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UNIVERSIDADE SALVADOR DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ESTUDO DA BACIA DO RIO DO OURO SUB BACIA 02 LUARA OKUYAMA MÔNICA BRITO RENAN OLIVEIRA SALVADOR/BA 2016 LUARA OKUYAMA MÔNICA BRITO RENAN OLIVEIRA ESTUDO DA BACIA DO RIO DO OURO SUB BACIA 02 Estudo de balanço hídrico de bacia hidrográfica apresentada à Universidade Salvador como critério de avaliação da disciplina Hidrologia ministrada pelo professor Jorge Eurico Matos no curso de Engenharia Civil. SALVADOR/BA 2016 Sumário RESUMO ........................................................................................................................................ 4 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4 1 PREENCHIMENTO DE FALHAS ............................................................................................... 6 1.1 Estações Pluviométricas ................................................................................................ 6 1.2 Estação Fluviométrica ................................................................................................... 8 1.3 Verificação da Homogeneidade dos dados. .................................................................. 9 2 ISOIETAS .............................................................................................................................. 11 3 POLÍGONOS DE THIESSEN ................................................................................................... 13 4 PRECIPITAÇÃO MÉDIA E VAZÕES MÉDIAS ........................................................................... 15 4.1 Média aritmética ......................................................................................................... 15 4.2 Isoietas ........................................................................................................................ 15 4.3 Polígonos de Thiessen ................................................................................................. 16 5 CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA BACIA ...................................................................... 17 5.1 Índice de compacidade ............................................................................................... 17 5.2 Fator de Forma ............................................................................................................ 17 5.3 Densidade de Drenagem ............................................................................................. 18 5.4 Retângulo Equivalente ................................................................................................ 18 6 PREENCHIMENTO DE DESCARGAS MENSAIS ...................................................................... 19 7 EVAPOTRANSPIRAÇÃO ........................................................................................................ 20 8 BALANÇO HÍDRICO .............................................................................................................. 22 9 PRECIPITAÇÃO ANUAL X RUNOFF ANUAL - QUAL A QUALIDADE DESSA CORRELAÇÃO? ... 23 10 POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DE BARRAGENS .............................................................. 25 11 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 26 12 ANEXOS ........................................................................................................................... 27 12.1 Precipitações Anuais ................................................................................................... 27 12.2 Intensidade Pluviométrica Anual ................................................................................ 28 12.3 Vazões Mensais e Anuais ............................................................................................ 28 12.4 Descargas Mensais e Anuais ....................................................................................... 30 12.5 Planta de Localização .................................................................................................. 31 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 32 4 RESUMO O balanço hídrico em bacias hidrográficas é de extrema importância porque possibilita analisar a disponibilidade dos recursos hídricos ali presente. Assim, o objetivo do presente trabalho é verificar a viabilidade de construção de duas barragens para regularizar selecionadas vazões, e mais especificamente, verificar a disponibilidade dos recursos hídricos da sub bacia 02, pertencente a Bacia Hidrográfica do Rio do Ouro. Os resultados demonstram a concentração de água nesta sub bacia, bem como todas as características fisiográficas, comprovada por cálculos e gráficos, importantes para se analisar a viabilidade de implantação de barragens. O estudo mostra a variação da evapotranspiração na bacia no período compreendido entre os anos de 1941 a 1950, indicando uma certa uniformidade em relação aos anos quanto a demanda de evapotranspiração e precipitação, exceto nos anos de 1947 a 1949 que foram os anos em que a evapotranspiração foi maior. O valor médio encontrado de precipitação foi de 923mm/ano e 7,26 m³/s/ano de vazão. Pôde-se ainda concluir que boa parte da chuva precipitada é evapotranspirada. Ao final do estudo, chegou-se a uma conclusão baseada nos princípios hidrológicos sobre a viabilidade de construção de barragens na seção de controle da Bacia Rio D’ouro. INTRODUÇÃO O estudo