas em água. A menor taxa de resfriamento em óleo produz uma microestrutura mista de martensita e troostita, sendo esta última, um tipo de martensita revenida, mais dúctil e menos frágil. A figura abaixo, extraída de literatura evidencia essa microestrutura. Figura 49 - Constituintes dos aços temperados Fonte: COLPAERT, 1983, p. 257 Figura 49 - Troostita disposta em rede em torno de grãos de martensita. Aço com 0,5% de carbono, temperado. Ataque: nítrico. 400X. As amostras temperadas em água produziram microestrutura martensítica, caracterizada pelos cristais aciculares supersaturados em carbono e de estrutura cristalina tetragonal de corpo centrado. Esta microestrutura produziu durezas mais elevadas. Um resumo das propriedades pode ser observado na figura abaixo: 52 Figura 50 - Revenido Fonte: COLPAERT, 1983, p.279 Figura 50 - Influência da temperatura de revenido sobre as propriedades mecânicas de um aço, com 0,5% de carbono, temperado em água. O recozimento produz uma elevação do tamanho de grão devido ao favorecimento da difusão atômica com o resfriamento lento. A redução da quantidade de contornos de grão e, portanto, de barreiras a movimentação de discordâncias conduziu à queda da dureza. A normalização produz microestruturas 53 refinadas devido ao resfriamento realizado ao ar; é aplicada, em especial, quando se deseja elevar a tenacidade do aço. A figura a seguir, também da literatura, indica a resistência mecânica dos materiais em função do tratamento térmico. As propriedades do material normalizado, não citados nesta ilustração situam- se entre aquelas dos materiais recozidos e temperados e revenidos. Figura 51 - Diagrama Tensão-Deformação Fonte: COLPAERT, 1983, p.278 54 CONCLUSÃO Conclui-se que, como o esperado, a dureza da amostra recozida foi à menor avaliada, seguida da amostra original e depois normalizada. A têmpera mostrou elevar ao máximo a dureza do aço devido a sua microestrutura. Com os ensaios foi possível analisar a influência da velocidade de resfriamento no tratamento térmico de têmpera, onde em água foi mais rápido, formando apenas martensita, enquanto que em óleo, por ter sido um pouco mais lento, formou troostita junto à martensita. O processo de revenimento mostrou-se útil para regular a dureza desejável do metal, melhorando as propriedades do aço como a ductilidade, pois um aço temperado, possui dureza máxima, porém sua resistência ao impacto é diminuída, tornando-se um aço frágil. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVERINI, V.; Tratamentos Térmicos das Ligas Metálicas, SP, Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2003, P.52, 53,65 COLPAERT, H.; Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns, 3° Edição, SP, Edgard Blucher LTDA, 1983, P.257, 279 COLPAERT, H.; Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns, 4°Edição, SP, Edgard Blusher LTDA, 2008, P.5, 77 FREITAS, P.S.; Tratamento Térmico dos Metais, SP, SENAI-SP Editora, 2014, P.45 http://www.dalmolim.com.br/EDUCACAO/MATERIAIS/Biblimat/siderurgia3.pdf. SOUZA, S.A; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos, SP, Edgard Blucher LTDA, 1982, P.104
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