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As articulações temporomandibulares são as articulações mais acionadas do nosso corpo, É uma articulação sinovial, condiliana, do tipo gínglimo, com superfícies fibrocartilaginosas e não de cartilagem hialina e possui um disco articular. Compartimentos da articulação temporomandibular A ATM é dividida em um compartimento superior e um inferior, separado pelo dico articular. O compartimento superior é limitado superiormente pela fossa mandibular do osso temporal e inferiormente pelo próprio disco articular. Ele contém 1,2 ml de fluido sinovial, e é responsável pelo movimento de translação da articulação. O compartimento inferior tem o disco articular como uma borda superior e o côndilo da mandíbula como uma borda inferior. Ele é ligeiramente menor, com um volume de fluido sinovial médio de 0,9 ml e permite movimentos rotacionais. Componentes da articulação temporomandibular Fossa mandibular Disco articular Líquido Sinovial Eminência articular do osso temporal Cabeça da mandíbula Cápsula articular Ligamentos Disco articular É uma estrutura com forma ovulada, fina. Situada entre o côndilo da mandíbula e a fossa mandibular. Divide a articulação em parte superior e inferior. Sua face superior é côncavo-convexa para se ajustar ao tubérculo e a fossa da mandíbula e sua face inferior é côncava para se ajustar ao côndilo da mandíbula. É vascularizado e inervado nas áreas periféricas, e na parte central é avascular e aneural. Ele está dividido em 3 porções: Anterior: espessa porção se localiza anteriormente ao processo condilar da mandíbula com a boca fechada; Intermediária: está localizada ao longo do tubérculo articular com a boca fechada Posterior: localizada superiormente ao processo condilar da mandíbula com a boca fecha Zona bi laminar A porção mais posterior da articulação temporomandibular é denominada de zona bilaminar, está formada em um estrato superior, que está sujeito dorsalmente ao processo glenoide, ao conduto auditivo ósseo, à porção cartilaginosa do conduto auditivo e à fáscia da glândula parótida. Já o estrato inferior insere-se na porção posterior do côndilo e é responsável pela estabilização do disco sobre o côndilo. Entre eles encontra-se o plexo vascular da ATM com grande quantidade de vasos, nervos e tecido conjuntivo. Cápsula articular A cápsula articular se origina a partir da borda da fossa mandibular, envolve o tubérculo articular do osso temporal e se insere na mandíbula acima da fóvea pterigoide. É tão solto que a mandíbula pode naturalmente se deslocar anteriormente sem danificar as fibras da cápsula. Superfície interna ou membrana sinovial: recobre o côndilo, a eminência articular e o disco articular. O líquido sinovial confere viscosidade, elasticidade e plasticidade à articulação. As células sinoviais formam o liquido sinovial, que permite a nutrição da cartilagem avascular das superfícies articulares e que tem função de lubrificante para reduzir a fricção. Superfície externa ou fibrosa: formada por tecido conjuntivo denso, fibroso, reforçada na sua superfície lateral, onde se forma o ligamento temporomandibular. A segunda função da cápsula articular é a propriocepção. Ligamento Temporomandibular (lateral): é um ligamento com uma certa espessura na face lateral da cápsula articular e impede o deslocamento lateral e posterior do processo condilar da mandíbula. É composto por duas porções: a parte oblíqua externa e a parte horizontal interna. A parte oblíqua externa é a maior porção, presa ao tubérculo articular, cursa póstero-inferiormente para se fixar em uma região imediatamente inferior ao processo condilar da mandíbula, isso limita a abertura da mandíbula. A parte horizontal interna é a menor porção, está presa ao tubérculo articular cursando horizontalmente para se fixar à parte lateral do processo condilar da mandíbula e disco articular, isso limita o movimento posterior do disco articular e do processo condilar. Ligamento Esfeno mandibular: estende-se da espinha do osso esfenoide até a língua da mandíbula. Pode ajudar atuando como eixo da