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Análise de custos Gestão de custos como estratégia de negócio Simoni D. Quirino | Análise de custos | 21-03-2018 (32)98851-3294 PÁGINA 1 Conceitos e sua gestão – Unid. I e suas seções. Conceitualmente, a contabilidade de custos pode ser definida como uma derivação da contabilidade geral ou financeira, cujas informações vão servir às diversas ou aos diversos departamentos de uma organização, com vistas a municiar os gestores para tomar as decisões de ordem estratégica ou operacionais. Dessa forma, a contabilidade de custos possui forte aderência com a contabilidade financeira. Em termos objetivos, a contabilidade de custos aborda: Dimensão dos custos de insumos no processo produtivo; Apuração dos custos nas áreas da organização; O fluxo de operação; O suporte nas diretrizes de redução de gastos; Elaboração dos orçamentos. ATENÇÃO – Os principios fundamentais da contabilidade são as regras que regem a escrituração dos eventos a serem contabilizados pela empresa e constam na resolução 750/1993 do Coselho Federal de Contabilidade (CFC). ENTENDA – A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões, bem como tornar possível a alocação mais criteriosamente possível dos custos de produção aos produtos. PÁGINA 2 A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Os principais métodos de custeio são: 1. Custeio por absorção: também chamado custeio integral, ou custo integral, é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. 2. Custeio variavel ou direto: é um tipo de custeio que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveisincorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis. 3. Custeio ABC – Activity Based Costing: é um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. 4. Gestão Economica ou GECON: é um modelo de mensuração de custos baseado em gestão por resultados econômicos. Também conhecido por Grid Economics and Business Models Works. PÁGINA 3 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias GASTOS - sob a ótica contábil são sacrifícios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses ditos objetivos, a obtenção direta de um produto ou serviço qualquer (como uma matéria prima ou um serviço terceirizado dentro da organização), ou utilizados na obtenção de outros bens ou serviços a serem respectivamente fornecidos ou prestados (como, respectivamente, um processo sobre um conjunto de matérias primas visando obter determinado produto para venda ou um processo próprio terceirizado de uma etapa de produção). OS GASTOS SÃO CLASSIFICADOS COMO: Custos, despesas, perdas e investimentos. São exemplo de gastos os valores despendidos com compras (mercadorias, matérias-primas, combustíveis, eletricidade, material de escritório, utensílios, etc.), ou com serviços (comunicações, seguros, rendas e alugueres, honorários, etc.). São também gastos os salários e encargos com os trabalhadores da empresa, as depreciações dos ativos fixos, os juros pagos em relação a financiamentos obtidos, os impostos, as coimas, entre muitos outros. CUSTO – é o valor pago ao trabalho necessário para a produção de bens ou serviços. O conceito de custo é muitas vezes confundido com os conceitos de preço, despesa ou de desembolso financeiro. É comum dizer-se que, se um bem ou serviço tem um preço alto, esse bem ou serviço "custa" muito caro. Custo é tudo aquilo que incide e afeta diretamente no preço de aquisição e/ou produção de um produto PÁGINA 4 CUSTOS DIRETOS – Para Perez Jr, Oliveira e Costa, (2010, p.30) "são os que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço com relativa facilidade." Como exemplos temos: - matéria-prima utilizado na elaboração do produto; - energia consumida por máquina (quando houver sistema de medição própria); - mão-de-obra diretamente ligado a produção, etc. CUSTOS INDIRETOS – Para Wernke (2001, p.14): são gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio. (...) São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não tem relação direta com um produto ou serviço especifico, pois se relacionam com vários produtos ao mesmo tempo. (WERNKE, 2001, p.14). Como exemplos têm-se: - mão de obra indireta, material indireto, outros custos indiretos. (PEREZ Jr, OLIVEIRA, e COSTA, 2010, p.30). CUSTOS VARIAVEIS – são os custos que mantém relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa forma se o volume de produção aumenta, conseqüentemente. Para Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.28). Os custos variáveis têm as seguintes características: - o seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; - o valor é constante por unidade, independente da unidade produzida; - a alocação aos produtos ou centros de custos, é normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios. (PEREZ Jr, OLIVEIRA, e COSTA, 2010, p. 28). CUSTOS FIXOS – são gastos que se mantém constante nas atividades operacionais, independentemente do volume de produção, Como por exemplo, podemos citar o salário e encargos com funcionário, aluguel da fabrica, etc. Para Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.26). Os custos fixos têm as seguintes características: o valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção; -o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor diluído por uma quantidade maior; - sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração; - as variações dos valores totais podem ocorrer em função da desvalorização da moeda ou por aumento ou redução significativa no volume de produção. (PEREZ JR, OLIVEIRA e COSTA, 2010, p. 26) PÁGINA 5 DESEMBOLSO – Consiste no pagamento do bem ou serviço, independente de quando o produto ou o serviço será utilizado(consumido). O desembolso não deve ser confundido com gastos, pois este é a entrega de dinheiro ou outro ativo. Conforme Perez Jr; Oliveira e Costa, (2010, p.21) têm-se os seguintes exemplos: compra de matéria-prima à vista; pagamento de salários aos funcionários; pagamento de empréstimos bancários; pagamento de despesas provisionadas no período anterior. DESPESAS – "gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa". (PEREZ JR, OLIVEIRA e COSTA, 2010, p.22). As empresas têm despesas para gerar receitas e não para produzir bens e serviços. As despesas podem ser administrativas, financeiras, comerciais. Pode ser classificadas como despesas fixas e variáveis. INVESTIMENTOS – "são gastos que irão beneficiar a empresa em períodos futuros". (WERNKE R., 2001, p.11). Com o passar do tempo e utilização, são alocados para custos e despesas. Como "exemplo de investimentos tem-se os bens estocados até serem