hidrológico tem a finalidade de avaliar a disponibilidade hídrica de uma região, principalmente para o seu manejo e processos de planejamento. Além disso, esse estudo também tem por objetivo aplicações em engenharia, bem como uma gestão adequada da utilização dos recursos hídricos, de modo a possibilitar o seu uso de forma racional e otimizado, por intermédio da equação geral de balanço hídrico. O balanço hídrico pode ser realizado para um trecho de rio, uma camada de solo ou uma bacia hidrográfica, sendo esta, a referência do presente trabalho. Esse balanço deve levar em consideração fatores como precipitação, evapotranspiração, condições e uso do solo, condições climáticas, infiltração, escoamento superficial, em síntese, todas as características da bacia, para que 5 assim se desenvolva um estudo específico, com todos os elementos necessários para execução de tal estudo. O presente estudo de balanço hídrico elaborado em intervalos de tempo anuais foi realizado para analisar a disponibilidade dos recursos hídricos da sub bacia 02 localizada na bacia Rio do Ouro. Com isto, analisou-se os dados de precipitação e vazão registrados pelas estações pluviométricas e fluviométricas pertencentes ou próximas à bacia, realizando o preenchimento de falhas através dos métodos indicados em bibliografia, principalmente por regressão linear, análise de consistência dos dados e verificação da precipitação média da bacia, por meio dos métodos de Thiessen, isoietas e médias aritméticas. Analisou-se também as características fisiográficas da bacia, evapotranspiração anual, balanço hídrico anual e escoamento superficial. Com os resultados dessas análises, pôde-se determinar a concentração de água nesta sub bacia e discutir a viabilidade de implantação de barragensna bacia Rio do Ouro. Desta forma, percebeu-se a real importância do estudo da hidrologia e da verificação do funcionamento de um ciclo hidrológico, além de analisar possíveis desastres ambientais em determinadas regiões e o real auxílio na engenharia civil para o remanejamento de água e execução de obras. Figura 1 – Sub Bacia 02 6 1 PREENCHIMENTO DE FALHAS As observações pluviométricas em qualquer lugar do mundo apresentam falhas nos seus registros por diversos fatores como erros de operação dos equipamentos, mudanças climáticas, ocorrências sísmicas e desta forma se faz necessário o preenchimento destas falhas através de métodos matemáticos que podem ser médias aritmética, ponderada e regressão linear. Para a sub bacia em questão, o método de médias ponderadas não pôde ser utilizado devido a necessidade de pelo menos três postos pluviométricos para estimar a precipitação de um quarto posto. Sendo assim, utilizou-se em maior parte a regressão linear dos dados e médias aritméticas da precipitação anual de um posto e também a média aritmética de postos próximos. 1.1 Estações Pluviométricas É importante salientar que dos postos selecionados para o estudo desta sub bacia, somente o posto número 3 está contido na mesma. Os outros postos estão localizados nas proximidades do perímetro externo da bacia e foram utilizados como dados de recobrimento para estimar a precipitação. Os dados anuais da estação nº 3 foram corrigidos através do quadro de precipitações mensais do período de 1941 a 1952, afim de assegurar uma maior consistência dos dados na única estação contida na bacia. ESTAÇÃO NÚMERO 3: TAMBAQUI PRECIPITAÇÕES MENSAIS Ano Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Total Anual 1941-42 6 85 10 37 41 159 184 74 38 10 54 96 794,00 1942-43 121 49 102 127 43 47 77 71 39 100 27 89 892,00 1943-44 66 21 57 43,28 42 26 117 109 53 24 24 61 643,28 1944-45 42 41 30 39 80,38 24 7 26 54 25 19 4 391,38 1945-46 32 33 101 16 7 32 106 78 9 14,15 13,24 37 478,39 1946-47 19 8 31 23 74 47 32 48 7 8 21 110 428,00 1947-48 37 38 79 75 18 11 20 42 3 4 7 4 338,00 1948-49 6 6,85 24 8 62,56 5 4 53 22 7 14 45 257,41 1949-50 3 16 16 8 23 3 18 22 10 5 6,17 7 137,17 1950-51 2 14 26 17 27 32 24 32 13 15,96 12,32 86 301,28 1951-52 39 121 75 66 57 99 91 88 62 55 32 18 803,00 1952-53 50 14 65 30 42 44,09 58 18 98 12 20,88 17 468,98 Quadro 1- Precipitações mensais. 7 O preenchimento de falhas foi elaborado na sua maior parte através de regressão linear com dados de postos próximos. Em alguns casos, houve a necessidade de fazer ajustes dos valores de precipitação através de média aritmética, pois não estavam coerentes com a série. ESTAÇÃO 3 41 42 51 79 80 81 345 346 347 350 MÉDIA ANUAL Ano 1940-41 657 1012 951 1036 1018 814 905 1173 897 901 978 958 1941-42 794 1019 1119 1036 1018 814 905 1173 872 890 874 977 1942-43 892 1011 945 1036 1018 814 905 878 897 845 893 935 1943-44 643 1011 1081 1159 1018 814 905 1184 897 845 893 970 1944-45 391 685 699 816 785 594 686 1184 897 845 893 799 1945-46 478 1376 1190 1257 1573 1339 1425 1184 897 845 893 1077 1946-47 428 1010 939 1031 801 609 701 1545 1455 1095 1191 1055 1947-48 338 886 939 1031 737 548 641 1762 1790 1246 1370 1122 1948-49 257 1017 940 1032 652 468 561 1167 872 833 880 850 1949-50 137 1015 939 1031 481 305 400 1059 705 758 790 768 1950-51 301 879 939 1031 965 764 855 1381 1203 982 1056 971 1951-52 803 1023 939 1031 1023 819 909 1350 1154 960 1030 1035 1952-53 469 832 730 661 513 335 430 1083 742 775 810 735 1953-54 637 849 749 694 410 238 334 1205 931 860 911 805 1954-55 674 1021 937 1028 1045 847 873 1231 971 878 932 969 1955-56 668 1100 1023 1181 1148 938 1021 1115 791 797 836 962 1956-57 512 