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Direito das Obrigações: Conceitos Fundamentais

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1 
 
Aula 1 - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES1 
TEMAS ESSENCIAIS AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: 
distinções fundamentais entre direitos pessoais e reais 
 
Obrigação em sentido lato – e qualquer tipo de submissão da pessoa 
as regras de conduta, se demonstrando através de vínculos morais ou 
religiosos que normalmente não tem relevância jurídica. 2 
 
Obrigação em sentido estrito – são os vínculos patrimoniais 
estabelecidos entre os sujeitos de uma relação jurídica, estabelecendo-
se como credora e devedor, estabelecendo, então, um vinculo jurídico. 3 
Ex. quando entro na faculdade, esta tem obrigação de prestar um 
serviço educacional e o aluno tem obrigação de pagá-la. 
 
Quando entro em um ônibus, este tem obrigação de me levar a onde 
quero ir dentro dos pontos da linha e eu tenho obrigação de pagar a 
passagem. 
 
CONCEITO – consiste num complexo de normas que regem as relações 
jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um 
sujeito em proveito de outro.4 
 
E uma relação entre o credor e o devedor que gera um vínculo jurídico 
de caráter transitório que se extingue com o seu exercício, e em virtude 
 
1 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. 
Obrigações, 15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
BARROS, André Borges de Carvalho. AGUIRRE, João Ricardo Brandão. Elementos do Direito: 
Direito Civil. 2. ed. São Paulo: Premier, 2008. 
GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. São 
Paulo˸ Saraiva,2013. 
GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. São 
Paulo˸ Saraiva, 2008. 
BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
2 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
3 Ibidem. 
4 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. São 
Paulo˸ Saraiva, 2008, p. 2. 
2 
 
do qual o devedor fica sujeito a satisfazer uma prestação econômica em 
proveito do credor.5 
 
Diferente dos direitos reais (coisas), onde o vinculo jurídico e de caráter 
permanente, ou seja, quanto mais exercidos, mais se fortalecem. 
 
EX. OBRIGAÇOES - comprar uma máquina de lavar pratos, alugar uma 
casa por um ano (com o exercício ou o fim do prazo, se extingue). 
Ex. REAIS - A Propriedade de uma fazenda que passa de geração em 
geração de uma família (a relação se mantém no tempo, 
permanentemente). 
 Contudo, há figuras híbridas que figuram entre o direito 
obrigacional e o real, sendo um misto das duas: 
 Obrigação propter rem (in rem ou ob rem – direito por causa da 
coisa) – recai sobre a pessoa por força de um direito real. 
Obrigação imposta aos donos de um imóvel e seus inquilinos de 
respeitar os direitos dos outros de segurança, sossego e saúde 
(1277 CC), obrigação de pagar condomínio (1315 CC), de não 
alterar a fachada do prédio (1336, III CC), obrigação de indenizar 
benfeitorias (1219 CC);6 
 Ônus reais – limitam o uso e o gozo da propriedade, constituindo 
gravames na coisa, como o usufruto. 
 Obrigações com eficácia real – são obrigações que podem ser 
transmitidas e são oponíveis a terceiro que adquire o direito sobre 
o bem. Ex.: coisa alienada durante a locação sem cláusula que 
garante a manutenção da locação7 
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará 
obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da 
sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.8 
 
NOMENCLATURA – direito das obrigações, direitos de crédito, direitos 
pessoais. 
 
5 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
6 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
7 Ibidem. 
8
 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
3 
 
 FINALIDADE – fornecer ao credor, meios para exigir o cumprimento da 
prestação pelo devedor. 
 
FONTES DAS OBRIGAÇOES 
- Lei: as obrigações derivam da lei. Ex.: dever de sustentar os filhos. 
- Atos unilaterais: e o ato unilateral gerador de obrigação segundo o CC 
(arts. 854 e 886). Ex.: promessa de recompensa (ex: perdi meu gato e 
ofereço uma recompensa para quem o achar, independente de quem o 
faça).9 
– Atos ilícitos: como a situação gerada por um acidente de trânsito, 
onde quem provocou fica obrigado a reparar os danos (art. 186 CC). 
– Contratos: principal fonte de obrigação, posto que por meio deles e 
que as partes assumem obrigações (ex: compra e venda de algo, andar 
de ônibus). 
 A responsabilização somente poderá ser patrimonial, com exceção 
do devedor de alimentos, ao qual cabe prisão civil (o próprio 
devedor responde pela obrigação).10 
 