baixados por venda, consumo, depreciação, amortização. A compra de imobilizado, aplicação financeira são também investimentos". (GUIMARÃES NETO, 2008, p.10) PERDA – "são gastos involuntários e anormais que não geram um novo bem ou serviço e tampouco receitas". (PEREZ JR, OLIVEIRA e COSTA, 2010, p.22). Para Berti (2009, p.21) "são gastos não intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da atividade produtiva a normal da empresa". PÁGINA 6 DESPERDICIOS – "custos e despesas utilizados de forma não eficiente. São consideradas todas as atividades que não agregam valor e que resultam em gastos de tempo, dinheiro, recursos sem lucro". (WERNKE R., 2001, p.11). São gastos incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas. A identificação e eliminação do desperdício é fator determinante do sucesso ou fracasso de um negócio. Manter desperdício é sinônimo de prejuízo, pois não poderão ser repassados para os preços. As empresas devem constantemente reduzir seus desperdício a fim de permanecerem competitivas no mercado moderno onde a concorrência é cada vez mais acirrada. Para se reduzir os desperdícios, primeiramente é necessário conhecê-los. A mensuração dos desperdícios indica quanto pode potencialmente ser reduzido e onde agir corretivamente. ATENÇÃO: Proporção do custo direto em relação ao total = Custo direto / Custo total Proporção do custo indireto em relação ao total = Custo indireto / Custo total ASSIMILE 1. CUSTOS DE PRODUÇÃO – consiste na composição do custo direto e do custo indireto necessários no processo de produção ou elaboração do produto; 2. CUSTOS DIRETOS - referem-se aos gastos necessários para produzir ou elaborar o produto ou o serviço; 3. CUSTOS INDIRETOS – definem-se com aqueles gastos não associados à elaboração do produto em si, mas que são parte do processo de elaboração. PÁGINA 7 ELEMENTOS FORMADORES DO CUSTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINALIDADES DA APURAÇÃO DE CUSTOS: fornecer dados que permitam a fixação do preço de venda desejado dos produtos; “um bom sistema de custos proporciona, em primeiro lugar, uma noção muito clara de custos em diversas áreas de atuação. permitir a análise dos resultados apresentados pela empresa e a cada um de seus produtos; “a formação do resultado, numa empresa, depende e é explicada por um conjunto variado de fatores, entre os quais se destaca, como uma força interna controlável, de apreciável valor e efeito, o ATENÇÃO!!!! Se o gasto for necessário para ‘FAZER’ o produto, ele será caracterizado com custo DIRETO. Exemplo: matéria prima, energia elétrica, embalagem, etc. E se o gasto for necessário para ‘AJUDAR’ a fazer o produto, ele será caracterizado como custo INDIRETO. PÁGINA 8 gerenciamento de custos, sobre os quais os responsáveis pela área atuam em sua própria estrutura, no sentido de sua racionalização com grandes chances de êxito.” Permitir o controle e a correta avaliação de estoques de produtos fabricados e em fase de elaboração. Apoiar o planejamento das atividades de médio e longo prazos, como subsidiamento ao sistema orçamentário, que estabelece metas de faturamento, custos e resultados em função de políticas e diretrizes formuladas pela direção e gerência. ASPECTOS ESSENCIAIS DO CÁLCULO DE CUSTOS O CICLO OPERACIONAL – é o somatório de tempos envolvidos, desde a contratação dos fatores de produção e distribuição até o recebimento do valor transacionado, incluindo-se, entre esses dois extremos outras fases, tais como: estocagem dos insumos, sua transformação em produtos ou serviços acabados, estocagem destes e a sua venda. Nesse sentido o cálculo de custos deixa de retratar apenas uma série de combinações e transformações numéricas, buscando elevar, no mais elevado sentido, a substância patrimonial da entidade. Esse intento está ilustrado em três aspectos essenciais, quais sejam: 1. reposição integral dos insumos físicos; 2. valor do dinheiro no tempo; 3. resultado. O VALOR DA REPOSIÇÃO INTEGRAL DOS INSUMOS FÍSICOS deve representar o custo no período médio de vigência de um determinado preço de materiais ou serviços. A sua obtenção pode ocorrer através de maneiras diferenciadas, a saber: 1. pesquisa junto às fontes de fornecimento de materiais ou serviços, sobre os custos a vigorarem no período médio de vigência dos preços; 2. pesquisas em publicações (revistas, jornais, etc.) sobre a tendência dos valores de custo para o período médio de vigência dos preços; PÁGINA 9 3. projeções dos custos históricos para o período médio de vigência dos preços, a partir de sinalizações de evolução deles. O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO – em termos de cronologia, há diferentes momentos de ocorrência para os desembolsos e ingressos dos valores envolvidos nas fases do ciclo operacional em relação aos fatores empregados e ao recebimento dos clientes, de tal sorte que em sua expressão meramente nominal os valores, sobretudo em época de inflação mais elevada, tendem a proporcionar uma visão distorcida quanto aos seus efeitos reais no sentido do poder de compra. O RESULTADO – o esforço de preservação da substância patrimonial – demonstrada através da reposição integral dos insumos físicos e do valor do dinheiro no tempo – resolve, de forma bastante satisfatório, uma face do problema: a sobrevivência da empresa. A esses dois elementos importantes deve ainda ser adicionado o resultado. Com ele, fica preservada a capacidade de reinvestimento e expansão da entidade, face á dificuldade de obtenção e alto custo de financiamentos externos. A adequada gestão do resultado pode, na realidade, ocorrer de várias formas, a saber: 1. através de boa gestão de custo mediante a sua divisão inicial por atividade ou área de responsabilidade; 2. a boa identificação e o acompanhamento da formação dos custos podem conduzir a um outro enfoque de questão: a realização de determinadas atividades na própria instituição ou a sua terceirização; 3. o uso racional dos tempos e espaços, constitui outra forma de uma gestão eficaz de custos; 4. é muito importante também a correta administração dos tempos e quantidades do estocagem de materiais; 5. é igualmente importante uma boa gestão de custos e resultados e a adequadaadministração em termos de reposição; isso implica um permanente monitoramento, especialmente no que concerne aos PÁGINA 10 materiais, visando o imediato repasse de variações ocorridas nesses valores; 6. uma boa gestão de custos e resultados implica também uma boa análise de viabilidade econômico-financeira dos investimentos em equipamentos e instalações; a boa canalização dos recursos para investimentos com reais possibilidades de retorno constitui-se numa eficaz ferramenta de gestão de custos e resultados. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Inúmeras são as formas de classificação dos custos, objetivando- se facilitar sua melhor identificação com os fatos geradores e com a sua influência na análise e avaliação da situação econômica das organizações. Apresenta-se a seguir a classificação dos custos quanto á origem, quanto á sua função, quanto à forma de imputação ao produto e quanto ao seu grau de variabilidade. QUANTO A ORIGEM – nesta classificação adota-se, como parâmetro para agrupar os custos, as ações, itens ou processos que originaram os custos; dessa forma temos custos com trabalho humano (a mão de obra com todos os encargos), com capital utilizado (os custos com financiamento das atividades, sejam eles de capitais próprios ou de terceiros), com o material aplicado (matérias-primas, embalagens e quaisquer insumos físicos), com tributos (impostos, taxas, etc.), com depreciações, etc.; QUANTO A FUNÇÃO – o agrupamento é definido pela aplicação/utilização do elemento gerador do custo/ tem-se então: custos de fabricação (energia elétrica, por exemplo), de administração (honorários da diretoria), de vendas (desconto de duplicatas), de expedição (estiva portuária); QUANTO Á FORMA DE IMPUTAÇÃO AO PRODUTO – a presença dos custos diretos fica configurada toda vez que é possível identificar PÁGINA 11 determinado custo diretamente em cada unidade produzida, de serviço ou procedimento; tal vinculação confere ao cálculo uma precisão completa na avaliação do custo, podendo-se dizer que uma situação ideal, na prática, aconteceria com o maior número possível de valores enquadrados na categoria descrita. Num pólo oposto, estão os custos indiretos, notabilizados pelas seguintes condições: 1. são custos comuns a diversos produtos; 2. não podem ser mensurados individualmente por item produzido; 3. tendem a apresentar maior complexidade de cálculo, impondo uma série de processamentos paralelos. QUANTO AO GRAU DE VARIABILIDADE – a discussão do que é custo fixo ou variável (ver figura 1), está centrada no grau de variabilidade dos custos quanto ao nível de ocupação. A classificação e conceituação mais aceitas são: CUSTOS FIXOS: também chamados “custos da empresa”, são aqueles que, pelo seu valor total não se alteram em função do número de unidades produzidas ou do nível de utilização da capacidade produtiva. CUSTOS VARIÁVEIS: também chamados “custos do produto”, são aqueles cujos valor total varia diretamente proporcional ao número de unidades produzidas. ASSIMILE O CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO É FIXO!!! CUSTO FIXO UNITÁRIO É VARIÁVEL!!! PÁGINA 12 Figura 1 Quantidade produzidas - Representação gráfica – custos fixos e variaveis OS QUATRO ELEMENTOS DE CUSTOS O CUSTO FIXO (CF) E O CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO (CVU), combinados com o preço de venda do produto ou do serviço (Ru) e a capacidade produtiva da empresa, permitem uma análise da viabilidade da empresa e do(s) seu(s) produto(s) e/ou serviço(s). O CUSTO FIXO representa o volume total de custos da empresa que deverão ser absorvidos pela venda dos produtos/serviços. O CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO é o custo de materiais, mão de obra e outros diretamente ligado ao produto e portanto constituem o valor mínimo que o produto deve fazer retornar ao sistema econômico/financeiro da empresa. A RECEITA UNITÁRIA é o preço de venda do produto, ditado pelo mercado em condições normais de concorrência. Ao vender-se uma unidade de produto, obtém-se um resultado (que deve ser sempre positivo), que é a diferença entre o preço de venda (Ru) e o custo variável unitário (Cvu). ASSIMILE Ru – Cvu = Cc Receita Unitária – Custo Variável Unitário = Contribuição de Cobertura PÁGINA 13 CONTROLE DE ESTOQUE O QUE SÃO PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO? É necessário realizar cálculos de custos e lucros, independentemente do que a empresa fabrica ou comercializa. Nessa conta, entram os gastos com matéria-prima, equipamentos, funcionários entre outros custos. E quando se tem um estoque também é importante contar com uma boa metodologia para poder reduzir evitar qualquer dano financeiro e colocar o negócio no eixo. Apresentamos as três metodologias mais comuns: PEPS, UEPS e custo médio. PEPS significa Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair. Funciona da seguinte maneira: o que chega antes ao depósito deve ir embora primeiro, e o que chega por último vai embora por último. Através disso, você pode fazer o gerenciamento do estoque de maneira segura. Em razão das características do método, os primeiros produtos a chegarem ao depósito definirão o valor total do estoque. Uma das vantagens de realizar essa abordagem é que o cálculo de valores não será baseado em PÁGINA 14 estimativas. Toda operação realizada em estoques passa a ter custo e lucro real. Além disso, os itens a serem retirados seguirão uma ordem lógica e sistemática. Essas qualidades do PEPS GARANTEM QUE EXISTA SEMPRE UMA ORGANIZAÇÃO ABRANGENTE. Outra vantagem é a DIMINUIÇÃO DE PREJUÍZO CAUSADO POR PERDAS DE ITENs. O método evita que produtos novos sejam vendidos antes daqueles que já estão no estoque há muito tempo. Figura 2 PEPS – CONTROLE DE ESTOQUES ASSIMILE E ENTENDA Para ficar claro, vejamos um exemplo de como o método funciona. Imagine uma loja que comercializa bolsas. No seu depósito há 100 modelos, cujo preço pago foi de 10 reais em cada uma. O custo do estoque é então de mil reais. Antes de o fornecedor receber o próximo pedido, foram vendidas 80 bolsas. Você solicita então mais 100 modelos. Mas digamos que o valor do produto subiu, e agora cada uma custa 11 reais. Segundo a metodologia adotada através do PEPS, das próximas 100 peças que você vender, 20 delas terão o custo de 10 reais, e 80 de 11 reais. PÁGINA 15 UEPS segue uma metodologia inversa ao PEPS: Ultimo Entrar, Primeiro a Sair. O cálculo do custo do estoque parte então dos últimos itens que chegaram ao depósito. Ou seja, no cálculo, o valor dos primeiros produtos do depósito é enquadrado como se fosse dos primeiros itens vendidos. Em outras palavras, o valor total do estoque é extraído a partir o custo do último preço. Como normalmente esse valor é mais alto, há, no final do processo, um crédito positivo de material, já que o UPES causa uma supervalorização do preço do produto. O problema do método está na redução do valor tributável depois do exercício de cálculo. Por essa razão, a legislação fiscal