689 764 713 728 538 651 651 1102 930 515 734 1957-58 303 966 856 726 882 727 801 287 373 664 683 638 1958-59 905 1090 1326 1039 1211 965 1131 1258 1221 976 1160 1132 1959-60 656 1021 1244 1473 1590 1241 1300 1804 1190 912 1089 1220 1960-61 656 1175 937 1269 1351 1053 1066 1738 673 814 860 1053 1961-62 656 1149 817 1179 1154 955 1074 1285 716 758 852 952 1962-63 828 954 823 1339 1403 1088 1292 1488 793 724 861 1024 1963-64 1020 1317 1018 1315 1406 1106 1198 1433 643 813 760 1081 1964-65 700 637 605 816 1007 807 901 909 371 602 598 694 1965-66 1298 1490 1235 1458 1540 1432 1449 1362 775 1056 1226 1271 1966-67 684 692 748 720 877 691 787 730 624 621 632 703 1967-68 664 905 755 766 902 765 864 817 694 705 749 773 1968-69 1227 1629 1447 1380 1348 1239 1313 1111 1151 1009 1172 1275 1969-70 1034 890 883 801 944 757 856 637 599 505 470 751 SOMA 19710 30350 28516 31085 30551 24424 27138 35182 26897 25444 26859 28288 MÉDIA 657 1012 951 1036 1018 814 905 1173 897 848 895 943 MÁXIMO 1298 1629 1447 1473 1590 1432 1449 1804 1790 1246 1370 1275 MÍNIMO 137 637 605 661 410 238 334 287 371 505 470 638 NÚMERO DE DADOS 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 Quadro 2 - Preenchimento de falhas dos postos utilizados. 8 PREENCHIMENTO DE FALHA POR MÉDIA ARITMÉTICA DO POSTO PREENCHIMENTO DE FALHA POR REGRESSÃO LINEAR CORREÇÃO DE PRECIPITAÇÃO ATRAVÉS DE MÉDIA DOS POSTOS VIZINHOS POSTOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO ESTUDO POSTOS UTILIZADOS PARA AUXÍLIO DE PREENCHIMENTO DE FALHAS Os postos utilizados neste estudo serão 3, 41, 42, 51, 79, 345, 346, 347 e 350. Os postos 80 e 81 foram utilizados para preenchimento das falhas do posto 79. 1.2 Estação Fluviométrica Para o preenchimento de falhas da estação fluviométrica, inicialmente pensou- se em utilizar uma relação múltipla entre áreas de drenagem, porém, seriam necessários pelo menos dois postos na mesma bacia, onde um estaria fornecendo dados para auxiliar o preenchimento do segundo. Como na bacia estudada existe somente um posto próximo ao exutório, este método foi descartado. Posteriormente pensou-se em utilizar uma correlação múltipla, além de postos da mesma bacia, pensou-se ainda usar dados de outras bacias próximas. Este método também foi descartado por conta principalmente da distância superior a vinte quilômetros entre os postos mais próximos. Desta forma, aplicou-se o método de regressão linear para preenchimento de dados de vazão. Para a precipitação o preenchimento baseou-se em relação aos dados da estação pluviométrica E-3 conforme verificado nos quadros abaixo: Estação E-1 Rio do Ouro Vazões em m3/s Ano Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1941-42 1,53 2,66 4,20 8,87 15,90 32,25 2,66 26,47 1,98 1,31 1,59 1,47 1942-43 1,55 2,34 4,21 8,43 15,90 30,42 3,21 28,16 2,00 1,33 1,74 1,61 1943-44 1,58 2,03 4,25 7,65 15,90 28,44 4,63 30,31 2,11 1,40 1,92 1,74 1944-45 1,63 1,72 4,53 6,22 15,73 26,28 8,32 33,04 2,81 1,66 2,12 1,87 1945-46 1,68 1,41 6,36 3,63 1,59 23,94 17,90 36,50 7,18 2,50 2,34 1,99 1946-47 2,21 3,46 3,34 3,14 53,49 56,38 22,75 7,29 3,51 2,52 2,52 2,52 1947-48 2,56 2,44 3,60 21,71 12,24 3,88 2,97 5,53 2,32 1,84 1,70 1,56 1948-49 1,33 1,25 1,45 1,49 1,57 1,60 1,49 1,92 1,92 1,24 1,09 1,06 1949-50 0,91 1,41 1,89 1,49 1,59 1,36 1,50 1,29 1,12 0,69 0,62 0,37 1950-51 1,39 1,97 6,56 6,65 24,23 25,43 5,32 14,06 4,59 2,82 2,27 2,25 Quadro 3 - Preenchimento de falhas de dados fluviométricos. 9 Estação Tambaqui (E-1) Aportações específicas em mm Ano Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1941-42 15,54 9,03 30,67 120,03 165,02 664,00 114,89 152,13 4,93 68,28 22,87 7,61 1942-43 32,57 11,67 36,18 236,63 123,37 286,55 100,30 115,15 12,60 122,50 19,92 14,22 1943-44 21,15 12,69 27,00 76,60 120,39 134,12 141,99 197,81 7,93 30,92 18,16 11,61 1944-45 16,16 11,96 21,49 68,42 234,56 13,9927,33 17,28 7,59 35,09 15,21 6,30 1945-46 10,77 9,04 40,77 23,27 10,19 153,45 114,73 169,36 46,02 16,02 15,00 12,76 1946-47 14,77 22,18 21,41 20,13 342,86 361,38 145,82 46,66 22,50 16,02 16,15 16,15 1947-48 16,41 15,64 23,08 139,16 73,46 24,82 19,04 35,77 14,87 11,79 10,90 10,00 1948-49 8,52 8,01 9,29 9,53 10,06 10,26 9,55 12,31 12,31 7,95 6,99 6,79 1949-50 5,83 9,04 12,11 9,53 10,19 8,72 9,61 8,27 7,18 4,42 3,97 2,37 1950-51 8,91 12,63 42,05 42,62 155,31 163,00 34,10 90,12 29,42 18,08 14,55 14,42 Quadro 4 – Preenchimento de dados de pluviometria da estação E-1. 1.3 Verificação da Homogeneidade dos dados. Após o preenchimento de falhas de precipitação e vazão da bacia, verificou-se a necessidade de analisar a consistência dos dados obtidos dentro de uma visão regional, ou seja, comprovar a homogeneidade entre os mesmos em relação a postos vizinhos de referência. Para isso, utilizou-se do método de dupla massa que consiste em construir um gráfico cartesiano com uma cura dupla acumulativa, relacionando os totais mensais acumulados de um posto com as médias acumuladas dos totais mensais dos postos de referência da região. Se após a elaboração do gráfico os valores os valores se alinharem segundo uma única reta, sem variar a sua inclinação, a consistência dos dados é garantida. Como a inclinação da reta determina a homogeneidade dos dados, há a possibilidade de correção dos mesmos através da seguinte equação: 𝑃𝑎 = 𝑃𝑜 𝑀𝑎 𝑀𝑜 Onde: Po = Dados a corrigir; Ma = Coeficiente angular da reta no período mais recente Mo = Coeficiente angular da reta no período anterior a sua inclinação. 