 Regra geral: o devedor responde pelas obrigações com seu 
patrimônio. Contudo, os alemães dividiam o débito e a 
responsabilidade, e por vezes isso gerou a possibilidade do débito 
ficar separado do devedor: 11 
Dever – schuld (débito) 
Responsabilidade - haftung 
Ex.: dever sem responsabilidade – dívida prescrita, dívida de jogo 
Ex.: Responsabilidade mesmo sem ser devedor – fiador, patrão responde 
pelo ilícito do empregado, o Estado responde pelo ilícito do agente 
público (mas cabe AÇÃO DE REGRESSO) 
 
9 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
10 Ibidem. 
11 Ibidem. 
4 
 
 Exceções: o pai que paga dívida do filho menor, é dívida própria 
(regra geral), a responsabilidade do incapaz que tem condições 
financeiras quando o pai não tem essa condição (art. 928 do 
CC).12 
 Carlos Roberto Gonçalves, em Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil, 
7ª edição, 2012, pág 39: (...) Assimilando a melhor orientação já vigente nos 
diplomas civis de diversos países, o Código de 2002 substituiu o princípio da 
irresponsabilidade absoluta da pessoa privada de discernimento pelo princípio 
da responsabilidade mitigada e subsidiária, dispondo no art. 928: (...) Na 
hipótese dos autos, não haveria como responsabilizar outrem senão a ré pelos 
atos praticados pela mesma, quando inexistente qualquer ação de interdição, 
ou seja, ausente responsabilidade de curador. Sobre o tema, cita-se o seguinte 
aresto: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C/C 
INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS OCASIONADOS POR ATITUDES DE 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. POSTERIOR INTERDIÇÃO E NOMEAÇÃO DE 
CURADOR. O INIMPUTÁVEL DEVE RESPONDER PELOS PREJUÍZOS 
GERADOS. INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO CURADOR QUE NÃO 
EXERCIA ESTE MUNUS A EPÓCA DOS FATOS. INTELIGÊNCIA DO 
ART. 928 DO CPC. INDENIZAÇÃO QUE NÃO PODE LEVAR À SITUAÇÃO DE 
PRIVAÇÃO DO INCAPAZ. RAZOÁVEL A REDUÇÃO À METADE DA VERBA 
INDENIZATÓRIA FIXADA. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO PARA 
REDUZIR O VALOR DA INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE DANOS MORAIS E PARA 
EXCLUIR A RESPONSABILIDADE IMPUTADA AO CURADOR DA APELANTE 
APELAÇÃO 0021752-11.2009.8.19.0001, Rel. DES. CLAUDIO DE MELLO 
TAVARES (http://www.jusbrasil.com.br/diarios/66313740/djrj-ii-judicial-2a-instancia-17-02-2014-pg-149?ref=home) 
 
 PRINCÍPIOS BÁSICOS (MIGUEL REALE) – sociabilidade, operabilidade 
e eticidade 
Operabilidade – significa que o código é operável, voltado ao indivíduo e 
por isso deve ser fácil o seu entendimento para toda pessoa. 
Ex.: diferença dos prazos de prescrição e decadência (arts. 205/206 
prescrição; o resto dos artigos que tiver prazo é decadência). 
 
Eticidade – as relações tem que ser éticas, agindo de boa-fé, em 
especial no tocante aos contratos, assegurando a outra parte uma 
colaboração plena (boa-fé objetiva), assegurando as partes segurança 
 
12 Ibidem. 
5 
 
nas negociações. Boa-fé objetiva indica que eu devo agir de maneira 
proba, correta, cumprindo os deveres anexos ao contrato, àquilo que 
não está no núcleo do contrato, mas que deverão ser cumpridas.13 
Ex.: Contrato de compra e venda – pagar o preço, entregar o bem (dever 
nuclear), as partes agir de modo reto, informar as condições do contrato 
(dever anexo) 
 Contrato do advogado/cliente – prestar o serviço, pagar o serviço 
(dever nuclear), dever de sigilo e informação do advogado (dever anexo) 
Contrato de locação – pagar o aluguel, entregar as chaves do 
imóvel (dever nuclear), cuidar do imóvel, não incomodar o inquilino por 
qualquer coisa (dever anexo) 
 
Sociabilidade – o código é preocupado com a função social. A função 
social do contrato implica no fato de que o contrato deve ser bom para 
as partes e também para a sociedade.14 
Ex.: recisão unilateral por uma das partes em um contrato de aluguel 
onde o locatário reformou o imóvel: na recisão unilateral do contrato, 
para ser justo, por força do art. 473 CC se faz necessário que a parte 
que quer rescindir espere que a outra parte se tenha ressarcido o que 
gastou. 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou 
implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes 
houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia 
unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a 
natureza e o vulto dos investimentos.15 
Ex.: Caso julgado onde a empresa prestadora dos serviços cortou a luz 
de um mercadinho por uma dívida de centavos – cabe aplicação do 187 
CC – é direito cobrar, mas não dessa forma. 
 
