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Fundamentos da Gestão Contábil

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
FUNDAMENTOS DA GESTÃO 
CONTÁBIL 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
 
2 
 
CONCEITOS E TIPOS DE CONTABILIDADE 
 
 
http://www.intelectacursos.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/02/saber-contabilidade-cursos-online.jpg 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos e não surgiu em função de 
qualquer tipo de legislação fiscal ou societária, nem embasada em princípios filosóficos, 
ou em regras estipuladas por terceiros, mas pela necessidade prática do próprio gestor do 
patrimônio, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar um instrumento que 
lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer, controlar, medir resultados, obter 
informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu 
patrimônio. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais 
necessidades. 
 
 Muitas tentativas foram sendo elaboradas, ao longo dos séculos, até que o método 
das partidas dobradas (que consiste no princípio de que para todo débito em uma conta, 
existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do débito será igual a 
 
 
3 
 
soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será igual à soma dos saldos 
credores) mostrou-se o mais adequado, produzindo informações úteis e capazes de 
atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o patrimônio. 
 
 Com a formação de grandes empresas, a Contabilidade passou a interessar a 
grupos cada vez maiores de indivíduos: acionistas, financiadores, banqueiros, 
fornecedores, órgãos públicos, empregados, além da sociedade em geral, pois a 
vitalidade das empresas tornou-se assunto de relevante interesse social. 
 
 Assim, pode-se dizer que a Contabilidade surgiu ou foi criada em função de sua 
característica utilitária, de sua capacidade de responder a dúvidas e de atender as 
necessidades de seus usuários. Conjunto este de características que não só foi eficiente 
para o surgimento da Contabilidade como também para sua própria evolução. 
 A Contabilidade formatou-se em concordância com o ambiente no qual opera. 
Como as nações têm histórias, valores, e sistemas políticos diferentes, elas também têm 
padrões diferentes de desenvolvimento financeiro-contábil. A Contabilidade no Brasil não 
é como a de outros países. De fato, o que se observa é a diversidade, pois os sistemas e 
métodos contábeis diferem muito em cada país devido, principalmente, sua cultura e ao 
seu desenvolvimento econômico (o desenvolvimento de cada ciência está intimamente 
ligado ao desenvolvimento econômico de uma nação). 
 Esta diversidade é uma pequena parte da variedade de ambientes empresariais ao 
redor do mundo e a Contabilidade tem se mostrado sensitiva ao ambiente no qual opera. 
É interessante notar, também, que quando o ambiente empresarial dos países é similar, 
seus sistemas financeiro-contábeis também tendem a ser similares. 
Em alguns países, tais como os Estados Unidos, a informação financeira é dirigida 
principalmente às necessidades dos investidores e credores, e a “utilidade da decisão” é o 
critério para julgar sua qualidade. Entretanto, em outros países, a Contabilidade tem um 
enfoque diferente e desempenha papéis diferentes. Por exemplo, em alguns países, esta 
 
 
4 
 
é designada primeiramente para assegurar que o montante apropriado do imposto de 
renda seja arrecadado pelo governo. Este é o caso de muitos países sul americanos. No 
Brasil este enfoque ainda permanece, a Lei nº 6.404/76 contempla o tratamento tributário, 
porém está mais voltada à proteção dos credores da entidade. Em outros países (Europa 
continental e Japão), a Contabilidade é designada para auxiliar no cumprimento das 
políticas macroeconômicas, tais como o alcance de uma taxa pré-determinada de 
crescimento na economia nacional. 
 Dentre os vários modelos existentes, cada um com suas particularidades, 
atendendo a interesses específicos, percebe-se que a Contabilidade tem uma dinâmica e 
uma maleabilidade muito grande e se adapta perfeitamente em qualquer contexto em que 
esteja inserida. 
Evolução da Contabilidade 
 
http://www.apejesp.com.br/Uploads/fotos/original/201552413471411.jpg 
 
 Pré-história: 8.000 a.C. até 1.202 d.C. (empirismo, conhecimento superficial): 
experiências e práticas vividas pelas civilizações do mundo antigo, destacando-
se os estudos sumérios, babilônios, egípcios, chineses e romanos. 
 
 
 
5 
 
 Idade Média: 1.202 d.C., com a obra “Leibe Abaci”, de Leonardo Fibonacci: período 
de sistematização dos registros. 
 
 Idade Moderna: 1494, com a publicação da obra “Tratatus Particularis de Computis 
et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), do frei e matemático 
Luca Paccioli, em Veneza, onde este fez o estudo sobre o método das “Partidas 
Dobradas”, tornando-se um marco na evolução contábil. 
 
 Idade Contemporânea: do século XVIII, é o período científico da Contabilidade, 
quando esta deixa de ser mera “arte” para tornar-se “ciência”. A partir daí surgiram 
várias doutrinas contábeis, como: Contista, Controlista, Personalista, Aziendalista e 
Patrimonialista. 
 
Obs. 1 – Na Contabilidade, como em todos os outros ramos, o saber humano distingue-se 
em dois aspectos: pelo raciocínio através da investigação dos fatos e pela prática através 
da aplicabilidade. 
 
O primeiro aspecto corresponde à ciência como um sistema de conhecimentos e o 
segundo à arte como um sistema de ações. A ciência depende da arte para ser útil à vida 
e a arte torna-se esclarecida e consciente de seus fins e potencialidade com o auxílio da 
ciência. 
 
Obs. 2 - As doutrinas contábeis foram introduzidas por diversas escolas de época que 
conceituaram a Contabilidade sob diversos aspectos. 
 
 
 
6 
 
- Contista: define a Contabilidade como a ciência das contas. 
 
- Controlista: limita a Contabilidade em função do controle das entidades. 
 
- Personalista: enfatiza a relação jurídica entre as pessoas como objetivo da 
Contabilidade. 
 
- Aziendalista: define a Contabilidade como a ciência da administração da 
entidade. 
 
- Patrimonialista: define a Contabilidade como a ciência que estuda o 
patrimônio. 
 
- Neopatrimonialista: consiste em uma nova corrente científica que se 
aplicou na direção de classificar e reconhecer especialmente as relações 
lógicas que determinam a essência do fenômeno patrimonial, as das 
dimensões ocorridas e, com ênfase “no porque ocorrem os fatos”, ou seja, 
qual a verdadeira influência dos fatores que produzem a transformação da 
riqueza (e que são os dos ambientes interno e externo que envolvem os 
meios patrimoniais). 
 
