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INSTITUIÇÕES DE DIREITO UNIDADE I 1. CONCEITO DE DIREITO A palavra DIREIRO vem do latim, directum, que corresponde á ideia de regra, sem desvio. Os romanos denominavam-no de jus, diverso de justiça, que corresponde ao nosso sentido de justiça, ou seja, qualidade do Direito. Para o professor Miguel Reale (2002, p. 10): “O Direito é Lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social ao estabelecimento de limites á ação de cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de conformidade com essas regras comporta-se Direito; quem não o faz, age torto.”. O Direito é uma ciência cultural normativa de conteúdo ético, ou seja, de conteúdo normativo; é também um sistema de controle social de eficácia sancionatória plena. Distinção terminológica relevante é estabelecida pela dicotomia DIREITO POSITIVO e DIREITO NATURAL. DIREITO POSITIVO é aquele criado, posto, positivado pelo estado. DIREITO NATURAL corresponde aos ideais de justiça presente na sociedade, em todas as sociedades desde tempo imemoriais, como o ideal de liberdade, igualdade, respeito à vida e a dignidade humana. DIREITO POSITIVO é aquele legislado, criado pelo estado, DIREITO NATURAL é aquele inerente à própria natureza do homem, reconhecido pelo estado. 1.1. Origem e finalidade do Direito O Direito nasceu junto com a civilização. Sua história é a história da própria vida. Por mais que mergulhemos no passado, sempre vamos encontrar o Direito, ainda que em estágio rudimentar, regulando as relações humanas. É que os homens, obrigados ao convívio, labutando uns ao lado dos outros, carecem de certas regras de conduta, de um mínimo de ordem e direção. Onde está o homem, está o Direito. Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, recebem o nome de Direito. A finalidade do direito se resume em regular as relações humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o crime. Sem o Direito estaria à sociedade em constante processo de contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, num verdadeiro caos. 1.2. Direito objetivo e Direito subjetivo A palavra Direito tem diferentes significados, tornando-se praticamente impossível reuni-los numa única fórmula. Os mais importantes são os traduzidos pelas expressões DIREITO OBJETIVO e DIREITO SUBJETIVO. Para Reale (2002, p. 189-190) o DIREITO OBJETIVO, como conjunto de normas e modelos jurídicos – exatamente porque se destina a ter vigência e eficácia na universalidade de um território, - constitui, no seu todo, um sistema global que através de um termo italiano já integrado em nossa língua, se denomina ordenamento jurídico. Assim, o Direito objetivo é o conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações humanas, impostas, coativamente, à obediência de todos. É O DIREITO EXPOSTO PELO ESTADO. Exemplo disso são os Códigos Penal, Civil etc. O DIREITO SUBJETIVO é a faculdade ou prerrogativa do indivíduo de invocar a lei na defesa de seu interesse (facultas agendi). Assim, ao direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre o dever de outra, que, se não o cumprir, poderá ser compelida a observá-lo através de medidas judiciais. 1.3. Direito e moral A ética é a ciência do comportamento humano, da conduta. Sob seu domínio, estão reunidos a moral, religião e o Direito. O DIREITO É IGUAL PARA TODOS, pois o mesmo ordenamento jurídico vincula todo um Estado, independentemente do padrão moral de cada pessoa. A moral, contudo é relativa, variando de pessoa para pessoa, constituindo padrões que vão do mais conservador ao mais liberal. A MORAL NÃO É PARA TODOS. O próprio indivíduo escolhe o que é certo. 1.4. Ramos do Direito Direito privado precede o Direito público. Com o objetivo de facilitar a compreensão do mundo jurídico, os ramos do direito podem ser classificados de duas formas: DIREITO PÚBLICO e PRIVADO. DIREITO PÚBLICO é o ramo do direito que se ocupa das questões relacionadas ao interesse da coletividade. As relações jurídicas envolvem a participação do Estado que atua por meio de atribuições dadas pela lei. São ramos pertencentes ao DIREITO PÚBLICO: Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito Tributário; Direito Econômico; Direito Processual; Direito Penal; Direito Internacional Público; e Direito Militar. DIREITO PRIVADO é o ramo do direito que se ocupa dos assuntos que dizem respeito a interesses individuais. São os ramos pertencentes ao DIREITO PRIVADO: Direito Civil; Direito Comercial (ou Empresarial); Direito do Consumidor; Direito Internacional Privado; Direito Difuso ou Misto; Direito do Trabalho; Direito Previdenciário; Direito Ambiental. 