brasileira não permite que o sistema seja utilizado pelas empresas. Em compensação, trata-se de um método com estimativas mais próximas da realidade. Além disso, ele se adequa melhor aos departamentos onde há processos produtivos, e se integra melhor às estimativas de lucratividade dos itens. PÁGINA 16CUSTO MÉDIO PONDERADO, TAMBÉM CHAMADO DE PREÇO MÉDIO, é obtido através de uma média de custos de aquisição. Para entender como funciona o método, pense numa empresa que produz, num determinado período de tempo, 100 unidades de um produto com um custo de 500 reais. Em outro período, foi preciso produzir o dobro, mas a empresa teve uma despesa de 1.150 reais. Para realizar o cálculo, o administrador do estoque deve somar o custo total para produzir o produto no período correspondente (ou seja, 500 + 1150) e, em seguida, dividir o custo pelo número de itens fabricados. O custo médio, então, será de 5,50 por unidade. O CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL é obtido a partir das despesas que podem variar de acordo com a produção. O preço de custo é o fator primordial para conceber o estoque final e o custo de mercadorias requisitadas PÁGINA 17 ou vendidas. Por causa dessa metodologia, o valor de cada item muda de acordo com a compra ou produção de outros itens cujos preços são diferentes. Se a produção diminuir, esse valor também diminuirá, e se aumentar, o valor também aumentará. Esse método é bastante trabalhoso, mas consegue refletir com exatidão os dados sobre os custos por período e dos estoques remanescentes. O custo médio ponderado fixo é obtido a partir de uma média de custo de materiais disponíveis para uso ou venda num determinado período de tempo. O cálculo é feito da seguinte forma: pega-se o custo total dos materiais disponíveis na produção ou consumo e, em seguida, divide-se esse valor pela quantidade equivalente dos mesmos materiais. Nesse caso, quanto maior a produção, menor será o custo médio ponderado fixo. NO MÉTODO PEPS, O PRIMEIRO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR! NO MÉTODO UEPS O ÚLTIMO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR! E NO MÉTODO POR MÉDIA PONDERADA, A CADA ENTRADA DE MERCADORIA DEVE-SE FAZER ATUALIZAÇÃODO CUSTO UNITÁRIO! OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE VÃO GERAR RESULTADOS MONETÁRIOS DIFERENTES UNS DOS OUTROS EM RAZÃO DO CRITÉRIO APLICADO. ENTRETANTO, OS VALORES REFERENTES A QUANTIDADE DEVERÃO SER COMUNS A PÁGINA 18 TODOS OS MÉTODOS! Materiais Existem alguns fatos que, no momento das compras ou das vendas, vão impactar os valores líquidos das compras e/ou vendas realizadas. Alguns fatos que alteram as compras, tais como:Descontos Comerciais Obtidos, Abatimentos sobre Compras, Devoluções de Compras, além de outros que já existem, como Seguros sobre Compras e Fretes (Transportes) sobreCompras. Citamos, também, alguns Fatos que alteram as vendas, a saber: DescontosComerciais Co ncedidos, Abatimentos sobre Vendas, Devoluções de Vendas, além deImpostos sobre Vendas. As compras e as vendas são transações comerciais. Elas ocorrem quando uma empresa comercial, por exemplo, adquire mercadorias para revenda com os fornecedores(compra). Ou quando uma empresa comercial, por exemplo, revende suas mercadorias adquiridas dos fornecedores (venda). Nesse momento (compra e/ou venda), se ocorrerem descontos, será descontos comerciais. No momento do pós-compra ou pós-venda, duas situações podem ocorrerem: → O Abatimento; e/ou → A Devolução. ASSIMILE Os critérios de avaliação do estoque, seja para insumos, seja para produtos acabados, são métodos pelos quais se atribuem valores a esses materiais para efeito de apuração do custo e para valoração dos bens. PÁGINA 19 Elementos de Redução e Aumento das Compras Abatimentos das Vendas * IPI * Outros tributos * Fretes * Seguros * Embalagens * ICMS recuperavel * Devoluções * Cancelamentos * Descontos * Abatimentos A u m en to d o v al o r d as c o m p ra s D im in u ir valo r d as co m p ras PÁGINA 20 Redutores de vendas ICMS, ISS, PIS, CONFINS DEVOLUÇÕES CANCELAMENTOS DESCONTOS ABATIMENTOS LEMBRE-SE É importante acompanhar detalhadamente os fatores que aumentam ou reduzem as compras ou vendas, uma vez que os resultados influenciarão os tributos cobrados sobre a renda. PÁGINA 21 SISTEMAS DE CUSTEIO – Unid. II e seções Conjunto de procedimentos que determinam a forma como é efetuado o apuramento dos preços de transferência e consequentemente o resultado de cada atividade, ou seja, referem-se às formas como os custos são registrados e transferidos internamente dentro da entidade. A mensuração da receita dos produtos e serviços, recursos, atividades e da empresa tem como o fundamento o preço de mercado. Custeio significa método de Apropriação de Custos. Assim, existe Custeio por Absorção, Custeio Direto, Custeio Padrão, Marginal, ABC, RKW e etc. A) Custeio por absorção: É aquele que utiliza todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis diretas ou indiretas, para apuração do custo dos produtos. Esse método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade, sendo no Brasil PÁGINA 22 adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. B) Custeio Direto ou Variável: É aquele que se utilizam apenas os custos diretos e variáveis, não utilizando os custos fixos e indiretos. Fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e gastos fixos. Isto é, os gastos oscilam proporcionalmente ao volume de produção/venda e gastos que se mantêm estável perante o volume de produção/venda oscilante dentro de certos limites. No custeio direto ou variável causam em relação as suas vantagens causam divergências entre os doutrinadores. CREPALDI (2002) defende esse método de custeio com três argumentos: 1. Os custos fixos, por sua própria natureza, existem independentemente da sua fabricação ou não de determinado produto ou do aumento ou redução da quantidade produzida. Os custos fixos podem ser encarados como necessário para empresa por si só existir. 2. A maioria dos rateios é feita através da utilização de fatores, que na realidade, não vinculam cada custo a cada produto. Em termo de avaliação de estoque, o rateio é mais ou menos lógico. Assim qualquer decisão em base de custo deve levar em conta, também o volume da produção. 