 
 
 
7 
 
A CONTABILIDADE NO BRASIL 
 
http://www.pronatec.coltec.ufmg.br/pronatec/images/eventos/Curso_Tec_Contabilidade/T%C3%A9cnico-em-
Contabilidade.jpg 
 
 Até 1940 
 Mercado incipiente com economia agrária; 
 Profissão ainda muito desorganizada com o predomínio do “guarda-livros”. 
 
 Decreto Lei nº 2.627 de 1940 
 Influência da escola italiana; 
 Em 1494, em Veneza (Itália), foi estabelecido o “Tratado particular de conta e 
escrituração”, pelo frei e matemático Luca Paccioli; 
 Sociedades formadas por familiares; 
 Visão escritural: registro, controle e atendimento ao fisco. 
 
 
 
 
8 
 
 Necessidades de Mudanças 
 Evolução da economia: abertura do capital das empresas e influências de firmasde 
auditoria; 
 Ampliação da quantidade e maior confiabilidade nas informações. 
 
 Mudanças Significativas 
 Contabilidade vista como sistema de informações; 
 Aprimoramento das Demonstrações; 
 Introdução da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, mostrando de forma 
clara o lucro ou prejuízo do exercício; 
 Introdução da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, mostrando a 
eficiência da administração; 
 Obrigatoriedade das Notas Explicativas para fornecer informações complementares; 
 Escrituração e registros desvinculados da legislação fiscal (mais importante); 
 Contabilidade elaborada para a entidade; 
 Valorização do profissional; 
 Novas funções e áreas de atuação: gerencial, custos, auditoria, analista financeiro, 
perito contábil, consultoria, tributarista, controller; 
 Classificação das contas no Balanço; 
 Horizonte temporal: distinção do curto e longo prazo; 
 Definição do Exercício Social. 
 
 
9 
 
ABORDAGENS UTILIZADAS PARA O ESTUDO DA 
TEORIA CONTÁBIL 
 
http://contabilrh.com.br/wp-content/uploads/2014/06/contabilidade.jpg 
 
 O estudo da Contabilidade a partir de qualquer das abordagens é igualmente 
válido, desde que propicie o desenvolvimento da ciência contábil. 
 
 Abordagem Ética: coloca em evidência a questão da ética, na qual a informação 
deveria ter alto grau de fidedignidade e o profissional deve ser imparcial a qualquer 
interesse. 
 
 Abordagem da Teoria do Comportamento: está ligada à sociologia e à psicologia do 
comportamento e enfatiza que a informação deve ser divulgada de acordo com sua 
utilidade a cada usuário. 
 
 
10 
 
 
 Abordagem Macroeconômica: mostra a afinidade da Contabilidade com a Economia, 
de acordo com estas a informação deve considerar as políticas econômicas adotadas. 
 
 Abordagem Sociológica: enfoca que a Contabilidade deve divulgar as relações entre a 
entidade e a sociedade, fornecendo informações qualitativas que demonstrem o 
favorecimento do bem-estar social. 
 
 Abordagem da Teoria da Comunicação: mostra a importância de a Contabilidade 
externar seus resultados, de forma clara e objetiva. 
 
 Abordagem Pragmática: enfoca a praticidade, a utilidade e a relação custo x benefício 
da informação. 
 
CONCEITOS 
 
 A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando 
representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua 
interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada de 
decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa. 
 
 Ë a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação 
 
 
11 
 
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas 
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica. 
(Hilário Franco) 
 
FUNÇÕES 
 
http://www.csmsoft.com.br/img/54132de5c7dfc.jpg 
 
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, 
analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica 
ou social que a empresa exerce no contexto econômico. 
Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
 
 
12 
 
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
 
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos 
resultados obtidos pela empresa; 
 
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos 
a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para 
eventuais problemas. 
 
FINALIDADES 
 
 
http://www.pmr.pt/image/contabilidade%20Geral_02.jpg 
 
Desde os seus primórdios que a finalidade básica da Contabilidade tem sido o 
acompanhamento das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável de 
 
 
13 
 
controlar o comportamento de seus patrimônios, na função precípua de produção e 
comparação dos resultados obtidos entre períodos estabelecidos. 
 
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a 
verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar as 
operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação 
econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de dados, convenientemente 
classificados, a Contabilidade procura apresentar de forma ordenada, o histórico das 
atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e através de relatórios produzir as 
informações que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades. 
 
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da 
administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o 
controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica. 
 
 
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode 
certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade 
com os planos e políticas determinados. 
 
 
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento 
de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos orçamentários, é de 
grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que 
curso de ação deverá ser tomado para o futuro. 
 
 
 
14 
 
A CONTABILIDADE APLICADA 
 
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQHszyvhSYaZ-rr5yzUKWuVM-
g095FDYQiKP35gsZHv5GUepKWQ 
 
 
 A Contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades, 
encontra aplicações em todas estas, independentemente do tipo, ramo de atividade, 
segmento econômico ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de 
aplicação da Contabilidade também pode ser analisada através da definição do 
patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionados a uma pessoa 
física ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos. 
 
 A ideia de que a Contabilidade do setor público é diferente do setor privado ou, 
ainda que a Contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade privada, 
não é correta, pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das suas 
peculiaridades apresenta especificidades próprias, só encontradas naquele segmento, ou 
seja, em uma entidade filantrópica a Contabilidade será exercida observando toda a 
legislação que envolve este tipo de entidade. 
 
 
 
15 
 
 Se compararmos a Contabilidade pública com a Contabilidade privada, 
observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de apurar resultados (lucros), a 
privada tem. O conjunto de bens da área pública recebe um tratamento contábil 
específico, enquanto na área privada esses mesmos bens recebem outro tratamento. 
Note-se que enquanto no setor público os bens não são depreciados e corrigidos 
monetariamente, no setor privado estes bens têm objetivos de gerar resultados, ou seja, 
são realizados através da depreciação e são corrigidos monetariamente para manter o 
seu valor atualizado. 
 