13 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
14 Ibidem. 
15 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
6 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes.16 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
CARACTERES (Maria Helena Diniz; Serpa Lopes, Antunes Varela)17. 
- Direitos relativos – se dirigem contra pessoas determinadas. 
 
- Direitos a uma prestação positiva ou negativa – exigem que o devedor 
faça algo ou deixe de fazer algo, de acordo com a obrigação assumida 
perante o credor. 
 
- Deve ser economicamente apreciável. 
 
Dessa forma, temos aqui as seguintes situações. 
 
Elemento Subjetivo - Sujeito ativo (credor) e passivo (devedor) 18 
 
 pode ser pessoa natural, jurídica e as sociedades de fato. 
 
 As pessoas naturais ou jurídicas devem respeitar os requisitos 
104, II CC. 
 
Art. 104 CC. A validade do negócio jurídico requer: 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;19 
 
 
Ex. objeto ilícito – compra e venda de drogas, cobrar divida de jogo. 
Ex. objeto possível – não da pra achar um brinco no mar, colocar todo o 
ar em uma garrafa. 
Ex. objeto determinado – a coisa precisa ser identificada 
Ex. objeto determinável obrigação – oferecer recompensa 
 
 
 
16 Ibidem. 
17 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
18 Ibidem. 
19 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
7 
 
 Acresce-se aqui que deve ter valor econômico, para que se possa buscar 
no patrimônio do devedor o necessário para cumprir a obrigação em 
caso de inadimplemento (947 CC).20 
 
 O credor, pessoa natural, pode ser maior, menor (representado; 
assistido), casado, solteiro. 
 
 Pode ainda ser o credor, sujeito ativo individual (obrigação 
simples) ou coletivo (obrigação solidaria) 21-22 
 Pode existir obrigação onde a sujeito ativo ser pessoa ou entidade 
futura, como no caso do nascituro e da PJ em formação. 
 
 Pode haver a cessão de credito a terceira pessoa 
 
 O devedor pode ser substituído por terceiro nas obrigações 
divisíveis (art. 360 II) 
 
 Extingue-se a obrigação quando a mesma pessoa for credor e 
devedor (art. 381 CC) 
 
 
Elemento Objetivo – prestação23 
 Pode ser positiva (dar; fazer) ou negativa (não fazer). 
 
 Dar coisa certa – arts. 233 segs CC. 
Ex. compra e venda de uma geladeira 
 objeto imediato= entrega da coisa 
objeto mediato = geladeira em si 
 
 
 
20 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
21 Numa relação simples, sabe-se exatamente qual das partes é a credora e qual é a devedora 
(ex: José bate no carro de Maria, então José é devedor e Maria é credora), mas numa relação 
complexa ambos os sujeitos são simultaneamente credores e devedores (ex: contrato de 
compra e venda, onde o comprador deve o dinheiro e é credor da coisa, e o vendedor deve 
a coisa e é credor do dinheiro). Tais obrigações complexas são também chamadas 
de sinalagmáticas. Os sujeitos precisam ser bem identificados para que o devedor saiba a 
quem prestar, e o credor saiba de quem receber. 
Disponivel em: http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/2 
22 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
23 Ibidem. 
8 
 
 Dar coisa incerta - arts. 243 segs CC 
Ex. contrato de arrendamento de soja 
objeto imediato= entrega da coisa 
objeto mediato = sacas de soja 
 
 
 De fazer - arts. 247 segs CC 
Ex. construção de uma casa 
objeto imediato= fazer o serviço encomendado 
objeto mediato = casa em si 
 
 
 
 De não fazer - arts. 250 segs CC 
Ex. contrato de exclusividade de um artista com clausula de não 
conceder entrevistas a outra emissora 
objeto imediato= contrato 
objeto mediato= entrevista a outra emissora 
 
 
 