10 Analisou-se então para a precipitação da estação fluviométrica E-3 Tambaqui, localizada no exutório da sub bacia 02 a consistência dos dados baseada nos dados das estações E-59 Nogueiras, E-75 Salvador e E-29 Trilho. Ano Média (mm) Precipitação Estação 3 (mm) Média Acumulada (mm) Precipitação Acumulada (mm) 1941-42 620,50 794,00 620,50 794,00 1942-43 593,00 892,00 1213,50 1686,00 1943-44 474,07 643,28 1687,57 2329,28 1944-45 426,85 391,38 2114,42 2720,66 1945-46 600,85 478,39 2715,26 3199,05 1946-47 718,75 428,00 3434,01 3627,05 1947-48 463,50 338,00 3897,51 3965,05 1948-49 436,35 257,41 4333,87 4222,46 1949-50 251,29 137,17 4585,16 4359,63 1950-51 659,82 301,28 5244,98 4660,91 1951-52 809,50 803,00 6054,48 5463,91 1952-53 461,74 468,97 6516,22 5932,88 Quadro 5 – Cálculo da precipitação acumulada. Obtendo-se o seguinte gráfico de análise de homogeneidade entre os dados: Gráfico 1– Precipitação e a correlação dos dados. Tendo um coeficiente r² = 0,98 indicando uma correlação muito forte entre os dados. Para as vazões registradas na estação E-1, utilizou-se do mesmo método de verificação de consistência. Os dados utilizados podem ser verificados no quadro abaixo: y = 0,7853x + 804,04 R² = 0,9789 0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 7000,00 0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 7000,00 Curva de Dupla Massa - Precipitação 11 Ano Vazões Médias (m³/s) Vazões E-1 (m³/s) Vazões Médias Acumuladas Vazões E-1 Acumuladas 1941-42 264,53 100,89 264,53 100,89 1942-43 281,23 100,91 545,77 201,80 1943-44 163,00 101,96 708,77 303,75 1944-45 136,37 105,90 845,13 409,66 1945-46 445,23 107,02 1290,37 516,68 1946-47 544,53 163,13 1834,90 679,81 1947-48 395,53 62,35 2230,43 742,16 1948-49 122,60 17,41 2353,03 759,57 1949-50 138,73 14,24 2491,77 773,81 1950-51 526,00 97,54 3017,77 871,35 Quadro 6 - Cálculo das vazões acumuladas. Após a elaboração do gráfico dos dados obteve-se o seguinte resultado: Gráfico 2 - Vazões e correlação dos dados. Com um valor r² = 0,96 indicando correlação muito forte, garantindo a consistência dos dados estimados. 2 ISOIETAS São curvas que representam pontos de igual pluviosidade. Para determinar as isoietas desta bacia, calculou-se as precipitações médias de cada estação, conforme quadro abaixo: 3 41 42 51 79 345 346 347 350 Soma (mm) 19710 30350 28516 31085 30551 35182 26897 25444 26859 Média (mm) 657 1012 951 1036 1018 1173 897 848 895 Máximo (mm) 1298 1629 1447 1473 1590 1804 1790 1246 1370 Mínimo (mm) 137 637 605 661 410 287 371 505 470 Número de dados (und) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 Quadro 7 – Valores totais médios, máximos e mínimos de precipitações. y = 0,277x + 104,25 R² = 0,9587 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1000,00 0,00 500,00 1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 3000,00 3500,00 Curva de Dupla Massa - Vazões 12 A partir das precipitações médias obteve-se a exata posição de cada isoieta através da interpolação de dados. Optou-se por um intervalo de 100mm entre as isoietas, o quadro abaixo mostra a exata posição onde cada isoieta está localizada. INTERPOLAÇÃO MÉDIAS DISTÂNCIA DELTA MP 700 800 900 1000 1100 EST. 1 EST. 2 MP1 MP2 3 41 657 1012 16,80 354,68 2,04 6,77 11,51 16,25 3 345 657 1173 29,08 515,74 2,42 8,06 13,70 19,34 3 79 657 1018 28,20 361,35 3,36 11,16 18,96 26,77 11 345 649 1173 26,12 523,74 2,54 7,53 12,52 17,51 22,49 3 51 657 1036 22,73 379,18 2,58 8,57 14,57 20,56 350 345 895 1173 10,37 277,44 7,65 80 345 814 1173 14,19 358,59 11,31 79 345 1018 1173 12,89 154,39 6,82 Quadro 8 – Interpolação de dados para exata posição das isoietas. Pode-se perceber, por exemplo, que a isoieta de 700mm está 2,04 Km distante do posto número 3 em uma linha reta de 16,80km até o posto 41. O resultado final pode-se observar através da imagem abaixo, elaborada com auxílio do software AutoCAD: Figura 2- Traçado das isoietas no AutoCAD. 13 3 POLÍGONOS DE THIESSEN Polígonos de Thiessen são áreas que estão sobre o domínio de uma determinada estação pluviométrica, considerando-se assim que nesta área a altura pluviométrica é igual a estação em questão. Para determinar os polígonos de Thiessen desta bacia, ligou-se os pontos pluviométricos através de segmentos de retas até a completa triangulação da área. Foram considerados os seguintes postos para a construção dos triângulos de Thiessen e assim ser possível achar as áreas de influência: 3, 11, 41, 79, 80, 345, 346, 348 e 350. Após a triangulação, traçou-se a mediatriz dos segmentos de reta, separando assim as “áreas de domínio” ou área de influência dos postos, conforme imagem abaixo. Figura 3 – Traçado das mediatrizes dos triângulos de Thiessen. 14 Desconsiderou-se as áreas do polígono que estão externas a bacia. Obtendo-se finalmente o polígono da bacia conforme imagem abaixo: Figura 4 – Áreas de influência dos triângulos de Thiessen. Áreas (Km²) 109,25 18,71 7,71 108,03 15,90 131,09 70,03 12,59 15 4 PRECIPITAÇÃO MÉDIA E VAZÕES MÉDIAS 4.1 Média aritmética Consiste na soma das precipitações médias anuais dos postos considerados neste estudo divido pela quantidade de postos, conforme equação abaixo: ℎ̅ = ∑ ℎ𝑖𝑛𝑖=1 𝑛 Em que: ℎ̅ é a chuva média na bacia; ℎ𝑖 é a altura pluviométrica registrada em cada posto; Têm-se então que ℎ = 645+1012+951+1036+1018+1173+897+848+895 9 = 942𝑚𝑚 4.2 Isoietas A precipitação média da bacia é obtida através da seguinte equação: �̅� = ∑ �̅�𝑖. 