3. Esse método não vincula nenhum produto especifico a uma unidade de produção, eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critério de rateio. C) Custeio Padrão: É o Custo cientificamente predeterminado, constituindo base para avaliação do desempenho efetivo. Representa o quanto o produto deveria custar, equivalem aos custos reais apurados no final do período. Representam o custo alocado ao produto mediante taxas predeterminadas de CIF, elaboradas com base na média dos CIF´s passados, em possíveis mudanças futuras e no PÁGINA 23 volume de produção. D) Custeio Marginal: Esse método, ainda constitui novidade para muitos administradores de empresa do país. Essa forma é o modo pelo quais todos os gastos despendidos por uma empresa, de natureza variável, são alocados ao produto. Esse método propicia meios bastante objetivos de se identificar os custos e a margem de contribuição de cada produto vendido, além de a administração da empresa conhecer, de uma forma instantânea, os seus custos estruturais fixos que estão, de certa forma diretamente relacionados à capacidade instantânea. E) Custeio ABC: É o método de custeio baseado em atividades. É o novo método de análise de custos que busca “rastrear” o gasto de uma empresapara analisar, monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos “diretamente identificáveis” com suas atividades mais relevantes, e destas para os produtos de serviços; com o objetivo de facilitar as mudanças de atitudes dos gestores de uma empresa, a fim de que estes, paralelamente a otimização de lucros para os investidores, busquem também a otimização do valor dos produtos para os clientes. Assim define (NAKAGAWA, 2001). O custeamento com base em atividades é fundamentado no seguinte conceito: produtos consomem atividades, atividades consomem recursos. F) Custeio RKW: Esse método de custeio, não é recomendado, nem muito utilizado, tem por procedimento ratear e alocar aos custos unitários. Ele é PÁGINA 24 considerado uma despesa operacional e lançado pelo seu valor total na demonstração de resultados como gasto do período. O sistema de custos nas organizações é composto por quatro pilares: Sistema de produção Sistema de Acumulação de custos Sistema de custeio Método de custeio ATENÇÃO CUSTEAR – está associado ao acumulo de custos de cada objeto, além de organiza-lo e analisa-lo. O ato de acumular custos exige um método de custeio. PÁGINA 25 Figura 3 Esquema de Adoção de Sistema de Custos LEMBRE-SE Sistema de produção – reflete o modo como a organização realiza suas operações e consome seus recursos ; Sistema de acumulação – traduz como os custos deverão ser acumulados, ou seja, por ordem, por processo ou hibrido; As organizações - possui modelo natural de identificar acumulação de recusros O modelo - mostra a forma como a empresa trabalha para gerar lucro As decisões - refletem o modo oda organização (sistema organizacional) As variaveis fisicas - refletem o modo de operação da organização Importante - O SISTEMA DE PRODUÇÃO É DIFERENTE DO SISTEMA DE ACUMULO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO. ENQTO O 1* PREOCUOCUPA EM FAZER, O OUTRO SE PREOCUPA COM O GASTO PARA FAZER. PÁGINA 26 Custo por ordem – quando a fabriação de um produto não é de maneira continuada; Custo por processo – quando a produção é de forma continuada, por longos periodos; Custos hiridos – é uma junção do sistema por processo e o sistema por ordens. Sistema de custeio – dimensiona o aspecto do tempo na apuração dos custos. Sistema de custeio por absorção PÁGINA 27 ATENÇÃO !!!! Não se esqueça que um dos maiores problemas verificados no sistema de Custeio por Absorção é que os Rateios são determinados de forma arbitraria, ou seja, define-se a forma do rateio das despesas ou dos custos indiretos de acordo com o OLHAR do gestor. Sistema de Custeio ABC PÁGINA 28 O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange aosistema de custeio por absorção. PÁGINA 29 Sistema de custeio variável Fundamenta-se na idéia de que os custos e as despesas que devem ser inventariáveis serão apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em relação a uma medida dessa atividade. É um instrumento de grande utilidade para a gerência em sua função de planejamento das operações. É um método muito empregado nos casos em que há grande variedade de produtos diferentes. SEPARAÇÃO DO CUSTEIO DIRETO NA CONTABILIDADE Em tese, há possibilidade de efetuar separação do custeio direto na contabilidade, segregando-se todos os custos em categorias específicas, como, PÁGINA 30 por exemplo: Mão-de-obra de produção Mão-de-obra de produção – variável Mão-de-obra de produção – fixa Custo de manutenção do maquinário produtivo – fixo Insumos para o maquinário produtivo - variável Gastos gerais de fabricação Energia elétrica – variável Energia elétrica – demanda fixa maleável SAIBA Arbitrariedade Ocorre quando o critério de rateio adotado é visto como injusto; Departamentalização É vista como um método para reduzir a arbitrariedade por meio da divisão ou do agrupamentos dos custos de acordo com a estrutura organizacional PÁGINA 31 FERRAMENTAS PARA GESTÃO DE CUSTOS – Unid. III e seções Análise de custo x volume x lucro - CLV A análise do custo-volume-lucro é um estudo financeiro que demonstra a taxa de lucratividade da empresa sobre o aspecto da produção, ou seja, é uma análise que demonstra a lucratividade do negócio baseado no volume produzido e o montante de custos totais necessários para a produção de determinado lucro. Essa análise é baseada em alguns fatores: a. O preço de venda do produto, ou do serviço prestado, não se altera em função da quantidade que foi vendida; b. A análise é baseada como se a empresa trabalhasse com um único produto; c. Para tal análise, é necessário que os custos sejam divididos em custos fixos e custos variáveis; d. É preciso que a quantidade vendida seja sempre igual à quantidade produzida, ou seja, não são considerados os possíveis estoques. ANÁLISE DE CUSTO-VOLUME- LUCRO. A análise de CVL consiste em uma técnica que utiliza dados sobre os custos (variabilidade), volume (produção), preço de venda, para com isso, medir o impacto nas mudanças sobre o desempenho operacional. PÁGINA 32 PONTO DE EQUILÍBRIO É aquele onde as receitas são apenas suficientes para cobertura dos gastos (custo e despesas), fixo e variáveis. Conhecida como ponto de ruptura e de break-even point. Matematicamente o ponto de equilíbrio é obtido a partir da identidade da receita total e gasto total, sendo considerado como equilíbrio, quando o lucro corresponde a ZERO. Ponto de equilíbrio contábil ou operacional q = quantidade Gf = gastos fixos PV = preço de venda GUV = gasto variável unitário Margem de Contribuição É quantia em dinheiro que sobra da Receita obtida através da venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor dos gastos variáveis , este composto por custo variável e despesas variáveis. Margem de lucro Definição