Classificando as obrigações, estas podem ser ainda 
alternativas, divisíveis ou não e solidárias.24 
 
 
 Obrigações alternativas – arts. 252 segs CC 
Ex. entrega de um carro branco ou preto (devedor escolhe) 
objeto imediato= entrega do carro 
objeto mediato = carro em si 
 
 
 
 Obrigações divisíveis e indivisíveis – arts. 257 segs. CC 
Ex. entrega de 120 sacas de soja portrês devedores de um credor 
Objeto imediato= entrega da soja (cada devedor deverá entregar 40 
sacas) 
Objeto mediato = sacas de soja 
 
Ex. obrigação de entregar um cavalo a vários credores 
Objeto imediato = entrega do animal 
Objeto mediato = cavalo em si 
 
 
24 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
9 
 
 Obrigações solidárias - arts. 264 segs. CC 
Ex. Credor de certa quantia $ que tem 3 devedores solidários 
Objeto imediato = credor pode exigir o pagamento de um dos 3 
devedores, que terá direito de regresso (torna-se credor dos 
outros) 
Objeto mediato = dinheiro em si 
 
Elemento imaterial - Vinculo jurídico25 
Mostra-se em uma relação de natureza pessoal, de credito e debito que 
se extinguira com o cumprimento pelo devedor. 
 
E o liame existente entre o sujeito ativo e o passivo. 
 
Compõe-se dos elementos debito (dever moral do devedor de que deve 
pagar o credor corretamente) e responsabilidade (direito do credor de 
exigir judicialmente o cumprimento da obrigação). 
EXEMPLOS DA LIGAÇAO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO 
CIVIL26 
- Parte geral do CC – direitos de personalidade, pessoa natural e 
jurídica. 
 
- Direito de Família e Sucessões – aspectos patrimoniais do casamento, 
parentesco, poder familiar, herança. 
 
- Direito das coisas – penhor hipoteca. 
 
- Contratos – se baseiam nas obrigações 
 
25 Ibidem 
26 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
 
10 
 
ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO27 
 
Como já se disse anteriormente, são três as espécies de obrigação, 
duas positivas (dar e fazer) e uma negativa (não fazer). 
 
- Obrigação de dar: e a conduta humana que tem por fim determinada 
coisa. Caracteriza-se pelas obrigações de dar coisa certa, de restituir e 
de dar coisa incerta. 
 
A) Obrigação de dar coisa certa: 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, 
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso
28
. 
Nesta o devedor se compromete a entregar ao credor determinado 
bem móvel (pela tradição) ou imóvel (pelo registro), que deve ser 
individualizado (art. 233 segs). 
O objeto da prestação é algo único, sem igual, não podendo ser 
dado outra coisa no lugar, mesmo que mais valiosa, a não ser que 
tenha autorização do credor para tanto (art. 313 CC29). 
Ex.: a bola do jogo final da copa de 2014, o quadro da Monalisa (art. 
235 CC30). 
Se o devedor receber o preço, mas não entregar a coisa, esta não 
poderá ser tomada pelo credor, mas caberá para este, perdas e danos 
(art. 234/389 CC 31). 
ˮA obrigação não gera direito real ( = sobre a coisa), mas apenas 
direito pessoal ( = sobre a conduta). Excepcionalmente, admite-se efeito 
real caso a coisa continue na posse do devedor (...) 
 
27 Ibidem. 
28 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
29 Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa. 
30 Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
31 Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; 
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e 
danos. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
11 
 
Ex: A combina vender a B o capacete de Ayrton Senna, B paga mas 
depois A recebe uma oferta melhor e termina vendendo o capacete a C; 
B não pode tomar o capacete de C, mas caso estivesse ainda com A 
poderia fazê-lo através do Juiz; esta é a interpretação do art. 47532 do 
CCˮ.33-34 
 
B) Obrigação de restituir (devolver): 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda.
35 
Enquanto na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a 
tradição, na de restituir, o bem pertencerá ao credor, tendo o devedor 
apenas sua posse, como quando se empresta algo de alguém, ou se loca 
um filme.36 
Pode-se dizer que ˮna obrigação de restituir a prestação consiste 
em devolver uma coisa cuja propriedade já era do credor antes do 
surgimento da obrigaçãoˮ.37-38 
ATENÇÃO: SE A COISA CERTA PERECER, SUMIR, SEM CULPA DO 
DEVEDOR, EXTINGUE-SE A OBRIGAÇÃO (238 CC). 
 
