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ATIVIDADE – AULAS 05 e 06 (2.5)
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	 1 B
	2 C
	3 C
	4 C
	5 D
	
	
	
	
	
	 6 A
	7 B
	8 D
	9 E
	10 E
COERÊNCIA E COESÃO 
1) Leia a letra de Águas de março.
É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
[...]
Analise as seguintes afirmações a respeito da coerência e da coesão.
I – Embora a letra seja de Tom Jobim, um dos maiores compositores brasileiros, ela apresenta grave erro de falta coesão.
II – A letra da música em questão não apresenta problema de coerência porque é possível construir sentido.
III – A falta de coesão não impede a existência da coerência, pois permite, ao leitor, a compreensão das ideias. 
IV – Não é possível a construção de sentido sem coesão e coerência presentes no texto. 
Está correto apenas o que se afirma em :
a) I e III
b) I e IV
c) II E III
d) II e IV
e) I , II e III
2) O trecho abaixo apresenta problemas de coesão, uma vez que as palavras “mãe” e “menino” foram, excessivamente, repetidas. Assinale a opção em que, após utilizar os recursos coesivos apropriados (anáfora, catáfora, elipse, conector e expansão lexical), o texto ficou bem escrito.
A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para ver o menino, o menino deu uma corridinha em direção ao quarto do menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu, o menino com o ar mais natural que foi possível ao menino.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se a mãe nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: o menino estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a mãe. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote… (Fernando Sabino adaptado)
a) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse
Para ver ele, o menino deu uma corridinha em direção ao próprio quarto.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu, o menino com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a progenitora podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: o menino estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a senhora. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
b) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para ver o menino, deu uma corridinha em direção ao quarto do menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu ele com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a mãe. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
c) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse
Para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto.
– Meu filho? – gritou ela.
– O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comovê-la. Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
d) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para ver o filho, deu uma corridinha em direção ao quarto do menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu o menino com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a mãe. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
3. No excerto a seguir, aparecem vocábulos destacados. Preencha as lacunas com o tipo de mecanismo de coesão, isto é, anáfora, catáfora, elipse, conector e expansão lexical que corresponda a cada um desses vocábulos e marque a opção que corresponde, respectivamente, à resposta correta.. 
Cientistas como o geneticista britânico Steve Jones estão irritados com o semidocumentário A Marcha dos Pinguins. Um dos grandes sucessos do ano, o filme (_________________________), que conta a história de uma família de aves, foi adotado pelos moralistas americanos como exemplo de comportamento politicamente correto. Ele (________anáfora – menção ao filme________________________) mostra casais de pinguins muito fiéis, que cuidam carinhosamente dos filhos e formam uma sociedade ordeira. E a ideia de que pinguins adotam filhotes órfãos, frequentemente divulgada, não é muito precisa, pois 53% das adoções são na verdade sequestros. Ah, sim, eles (____anáfora – em relação aos pinguins_____________________) são bonitinhos. (Época, n.407, p.204. Adaptado)
a) elipse, anáfora e catáfora
b) expansão lexical, elipse e catáfora
c) expansão lexical, anáfora, anáfora
d) anáfora, catáfora, catáfora
e) elipse, expansão lexical, anáfora.
4. A coerência textual diz respeito ao sentido do texto. Analise o texto a seguir e marque a opção correta.
“O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim.
- Na minha época, as notas baixas eram punidas com uma boa surra!
- Boa, pai! Que tal apanharmos o professor na saída, amanhã?” (www.piadasonline.com.br.Acesso 30mar2016)
I – Nessa piada, há uma incoerência porque o ato de fala do filho não é decorrente do ato de fala do pai.
II – O texto mostra a ameaça do pai e, em vez do medo do filho o que se vê é o entusiasmo do filho, o que é incoerente.
III – A incoerência consiste no fato de que o filho faz um julgamento errôneo sobre quem levaria a surra.
IV – A incoerência deve-se à falta de coesão pela repetição da palavra “boa”. (TERCIOTTI, 2011, p.41. Adaptado)
Está correto apenas o que se afirma em:a) I e II
b) II e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
5. Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para que componham um texto coeso e coerente e indique a opção correta.
( ) Como aparelho, ela é extremamente cômoda, na medida em que torna muito fácil o acesso à distração. É um “eletrodoméstico” prático: basta apertar o botão e funciona. Não é preciso locomoção para assistir ao espetáculo, não são necessários quaisquer aparatos físicos para usufruir do lazer.
( ) Francys Vanoye considera a televisão o mais poderoso meio de comunicação de massa do século XX ( e até de todos os tempos), quanto aos elementos que veicula, tendo-se em vista o alvo visado, ou seja, o destinatário coletivo virtual.