de margem de lucro de um produto ou serviço. PÁGINA 33 Basicamente, o lucro é a diferença entre o faturamento obtido com as vendas de um produto ou serviço e os custos de execução do trabalho (a fórmula para calcular é: lucro bruto = receitas totais – custos). Para determinar em valor absoluto A margem de segurança é um indicador estático do risco económico de exploração. É este indicador que dá-nos a percentagem do volume de atividade efetivamente praticada para além do ponto crítico. Para calcular a margem de segurança temos de conhecer sempre, previamente, o ponto crítico das vendas (em valor, ou em quantidade). Só tem sentido calcular este indicador quando a empresa já apresenta lucro, ou seja, já passou os valores apresentados pelo ponto crítico das vendas. FÓRMULA LUCRO BRUTO = RECEITAS TOTAIS – CUSTOS MARGEM DE SEGURANÇA = VOLUME DE VENDAS – QUANTIDADE DO PONTODO EQUILIBRIO PARA DETERMINAR EM VALOR RELATIVO (%) MARGEM DE SEGURANÇA = VOLUME DE VENDAS – QUANTIDADE DO PONTO DE EQUILIBRIO / VOLUME DE VENDAS PARA DETERMINAR EM VALOR ABSOLUTO MARGEM DE SEGURANÇA = RECEITA TOTAL – RECEITA NO PONTO DE EQUILIBRIO PÁGINA 34 PONTO DE EQUILÍBRIO - é o ponto em que o lucro da empresa é zero, ou seja, é o ponto no qual a receita total é igual aos custos e despesas totais. Também chamado de Break-even Point ou Ponto de Ruptura ou Ponto Crítico. Ponto de Equilíbrio Contábil, Financeiro e Econômico Existem 3 variações do cálculo de ponto de equilíbrio que pode ser importante conhecer. Veja abaixo: Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC Esse é o método mais utilizado e mostra para você a quantidade de vendas necessárias para que o seu lucro seja zero. Lucro = Zero Fórmula: PEC = Gastos Fixos / Margem de Contribuição PARA DETERMINAR EM VALOR RELATIVO (%) MARGEM DE SEGURANÇA = RECEITA TOTAL – RECEITA NO PONTO DE EQUILIBRIO / RECEITA TOTAL PÁGINA 35 Vantagem: Leva em consideração seus demonstrativos contábeis para te mostrar exatamente o quanto você precisa vender para ficar com lucro zero. Ou seja, qualquer quantidade abaixo desse valor deverá ser inaceitável para o seu negócio, pois irá resultar em prejuízo. Ponto de Equilíbrio Financeiro ou de Caixa – PEF Também é conhecido como ponto de equilíbrio de caixa por alguns autores e não leva em consideração a depreciação e a amortização, fatores que diminuem o lucro contabilmente, mas que gerencialmente não representam saída de caixa do seu negócio. Lucro = Zero – Depreciação Fórmula: PEF = (Gastos Fixos – Gastos não Desembolsáveis) / Margem de Contribuição Vantagem: O cálculo não leva em consideração gastos que não vão sair do seu caixa, te mostrando exatamente quanto você precisa vender para ficar com o lucro zerado. O único problema dessa abordagem é que ela não te prepara para momentos de troca de máquinas ou equipamentos que precisarão ser trocados no futuro. Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE Nesse caso, a empresa determina um lucro mínimo desejado para se embutir no cálculo, representando uma remuneração ao capital investido nela. Na prática, esse cálculo sempre deveria ser utilizado em conjunto com o ponto de equilíbrio contábil, já que existem sempre dois parâmetros de análise financeira, quanto vender para não ter prejuízo e quanto vender para lucrar o desejado. Lucro = Zero + Remuneração do Capital Próprio Fórmula: PEE = (Gastos Fixos + Lucro Desejado) / Margem de Contribuição PÁGINA 36 Vantagem: O cálculo já leva em consideração o quanto você quer de lucro, te ajudando a entender a quantidade de produtos ou serviços que precisam ser vendidos para você ter retorno. Exemplo de Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil, Financeiro e Econômico Imagine os seguintes dados da sua empresa: Preço de Venda = R$400 Custos Diretos = R$200 Gastos Fixos = R$20.000 Depreciação = R$2.000 Custo de Oportunidade = R$5.000 Agora vamos aos cálculos do ponto de equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio econômico e ponto de equilíbrio financeiro. Antes de entrar em cada uma das fórmulas, vale a pena já fazer o cálculo da margem de contribuição que será utilizada: MC = Preço de Venda – Custos Diretos = R$400 – R$200 = R$200 Legal, agora vamos ver cada uma das contas: Ponto de Equilíbrio Contábil: PEC = R$20.000 / R$200 = 100 unidades Ponto de Equilíbrio Financeiro: PEF = (R$20.000 – R$2000) / R$200 = 90 unidades Ponto de Equilíbrio Econômico: PEE = (R$20.000 + 5000) / R$200 = 125 unidades. CVL simples e CVL composto Este procedimento é parte integrante do Relatório de Análise de Custos de Produção ou Serviços. PÁGINA 37 Índice de Margem de contribuição ponderada – IMCp O conceito de margem de contribuição se refere a todo o leque de produtos ou serviços oferecidos pela empresa. Se esse cálculo considerar o peso que cada produto possui na receita total. Como calcular a margem de contribuição ponderada? A margem de contribuição ponderada é calculada considerando a participação do respectivo produto nas vendas totais, como um peso da ponderação. Exemplo: Diferenças e aplicações do ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico Como calcular a margem de contribuição? A margem de contribuição é calculada da seguinte forma: Preço de Venda – Custo da Mercadoria Vendida – Despesas Variáveis. Exemplo: Preço de Venda = R$ 20,00 (100%) – Custo das Mercadorias Vendidas = R$ 12,00 (60%) – Despesas Variáveis = R$ 2,00 (10%) = Margem de Contribuição = R$ 6,00 (30%). PÁGINA 38 Ponto de equilíbrio contábil É a forma mais simples e também a mais utilizada. Nessa modalidade, o valor dos custos e das despesas fixas é dividido pela margem de contribuição, tendo como resultado o valor necessário para igualar os gastos. Equação: - PEC (receita) = Gasto fixo/MC (%) Ponto de equilíbrio financeiro O ponto de equilíbrio financeiro tem um cálculo semelhante ao contábil. A única diferença é que, aqui, a depreciação dos ativos e outras despesas não desembolsáveis são excluídas dos custos fixos. Resumindo: no ponto de equilíbrio financeiro consideramos como custo apenas aqueles valores que realmente saíram do caixa da empresa. Ponto de equilíbrio econômico O ponto de equilíbrio econômico é um pouco mais complexo que os dois anteriores, pois ele inclui no cálculo o custo de oportunidade, uma correção monetária que é considerada como despesa fixa. Portanto, o ponto de equilíbrio econômico só é alcançado quando a empresa paga todas as despesas e consegue ter uma remuneração equivalente àquela que o investidor teria se tivesse aplicado o capital no mercado. Como calcular o ponto de equilíbrio nas três modalidades Para