 
C) Obrigação de dar coisa incerta: 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
39
 
 
32 Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não 
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e 
danos. 
33 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/3 
34 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
35 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
36 Ibidem. 
37 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/3 
38 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
39 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
12 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, 
nem será obrigado a prestar a melhor.
40 
Aqui a coisa e genérica determinável pelo gênero e pela 
quantidade (art. 243 CC), a qual se tornara determinada em uma 
escolha pelo devedor no momento do pagamento (art. 244 CC), mas 
também poderá ser feita pelo credor ou terceiro, caso isso seja 
anteriormente combinado. 41 
*PODE SER QUALQUER COISA, DO MESMO GÊNERO, 
QUANTIDADE. 
 A COISA INCERTA NÃO PERECE, NÃO SOME, 
MESMO COM O EVENTO DE CASO FORTUITO OU DA FORÇA 
MAIOR, PREVALECE A DÍVIDA ENQUANTO INCERTA. DEPOIS 
DE CERTA, PODERÁ PERECER. 
 
ˮEsta escolha chama-se juridicamente de concentração. 
 
Conceito: processo de escolha da coisa devida, de média 
qualidade, feita via de regra pelo devedor (244).42 
 
A concentração implica também em separação, pesagem, 
medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. 
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). 
Antes da concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam 
perit (o gênero nunca perece). 43 
Se João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a 
obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas 
são cem laranjas, ese a plantação de João se perdeu ele pode comprar 
as frutas em outra fazenda (24644). 
 
40 Ibidem. 
41 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
42 Ibidem. 
43 Ibidem. 
44 Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda 
que por força maior ou caso fortuito. 
13 
 
Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex: 
incêndio no armazém) a obrigação se extingue, voltando as partes ao 
estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se exigir 
perdas e danos (234, 389, 40245). 
Pela importância da concentração, o credor deve ser cientificado 
quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize a 
qualidade média da coisa a ser escolhidaˮ.46-47 
 
 ATENÇÃO PARA O ART. 166, II DO CC 
 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;48 
 SE O OBJETO FOR INDETERMINÁVEL, SERÁ NULO O NEGÓCIO 
JURÍDICO 
 
 
- Obrigação de fazer: 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação 
a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
49 
Tem por objetivo a realização de um serviço, como um professor 
ministrar uma aula, cantor fazer um show, um pintor fazer um quadro. 
Tem duas espécies: 
1. Fungível: ocorre quando o serviço, pela sua característica, puder ser 
prestado por qualquer pessoa, sendo o devedor plenamente 
 
45 Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; 
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e 
danos. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor 
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
46 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/4 
47 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
48 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
49 Ibidem 
14 
 
substituível, sem qualquer prejuízo a realização da obrigação ou ao 
credor.50 
Ex.: construção de uma casa – pode ser o pedreiro A ou B 
2. Infungível: só o devedor pode prestar o serviço, porque se contrata 
quem ele é, e não o que faz (obrigação de personalíssima ou intuitu 
personae - em razão da pessoa).51 
Ex: médico e advogado 
 RESOLVE-SE EM PERDAS E DANOS CASO O DEVEDOR NÃO 
POSSA CUMPRIR A OBRIGAÇÃO. 
“São as circunstâncias do caso e a vontade do credor que 
tornarão a obrigação de fazer fungível ou não. Em caso de inexecução 
da obrigação de fazer o credor só pode exigir perdas e danos (247). 
Viola a dignidade humana constranger o devedor a fazer o serviço 
por ordem judicial, de modo que na obrigação de fazer não se pode 
exigir a execução forçada como na obrigação de dar coisa certa (...). 
Assim, a execução “in natura” do art. 47552 do CC deve ser 
substituída por perdas e danos quando for impossível (ex: a coisa 
devida não está mais com o devedor) ou quando causar 
constrangimento físico ao devedor (ex: obrigação de fazer)”.53-54 
 
 
- Obrigação de não-fazer: 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
55 
 
50 Ibidem. 
51 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
52 Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não 
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e 
danos. 
53 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/4 
54 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
55 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
15 
 
Obrigação negativa, que tem como prestação, uma omissão ou 
abstenção. 
O devedor deverá abster de algum ato em benefício do credor. A 
violação da obrigação negativa se resolve em perdas e danos.56 
Ex: não revelar a fórmula da Coca-Cola – se falar cabe indenização. 
o professor que se obriga a não dar aula em outra faculdade; 
o artista que tem contrato de exclusividade com a emissora e não dá 
entrevistas em outra. 
 São proibidas obrigações que sacrifiquem a liberdade das 
pessoas ou imorais, como obrigar alguém a não trabalhar, não casar. 
 