relação à mandíbula através da manutenção da mesma quantidade de tensão durante a abertura e fechamento da boca. Ligamento Estilo mandibular: é um ligamento acessório, composto por um espessamento da fáscia cervical profunda. Estende-se do processo estiloide para a margem posterior do ângulo e ramo da mandíbula. Tem uma função de ajudar a limitar a protusão anterior da mandíbula. Inervação Nervos: trigêmeo, nervo auriculotemporal, nervo massetérico e temporal profundo posterior. O nervo mandibular (V3) fornece o suprimento nervoso principal da ATM. A inervação adicional vem do nervo massetérico e nervos temporais profundos. Fibras parassimpáticas do gânglio ótico estimulam a produção sinovial. Neurônios simpáticos do gânglio cervical superior atingem a articulação ao longo dos vasos e desempenham um papel na recepção da dor e o acompanham o volume de sangue. Suprimento vascular Artérias: temporal superficial, auricular posterior, artéria facial, timpânica anterior e faríngea ascendente, que são ramos da artéria carótida externa. A suplementação da ATM é dada por três artérias principais. A alimentação principal vem da artéria auricular posterior (a partir da artéria maxilar) e da artéria temporal superficial (um ramo terminal da artéria carótida externa). Além disso, uma parte da suplementação da articulação é fornecida pela artéria timpânica anterior (também um ramo da artéria maxilar). Já os drenos de sangue venoso, são feitos por meio da veia temporal superficial e a veia maxilar. Músculos A ATM se relaciona com alguns músculos, que tem função de elevação, protusão, desvio e outros. Estão nesse grupo: Pterigoideo Lateral: É um músculo da mastigação muito importante na ATM. Feixe superior: Origem: asa maior do esfenoide. Inserção: cápsula articular. Feixe inferior Origem: face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide do osso esfenoide. Inserção: fóvea pterigoidea da mandíbula. Função: elevação, protrusão e desvio lateral. Pterigoideo Medial: Origem: asa interna do processo pterigoideo. Inserção: ângulo interno da mandíbula, medialmente a inserção do masseter. Função: elevação e desvio lateral (unilateral) Temporal: Origem: fossa temporal e superfície lateral do crânio. Inserção: processo coronoide e borda anterior da mandíbula. Função: elevação da mandíbula. Masseter: Origem: arco zigomático. Inserção: ângulo da mandíbula. Função: elevação da mandíbula. Posturas da ATM e da mandíbula Relação cêntrica: côndilo-disco está mais superior e anterior na fossa mandibular Máxima intercuspidação habitual: dentes superiores contatam os inferiores Repouso: dentes não estão em oclusão Rotação: côndilos giram no seu longo eixo Translação: côndilo caminha anteriormente Abaixamento: abertura da boca Protrusão e retrusão: boca para frente e para trás. Movimentos 1. Depressão mandibular (abertura da boca) e elevação mandibular (fechamento da boca): Na depressão o côndilo gira em relação ao disco e o disco gira em relação à eminência. No final do movimento ocorre uma translação do côndilo e do disco juntos ao longo da eminência o que resulta numa abertura posterior no compartimento superior. Já na elevação da mandíbula ocorre o inverso, primeiro há translação posterior seguida pelo giro do côndilo posteriormente sobre o disco. 2. Protrusão mandibular (projeção do queixo para frente) e retrusão mandibular (deslizamento dos dentes para trás): Durante a protrusão e retrusão o movimento é de translação e ocorre na articulação superior. O côndilo e o disco conjuntamente translacionam anterior e inferiormente ao longo da eminência articular na protração e posterior e superiormente na retração. 3. Desvio lateral da mandíbula (deslizamento dos dentes para ambos os lados). No desvio lateral a mandíbula desloca-se em torno de um eixo vertical onde um côndilo gira e o outro translaciona para frente. Os movimentos mandibulares são criados por combinaçõesde rotação e deslizamento nas articulações superiores e inferiores. Sendo controlados pela delicada interação de muitos músculos.
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