𝐴1 𝑛 𝑖=1 𝐴 Em que: �̅� é a precipitação média na bacia (mm); �̅�𝑖 é a média aritmética das duas isoietas seguidas i e i+1; 𝐴𝑖 é a área da bacia compreendida entreas duas respectivas isoietas (km²); 𝐴 é a área total da bacia (km²) O quadro abaixo mostra o cálculo da precipitação média da bacia através do método das isoietas: DADOS ISOIETA(mm) ISOIETA(mm) MÉDIA (mm) ÁREA (Km²) MÉDIA x ÁREA (mm/Km²) 600 700 650 33,96 22074 700 800 750 63,61 47707,5 800 900 850 91,38 77673 900 1000 950 111,84 106248 1000 1100 1050 124,85 131092,5 1100 1200 1150 47,67 54820,5 TOTAL 473,31 439615,5 Quadro 9 – Cálculo do somatório das médias x áreas e das áreas. 16 PRECIPITAÇÃO MÉDIA POR ISOIETAS ∑ MÉDIA x ÁREA (mm/Km²) 439615,50 ÁREA TOTAL DA BACIA (Km²) 473,31 PRECIPITAÇÃO MÉDIA DA BACIA (mm) 928,81 Quadro 10 - Cálculo da precipitação média pelo método das isoietas. 4.3 Polígonos de Thiessen A precipitação média da bacia pode também ser obtida pelos polígonos de Thiessen, através da seguinte equação: �̅� = ∑ 𝑃𝑖. 𝐴1 𝑛 𝑖=1 𝐴 Em que: �̅� é a precipitação média na bacia (mm); 𝑃𝑖 é a precipitação no posto i (mm); 𝐴𝑖 é a área do respectivo polígono, dento da bacia (km²); 𝐴 é a área total da bacia (km²) O quadro abaixo mostra o cálculo da precipitação média da bacia através dos polígonos de Thiessen. POSTO PRECIPITAÇÃO (mm) ÁREA EQUIVALENTE (Km²) PREC x ÁREA (mm x Km²) 3 645 109,25 70465,35 41 1012 108,03 109328,28 79 1018 15,90 16183,25 350 895 12,59 11263,84 345 1173 70,03 82145,19 346 897 131,09 117587,73 348 653 7,71 5036,92 11 639 18,71 11955,69 TOTAL 6932 473,31 423966,25 PRECIPITAÇÃO MÉDIA (mm) 895,75 Quadro 11 - Cálculo da precipitação média pelo método dos polígonos de Thiessen. 17 5 CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA BACIA 5.1 Índice de compacidade Relação entre o perímetro da bacia e a sua área. É um índice adimensional que varia de acordo com a forma da bacia, quanto mais irregular a bacia for, maior será este índice e quanto mais próximo do valor 1 mais circular será a bacia. Sendo: Kc = 0,28 × P √A Onde: 1,00 < Kc < 1,25 – Bacia com alta propensão a grandes enchentes; 1,25 < Kc < 1,50 – Bacia com tendência mediana a grandes enchentes; Kc > 1,50 – Bacia não sujeita a grandes enchentes. Kc = 0,28 × 119,71 √473,31 = 1,54 Logo, a bacia não é sujeita a grandes enchentes. 5.2 Fator de Forma Relação entre a largura média e comprimento axial da bacia. Este índice dá uma estimativa do quanto a bacia é alongada, quanto maior for o Kf, menos alongada será a bacia. Kf = A L2 Onde: 1,00 < Kf < 0,75 – Sujeito a enchentes; 0,75 < Kf < 0,50 – Tendência mediana; Kf < 0,50 – Não sujeito a enchentes. 𝐾𝑓 = 473,31 𝑘𝑚² (40)2 𝑘𝑚 = 0,3 Novamente, a bacia apresenta uma tendência a não estar sujeita a enchentes. 18 5.3 Densidade de Drenagem É a relação entre a extensão total dos cursos d’água e a área da bacia. Dd = Ltotal A Onde: Drenagem pobre: Dd < 0,5 Km/Km²; Drenagem regular: 0,5 < Dd < 1,5 Km/Km²; Drenagem boa: 1,5 < Dd < 2,5 Km/Km²; Drenagem muito boa: 2,5 < Dd < 3,5 Km/Km²; Excepcionalmente bem drenadas: Dd > 3,5km/Km². 𝐷𝑑 = 84,78 𝑘𝑚 473,31 𝑘𝑚² = 0,18 𝑘𝑚 𝑘𝑚2111 Pelos resultados, pode-se perceber que a bacia em questão apresenta drenagem pobre. 5.4 Retângulo Equivalente Figura 5 – Retângulo de área equivalente a área da bacia em questão. (473,31 Km²) 19 6 PREENCHIMENTO DE DESCARGAS MENSAIS Assim como na análise de preenchimento de falhas de precipitação e vazão, também se utilizou do método de regressão linear para o preenchimento dos dados de descargas mensais na bacia, conforme quadro abaixo: ESTAÇÃO TAMBAQUI (E-1) APORTAÇÕES EM Hm³ Ano Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1941-42 3,74 4,63 14,17 13,15 59,13 17,50 1,15 33,49 4,59 4,57 2,74 2,78 1942-43 6,15 8,21 13,09 84,33 37,38 28,29 4,46 22,98 5,16 5,32 5,66 3,96 1943-44 4,27 5,25 11,13 19,84 41,77 77,56 11,08 45,02 5,03 3,63 5,16 4,63 1944-45 4,27 4,52 11,90 16,35 41,33 69,06 21,78 51,61 7,69 4,35 5,53 4,95 1945-46 4,42 3,71 16,71 9,54 4,18 62,91 47,04 69,64 18,87 6,57 6,15 5,23 1946-47 5,81 9,09 8,78 8,25 140,57 148,17 59,79 19,13 9,22 6,62 6,62 6,62 1947-48 6,73 6,41 9,46 57,05 32,17 10,20 7,31 14,66 6,10 4,84 4,47 4,10 1948-49 3,50 3,29 3,81 3,92 4,13 4,20 3,92 5,05 5,05 3,26 2,36 2,79 1949-50 2,39 3,71 4,97 3,92 4,18 3,57 3,94 3,39 2,94 1,81 1,63 0,97 1950-51 3,65 5,18 17,24 17,48 63,68 66,83 13,98 36,95 12,06 7,41 5,97 5,91 Quadro 12 – Dados de descargas mensais por ano. Verificou-se também a homogeneidade dos dados através do método da dupla massa para garantir a consistência dos mesmos. Comparando os valores sazonais com a estações de referência E5, E6 e E7, conforme quadro abaixo: Ano Desc. Médias Bacia (Hm³) Estação Tambaqui (Hm³) Desc. Acumuladas (Hm³) E1 - Acumulado (Hm³) 1941-42 695,02 161,65 695,02 161,65 1942-43 739,08 224,99 1434,10 386,63 1943-44 421,68 234,38 1855,78 621,02 1944-45 358,69 243,34 2214,48 864,36 1945-46 1153,51 254,97 3367,99 1119,33 1946-47 1413,05 428,67 4781,04 1548,00 1947-48 1022,32 163,50 5803,36 1711,50 1948-49 321,86 45,28 6125,22 1756,78 1949-50 362,58 37,42 6487,80 1794,20 1950-51 1381,97 256,34 7869,77 2050,54 Quadro 13 - Cálculo das descargas acumuladas. Obtendo a seguinte correlação entre os dados da estação localizada no exutório da bacia nº e as estações de referência: 20 Gráfico 3 - Aportações e correlação dos dados. Obtendo-se o valor de correlação r² = 0,97 indicando uma correlação muito forte entre os dados e garantindo a consistência do preenchimento de descargas. 