1.5. Fontes do Direito As fontes do direito dividem em duas partes: As Fontes Materiais e as Formais. Nas Fontes matérias temos dois tipos: As Relações Sociais e o Valor Moral. As Fontes formais, podemos classificar em dois tipos de fontes as Fontes imediata ou Primária e que Mediata ou Secundária. A Fonte Imediata é a Lei, ou seja, normas jurídicas. A Mediata ou Secundária são as normas que regulamento as normas das Primarias, ou seja, a Jurisprudência; Doutrina; Analogia, Costumes. Jurisprudência – é representada pelo conjunto das decisões de um determinado tribunal. Doutrina – (aquilo que os estudiosos escrevem sobre o direito) embora não constitua fonte direta do Direto, assume papel de inegável relevo para o operador do Direito. Analogia – é o método integrativo por meio do qual o juiz, na ausência de Lei escrita e especifica a ser aplicada ao caso concreto, utiliza norma aplicável a situação fática semelhante. Costumes – observância reiterada de um hábito social, investido de autoridade. 1.6. A Lei Escrita Lei é toda relação necessária, de ordem causal ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a natureza que lhes é própria. (REALE, 2002, p. 162). A Lei tem origem certa, o costume não, pois em regra não se sabe bem ao certo como, quando e por que um costume surgiu. A LEI ESCRITA, conceituada como norma geral e permanente, editada por autoridade soberana e dirigida coativamente aos cidadãos, pode ser caracterizada por ser genérica e abstrata, impessoal e permanente, até que seja por outra revogada. 2. DIREITO CONSTITUCIONAL Direito Constitucional “É o conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação.” (FERREIRA FILHO, 2008, p. 16). 2.1. Constituição Para Ferreira Filho (2008, p. 11) é o “conjunto de regras à forma do Estado, do governo ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos aos limites de sua ação.”. 2.2. Poder Constituinte Poder Constituinte é o responsável pela criação e elaboração, bem como reforma e mutação das constituições. Ou seja, é o poder de criar e alterar uma constituição. 2.3. Da organização nacional Do Estado Estado é uma associação humana (povo), radicada em base espacial (território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberania). É uma ordem jurídica relativamente centralizada, limitada no seu domínio espacial e temporal de vigência, soberana e globalmente eficaz (FERREIRA FILHO, 2008, p. 49). Em relação á forma, o Estado pode assumir a forma de República ou Monarquia, quanto ao sistema de governo, parlamentarismo ou presidencialismo. Em relação á tipologia, o Estado pode ser: unitário, com descentralização seja administrativa,politica ou legislativa, depende do poder central, podendo ser suprida; unitário descentralizado, com descentralização apenas política (Brasil Império), constitucionalmente descentralizado, descentralização inscrita no próprio texto constitucional. O Brasil adotou a forma de República Federativa, inspiração norte americana. São elementos característicos do Estado Federal: nacionalidade única; competências diferenciadas entre os entes integrantes (administrativa, tributária e legislativa); autonomia constitucional; intervenção federal; possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial; possibilidade de coexistência de duas Câmaras – uma representante do povo, cuja representação é vinculada ao critério populacional (Câmara dos Deputados); outra representando os Estados, assegurando o equilíbrio dos interesses federativos (Senado Federal). 