 Muitos outros exemplos poderiam ser expostos para demonstrar que a 
Contabilidade é igual em qualquer entidade, tendo como diferença entre elas asespecificidades de cada entidade. Assim, concluímos que independentemente do tipo de 
atividade, do setor, da entidade, etc., a Contabilidade tem a mesma finalidade, o mesmo 
objetivo e utiliza-se das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar os 
patrimônios das entidades. 
 
 A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou 
privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o 
patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas. 
 
Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Ex: associações 
beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e religiosas 
 
Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo aumentar 
seu patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas mercantis. 
 
 
 
16 
 
Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento do 
patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade. Ex: instituto de 
aposentadorias e pensões e fundações. 
 
 A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a 
privada. 
 
 
Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das 
pessoas de direito público e da representação gráfica de seus patrimônios, visando três 
sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos, 
ramificando-se conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e 
autarquias. 
 
 
Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das 
pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação 
gráfica de seus patrimônios, dividindo-se em civil e comercial. 
 
 
 Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final o lucro, 
mas sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em: 
 
 
 
17 
 
 Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral, 
individualmente ou em grupo. 
 
 Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o bem-
estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, 
igrejas, etc. 
 
 
 Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades que 
objetivam o lucro. Divide-se em: 
 
 Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e 
venda direta de mercadorias. Ex: Supermercados, sapataria e açougues. 
 
 Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social a 
produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da 
transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas. Ex: 
Indústria de móveis, pecuária, agricultura. 
 
 Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo social a 
prestação de serviços. Ex: Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas 
médicas. 
 
 
 
 
18 
 
 
Áreas de Atuação em Geral 
 
 
https://encrypted-
tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTJrQfPmrFJdMqJnTCSzAbTpx19rDETWFA4iGaKTrKd6_gcVFnA 
 
Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual 
depende todo o planejamento tributário da entidade. 
 
Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre 
todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são 
aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transações em 
função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 
4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas 
gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos. 
 
Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade, 
através de um controle adequado do patrimônio. 
 
 
 
19 
 
Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar 
informações aos usuários externos. 
 
Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção 
de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, 
objetivando mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações contábeis deles 
decorrentes. 
 
Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre 
organizações com problemas financeiros causados por erros administrativos. 
 
Áreas de Atuação Específica 
 
Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, através dos relatórios 
contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma entidade. 
 
Ambiental: informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente, avaliando 
os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida local. 
 
Atuarial: especializada na Contabilidade de empresas de previdência privada e em fundos 
de pensão. 
 
Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua 
contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais. 
 
 
20 
 
 
Agribusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in-loco dos 
produtos naturais. 
 
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
 
http://vemprariobranco.com.br/wp-
content/uploads/2014/11/introducao_a_contabilidade.jpg 
 
 Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam 
pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. 
Podem ser divididos em: usuários internos e usuários externos. 
 
 
 
21 
 
Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a 
empresa e que têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como: 
 
 Gerentes: para a tomada de decisões; 
 
 Funcionários: com interesse em pleitear melhorias; 
 
 Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais. 
 
 
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a alta- 
administração que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de 
relatórios específicos para auxiliar lhe na gestão do negócio. 
 
Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de informação 
(fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicações 
financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de funcionamento), 
ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana, quinzena, mês, 
etc.), de acordo com as necessidades administrativas. 
Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso 
direto às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela 
entidade, tais como: 
 
 
 
22 
 
 Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão 
de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital emprestado; 
 
 Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder atuar no 
mercado; 
 
 Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para 
poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de 
tributação; 
 
 Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia 
de recebimento futuro; 
 
 Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu 
pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.23 
 
OS FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE 
 
 
http://www.microbytejoinville.com.br/img/cursonline/1359651074.png 
 
 Postulados Ambientais 
 
 
 Os postulados são uma proposição ou observação de certa realidade não sujeita 
a verificação e constituem a lei maior da Contabilidade, pois definem o ambiente 
econômico, social e político no qual está deve atuar, o seu objeto de estudo e a sua 
existência no tempo. Os postulados contábeis, segundo alguns autores consultados são: 
a entidade e a continuidade. 
Postulado Contábil da Entidade: define a entidade contábil, dando, a esta vida e 
personalidade própria, pois determina que o patrimônio de toda e qualquer unidade 
 
 
24 
 
econômica que manipula recursos econômicos, independente da finalidade de gerar ou 
não lucros, de ser pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, não deve se 
confundir com a riqueza patrimonial de seus sócios ou acionistas, ou proprietário 
individual e nem sofrer os reflexos das variações nela verificadas .Ex: quando uma firma 
individual paga uma despesa é o caixa da firma que está desembolsando o dinheiro e não 
o dono da empresa, embora materialmente, muitas vezes, as duas coisas se confundem. 
 
Observa-se que este postulado é importante na medida em que ele identifica o 
campo de atuação da Contabilidade, pois onde existir patrimônio administrável existirá 
certamente a Contabilidade. 
 
Postulado Contábil da Continuidade: determina que a entidade é um empreendimento 
em andamento, com intenção de existência indefinida, ou por tempo de duração 
indeterminado, devendo sobreviver aos seus próprios fundadores e ter seu patrimônio 
avaliado pela sua potencialidade de gerar benefícios futuros, e não pela sua capacidade 
imediata de ser útil somente à entidade. Ex: o balanço patrimonial somente reflete 
adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio no momento de sua 
elaboração quando há presunção de que a entidade prosseguirá no processo contínuo de 
realização de suas atividades, pois se estas forem interrompidas, a realização dos valores 
patrimoniais não será processada de acordo com o balanço, devido a motivos como a 
imediata interrupção de suas receitas e não dos custos fixos, que prosseguem na fase de 
liquidação, quando há cessação das atividades da entidade. 
 
Princípios Contábeis 
 
 Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto 
de conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como 
elementos disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da 
 
 
25 
 
Contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e transações, seja na elaboração de 
demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar padrões de 
comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adotados na 
elaboração dessas demonstrações. 
 
 Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da Contabilidade, os princípios 
servem de suporte aos postulados. E através da evolução da técnica contábil em função 
de novos fatos socioeconômicos, modificações na legislação, novos pontos de vista, ou 
outros fatores, um princípio que hoje é aceito, poderá ser modificado, para atender às 
inovações ocorridas na vida empresarial. 
 
 Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o princípio 
do custo como base de valor, o princípio da realização da receita e confrontação da 
despesa, o princípio do denominador comum monetário e o princípio da competência. 
 