7 EVAPOTRANSPIRAÇÃO A evapotranspiração é o processo de retorno da água precipitada à atmosfera em forma de vapor, através da evaporação de superfícies líquidas ou umidade do solo e transpiração de vegetação. A evapotranspiração neste estudo foi determinada através da equação: 𝐸𝑇 (𝐸𝑣𝑎𝑝𝑜𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎çã𝑜) = 𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 Para isto, após o preenchimento de falhas por regressão linear das vazões mensais registradas na estação fluviométrica mostrada no item 1.2, elaborou-se um quadro relacionando as precipitações médias anuais da bacia com estas vazões e consequentemente calcular a evapotranspiração da bacia no período equivalente. Foi necessário achar o volume de água equivalente a vazão observada no período anual através da equação: 𝑄𝐿(𝑚𝑚) = 𝑄( 𝑚3 𝑠 ) 𝐴(𝑘𝑚2) × 106 ×86400 ×365 ×1000 y = 0,2637x + 129,73 R² = 0,9687 0,00 500,00 1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 7000,00 8000,00 9000,00 Curva de dupla massa - Aportações (Hm³) 21 Ano P (mm) Q (m³/s) QL (mm) P/Pmed Q/Qmed ETP(mm) Q/P Pac (mm) Qac (mm) Qac/Pac C/Cmed 1941-42 956,71 8,41 560,16 1,01 1,16 396,54 0,59 956,71 560,16 0,59 1,01 1942-43 977,09 8,41 560,28 1,03 1,16 416,81 0,57 1933,80 1120,45 0,58 1,00 1943-44 935,14 8,50 566,11 0,99 1,17 369,02 0,61 2868,94 1686,56 0,59 1,02 1944-45 965,47 8,83 588,02 1,02 1,22 377,45 0,61 3834,41 2274,58 0,59 1,03 1945-46 790,53 8,92 594,22 0,83 1,23 196,32 0,75 4624,94 2868,80 0,62 1,07 1946-47 1073,93 13,59 905,76 1,13 1,87 168,17 0,84 5698,87 3774,56 0,66 1,15 1947-48 1055,11 5,20 346,19 1,11 0,72 708,92 0,33 6753,98 4120,75 0,61 1,06 1948-49 1122,13 1,45 96,67 1,18 0,20 1025,47 0,09 7876,11 4217,41 0,54 0,93 1949-50 842,26 1,19 79,07 0,89 0,16 763,20 0,09 8718,37 4296,48 0,49 0,85 1950-51 767,70 8,13 541,58 0,81 1,12 226,12 0,71 9486,07 4838,060,51 0,88 Média 948,61 7,26 483,81 0,58 Quadro 14 – Cáculo da evapotranspiração, do coeficiente de Runoff, precipitações acumuladas e vazões acumuladas. Onde: 𝑃 = Precipitação média anual em mm dos postos considerados no estudo; 𝑄 = Vazões registradas no posto fluviométrico em m³/s; 𝑄𝐿 = Volume de água obtido através da vazão em um período de um ano; 𝑃 𝑃𝑚𝑒𝑑 = Precipitação normalizada; 𝑄 𝑄𝑚𝑒𝑑 = Vazão normalizada; 𝐸𝑇 = Evapotranspiração; 𝑄 𝑃 = Coeficiente de escoamento superficial (runoff); 𝑃𝑎𝑐 = Precipitação Acumulada; 𝑄𝑎𝑐 = Vazão acumulada; 𝑄𝑎𝑐 𝑃𝑎𝑐 = Vazão acumulada dividida pela Precipitação Acumulada; 𝐶 𝐶𝑚𝑒𝑑 = 𝑄𝑎𝑐 𝑃𝑎𝑐 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑄𝑎𝑐 𝑃𝑎𝑐 O gráfico abaixo mostra as informações obtidas do quadro acima, onde podemos visualizar a variação da evapotranspiração na bacia no período compreendido entre os anos de 1941 a 1950. Pode-se verificar que de 1941 a 1944 há valores consistentes para evapotranspiração, em 1945 e 1946 a evapotranspiração reduziu podendo ser ocasionada por uma variação climática por exemplo (redução das temperaturas) assim como nos anos de 1947 a 1949 onde houve o aumento da evapotranspiração podendo ter como um dos fatores o aumento das temperaturas anuais. 22 Gráfico 4 – Evapotranspiração anual. 8 BALANÇO HÍDRICO Um ciclo hidrológico pode ser traduzido por uma equação matemática denominada equação hidrológica ou equação de balanço hídrico dada por: 𝑃 − (𝐼𝑛𝑓 + 𝐸𝑡 + 𝛥𝑠) = 𝑄 Onde: P = Precipitação Inf = Parcela de água infiltrada no solo Et = Evapotranspiração ΔS = Perdas Q = Vazão Neste estudo, considerou-se que todas as perdas estão associadas à evapotranspiração e pela dificuldade de mensurar a parcela de infiltração, a mesma foi desconsiderada, resultando na equação final de balanço hídrico abaixo: 𝑃 = 𝑄 + 𝐸𝑡 Esta equação, representa para um determinado intervalo de tempo, a quantificação água em uma determinada bacia nas fases do ciclo hidrológico. Os estudos hidrológicos têm por finalidade a avaliação da disponibilidade dos recursos hídricos de uma determinada região para o planejamento e manejo dos mesmos. 397,85 416,81 369,02 382,26 205,25 171,21 708,92 1025,47 770,91 226,80 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 Evapotranspiração Anual Evapotranspiração em mm/ano 23 Para a sub bacia nº2 da bacia Rio do Ouro, o balanço hídrico pode ser visualizado pelo gráfico abaixo: Gráfico 5 – Balanço hídrico da bacia n°02 do Rio do Ouro. Pode-se perceber através da análise do gráfico a relação entre os volumes precipitados com o escoamento medido no exutório e a evapotranspiração anual. Assim como na análise da evapotranspiração, verifica-se que no período de 1947 a 1949 a vazão medida reduziu podendo ter como principais fatores o aumento da evapotranspiração e fatores climáticos como o aumento das temperaturas. 9 PRECIPITAÇÃO ANUAL X RUNOFF ANUAL - QUAL A QUALIDADE DESSA CORRELAÇÃO? Do ciclo hidrológico, o escoamento superficial é um fator de extrema importância a ser analisado visto que, trata da ocorrência do transporte de água na superfície terrestre. O Escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação após uma chuva intensa até o escoamento de um rio que pode ter o seu volume alterado por esta chuva intensa como também a presença de águas subterrâneas. Os principais fatores que influenciam no escoamento superficial da bacia podem ser de natureza climática (intensidade e duração de precipitação) e fisiográficas (características físicas da bacia). 