calcular o ponto de equilíbrio, vamos utilizar a forma mais básica de um Demonstrativo de Resultados do Exercício: + Receitas de vendas [pv * x] – Custo variável total [cv * x] = Margem de contribuição total [x * (pv-cv)] PÁGINA 39 – Custos operacionais fixos [cf] = Lucro operacional [LAJIR] – Despesas financeiras [df] = Lucro antes do IR [LAIR] – Provisão para o IR = Lucro Líquido [LL] Onde: cf = custo operacional fixo cv = custo variável unitário x = quantidade vendida (unidades) pv = preço por unidade vendida Assim, o LAJIR será conhecido por: LAJIR = pv * x – cv * x – cf No entanto, se o PE é o nível em que o LAJIR (vendas necessárias para empatar as despesas fixas e obrigações) é igual a zero, temos: LAJIR = 0 = pv * x – cv * x – cf Isso nos leva à seguinte equação (neste cálculo, podemos descobrir o ponto de equilíbrio em quantidade): PEC = cf / pv – cv Exemplificando: Digamos que uma empresa tenha R$ 20.000,00 de custos fixos totais e que ela venda seu principal produto a R$ 110,00; com custo variável de R$ 60,00 por unidade. Agora, vamos descobrir quantas unidades devem ser vendidas para liquidar as despesas fixas: x = 20.000 110 – 60 x = 400 unidades Se preferirmos, também podemos conhecer o valor necessário em unidades monetárias. Para isso, basta multiplicar a quantidade (x) pelo preço de venda (pv): PÁGINA 40 x = 400 unidades * R$ 110 = R$ 44.000 Calculando o ponto de equilíbrio financeiro É calculado da mesma forma que o ponto de equilíbrioeconômico. Porém, neste caso, você deve incluir nos custos fixos a depreciação e outras despesas não desembolsáveis. Para facilitar, podemos usar a seguinte fórmula: PEF = CF – (A+ Dp) pv – cv Onde: PEF = Ponto de Equilíbrio Financeiro em quantidade vendida pv = preço por unidade vendida cf = custo operacional fixo cv = custo variável unitário A = Amortizações Dp = Depreciações Calculando o ponto de equilíbrio econômico Como explicamos, o ponto de equilíbrio econômico também inclui o custo de oportunidade. Para essa modalidade, podemos usar a seguinte fórmula: PEE = CF + COp pv – cv Onde: pv = preço por unidade vendida PEE = Ponto de Equilíbrio Econômico em quantidade vendida cv = custo variável unitário cf = custo operacional fixo COp = Custo de Oportunidade Calcular o ponto de equilíbrio contábil, financeiro ou econômico PÁGINA 41 pode parecer complexo para quem não está acostumado a lidar com esses termos. No entanto, fica claro que conhecer esse valor é fundamental para garantir a saúde financeira de qualquer negócio. Administração de gastos e decisões Se a maioria das decisões estão pautadas na gestão dos custos, toda e qualquer ação deve ser pelo aspecto quantitativo (matemático) da gestão dos custos nas organizações. O processo de decisão Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro Fluxo de caixa é um tipo de controle da movimentação financeira em um determinado período de tempo, considerando entradas e saídas de dinheiro a partir de registros detalhados. Em uma visão diária, semanal ou mensal, ele já oferece instrumentos de verificação e análise para seus negócios. Este instrumento traz diversas vantagens, pois com ele, o DADOS • nesta fase todos os dados devem ser relevantes CLASSIFICAÇÕES • os dados devem ser segregados PROJEÇÕES • processo que se planeja o futuro AVALIAÇÕES • estabelece relação de custo x beneficio ACOMPANHAMENTO • acompanhamento das fases do processo PÁGINA 42 consegue: Prever, planejar e controlar entradas e saídas em um período determinado; Avaliar se o recebimento por vendas será suficiente para cobrir gastos assumidos e previstos; Antecipar decisões quanto à falta ou à sobra de dinheiro; Descobrir se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira; Ter subsídios para ajustar o preço de venda para cima ou para baixo; Verificar a possibilidade de realizar promoções e liquidações; Confirmar se os recursos financeiros próprios serão suficientes para tocar o negócio ou se há necessidade de buscar dinheiro extra. Fluxo de caixa projetado Como o nome indica, trata-se de uma projeção. Isso quer dizer que a partir dos lançamentos realizados, o gestor pode não apenas conhecer suas entradas e saídas, mas planejar as ações futuras do negócio com base nos resultados. De forma resumida, é possível mencionar três funções do fluxo de caixa projetado: Organização: projetar a realização de pagamentos e recebimentos. Correção: projetar ajustes para estancar perdas e sair do vermelho. Afirmação: projetar investimentos no crescimento e na expansão do negócio. Fluxo de caixa livre O fluxo de caixa livre ou final mede a capacidade de geração de capital em curto, médio e longo prazos, indicando o saldo existente na comparação com o chamado fluxo de caixa operacional, ou seja, após descontado o pagamento do serviço da dívida ou o recebimento de novos empréstimos. PÁGINA 43 As etapas do processo decisório em custos passam por: levanatamento de dados; segregação de gastos; projeções futuras; avaliação das alternativas; acompanhamento e monitoramento das decisões tomadas. RETROFIT – é um termo utilizado principalmente em engenharia para designar o processo de modernização de algum equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma. Formação de preços Há dois métodos de formação de preços: 1. Informais – tem a orientação voltada totalmente para variaveis de mercado, ignorando os custos de elaboração do produto ou serviço. 2. Formais – orientam-se pela formação do preçi a partir dos gastos ocorridos no processo de elaboração do produto ou serviço, ignorando as variaveis de mercado. PÁGINA 44 Os 4 principais métodos de formação de preço 1. Margem de contribuição – A margem de contribuição é a mais recomendada técnica para formação de preço. Ela determina o quanto “sobra”, dentro do custo de venda, após serem descontados custos e despesas variáveis. Basicamente, ela é calculada por: Margem de contribuição = Valor de venda – Custos e Despesas variáveis No caso de buscar a porcentagem, a fórmula é dada por: Margem de contribuição = (Valor de vendas – Custos e Despesas variáveis) / Valor de venda 2. Mark up – corresponde a um método que se baseia nos custos envolvidos em cada produto. O objetivo principal é encontrar um preço que acoberte essas despesas e também ofereça o lucro desejado. Seu cálculo é dado pela seguinte fórmula: Mark up = 1 / [1 – (DV + DF + LP)] As siglas correspondem a: DV = percentual das despesas variáveis; DF = percentual das despesas fixas; LP = percentual do lucro desejado. 