 
Princípio do Custo como Base de Valor: sua aplicação é importante para a 
Contabilidade na medida em que ele descarta a possibilidade do uso de valores 
subjetivos para o registro dos bens, estabelecendo que seja utilizado o valor que a 
entidade sacrificou no momento de sua aquisição. Ex: Uma entidade adquiriu um imóvel 
que devido ao seu estado de conservação, o mercado o avalia em 10 unidades 
monetárias. Considerando que a entidade tenha feito uma excelente negociação, ela 
pagou por este imóvel 06 unidades monetárias. 
 
 Analisando o fato, observa-se que a entidade estaria ganhando na aquisição do 
imóvel 04 unidades monetárias, uma vez que ele vale 10 e ela só sacrificou 06 na 
compra. 
 
 
26 
 
 
 O princípio do custo como base de valor, irá resolver a questão ao estabelecer 
que o imóvel seja registrado pelo valor de 06 que representa quanto saiu do patrimônio 
para a aquisição do mesmo. A diferença de 04 unidades representa um valor subjetivo 
que não é realizado, é apenas uma expectativa para uma venda futura que, se caso 
ocorra, a Contabilidade irá registrar o valor que entrar no patrimônio, apurando o resultado 
de 04 unidades monetárias de lucros ou ganhos realizados. 
 
Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa: determina o 
momento em que a receita deve ser considerada como realizada para compor o resultado 
do exercício social. Da mesma forma, determina que a despesa que foi necessária à 
obtenção daquela receita seja igualmente confrontada na apuração do resultado. 
 
 De acordo com a teoria contábil do lucro, as receitas são consideradas realizadas 
no momento da entrega do bem ou do serviço para o cliente e neste momento, todas as 
despesas que foram necessárias à realização daquelas receitas devem ser computadas 
na apuração do resultado. Assim, ao relacionar as despesas com as receitas, o resultado 
estará sendo apurado e poderá refletir o mais próximo possível a realidade da entidade. 
 
 Como exemplos têm a incorporação de imóveis, pois quando a legislação 
estabelece que as receitas recebidas antecipadamente sejam registradas como receitas 
futuras, e na medida em que a entidade vai incorrendo em despesas, dá-se a realização 
gradativa das receitas. 
 
 Este procedimento evita que a entidade tenha em um exercício excesso de 
receitas e não tenha ainda incorrido em despesas correspondentes à realização daquelas 
receitas. 
 
 
27 
 
 
 Este princípio impede que as entidades registrem suas receitas em regime de 
caixa, devendo obedecer ao regime de competência dos exercícios, no qual as receitas e 
as despesas, realizadas e incorridas em cada exercício social, devem ser levadas à 
apuração do resultado daquele exercício social independente de terem sido recebidas, ou 
pagas. 
 
Princípio do Denominador Comum Monetário: estabelece que a Contabilidade seja 
processada em uma única moeda, oferecendo maior consistência aos registros e maior 
confiabilidade às informações constantes nos relatórios contábeis. 
 Considerando que as entidades realizam transações com base em outras 
moedas, esse princípio torna-se muito importante por estabelecer que as transações 
sejam convertidas em moeda nacional no momento do registro contábil, evitando a 
impossibilidade de se comparar os diversos fenômenos patrimoniais e de reuni-los em um 
só balanço demonstrativo, pois não se podem somar ou comparar coisas heterogêneas. 
Ex: registro no valor da moeda nacional de equipamentos importados pagos em dólar. 
 
 
Princípio da Competência: estabelece que as receitas e as despesas devem ser 
atribuídas aos períodos de sua ocorrência, independentemente de recebimento e 
pagamento. 
 
 Como exemplo temos a folha de pagamento de funcionários no mês de 
dezembro, que será registrada como despesa de dezembro, mesmo que na prática o 
pagamento só seja efetuado no início do mês de janeiro. 
 
 
 
28 
 
Convenções Contábeis 
 
 As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada 
que deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São: convençãoda 
objetividade, da materialidade, da consistência e do conservadorismo. 
 
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade 
de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de 
administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu trabalho e os 
registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos que comprovem a 
ocorrência do fato administrativo. 
 
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e adequada 
e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será 
gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade. 
 
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o 
conteúdo das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos 
diversos usuários. 
 
Obs.: Quando houver necessidade de adoção de outro critério ou método de avaliação, o 
profissional deve informar a modificação e apresentar os reflexos que a mudança poderá 
causar se não for observada pelo usuário. 
 
 
 
29 
 
Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da Contabilidade deve 
manter uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão 
apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, é 
preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar resultados positivos, ou seja, 
se houver duas opções igualmente válidas deve-se optar sempre por aquela que acusa 
um menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para os passivos e para 
as despesas. 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES NA LEI 6.404/1976 – ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 
 
http://www.rozekcontabilidade.com.br/image/84/big.jpg 
 
A contabilidade teve seu desenvolvimento na Revolução Industrial, período de 
transformações sociais, tecnológicas, econômicas, responsável por ditar novos padrões 
na sociedade. Visando atender as necessidades de informações dos investidores 
nasceram os procedimentos contábeis, cujo objetivo é gerar informações sobre os fatos 
 