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 Balanço Hídrico - Sub Bacia 02 - Rio do Ouro Precipitação Média Anual (mm) Escoamento médio Anual (mm) Evapotranspiração (mm) 24 O coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de runoff é a razão entre o volume escoado superficialmente e o volume de água precipitado, podendo ser analisado relativo a uma chuva isolada ou um intervalo de tempo. Sendo: 𝐶 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑑𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 Através do quadro 10 mostrado anteriormente, calculou-se os valores anuais de escoamento superficial (runoff) e assim pôde-se elaborar um gráfico comparativo entre a precipitação anual e o runoff anual, mostrado pelo gráfico abaixo: Gráfico 6 – Coeficiente de scoamento superficial anual. Gráfico 7 – Precipitações e vazões no período comum. 0,58 0,57 0,61 0,61 0,74 0,84 0,33 0,09 0,09 0,70 y = -0,034x + 0,7037 R² = 0,155 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 Coeficiente de Escoamento Superficial Anual Coeficiente de Runoff Anual Linear (Coeficiente de Runoff Anual) y = -6,8454x + 988,91 R² = 0,0312 y = -38,163x + 693,7 R² = 0,2163 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 Precipitação x Escoamento - Anual Precipitação Anual (mm) Runoff Anual (mm) Linear (Precipitação Anual (mm)) Linear (Runoff Anual (mm)) 25 Assim pôde-se verificar que existe uma correlação muito baixa dada por r² = 0,21 para as vazões e r² = 0,03 para as precipitações, indicando que boa parte da chuva precipitada é evapotranspirada, correspondendo com o baixo índice de densidade de drenagem calculado nas características fisiográficas da bacia. 10 POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DE BARRAGENS A viabilidade ou necessidade de construção de barragens deve ser baseada na análise de elementos gerais de projeto que irão fornecer dados a serem inclusos nos projetos independentemente do tipo ou local de construção. Estes elementos são as informações geográficas da bacia estudada como área da bacia, perfis longitudinais do rio principal, planta topográficas, informações das condições climáticas da região, tipo de ocupação (humana, agrícola ou industrial) e análise das características do local de instalação das barragens. Os estudos hidrológicos são de fundamental importância para os projetos das barragens. A partir disso, se tem informações de vazões históricas (série de dados) e possibilidade de nova ocorrência dessas vazões. Ainda, consegue-se informações de hidrogramas das cheias naturais e modificadas para dimensionamento dos elementos hidráulicos. Portanto se faz necessário o porte de informações como as características fisiográficas, climáticas, vegetação e ocupação da bacia hidrográfica. Além das distribuições estatísticas de precipitação anual, precipitações mensais, precipitações extremas com duração associada ao tempo de concentração, escoamentos anuais e mensais afluentes ao local de instalação da barragem, vazões máximas anuais, registro de vazões de cheia, registro de transporte de sedimentos e valores de parâmetros de qualidade da água. Neste estudo, tinha-se informações de uma série histórica de 30 anos de precipitação e 10 anos de vazões registradas na Sub Bacia 02 e através destes dados foram analisados as precipitações e vazões médias e máximas mensais e anuais. Além disto, verificou-se as perdas por evapotranspiração nesta sub bacia. 26 Para a verificação da viabilidade de instalação de barragens na seção de controle da Bacia Rio D’ouro, faz-se necessário obter as mesmas informações analisadas aqui neste estudo para as outras sub bacias. A partir dos dados hidrológicos e característicasfisiográficas das demais bacias seria possível analisar o tempo de recorrência de eventos como chuvas intensa, vazões e descargas altas e também dos hidrogramas de cheia, desta maneira, através da extrapolação dos dados, poder-se-ia não só verificar a viabilidade ou necessidade da construção destes elementos como também o seu dimensionamento. 11 CONCLUSÃO Diante dos dados encontrados e por meio da análise dos gráficos, além do material complementar para estudo e conhecimento do assunto, verificou-se que a viabilidade da construção de barragens na seção de controle depende também dos dados hidrológicos das demais sub bacias. É de fundamental importância que se conheça tais características para que a estimativa de valores se chegue o mais próximo possível do real, visto que não é suficiente dispor-se apenas de dados, é preciso que eles sejam confiáveis e tenham qualidade. Para isso, destaca-se a necessidade de verificação de homogeneidade dos mesmos, através do método de dupla massa. Foi verificado ainda que o método por média aritmética não é tão preciso, já que existem outros métodos, como por regressão linear, que atendem melhor ao desenvolvimento real do estudo de balanço hídrico de uma bacia, sendo, portanto, o mais adequado. Através das características fisiográficas, conclui-se também que a bacia não é sujeita a grandes enchentes e sua drenagem é considerada pobre. Além disso, a média de precipitação é 923mm/ano, a vazão média encontrada foi 7,26m³/s/ano e a evapotranspiração média encontrada foi 467,45 mm/ano. Deve-se ressaltar que ao se fazer um estudo de balanço hídrico para bacias hidrográficas, deverão ser levados em consideração vários elementos, desde o desenvolvimento de estudos voltados ao monitoramento dos diversos componentes do ciclo hidrológico, à necessidade de dados confiáveis para o 27 dimensionamento correto de obras de engenharia, como também a análise dos riscos e impactos sociais e ambientais na implantação de uma barragem. 