 
MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES 
 
A) Obrigação Natural (degenerada): não produz efeitos jurídicos, mas 
apenas morais. Esta modalidade de obrigação não pode ser exigida pelo 
credor, pagando o devedor se quiser.57 
Ex: obrigação de dar gorjeta, de pagar dívida prescrita (205 CC58), 
de pagar dívida de jogo (814 CC59). 
Mas esse tipo de obrigação possui um efeito jurídico conhecido 
como retenção do pagamento (soluti retentio), que é o fato do credor 
 
56 Ibidem. 
57 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
58 Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
59 Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode 
recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente 
é menor ou interdito. 
§ 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, 
novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro 
de boa-fé. 
§ 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, 
só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. 
§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em 
competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se 
submetam às prescrições legais e regulamentares. 
16 
 
poder reter o pagamento, ou seja, uma gorjeta dada não pode ser pedida 
de volta.60 
 “Mas não se confunda obrigação natural com obrigação 
inexistente: se João paga dívida inexistente o credor não pode ficar com 
o dinheiro, e João terá direito à repetitio indebiti (= devolução do 
indébito; em direito “repetir” significa “devolver”, e “indébito” é o que 
não é devido). 
Então quem efetua pagamento indevido pode exigir a devolução 
do dinheiro ( = repetitio indebiti) para que outrem não enriqueça sem 
motivo.” 61-62 
 
B) Obrigaçãosimples: há aqui apenas um objeto, credor e devedor. 
 
C) Obrigação Alternativa: há aqui 2 objetos ou mais, podendo ser um 
outro a ser escolhido pelo devedor. 63 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não 
se estipulou. 
§ 1
o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em 
outra. 
§ 2
o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
§ 3
o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4
o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, 
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
64
 
Tem por objeto duas ou mais prestações, mas apenas uma será 
cumprida como pagamento. 
Cabe destacar que o adimplemento de qualquer das situações 
assumidas como prestação, resulta no cumprimento da obrigação.65 
 
60 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
 
 
61 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/5 
62 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
63 Ibidem 
64 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
17 
 
Caberá ao devedor, se não for contratado de outra forma, a 
escolha de como cumprir a obrigação. A escolha chama-se 
concentração. 
Nas obrigações periódicas (“parceladas”) admite-se mudar de 
opção a cada pagamento (art. 252, § 2o CC). 
“É muito comum na prática, até para facilitar e estimular os 
negócios (ex: vendo esta casa por vinte mil ou troco por terreno na 
praia; outro ex: um artista bate no seu carro e se compromete a fazer 
um show na sua casa ou a pagar o conserto; mais um ex: o comerciante 
que se obriga com outro a não lhe fazer concorrência, ou então a lhe 
pagar certa quantia; exemplo da lei: art. 1701, outro exemplo da lei, art 
442)”.66-67 
 
D) Obrigação Cumulativa – neste tipo de obrigação, o devedor deve 2 
objetos, e somente cumprirá a obrigação se entregar os dois. 
 
 
E) Obrigação Facultativa: 
Ocorre quando, apesar de ser com base em um objeto único, o 
credor permite que seja obrigação cumprida de outra forma. 68 
Cabe perdas e danos. 
 Ex: art. 1234 CC 69 - “quem encontra coisa perdida deve restitui-la ao 
dono, e o dono fica obrigado a recompensar quem encontrou; mas o 
 
65 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
66 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/5 
67 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
68 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
69Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito 
a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas 
que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço 
desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades 
que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos. 
18 
 
dono pode, ao invés de pagar a recompensa, abandonar a coisa, e aí 
quem encontrou poderá ficar com ela; 
pagar a recompensa é a prestação principal do devedor, já abandonar a 
coisa é prestação acessória do seu dono. 
O abandono da coisa não é obrigação, mas faculdade do seu dono. Ao 
invés de pagar a recompensa, tem o devedor a faculdade de dar a coisa 
ao credor. (...) 
Então quem encontrar coisa perdida e não receber a recompensa, não 
poderá exigir o abandono da coisa, mas sim deverá processar o devedor 
pelo valor da recompensa”.70-71 (perdas e danos) 
 