 
30 
 
ocorridos no patrimônio da empresa. Atentos ao novo cenário mundial o governo com o 
intuito de fiscalizar melhor as entidades estabeleceram normas que padronizavam a 
formação dos registros contábeis. 
Cada nação possui políticas, valores culturais distintos que são refletidos na 
contabilidade, pois para atender tais necessidades a contabilidade assume papéis 
diferentes, dependendo do país. Hoje com a globalização, fusão de culturas, que para 
Giddens (2003) “é a razão do ressurgimento de identidades locais em várias partes do 
mundo” um exemplo disso é a coca cola, Mc Donald’s expressões americanas conhecidas 
em todo o mundo. Em concordância com o ambiente a contabilidade procura adequasse 
as mudanças ocorridas na sociedade, já que ela é fruto dos empreendimentos humanos. 
 Observando a realidade percebemos que a contabilidade não é aplicada de forma 
única, os princípios fundamentais diferem de um país para outro e dada a globalização, o 
crescente número de transações no exterior somados ao advento de multinacionais exigiu 
que a contabilidade se desenvolvesse de forma a melhor auxiliar os investidores, 
padronizando os procedimentos contábeis que no Brasil se dá com a criação da Lei 
11.638/07 e Lei 11.941/09 que altera a lei das Sociedades por Ações, alinhando-se as 
IFRS (International Financial Reporting Standards -relatório padrão internacional de 
contabilidade financeira) de forma a garantir maior transparência e confiabilidade as 
operações de investimento. 
Em 2008 começou a vigorar os dispositivos propostos pela Lei 11.638/2007, são 
alterações que visam padronizar as normas contábeis brasileiras com as do mercado 
internacional, procurando também atualizar a legislação vista que ela foi elaborada em 
1976 e assim trazer benefícios aos usuários da contabilidade como, por exemplo, mais 
transparência. Em entrevista a Robson Bezerra para a Revista Contábil e Empresarial 
Fiscolegis (2008) Lopes de Sá alerta para fraudes e maquiagens que poderão acontecer 
devido aos ajustes apresentados pelas normas, as quais segundo ele violentaram 
conceitos e princípios importantes, na mesma entrevista ele pronuncia não ser contra 
“Normas, nem convergências, desde que fundamentadas na ciência, ou seja, que não 
cometam deslize”. 
Eliseu Martins contabilista renomado em entrevista ao Jornal Valor Econômico 
(2008) nos diz que o país está preparado para tais mudanças e que a discussão toda 
seria por causa do impacto tributário, onde segundo ele o fisco sempre teve grande 
interferência na contabilidade o que desviava a aproximação das normas internacionais. 
 
 
31 
 
Para Eliseu Martins o país está mais propício a estas alterações, sendo decorrente do 
contexto histórico. 
Em relevância às modificações introduzidas pela lei descreveremos as principais 
modificações nela ocorrida, para tanto nos orientaremos pelos pronunciamentos técnicos 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que surgiu através da idealização de 
algumas entidades de grande importância para a contabilidade, são elas: ABRASCA 
(Associação Brasileira das Companhias Abertas); APIMEC NACIONAL (Associação dos 
Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais); BOVESPA (Bolsa de 
Valores de São Paulo); CFC (Conselho Federal de Contabilidade); FIPECAFI (Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) e IBRACON (Instituto dos 
Auditores Independentes do Brasil). 
 
 
Segundo a Resolução CFC n° 1.055/05: 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tem por objetivo o 
estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações 
dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade 
reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do 
seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 
(CFC, 2005) 
 
As Sociedades Anônimas 
 
De acordo com Código Civil (2002, p. 49) art. 1.088 “A companhia ou sociedade 
anônima terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas 
será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas”. As sociedades 
 
 
32 
 
anônimas são sociedades de capital que se formam principalmente pelo capital social, 
não tendo importância relevante a pessoa do sócio. Elas são divididas em companhia de 
capital aberta e fechada. 
Segundo redação dada pela Lei 10.303/01 “a companhia é aberta ou fechada 
conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação 
no mercado de valores mobiliários”. Sendo assim a companhia será aberta se tiver suas 
ações negociadas na bolsa de valores ou fora dela por meio de instituições habilitadas e 
serão fechadas quando suas ações não forem negociáveis fora da empresa. 
 
 
Estrutura do Balanço Patrimonial 
 
http://nocate.com.br/images/contabilidade.jpg 
 
Para melhor transparência aos investidores, credores, empregados e tantos outros 
usuários destas informações as demonstrações contábeis receberam uma nova 
composição alterando pontos do artigo 176 da Lei 6.404. 
 
 
33 
 
Segundo o CPC Conceitual: 
 
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações 
sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as 
mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um 
grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de 
decisão econômica. (CPC - CONCEITUAL, 2008)Uma das mudanças da lei 11.638 define a nova estrutura do balanço patrimonial, 
onde neste está apresentado de forma ordenada o conjunto de bens, direitos e 
obrigações da entidade, sendo dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
No ativo se reúnem os bens e direitos da empresa, sendo apresentadas as contas 
conforme seu grau de liquidez. Este era divido conforme a lei 6.404/76 art. 178, § 1º em: 
 Ativo circulante; 
 Ativo realizável a longo prazo; 
 Ativo permanente, dividido em investimento, ativo imobilizado e 
ativo diferido. (BRASIL, 1976) 
 
Com a lei 11.638/07 retira-se o ativo realizável a longo prazo como grupo e altera a 
classificação do ativo permanente, dividido em investimento, imobilizado, intangível e 
diferido. 
E com a mais recente Lei 11.941/09 altera-se para: 
 
 Ativo circulante; 
 Ativo não circulante: 
 Ativo realizável a longo prazo; 
 
 
34 
 
 Investimentos; 
 Imobilizado; 
 Intangível. (BRASIL, 2009) 
No passivo se reúnem os deveres e obrigações da entidade, segundo a lei 6.404/76 ele 
assim se divide: 
 
 Passivo circulante; 
 Passivo exigível a longo prazo; 
 Resultados de exercícios futuros; 
 Patrimônio líquido, divido em: 
 Capital social; 
 Reservas de reavaliação; 
 Reservas de lucros; 
 Lucros ou prejuízos acumulados. (BRASIL, 1976) 
 
Com as alterações da lei 11.638/07 acrescenta na estrutura do patrimônio líquido a 
conta reserva de capital. 
Segundo a lei 11.941/09 as contas do passivo ficam assim classificadas: 
 
 Passivo circulante; 
 Passivo não circulante; 
 Patrimônio líquido, divido em: 
 Capital social; 
 Reservas de capital; 
 Ajustes de avaliação patrimonial; 
 Reservas de lucros; 
 Ações em tesouraria; 
 Prejuízos acumulados. (BRASIL, 2009) 
 
 
35 
 
 
Critérios de Avaliação do Ativo e Passivo 
 
 
A reforma da Lei 6.404/76 propostas pela Lei 11.638/07 trouxe mudanças à 
elaboração das demonstrações contábeis. Os critérios de avaliação do ativo, por exemplo, 
apresentados no art. 183 da Lei das Sociedades por Ações, sofreram alterações e 
regulamentações significativas com a vigência da 11.638/07. Alguns incisos deste artigo 
foram revogados, outros tiveram sua redação alterada. 
 