3. Pesquisa de preços – corresponde ao levantamento dos preços PÁGINA 45 que são praticados pela concorrência para a venda direta. Esse método de precificação serve para quando a empresa quer se manter com destaque no mercado e quando o quanto o item custa é o maior diferencial do negócio. 4. Fórmula baseada no lucro – Outra forma de chegar ao preço de venda é se baseando no lucro desejado, levando-se em consideração os custos. Para esse caso, será acrescido um determinado valor ao custo do produto para encontrar um montante mínimo para o número final. A fórmula é dada por: 100% Preço de venda = Custo inicial + Percentual das despesas fixas + Percentual de lucro desejado Gestão de estratégias de custos – Unid IV e suas seções Gerenciamento do custeio ABC Custeio baseado em atividades ou custeio ABC (Activity Based Costing) é um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. Consiste na identificação, análise e alocação de custos aos processos de uma determinada empresa, visando melhor gerenciar a lucratividade. O uso deste método permite uma melhor mensuração dos custos. Os recursos são atribuídos a cada atividade; em seguida, as atividades são atribuídas a objetos de custo com base no seu uso. O custo baseado em atividades reconhece os relacionamentos de causa dos responsáveis pelos custos das atividades. Também ameniza as distorções provocadas pelo uso do rateio usado PÁGINA 46 na tradicional lógica de absorção dos custos. Para Cardoso et al.(2006), as atividades não funcionam como celulas isoladas, mas sim como parte integrante dos processos de execução, que propiciam uma visão ampla do funcionamento da empresa,das tarefas rotineiras, que irão construir os direcionadores. Figura 4 esquema de Custeio ABC segunda geração. – 1* geração PÁGINA 47 Figura 5 caracteristicas do ABC operacional e estratégico Gerenciamento Baseado em Atividades – ABM – Acitivity Based Management PÁGINA 48 Figura 6 2* geração O sistema ABM busca aumentar a eficiência quanto ao uso dos recursos (ativos), fazendo as coisas como deem serfeitas. Dessa forma com este tipo de gestão pode-se alcançar os objetivos com menos recursos. Análise da margem de contribuição PÁGINA 49 Considerações sobre a relação CVL Na analise convencional do CVL partimos do principio que os custos de uma empresa podem ser divididos em fixos que são aqueles que não se alteram de acordo com o volume de vendas e custos variáveis que como o próprio nome diz, varia de acordo com o volume de vendas. Já no sistema baseado em atividades, os custos são divididos em categorias unitárias e não unitárias, ou seja, admite-se que alguns custos variam com as unidades ou lotes produzidos e outros não. No entanto alguns custos que podem ser fixos com relação ao volume, podem variar com relação a outros direcionadores de custos. PÁGINA 50 Análise do desempenho Figura 7 principios fundamentais da gestão estrategica de custos A gestão estratégica de custos passa a ser uma excelente ASSIMILE A estrutura diferenciada está relacionada aos gastos operacionais, sejam eles fixos ou variáveis, além dos preços, que em função de fatores como a negociação mercadológica, junto aos fornecedores, podem alterar os valores destes gastos ao longo do período. PÁGINA 51 alternativa a ser utilizada pelas empresas, servindo de orientadora no momento de tomada de decisão. Prado (2004 p 19) "enfatiza que sua finalidade principal é fornecer as informações de que as empresas necessitam para proporcionar valor, qualidade e oportunidade que os clientes desejam". Para Shank ; Govindarajan (1997) gestão estratégica de custos trata de uma análise vista sob um contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos se tornam mais conscientes, explícitos e formais, a análise de custos é vista tradicionalmente como o processo de avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais. Para Martins (2003) a gestão estratégica de custos requer uma analise mais profunda dos custos que vão além dos limites da empresa. A gestão estratégica de custos busca conhecer toda a cadeia de valor desde a aquisição da matéria prima até o consumidor final. Hansen; Mowen (2001) afirmam que as informações fornecidas pelo departamento contábil da empresa normalmente são usadas para estabelecer estratégias tendo como foco a obtenção da vantagem competitiva, ou seja, a criação de um valor melhor para o cliente por um custo igual ou mais baixo que aquele oferecido pelos competidores. Valor ao cliente é a diferença entre o que um cliente recebe e o que ele espera receber em outras palavras é a superação das expectativas. Para Paiva (2004), "Entre as possibilidades que a empresa pode utilizar para se manter competitiva mercadologicamente está o gerenciamento de custos por meio de análise da cadeia de valores, de seu posicionamento estratégico e do estudo dos direcionadores de custos". PÁGINA 52 Figura 8 Desempenho Operacional e Economico Operacionais - acompanha o desenvolvimento da rotina; pode ser uma analise mais pontual por negocio. Economicos - evidenciam o retorno sobre investimentos; margens de lucro no periodo. TAXA DE USO = NÚMERO DE UNIDADES PRODUZIDAS OU VENDIDAS ______________________________ CAPACIDADE DE PRODUÇÃO OU ELABORAÇÃO INDICE DE DESEMPENHO = DEMANDA REAL _____________________________ DEMANDA IDEAL PÁGINA 53 Onde: Demanda Real: é o volume de vendas realizado pela empresa analisada; Demanda Ideal: é o volume de vendas teorico que a empresa deveria vender em relação ao mercado, com base na sua posição (participação) de mercado. Giro por Assento – ou Giro por Estoque O controle do estoque é fundamental para que uma empresa possa prosperar. Afinal, da mesma forma que produto parado é sinônimo de dinheiro investido da maneira incorreta, quando o estoque atinge níveis muito baixos é sinal que os clientes podem ficar sem mercadoria que procuram. Como consequência, sua empresa perde oportunidades de vendas e também de negociar preços e quantidades com os fornecedores. Por isso tudo, é fundamental que você realize o cálculo do giro de estoque. O que é o giro de estoque? É um índice que mostra para os gestores como o estoque está fluindo na empresa. Ele mede a qualidade do estoque, independentemente do DEMANDA IDEAL = % de participação no mercado X volume de vendas total do mercado PÁGINA 54 seu tipo, tamanho ou valor agregado. Para medi-lo é preciso ter a informação de venda em determinado período de tempo. Prezados colegas... este material contém apenas os conceitos... Os calculos deverão ser estudados e aplicados nos exercicios de nosso livro didático... A melhor forma de estudar é praticar as téorias... Bons estudos!!! Simoni D. Quirino
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