F) Obrigação divisível e indivisível: há vários devedores ou credores 
neste tipo de obrigação.72 
- É um tipo de obrigação composta 
- Apresenta uma multiplicidade de sujeitos (complexidade subjetiva) 
- Obrigação complexa subjetiva ativa – quando há mais de um credor 
- Obrigação complexa subjetiva passiva – quando há mais de um 
devedor 
 
 
Obrigação divisível – 257 CC 
Artigo 257, Código Civil. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto os credores 
ou devedores.
73
 
Neste tipo de obrigação, é possível que cada devedor pague 
apenas parte da dívida, e que cada credor tenha direito apenas a 
parte da prestação.74 
 
70 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/6 
71 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
72 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
73 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
19 
 
Na obrigação divisível, esta deverá ser dividida em tantas 
obrigações quantos forem os credores e devedores, de forma 
igualitária e independente. Contudo, eventualmente e de acordo com o 
interesse das partes, a divisão poderá ser distinta e não igualitária. 75 
 
PRESUNÇÃO DE FRACIONARIEDADE DO OBJETO 
Ex. uma dívida de um mil reais pode ser paga em duas parcelas 
de 500; um curso pode ser ministrado em várias aulas, se 4 devedores 
igualitários juntos devem 1000 reais, só posso cobrar 250 de cada 
 Mas mesmo uma obrigação divisível, poderá ser exigida de 
uma única vez, se assim for acordado (art. 314 CC76). 
 
E ainda, sofrerá exceção em casos de solidariedade (art. 264/265 
CC) ou de indivisibilidade (art. 259, CC). 
“Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, embora 
concorram várias pessoas, cada credor pode reclamar a prestação por 
inteiro, e cada devedor responde também pelo todo (259 e 264).”77-78 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais 
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
79
 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
80
 
 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será 
obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação 
aos outros coobrigados.
8174 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva,2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
75 Ibidem. 
76 Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser 
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
77 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/6 
78 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
79 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
80 Ibidem 
81 Ibidem 
20 
 
 
Ex.: art. 2º lei de locação (lei 8245/91) – os inquilinos são solidários 
quanto ao pagamento do aluguel. 
 
Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários 
se o contrário não se estipulou. 
Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem - se 
locatários ou sublocatários. 
 
 
Ex.: contrato – partes convencionam solidariedade na dívida, 
contudo, quem pagar toda a dívida, tem ação regressiva quanto aos 
demais individualmente. 
 
Se um dos devedores se tornar insolvente, e existia a solidariedade 
quanto a dívida, todos os demais, inclusive o que a pagou, absorverão 
sua parte. 
 
A é credor de 1000 reais sendo devedores solidários e iguais B, C, D, E, 
F (200 cada). 
 
B paga A. 
 
B tem ação de regresso contra C, D, E, F 
 
C se torna insolvente. 
 
B, D, E, F dividem o prejuízo – passa a ser 250 para cada 
 
Então, D, E, F tem que pagar 250 cada e B terá um prejuízo de 50. 
 
 Se não tivesse a solidariedade na dívida, seguiria a regra da 
FRACIONARIEDADE, e a parte de C estaria perdida quanto a B. 
 
 
 
Obrigação indivisível – 258 CC 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico.
82
 
Na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por 
inteiro 
Ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes. 
Mas se tal cavalo perecer e a dívida se converter em dinheiro 
(perdas e danos), deixa de ser indivisível (art. 263 CC). 
 
82 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
21 
 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
§ 1
o
 Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
§ 2
o
 Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos.
83
 
 
 
 
 
 
Espécies de indivisibilidade84: 
 
a) natural ou física: a prestação é indivisível pela sua própria natureza. 
A divisão alteraria sua substância. (ex: obrigação de dar um cavalo)85 
b) econômica: o objeto da prestação poderia ser dividido, mas perderia 
valor (Ex.: obrigação que tem como objeto um diamante de 20 quilates, 
cuja divisão em pequenas pedras fará com que o valor bem seja inferior 
ao da pedra inteira).86 
 
c) legal: é a lei que proíbe a divisão (ex: a lei 6.766/79, que dispõe sobre 
o parcelamento do solo urbano, determina no art. 4º, II, que os lotes 
nos loteamentos terão no mínimo 125 metros quadrados, então um lote 
deste tamanho não pode ser dividido em dois);87 
 
d) convencional: é o acordo entre as partes que torna a prestação 
indivisível (ex: 3 devedores se obrigam a pagar juntos certa quantia em 
dinheiro; o credor poderá exigir tudo de qualquer deles).88 
 