2.4. Competência legislativa A competência legislativa, no âmbito do Estado Federal, pode ser exclusiva, privada, concorrente, autorizada, comum e suplementar. Competência exclusiva é aquela conferida a um dos entes federativos com exclusividade (CF, art. 21I). Competência privada conferida sem exclusividade (CF, art. 22). Competência concorrente é conferida em comum a diversos entes federativos, cabendo à União o estabelecimento das normas gerais, e aos estados e Distrito Federal a edição de normas especificas. Na falta de normas gerais, a competência dos Estados será plena (CF, art. 24). Competência autorizada depende do estado de autorização a ser veiculada por Lei Complementar (CF, art. 22). Competência comum, União, estados, Distrito Federal e municípios poderão dispor sobre as matérias do art. 23 da Constituição, sendo dependentes de Lei Complementar nacional, que fixará as normas para a cooperação entre aquelas pessoas, tendo por fundamento o equilíbrio do desenvolvimento e do bem estar em âmbito nacional. Competência suplementar destina-se a conferir aos estados a possibilidade de, ao lado da União, legislar também sobre normas gerais atinentes às questões arroladas no art. 24 do texto constitucional. 2.5. Entes Federativos União (CF, arts. 20/24): interesse Geral; Estados federativos (CF, arts. 25/28): interesse Regional; Municipais (CF, arts. 29/31): interesse Local. 3. SEPARAÇÃO DE PODERES A divisão de poderes é um princípio fundamental da Constituição. Consta no seu art. 2º: são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário; exprimem, a um tempo, as funções legislativa, executiva e jurisdicional e indicam os respectivos órgãos, estabelecidos na organização dos poderes. Poder político: pode ser definido como uma energia capaz de coordenar e impor decisões, visando à realização de determinados fins; é superior a todos os outros poderes sociais, os quais reconhece, rege e domina, visando a ordenar as relações entre esses grupos de indivíduos entre si e reciprocamente, de maneira a manter um mínimo de ordem e estimular o máximo de progresso à vista do bem comum; possui três características fundamentais; unidade, indivisibilidade e indelegabilidade. Governo e distinção de funções do poder: Governo é o conjunto de órgãos mediante os quais a vontade do Estado é formulada, expressada e realizada, ou o conjunto de órgãos supremos a quem incumbe o exercício das funções do poder político. São as seguintes essas funções: - a legislativa, que consiste na edição de regras gerais (leis), abstratas, impessoais e inovadoras da ordem pública; - a executiva, que resolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis; - a jurisdicional, que tem por objeto aplicar o direito aos casos concretos, a fim de dirimir conflitos de interesse. Divisão dos poderes: consiste em confiar cada uma das funções governamentais a órgãos diferentes, que tomam os nomes das respectivas funções; fundamenta-se em dois elementos: a especialização funcional e a independência orgânica. Independência e harmonia entre os poderes: a independência dos poderes significa que a investidura e a permanência das pessoas num dos órgãos não dependem da confiança nem da vontade dos outros, de modo que, no exercício das atribuições que lhe sejam próprias, não precisam os titulares consultar os outros nem necessitam de sua autorização, e que, na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observadas apenas as disposições constitucionais e legais. A harmonia entre os poderes verifica-se pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito; a divisão de funções entre os órgãos do poder e a sua independência não são absolutas; há interferências, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade. UNIDADE II INSTITUIÇÕES DE DIREITO: DIREITO CIVIL O Direito Civil regula relações entre particulares, predominando o interesse da ordem privada, portanto, de coordenação, uma vez que não emana do Estado, mas sim da autonomia da vontade das partes, embora o Estado eventualmente intervenha nessas relações jurídicas privadas a fim de manter o seu equilíbrio. O Código Civil de 2002 está fundamentado nos princípios da operabilidade, socialidade e ética. Fato jurídico e fato natural Fato jurídico são os acontecimentos em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas. Fato natural: quando decorrente fenômeno natural, sem intervenção da vontade humana, produzindo efeito jurídico. Fato jurídico stricto sensu ordinário: nascimento, morte, decurso do tempo. Fato jurídico stricto sensu extraordinário: caso fortuito e de força