12 ANEXOS 12.1 Precipitações Anuais Gráfico 8 – Precipitações totais anuais – Sub Bacia 02 Gráfico 9 – Precipitações Médias anuais – Sub Bacia 02 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 1 9 4 0 -4 1 1 9 4 1 -4 2 1 9 4 2 -4 3 1 9 4 3 -4 4 1 9 4 4 -4 5 1 9 4 5 -4 6 1 9 4 6 -4 7 1 9 4 7 -4 8 1 9 4 8 -4 9 1 9 4 9 -5 0 1 9 5 0 -5 1 1 9 5 1 -5 2 1 9 5 2 -5 3 1 9 5 3 -5 4 1 9 5 4 -5 5 1 9 5 5 -5 6 1 9 5 6 -5 7 1 9 5 7 -5 8 1 9 5 8 -5 9 1 9 5 9 -6 0 1 9 6 0 -6 1 1 9 6 1 -6 2 1 9 6 2 -6 3 1 9 6 3 -6 4 1 9 6 4 -6 5 1 9 6 5 -6 6 1 9 6 6 -6 7 1 9 6 7 -6 8 1 9 6 8 -6 9 1 9 6 9 -7 0 Precipitação Total Anual (mm) - Sub Bacia 02 Precipitação Total Anual (mm) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1 9 4 0 -4 1 1 9 4 1 -4 2 1 9 4 2 -4 3 1 9 4 3 -4 4 1 9 4 4 -4 5 1 9 4 5 -4 6 1 9 4 6 -4 7 1 9 4 7 -4 8 1 9 4 8 -4 9 1 9 4 9 -5 0 1 9 5 0 -5 1 1 9 5 1 -5 2 1 9 5 2 -5 3 1 9 5 3 -5 4 1 9 5 4 -5 5 1 9 5 5 -5 6 1 9 5 6 -5 7 1 9 5 7 -5 8 1 9 5 8 -5 9 1 9 5 9 -6 0 1 9 6 0 -6 1 1 9 6 1 -6 2 1 9 6 2 -6 3 1 9 6 3 -6 4 1 9 6 4 -6 5 1 9 6 5 -6 6 1 9 6 6 -6 7 1 9 6 7 -6 8 1 9 6 8 -6 9 1 9 6 9 -7 0 Precipitação Média Anual (mm) - Sub Bacia 02 Precipitação Média Anual (mm) 28 Gráfico 10 – Precipitações Máximas Anuais – Sub Bacia 02 12.2 Intensidade Pluviométrica Anual Gráfico 11 – Intensidade Pluviométrica Anual – Sub Bacia 02 12.3 Vazões Mensais e Anuais Gráfico 12 – Vazões média mensais – Sub Bacia 02 0 500 1000 1500 2000 1 9 4 0 -4 1 1 9 4 1 -4 2 1 9 4 2 -4 3 1 9 4 3 -4 4 1 9 4 4 -4 5 1 9 4 5 -4 6 1 9 4 6 -4 7 1 9 4 7 -4 8 1 9 4 8 -4 9 1 9 4 9 -5 0 1 9 5 0 -5 1 1 9 5 1 -5 2 1 9 5 2 -5 3 1 9 5 3 -5 4 1 9 5 4 -5 5 1 9 5 5 -5 6 1 9 5 6 -5 7 1 9 5 7 -5 8 1 9 5 8 -5 9 1 9 5 9 -6 0 1 9 6 0 -6 1 1 9 6 1 -6 2 1 9 6 2 -6 3 1 9 6 3 -6 4 1 9 6 4 -6 5 1 9 6 5 -6 6 1 9 6 6 -6 7 1 9 6 7 -6 8 1 9 6 8 -6 9 1 9 6 9 -7 0 Precipitação Máxima Anual - Sub Bacia 02 Precipitação Máxima Anual 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 1 9 4 0 -4 1 1 9 4 1 -4 2 1 9 4 2 -4 3 1 9 4 3 -4 4 1 9 4 4 -4 5 1 9 4 5 -4 6 1 9 4 6 -4 7 1 9 4 7 -4 8 1 9 4 8 -4 9 1 9 4 9 -5 0 1 9 5 0 -5 1 1 9 5 1 -5 2 1 9 5 2 -5 3 1 9 5 3 -5 4 1 9 5 4 -5 5 1 9 5 5 -5 6 1 9 5 6 -5 7 1 9 5 7 -5 8 1 9 5 8 -5 9 1 9 5 9 -6 0 1 9 6 0 -6 1 1 9 6 1 -6 2 1 9 6 2 -6 3 1 9 6 3 -6 4 1 9 6 4 -6 5 1 9 6 5 -6 6 1 9 6 6 -6 7 1 9 6 7 -6 8 1 9 6 8 -6 9 1 9 6 9 -7 0 Intensidade Pluviométrica Anual - Sub Bacia 02 Intensidade Pluviométrica anual (mm/h) 1,64 2,07 4,04 6,93 15,81 23,00 7,08 18,46 2,95 1,73 1,79 1,64 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Vazões Média Mensais - Sub Bacia 02 Vazões média Mensais (m³/s) 29 Gráfico 13 – Vazões totais mensais – Sub Bacia 02 Gráfico 14 – Vazões Médias Anuais – Sub Bacia 02 Gráfico 15 – Vazões totais anuais – Sub Bacia 02 16,37 20,69 40,38 69,28 158,14 229,98 70,76 184,56 29,54 17,30 17,91 16,43 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Vazões Totais Mensais - Sub Bacia 02 Vazões totais mensais (m³/s) 8,41 8,41 8,50 8,83 8,92 13,59 5,20 1,45 1,19 8,13 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 1941-42 1942-43 1943-44 1944-45 1945-46 1946-47 1947-48 1948-49 1949-50 1950-51 Vazões Médias Anuais - Sub Bacia 02 Vazões Médias Anuais (m³/s) 100,89 100,91 101,96 105,90 107,02 163,13 62,35 17,41 14,24 97,54 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 180,00 1941-42 1942-43 1943-44 1944-45 1945-46 1946-47 1947-48 1948-49 1949-50 1950-51 Vazões Totais Anuais - Sub Bacia 02 Vazão Total Anual 30 12.4 Descargas Mensais e Anuais Gráfico 16 – Descargas mensais – Sub Bacia 02 Gráfico 17 – Descargas totais anuais – Sub Bacia 02 44,93 54,00 111,26 233,84 428,52 488,28 174,46 301,92 76,71 48,39 46,29 41,94 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 Out Nov Dez Jan Fev Março Abril Maio Jun Jul Ago Set Descargas Mensais - Sub Bacia 02 Descargas mensais (Hm³) 161,65 224,99 234,38 243,34 254,97 428,67 163,50 45,28 37,42 256,34 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 1941-42 1942-43 1943-44 1944-45 1945-46 1946-47 1947-48 1948-49 1949-50 1950-51 Descargas Totais Anuais - Sub Bacia 02 Descargas anuais (Hm³) 31 12.5 Planta de Localização Figura 6 – Planta de Localização da Sub Bacia 02 – Bacia Rio D’ouro 32 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Daniel Fonseca de; SILVA, Leonardo Duarte Batista da. Escoamento Superficial. In: CARVALHO, Daniel Fonseca de; SILVA, Leonardo Duarte Batista da. Hidrologia. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. p. 95-115. COIADO, E. M. Hidrologia & Rede de drenagem de águas pluviais. [S.l.]: [s.n.], 2009. GARCEZ, L. N.; ALVAREZ, G. A. Hidrologia. 2 edição revista e atualizada. ed. São Paulo: Edgard Blücher, v. I, 1988. Manual do Empreendedor – Volume V - Guia Para Elaboração de Projetos de Barragens / Agência Nacional de Águas. -- Brasília: ANA, 2015. PINTO, Noelson L. de Souza et al. Hidrologia Básica. Paraná: Edgard Blucher, 1976. PORTO, Rubem La Laina; ZAHED FILHO, Kamel; MARCELLINI, Silvana Susko. Escoamento Superficial: Análise de hidrogramas unitários. In: PORTO, Rubem La Laina. Hidrologia Aplicada. São Paulo: Escola Politécnica da Usp, 1999. p. 1-48. TUCCI, C. E. M. E. A. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2013. UFAL E UFSC. Princípios de hidrologia ambiental. Florianópolis: Cnpq, 2012. VILLELA, S. M.; MATTOS, A. 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