( ) Frequentemente, surpreende-se o apresentador de TV como um amigo dos de casa, alguém que vai fazer uma visita e trazer novidades. Dessa forma, a ideia da televisão é, em resumo, como a de uma visitadora da família, o que constitui um fato cômodo para o poder dominante. ( CAMPEDELLI, Samira. A Telenovela.2001, p.5. Adaptado).
( ) Os conceitos apresentados não se chocam entre si. Antes, complementam-se. A televisão é o maior entretenimento de “sala de estar” no Brasil. Qualquer casa classe média brasileira tem o seu aparelho localizado nesse recinto ou na “sala de televisão”. 
( ) Diante da pergunta sobre o que é a televisão, a resposta vem sempre de forma irônica, da parte de muitos teóricos da comunicação: ela seria uma espécie de liquidificador cultural, isto é: um eletrodoméstico capaz de misturar e diluir cinema, teatro, música, literatura num único espetáculo, oferecendo, assim, uma reforçada vitamina eletrônica para o público.
a) 5, 4, 3, 2, 1
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 4, 3, 5, 2, 1
d) 3, 2, 5, 4, 1
e) 1, 3, 4, 2, 5
6. A questão a seguir toma por base o seguinte texto.
Tradicional defensor de instrumentos ortodoxos de política econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu o uso de controles de capital para combater a formação de bolhas financeiras e o fluxo exagerado de investimentos estrangeiros que valorizam excessivamente as moedas nacionais em relação ao dólar. Entre as opções, está a tributação do ingresso de recursos, caminho escolhido pelo Brasil, que elevou de 4% para 6% a alíquota do imposto de operações financeiras (IOF) nas aplicações de renda fixa. Outra possibilidade é a proibição de retirada do dinheiro por um tempo determinado, como fez o Chile. Por enquanto a equipe econômica brasileira resiste em adotar este passo, pois, para o economista americano J. L., o reforço no balanço orçamentário e as ações de caráter mais estrutural são, muitas vezes, as respostas mais adequadas para o aumento de fluxos. “Mas pode haver circunstâncias em que os controles cambiais sejam úteis, numa medida temporária, para lidar com esse crescimento de capital”, afirma.
(Adaptado de Correio Braziliense, 19 de outubro de 2010)
Na organização das relações de coesão e coerência no texto, a expressão
a) “caminho escolhido pelo Brasil” retoma a ideia de “tributação do ingresso de recursos”.
b) “fluxo exagerado de investimentos estrangeiros” retoma a ideia de “bolhas financeiras”.
c) “ações de caráter mais estrutural” retoma a ideia de “bolhas financeiras”.
d) “controles cambiais” retoma a ideia de “ações de caráter mais estrutural”.
e) “esse crescimento de capital” retoma a ideia de “aplicações de renda fixa”
TIPOS TEXTUAIS
7. Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.[...]
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto acima, pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.
8. A leucemia é uma doença maligna que acomete a medula óssea, local onde as células do sangue são produzidas. Os glóbulos brancos (leucócitos) são as células atingidas, que passam a se reproduzir de forma descontrolada, ocasionando os sinais e sintomas da doença.
O desenvolvimento da doença começa em diversos pontos, levando a subtipos distintos, que respondem de forma diferente ao tratamento. Esta heterogeneidade é raramente levada em conta em terapias, por isso ainda é essencial para procurar novos medicamentos específicos para os subtipos de leucemia ou até mesmo para os casos de terapia-resistente.
Um grupo de alunos e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), descobriram três moléculas que podem combater a leucemia. O grupo, coordenado pelos professores Fernando de Carvalho da Silva e Vitor Francisco Ferreira, do Instituto de Química da UFF,  pesquisa  o tema há seis anos, trabalhando com as chamadas quinonas - substâncias orgânicas coloridas presentes na natureza. Os estudos estão em torno do conhecimento do funcionamento das moléculas e suas atividades biológicas e anticancerígenas, no caso da leucemia as células leucêmicas.
Uma das moléculas estudadas são as naftoquinonas (NQ) considerados estruturas privilegiadas na química medicinal devido à sua multiplicidade de atividades biológicas, incluindo efeitos antimicrobianos e anticancerígenos. Apesar da importância científica da descoberta,  este trabalho é apenas um embrião de um trabalho maior, cujo objetivo é a descoberta de um novo medicamento
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto acima, pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade domundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.
9. O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de Campos:
A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu, de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão, abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de um grande voo.
Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer que a organização predominante é
a) argumentativa
b) descritiva
c) expositiva
d) narrativa
e) poética
10. Leia o texto abaixo:
O rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco ocorrido em 05/11 pode ser considerado o maior desastre ambiental já causado pelo homem no Brasil. Um número relativamente pequeno de vítimas frente à dimensão do evento, seguido por uma comoção mundial frente aos atentados terroristas em Paris que ocorreram na semana seguinte serviram para desviar as atenções do problema brasileiro. Similar ao que ocorreu quando do assassinato do então prefeito Toninho de Campinas, morto um dia antes do ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque, cuja atenção mundial acabou sombreando a morte do ex-prefeito.
No entanto, o evento de Mariana serviu para mostrar a negligência e a inoperância dos órgãos governamentais frente aos eventos desta natureza. Mesmo para quem não tem formação técnica, um simples passeio pela região mineradora e siderúrgica de Minas Gerais mostra a degradação ambiental em todas suas formas: uma forte contaminação atmosférica associada a um passivo ambiental visível nos solos e águas, onde a fiscalização pelos órgãos governamentais (DNPM e FEAM) fica muito aquém do esperado. Nestas regiões a riqueza é para poucos, enquanto que a degradação ambiental é democratizada. Se as Normas Reguladoras da Mineração estivessem sendo seguidas na sua totalidade pela Samarco, este evento não deveria ter ocorrido.
Quando o mar de lama desceu como uma avalanche para atingir o rio Doce, levando tudo no seu caminho, o governo descobriu que não sabia como agir, e começou o festival de barbaridades que não deve terminar tão cedo. Ibama, Ministério Público Federal e Estadual, agências ambientais estaduais, concessionárias de água, aventureiros, cada um falando sua linguagem própria. Afinal, qual era mesmo o material contaminante?
A primeira ação conjunta que se esperava do governo era a identificação rápida e precisa do material que jorrou da barragem. Granulometria, densidade, composição química, potencial de lixiviação de intoxicantes, dentre outros para só assim poder avaliar os possíveis impactos para a saúde humana e a biota. Como isso não foi feito, surgiram especulações sobre a toxicidade, o arsênio se tornou metal (é um metaloide), o material particulado se tornou solúvel, e assim o mar de lama invadiu também o bom senso.  Isso mostra a inoperância do governo, incapaz de colocar um único interlocutor para coordenar as ações remediativas. Interessante é que tanto na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) como na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) há uma série de dissertações e teses que mostram a caracterização e reuso desta lama. Mas parece que a desinformação é mais interessante do que a informação.
O ápice do festival de barbaridades técnicas foi o uso de boias de contenção de material flotante (principalmente óleos e borras de derrame de petróleo) para conter o material particulado que compõem o rejeito, o qual tem um diâmetro médio de 10 µm, e evitar sua dispersão no mar. Só faltou alguém sugerir o uso de um grande macaco hidráulico para levantar a foz do rio Doce e fazer o rio correr para a cabeceira. Humor à parte, o desencontro é tão grande que não seria possível descartar esta eventualidade.
O material mais fino que compõe a lama de rejeitos irá se dispersar com o tempo ao longo do rio e no mar, causando um impacto transiente que já mostrou sua força. O fato é que temos agora um passivo ambiental residente de grandes proporções para tratar, visando restaurar ao máximo suas condições pré-acidente. A lama, contendo uma parcela apreciável de sílica, devastou as matas ciliares e ali se depositou, pelo menos em pontos mais próximos à barragem, e deve impedir a recomposição destas matas se não for removida ou recoberta com solo fértil. O leito do rio Doce recebeu uma quantidade de rejeito que deve atuar como se fosse um selo físico, impedindo trocas na interface água/sedimento, processo esse de vital importância para a saúde do sistema aquático.
A recuperação desta bacia é processo de longo prazo, e somente terá sucesso se houver um plano de ação coeso, envolvendo vários atores que trabalhem num projeto factível, integrado, multidisciplinar, usando ao máximo todo o conhecimento que já está disponível visando o sucesso desta remediação. E por favor, esqueçam as técnicas mirabolantes e pirotécnicas, e concentrem-se na fiscalização efetiva e na prevenção. (Wilson de Figueiredo Jardim é professor aposentado do Departamento de Química Analítica (DQA), do Instituto de Química da Unicamp)
a) é uma dissertação argumentativa sem passagens descritivas.
b) mistura dissertação com narração, com predomínio da descrição.
c) mistura descrição com narração, com predomínio da narração.
d) é uma dissertação argumentativa com pequenos trechos descritivos.
e) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio da descrição e da dissertação.

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