maior (tempestade, raio, terremoto). Fato humano, quando depende da vontade humana, abrangendo tanto atos lícitos como ilícitos, podendo ser voluntário (perdão, negócio jurídico) ou involuntário (ilícito civil). Ato jurídico visa adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir Direitos, é um ato de vontade, ao contrário do fato jurídico, que é resultante de forças naturais. Negócio jurídico decorre da manifestação da vontade, sendo necessário que esteja de acordo com o ordenamento jurídico. Elementos essenciais do negócio jurídico e sua classificação Elementos essenciais do negócio jurídico: “agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei” (art. 104 do Código Civil). Classificação: Gratuitos: quando as partes obtém enriquecimento patrimonial sem contraprestação (ex.: doações) ou Onerosos: se ambos os contratantes auferem vantagens às quais corresponde uma contraprestação (ex.: compra e venda, locação). Classificação do negócio jurídico: Solenes: se obedecerem a forma prescrita em Lei para se aperfeiçoar (ex.: testamento) ou; Não solenes: quando não exigem forma legal para sua efetivação (ex.: compra e venda de bem móvel). Patrimoniais: quando versam sobre questões suscetíveis de aferição econômica ou; Extrapatrimoniais: se atinentes aos Direitos personalíssimos e direito de família. Unilaterais: se a declaração da vontade emana de uma ou mais pessoas, desde que na mesma direção, colimando um mesmo objetivo (ex.: testamento) ou; Bilaterais, quando a declaração de vontade se faz mediante concurso de duas ou mais pessoas, porém em sentido oposto, como nos contratos em geral. Inter vivos, se acarretam consequências jurídicas em vida dos interessados (ex.: compra e venda, doação) ou causa mortis, regulam relações de Direito após a morte do sujeito (ex.: testamento). Principais, quando existem porsi mesmos, independentemente de outro (ex.: locação) ou; Acessórios, se sua existência subordina-se à dos principais (ex.: fiança). Modalidades dos atos jurídicos As modalidades dos atos jurídicos são elementos acidentais do negócio jurídico, uma vez que o ato negocial se perfaz sem eles. Podem ou não ser inseridos no negócio jurídico. A condição (CC, arts. 121 a 130) subordina o efeito do ato jurídico ao implemento de um evento futuro e incerto. Antes de realizada a condição, o ato é ineficaz e nenhum efeito produz. Termo é cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo. Encargo Condição= se; termo= quando. Encargo é a cláusula pela qual se impõe obrigação a quem se faz uma liberalidade, não suspende a aquisição do Direito, é coercitivo e geralmente inserido (ex.: doarei um terreno à municipalidade para nele ser edificado um hospital). Dos defeitos do negócio jurídico Erro; Dolo; Coação; Estado de Perigo; Lesão; Fraude contra credores; Nulidade absoluta e relativa; Simulação. Responsabilidade civil e ato ilícito Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar Direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (CC, art. 186). São elementos constitutivos da responsabilidade civil a existência de um fato lesivo voluntário ou não, a ocorrência de um dano e o nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. A consequência do ato ilícito é o dever de indenizar. Responsabilidade objetiva e subjetiva e outras Responsabilidade objetiva e subjetiva Responsabilidade extracontratual por ato próprio Responsabilidade extracontratual por ato ou fato de terceiro Responsabilidade civil pelo fato da coisa Responsabilidade contratual Responsabilidade penal Reparação do dano: Dano material e moral Perdas e dano Juros legais Excludentes de responsabilidade civil Caso fortuito ou força maior; Legítima defesa; Estado de necessidade; Exercício regular de um direito; Estrito cumprimento de um dever legal; Cláusula de não indenizar; Culpa exclusiva da vítima; Culpa concorrente da vítima; Fato de terceiro. Contratos e princípios contratuais Os requisitos dos contratos são de duas espécies: De ordem geral – capacidade do agente, objeto lícito e a forma prescrita ou não defesa em Lei. De ordem especial – consentimento recíproco ou o acordo de vontades. Princípios contratuais: Autonomia da vontade, consensualismo, obrigatoriedade de convenção, relatividade dos