Conforme Dias e Caldarelli: 
 
De um modo geral, a nova legislação trouxe às empresas brasileiras 
maior facilidade de inserção em mercados internacionais e aumenta, 
de forma geral, o grau de transparência das demonstrações 
financeiras. Além disso, promove a convergência às normas 
internacionais e propõe alterações significativas que aumentam a 
confiabilidade dos dados das empresas. (CALDARELLI; DIAS, 2008, 
p. 16) 
 
 Conforme as novas regras, alguns ativos das sociedades anônimas “serão 
registrados não mais pelos seus custos de aquisição, mas, pelo valor a eles atribuídos 
pelo mercado, o que garante mais realismo na análise das condições de solvência das 
companhias”. (AZEVEDO, 2008, p. 151) 
 
 
36 
 
 Dias e Caldarelli (2008) destacam que para os ativos aplicados em instrumentos 
financeiros, a nova legislação propõe a avaliação por valor de mercado ou equivalente. 
Esta nova regra vale também para os derivativos. 
 Conforme Azevedo (2008, p.151) os derivativos “representam os mercados futuros, 
a termo, de opções e de swaps, pois têm seus preços derivados do mercado à vista”. 
 A Lei 11.638 de 2007 incluiu no § 1º do art. 183 a alínea “d” onde é exposto que é 
considerado valor de mercado: 
 
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um 
mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada 
entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo 
para um determinado instrumento financeiro: 
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a 
negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e 
risco similares; 
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para 
instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de 
precificação de instrumentos financeiros. (BRASIL, 2007) 
 
 O art. 248 trata da Avaliação do Investimento em Sociedades Coligadas e 
Controladas. A redação apresentada para este artigo pela Lei 6.404/76 foi alterada pela 
11.638/07 no que diz respeito à relevância dos investimentos em coligadas ou controladas 
para serem avaliados pelo Método de Equivalência Patrimonial. 
Conforme a primeira redação do § 1º do art. 243 da Lei 6.404/76 “são coligadas as 
sociedades quando uma participa, com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra, 
 
 
37 
 
sem controlá-la”. A nova redação dada pela Lei 11.941 de 2009 altera o predisposto 
acima e afirma que são consideradas coligadas as sociedades em que existe influência 
significativa da investidora sobre a investida. 
O § 2º do mesmo art. 243 mencionado anteriormente dispõe que: 
 
Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, 
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de 
sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas 
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos 
administradores. (BRASIL, 1976) 
 
Para Azevedo (2008) a avaliação pelo MEP teve sua aplicação ampliada a partir da 
nova redação do art. 248, dada pela Lei 11.638, onde se retirou o termo “relevante” para 
que a participação societária se sujeite ao Método de Equivalência Patrimonial. 
Além disso, a nova redação proposta pela 11.638/07 incluiu o termo “significativa” à 
influência que os investimentos em coligadas devem possuir sobre a sua administração. 
 
A figura da “influência significativa” introduzida pela nova redação do 
art. 248 da Lei nº 6.404/1976, é entendida pelas normas 
internacionais de contabilidade como o poder de participar nas 
decisões das políticas financeira e operacional da investida, sem, 
contudo, exercer o controle sobre tais políticas. (AZEVEDO, 2008, p. 
241) 
 
 
 
 
 
38 
 
Ajuste a valor presente 
 
Conforme Azevedo (2008) o Ajuste ao Valor Presente é para as Sociedades de 
Capital Aberto, Capital Fechado e para as Sociedades de Grande Porte (Ltda). Tem como 
objetivo homogeneizar as operações e permitir comparabilidade entre as empresas, pois 
estes ajustes terão reflexos nos Ativos Financeiros e no Passivo. 
Segundo o mesmo autor, o ajuste a valor presente, introduzido pela Lei 11.638/07, 
veio para corrigir os juros embutidos em transações de venda e compra a prazo, pois as 
entidades não estavam destacando estes valores nas despesas e receitas, os quais 
estavam sendo lançados como valores a vista. Em operações à curto prazo, ou seja, de 
30 a 90 dias os juros embutidos só deverão ser ajustados ao Valor Presente, quando 
tiverem seus valores relevantes, estes devem ser ajustados ao fim de cada exercício. 
Não tendo seus valores relevantes, não serão necessários os ajustes e poderão ser 
lançados como pagamentos e recebimentos a vista. 
Conforme Azevedo (2008), com a Lei 11.638/2007, os juros eram embutidos de 
acordo com o preço de venda. Anteriormente era contabilizado de imediato na DRE como 
Receitas de Vendas. Com a vigência da nova lei, serão extraídos da DRE e reconhecidos 
como Receita Financeira conforme o tempo e não como Receita Bruta de Vendas. Nas 
prestações, antes também levadas de imediatos para DRE como Despesas/Custo 
Operacionais, serão extraídos da DRE e reconhecidos como Despesas Financeiras 
conforme o tempo e não mais como Despesa/Custo Operacional. 
 
Investimentos Temporários 
 
Segundo Azevedo (2008) os Investimentos Temporários devemfigurar no Ativo 
Circulante. Para avaliá-los existem somente duas possibilidades: Os investimentos devem 
ser destinados à negociação imediata - investimentos temporários já destinados a serem 
negociados, ou seja, com sua negociação devidamente autorizada pela gestão da 
 
 
39 
 
empresa; Investimentos disponíveis para vendas futuras - se a empresa tiver aplicações 
financeiras destinadas para futuras vendas, mas essas vendas ainda não estiverem 
devidamente autorizadas - investimentos esses para os quais a empresa tenha 
capacidade financeira de manter até o seu vencimento. 
A utilização da conta Ajuste de Avaliação Patrimonial deverá ser feita para o 
lançamento do valor justo dos investimentos temporários, por exemplo: se a empresa tiver 
aplicações financeiras destinadas a vendas futuras e que ainda não foram autorizadas 
essas aplicações deverão ser reconhecidas em duas etapas. Primeiramente aplicam-se 
juros e atualizações monetárias a quem for de direito contra o resultado do período. Em 
seguida, seus valores deverão ser ajustados conforme seu valor de mercado e a 
contrapartida dessas oscilações serão na conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial no 
grupo de contas Patrimônio Liquido, conforme avalia Azevedo (2008). 
 