efeitos, boa-fé, limitações à liberdade de contratar e revisão dos contratos. Fases da formação dos contratos: Negociações preliminares. Proposta. Aceitação. Conclusão. Classificação dos contratos: Quanto à natureza da obrigação: Unilaterais; Bilaterias; Sinalagmáticos; Plurilaterias; Onerosos; Gratuitos; Comutativos; Aleatórios; Paritários; Por adesão; Contrato tipo. Quanto à complexidade: Simples; Complexo. Quanto à forma: Consensuais; Solenes. Quanto à denominação Nominados; Inominados. Quanto ao objeto: podem envolver a alienação de bens; transmissão de uso e gozo; prestação de serviços (ex.: empreitada, transporte, mandato). Quanto à perfeição: Preliminar ou pré-contrato, também chamado de pactum de contrahendo, tendo por objeto a celebração de um contrato definitivo; Definitivo; Execução diferida. Quanto ao tempo de execução: Imediatos; Continuado ou de trato sucessivo; No que concerne à pessoa do contratante, podem ser: Pessoais, e; Impessoais. Em relação ao tempo: Prazo determinado; Prazo indeterminado; Reciprocamente considerados: Principais; Acessórios. Pagamento, pagamento indireto e inadimplemento Objeto do pagamento e sua prova. Meios indiretos de pagamento: Pagamento em consignação (CC, arts. 334 a 345). Do Pagamento com sub-rogação (CC, arts. 346 a 351). Da imputação do pagamento (CC, arts. 352 a 355). Dação em pagamento (CC, arts. 356 a 359). Da novação (CC, arts. 360 a 367). Compensação (CC, arts. 368 a 380). Confusão (CC, arts. 381 a 384). Remissão (CC, arts. 385 a 388). Não confundir com remissão, que significa resgate com remição, que é perdão. Do inadimplemento das obrigações (CC, arts. 389 a 420): Da mora (CC, arts. 394 a 401). Espécies de mora: existe a mora do devedor (mora solvendi), e a mora do credor (mora accipiendi ou creditoris). Garantias contratuais Purgação da mora. Ações edilícias: Vício redibitório (CC, arts. 441 a 446). Evicção (CC, arts. 447 a 457). Exceção de Contrato não Cumprido (CC, arts. 476 e 477) – exceptio nom adimpleti contractus. Garantias contratuais Cláusula penal – (CC, arts. 408 a 416). Arras ou sinal (CC, arts. 417 a 420). Extinção dos contratos Extinção dos contratos (CC, arts. 472 a 480): Via normal; Por causas anteriores ou contemporâneas; Causas supervenientes, inexecução voluntária ou involuntári (caso fortuito ou força maior), onerosidade excessiva no seu cumprimento (arts. 478 a 490 do CC), o distrato ou resilição bilateral (arts. 472 e 473 do CC), resilição unilateral, rescisão, morte, falência, implemento de cláusula resolutiva. Confissão de dívida Confissão de dívida é o ato pelo qual alguém reconhece que deve a outra pessoa certa quantia em dinheiro, por instrumento público ou particular. Constitui título executivo extrajudicial, possibilitando a ação de execução. A Súmula 300 do Superior Tribunal de Justiça entende que a confissão de dívida de contrato de abertura de crédito constitui título executivo extrajudicial. Relação de consumo São elementos da relação de consumo o fornecedor, o consumidor, o produto ou serviço e sua destinação. Quando tais elementos estiverem presentes, caracterizar-se-á a relação de consumo. As normas do CODECON são de ordem pública e interesse social, por isso são inderrogáveis. Apenas as relações de consumo estão sujeitas ao CDC, as demais relações contratuais privadas permanecem sob a égide do Direito Civil ou Empresarial. A política nacional das relações de consumo A política nacional das relações de consumo, que é um conjunto de medidas destinadas à proteção do consumidor no mercado de consumo, composta por objetivos, princípios e instrumentos. São objetivos: o atendimento das necessidades do consumidor, o reconhecimento de sua dignidade, a proteção à sua saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida e a transparência das relações de consumo. São princípios: a presunção absoluta da vulnerabildade do consumidor, a proteção ao consumidor, a compatibilização da proteção ao consumidor com o desenvolvimento econômico e tecnológico, a educação e informação de fornecedores e consumidores, criação de meios de controle de qualidade, a coibição dos abusos praticados no mercado de consumo, a melhoria dos serviços públicos e o estudo constante das modificações do mercado