 
Ativo Imobilizado 
 
Segundo a redação da Lei 6.404/76 o ativo Imobilizado compreende “os direitos 
que tenham por objetos bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da 
empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial e 
comercial”. A lei 11.638/07 amplia este conceito descrevendo que o grupo tangível 
compreende bens corpóreos “decorrentes de operações que transferem a entidade os 
benefícios, os riscos e o controle dos bens”. 
Os custos do Ativo Imobilizado são reconhecidos segundo o CPC 27 (2009) se 
gerarem futuros benefícios as entidades e o seu custo sejam mensuráveis com 
confiabilidade, sendo reconhecidos no momento em que são incorridos. Vale ressaltar 
que os custos referentes a manutenção periódica não são reconhecidos no valor contábil 
de um item do ativo imobilizado. 
 
 
40 
 
Após o reconhecimento de um bem como ativo imobilizado ele deve ser mensurado 
pelo valor de custo, compreendendo seu preço de aquisição deduzido os abatimentos e 
descontos comerciais, somando os impostos e quaisquer custos obtidos para colocar o 
bem no local e nas condições necessárias para seu funcionamento, de acordo com o 
CPC 27 (2009). 
O CPC 27 (2009) orienta que a reavaliação dos ativos se dá no período de um ano 
caso haja mudanças significativas no valor justo do bem, tais avaliações frequentes são 
desnecessárias quando o valor justo não sofre alterações constantes se dando a cada 
três ou cinco anos. Quando há reavaliação de ativos a depreciação também deve ser 
atualizada. Caso o valor aumente em virtude da reavaliação o valor deve ser creditado em 
uma conta especifica no patrimônio líquido. Quando tratar de reversão, de um decréscimo 
reconhecido anteriormente que agora resulte em aumento deve ser reconhecido na conta 
de resultado. A diminuição do ativo deve ser reconhecida no resultado ou no patrimônio 
líquido quando há saldo na conta reserva de reavaliação. 
A conta redutora do ativo imobilizado é a depreciação que registra na geral perda 
do capital aplicado na aquisição do bem, na divulgação das demonstrações contábeis 
devem salientar os critérios usados na depreciação, a vida útil, taxas de depreciação, 
critério de mensuração de forma a fornecer a seus usuários informações que os ajudem a 
revisar as políticas adotadas na administração, assim ressalta o CPC 27 (2009). 
 
Ativo Intangível 
 
Outra regra contábil imposta pela Lei 11.638/07 foi a criação da conta Intangível. 
“Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física”. (CPC 04, 
2008) 
 Segundo Dias e Caldarelli (2008, p.14) no ativo intangível “serão registrados os 
direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia 
inclusive o fundo de comércio adquirido. ” 
 
 
41 
 
Seu reconhecimento igualmente ao ativo imobilizado se dá quando o custo pode 
ser mensurável e forem prováveis aos benefícios econômicos gerados pelo ativo em 
benefício da entidade. Quando um ativo adquirido pela combinação de negócios for 
separável, resultando de direitos legais ou contratuais, o seu valor justo pode ser 
mensurado com segurança, é o que diz o CPC 04 (2008). Pode a entidade optar, em 
dadas circunstâncias, pelo método de reavaliação ou de custos, escolhido um critério para 
a contabilização ele terá que ser mantido, aplicado a todos os itens do grupo, respeitando 
o princípio da conformidade. 
 Segundo o CPC 01 (2008) o método de custo consiste na apresentação do custo 
deduzido a amortização e perdas acumuladas. Já o método de reavaliação “corresponde 
ao seu valor justo à data da reavaliação” CPC 04 (2008) é necessário efetuar a 
reavaliação constantemente tendo como base um mercado ativo. A amortização deve ser 
atualizada quando ocorrida reavaliação. A contabilização desse ativo baseia na sua vida 
útil que para alguns itens pode ser definida ou indefinida, essa avaliação usa como base o 
período em que o bem deverá gerar fluxos de caixa positivos para a organização, a 
amortização é aplicada somente à ativos com vida útil definida. 
Esses são alguns procedimentos de reconhecimento e contabilização de ativos 
intangíveis estabelecidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 04 de 2008, de 
acordo com as normas em vigor devendo as empresas ajustar suas demonstrações aos 
critérios expostos de forma a corrigir erros. 
 
Alterações nas Demonstrações 
 
As demonstrações obrigatórias pela Lei 6.404/76 eram as seguintes: Balanço 
Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do 
Resultado do Exercício e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 
 Na lei 11.638/07 não existe mais a demonstração das origens e aplicações de 
recursos, conhecida DOAR, inclusão da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e 
 
 
42 
 
elaboração das Demonstrações do Valor Adicionado (DVA) apenas pelas companhias de 
capital aberto. 
 
 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) 
 
Esta demonstração apresenta a movimentação financeira da entidade através das 
entradas e saídas de recursos em dinheiro do caixa e a geração de equivalente de caixa o 
qual de acordo com o CPC 03 (2008) “são aplicações financeiras de curto prazo, de alta 
liquidez, que são prontamente conversíveis em caixa e que estão sujeitas a um 
insignificante risco de mudança de valor”. 
A demonstração de fluxo de caixa possibilita aos usuários contábeis avaliar os 
ativos líquidos de uma entidade e sua agilidade diante de mudanças inesperadas, na qual 
está converterá seus investimentos em dinheiro, sem com isso ter perda significativa em 
seu valor. 
Segundo o CPC 03: 
 
As informações de uma entidade são úteis para proporcionar aos 
usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a 
capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem 
como suas necessidades de liquidez. As decisões econômicas que 
são tomadas pelos usuários exigem avaliação de a entidade gerar 
caixa e equivalentes de caixa bem como da época e do grau de 
segurança de geração de tais recursos. (CPC 03, 2008) 
 
 A DFC é composta de três divisões de atividades, conforme o CPC 03 (2008): 
 
 
43 
 
 
 Atividades Operacionais: são movimentações derivadas das principais atividades 
geradoras de receita da entidade; 
 Atividades de Investimento: são os resultados das compras ou vendas de ativos de 
longo prazo; 
 Atividadesde Financiamento: são as captações de empréstimo e outros recursos 
referentes aos proprietários, sendo subtraído do grupo a amortização de 
empréstimo e a distribuição de dividendos. 
 