de consumo. São instrumentos da política nacional das relações de consumo: a assistência jurídica, a instituição de promotorias especializadas na defesa do consumidor, a criação de delegacias de polícia especializadas, a criação de Juizados Especiais Cíveis e o estímuloà criação de associações de defesa do consumidor. A política nacional das relações de consumo visa implantar a sistematização da defesa do consumidor, propiciando sua efetiva proteção. Diretos básicos do consumidor Saúde e segurança (CDC, arts. 8o a 11o). Informação clara, precisa e ostensiva em língua nacional. Responsabilidade objetiva. Responsabilidade civil por fato e por vício do produto e do serviço. Há duas espécies de vícios do produto (CDC, arts. 18 e 19): vício de qualidade e vício de quantidade. Práticas comerciais A oferta (CDC, arts. 30 a 35). A publicidade (CDC, arts. 36 a 38). Práticas abusivas (CDC, arts. 39 a 41). A cobrança de dívidas (CDC, arts. 42 e 42-A) Bancos de dados e cadastros de consumidores (CDC, arts. 43/45). Proteção contratual As cláusulas contratuais serão interpretadas da maneira mais favorável ao consumidor. O consumidor tem o direito de ter o conhecimento pleno do objeto do contrato a ser celebrado. Cláusulas abusivas (CDC, arts. 51 a 53). Contratos de adesão (CDC, art. 54). O Código ainda prevê sanções administrativas (arts. 55 a 60), dispõe sobre as infrações penais (arts. 61 a 80) e disposições processuais relativas à defesa do consumidor em juízo (arts. 81 a 104). Direito Administrativo É o conjunto de normas e princípios que regem a atuação da administração pública (MEDAUAR, 2009, p. 34). É o ramo do Direito Público que estuda as relações da administração pública com os particulares e de seus órgãos e entidades entre si. Estrutura Administração direta – é constituída pelo conjunto de órgãos integrados na estrutura dos Poderes (não apenas o Poder Executivo, mas também o Legislativo e o Judiciário que compõem o Estado). Ex.: Ministério dos Transportes, Secretaria de Estado da Agricultura, Tribunal de Alçada. Administração indireta – são as entidades dotadas de personalidade jurídica própria, vinculadas a um órgão da administração direta, cuja área de competência lhe for afim. Ex.: Autarquia. Ato administrativo É toda manifestação unilateral de vontade da administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar Direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Requisitos: Competência é do representante do poder público que tem o poder legal para praticá-lo, observados os requisitos materiais, temporais e territoriais; finalidade, o interesse público é o fim perseguido pelo ato administrativo, vinculando a atuação do agente; Atributos do ato administrativo A decisão da administração, para que seja conhecida pelos cidadãos; motivo e a motivação ou exposição de motivos. Atributos do ato administrativo são: Presunção de legalidade, decorrendo da necessária submissão da administração à Lei; Imperatividade, pois implica na coercibilidade para seu cumprimento; Autoexecutoriedade, não necessitando do consentimento de outro poder para ser posto em prática. Atos administrativos vinculados e discricionários Vinculado: é aquele que o Direito positivo confere à administração pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. Neste caso, de poder ou competência vinculada, a administração é obrigada a determinada conduta previamente estabelecida por Lei. Discricionário: é aquele que o Direito concede à administração de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. Contratos administrativos O contrato administrativo típico é um ajuste estabelecido entre a administração pública e um particular, ou mesmo entre outro ente administrativo para a realização de objetivos de interesse público dentro de condições estabelecidas pela própria administração pública em observância estrita aos princípios de Direito público. Espécies: Contrato de colaboração; Contrato de atribuição. Licitação Tipos de Licitação: Concorrência. Tomada de preço. Convite. Concurso. Leilão. Pregão. A Legislação sobre contratos administrativos e licitação: Lei Federal 8.666/93, 8.883/94, 8.987/95, 9.648/98, 9.854/99, 10.520/02 e 12.349/10.
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