A entidade poderá divulgar os fluxos de caixa operacionais utilizando de dois 
métodos diferentes, o direto e o indireto. O direto de acordo o CPC 03 (2008) é aquele 
“segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e desembolsos brutos são 
divulgadas” e o método indireto é aquele “segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é 
ajustado pelos efeitos”. 
 Os efeitos pelos quais serão ajustados podem ser pelas operações que não 
envolvam caixa e pelas apropriações por competência, recebimento, pagamento 
passados ou futuros. 
 De acordo com a Lei 11.638 art. 176 § 6º “A companhia fechada com patrimônio 
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será 
obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa”. 
 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
 
A DVA é utilizada para informações sobre as riquezas criadas pela entidade e a 
forma como está a distribui. Segundo o CPC 09 (2008) através da DVA podemos 
 
 
44 
 
visualizar o quanto a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB), com 
algumas diferenças de valores, pois a ciência econômica calcula o PIB pela produção 
enquanto a ciência contábil calcula pela realização da receita baseada pela competência. 
A DVA demonstra o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de 
terceiros que serão vendidos. 
Primeiramente a DVA deverá apresentar as riquezas da entidade que será apurada 
basicamente pela “diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de 
terceiros”, incluindo o “valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por 
terceiros e transferido à entidade”, como apresenta o CPC 09 (2008). 
De acordo com Ariovaldo dos Santos em palestra ao CFC e FIPECAFI (2008), na 
DVA riqueza criada não significa faturamento, por exemplo, se uma empresa tem 
faturamento de R$ 10.000.000,00 mais compra insumos de terceiro no valor de R$ 
5.000.000,00 estará criando riqueza de R$ 5.000.000,00, riqueza esta que será a 
participação da entidade na criação do PIB. 
No segundo passo a DVA apresentará a distribuição da riqueza criada pela 
entidade da seguinte forma: 
 
 Para os empregados pessoal e encargos; 
 Para o Governo impostos, taxas e contribuições; 
 Para financiadores de capital externo juros e aluguéis; 
 Financiadores internos juros sobre o capital próprio (JCP), 
dividendos, lucros retidos/prejuízos do exercício. (CPC, 2008). 
 
Existem alguns casos especiais na formação de riqueza como na atividade de 
seguro e previdência. Segundo o CPC 09 (2008) os componentes na formação da riqueza 
nessas atividades são: 
 Receitas com operações de seguro; 
 Receitas com operações de previdência complementar; 
 
 
45 
 
 Provisão para créditos de liquidação duvidosa; 
 Variação das provisões técnicas em operações de seguro; 
 Variação das provisões técnicas em operações de previdência. 
(CPC 09, 2008) 
Segundo o CPC 09 (2008) “Nas atividades de seguros e previdência, os sinistros 
retidos e as despesas com benefícios e resgates, que representam o total das 
indenizações líquidas a serem pagas aos segurados, devem ser deduzidas das receitas”. 
Tais deduções são: 
 
 Sinistro: valores das indenizações que são de competência do 
exercício. 
 Variação da provisão de sinistros ocorridos, mas não avisados: 
valor do ajuste da provisão de sinistros ocorridos, mas não 
avisados. 
 Despesa com benefícios e resgates; valor dos benefícios 
concedidos e dos resgates efetuados de competência daquele 
período. 
 Variação da provisão de eventos ocorridos, mas não aviados; 
valor do ajuste da provisão de eventos ocorridos, mas não 
avisados à empresa. (CPC 09, 2008) 
 
A distribuição da riqueza deverá ser feita da mesma forma das outras empresas 
para os empregados, o governo, financiadores de capital externo e interno. 
A DVA por demonstrar a riqueza da empresa e a forma como esta será distribuída 
é uma das demonstrações que possibilita aos usuários externos e internos, a extração de 
informações referentes ao desempenho econômico da organização, suas formas de 
crescimento e distribuição. 
 
 
46 
 
As entidades estão sujeitas diariamente a diferentes tipos de riscos que são 
provenientes do ambiente externo e interno, os quais podem afetar o crescimento da 
riqueza da organização, seja na baixa da receita, pela não confiança de seus clientes ou 
pelo aparecimento no mercado de um produto concorrente. 
Para Oliveira, Marins e Rocha: 
 
Risco é a possibilidade de um insucesso na área de negócios, 
que poderá afetar o patrimônio líquido de uma entidade ou 
ainda, o perigo iminente e relevante de uma perda 
contingencial irrecuperável, devido à probabilidade de 
ocorrência de um evento indesejado. (OLIVEIRA; MARINS; 
ROCHA, 2006, p.02) 
 
Sendo assim Santos (2002, p.25), identifica alguns tipos de riscos empresariais: 
 
 Riscos Provenientes do Ambiente Externo: 
 
Riscos Político-Legais; 
Riscos Econômicos; 
Riscos Demográficos; 
Riscos de Fornecedores; 
Riscos de Concorrentes; 
Riscos de Produtos Alternativos. (SANTOS, 2002, p.25) 
 
 
47 
 
 Riscos Provenientes do Ambiente Interno: 
 
Riscos de Liquidez; 
Riscos de Crédito; 
Riscos de Mercado; 
Riscos Legais; 
Riscos de Erros; 
Riscos da Estrutura de Custos; 
Riscos da Área Administrativa; 
Riscos da Área de Distribuição. (SANTOS, 2002, p.25) 
 
 Através da identificação e análise destes riscos é possível gerenciá-los de forma 
que estes possam ser controlados e não afetem o desenvolvimento econômico e 
financeiro da organização. 
 De accord com o COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway 
Commission): 
O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido 
em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e 
demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, 
formuladas para identificar em toda a organização eventos em 
potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a 
mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e 
possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. 
(COSO, 2009) 
 
 
48 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ALMEIDA, M.C. Curso básico de contabilidade: introdução à metodologia da 
contabilidade. São Paulo: Atlas, 2006. 
ANDERSEN, A. Normas e práticas contábeis no Brasil. São Paulo: Atlas, 2007. 
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. São Paulo: Atlas, 2003. 
CREPALDI, S.A. Curso de Contabilidade: resumo e teoria. São Paulo: Atlas, 1995. 
EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade introdutória. São Paulo: 
Atlas, 1998. 
FRANCO, H. Contabilidade Geral. 23º Ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
IUDICIBUS, S. & MARION, J.C. Curso de contabilidade para não contadores. São 
Paulo: Atlas, 1997. 
IUDICIBUS, S. & MARION, J.C. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1997. 
MARION, J.C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2007. 
WALTER, M.A. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 1996.

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