Efeitos da divisibilidade/indivisibilidade: 
 
Ex.: pluralidade de devedores: 
 
83 Ibidem 
84 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
85 Ibidem 
86 ibidem 
87 ibidem 
88 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
22 
 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um 
será obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em 
relação aos outros coobrigados.
89
 
 
Obrigação divisível - Pai morre e deixa dívidas para os filhos. Estes 
irão pagar as dívidas nos limites da herança (arts. 1792, 1997 CC). O 
credor do pai terá mais de um filho para cobrar a dívida. 
Obrigação divisível - cada filho responde de acordo com a sua 
herança, e a insolvência de um deles não aumentará a quota dos 
demais (257).90 
 
Quando a obrigação é INDIVISÍVEL, com PLURALIDADE PASSIVA, 
o credor poderá: 
OU exigir o cumprimento de cada um dos devedores, respondendo o 
escolhido pelo dívida integral (direito de regresso quanto aos demais);91 
OU exigir o cumprimento de cada um dos devedores. 92 
Ex.: vários devedores tem a obrigação de entregar um carro a 
um credor (pela natureza, o carro não pode ser dividido sem perder 
a sua substância). 
O que entregar o carro tem direito de regresso quanto aos demais 
(art. 259, § único CC), direito este com características de 
SUB-ROGAÇÃO, ou seja, coloca-se na posição do credor, podendo 
buscar aquilo que pagou além da sua quota (art. 350 CC).93 
 Mas se a obrigação se resolver em perdas e danos ($), acaba a 
indivisibilidade (art. 263 CC). 
 
 
89 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
90 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
91 Ibidem 
92 Ibid, p. 120. 
93 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
23 
 
Ex.: Pluralidade de credores. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; 
mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
94
 
 
Obrigação divisível - cada credor só pode exigir sua parte (257 CC). 
 
Obrigação indivisível - o devedor deverá pagar a todos os credores 
juntos; 
OU poderá pagar a apenas um deles, quando houver autorização dos 
demais; 
OU deverá pagar àquele credor que prestar uma caução de que 
repassará o pagamento aos outros (art. 260 CC).95 Havendo a recusa em 
receber por parte dos credores ou “não havendo essa garantia, o 
devedor deverá após constituí-los em mora, promover o depósito judicial 
da coisa devida. Se só um deles se recusa a receber, a sua negativa não 
induz mora dos demais”.96 
Caução = é a garantia de que irá entregar as quotas dos demais. Esta 
garantia deverá escrita, datada e assinada pelas partes, com firmas 
reconhecidas e, poderá ser registrada em cartório de títulos e 
documentos. 97 
 
 Atenção - Se o devedorpagar sem as cautelas do art. 260, terá 
que pagar de novo àquele credor que, eventualmente, venha a 
ser lesado pelo credor que recebeu todo o pagamento.98 
 
 
94 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
95 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
96 Ibid, p. 122. 
97 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
98 Ibidem 
24 
 
 Dessa forma, o pagamento integral da dívida a um só dos vários 
credores pode não desobrigar o devedor com relação aos demais 
credores. 99 
 
 Mas pagando o devedor corretamente, caberá aos credores buscar 
sua parte com o credor que recebeu tudo (art. 261 CC), e sendo a 
coisa indivisível (ex: carro, casa), poderão os credores usar a coisa 
em condomínio ou então vendê-la e dividir o dinheiro de acordo 
com o art. 1320 CC.100 
 
 A quitação dada pelo credor que recebeu a coisa será oponível em 
relação aos outros credores, se respeitadas as regras já 
analisadas, ficando liberado o devedor.101 
 
 Importante: e no caso de remissão (perdão da dívida)? – 262 
CC 
 
Artigo 262, Código Civil. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta 
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação 
ou confusão.
102
 
 Se um dos credores perdoar a dívida, não ocorrerá a extinção da 
obrigação com relação aos demais credores. 
 Contudo, deverá ser descontada a quota do que foi perdoado. 
Exemplo: A, B e C são credores de D quanto à entrega de um cavalo 
reprodutor, que vale R$ 45.000,00. 
A perdoa a sua parte na dívida, correspondente a R$ 15.000,00. 
B e C podem ainda exigir o cavalo reprodutor, desde que paguem a D os 
R$ 15.000,00 que foram perdoados. 
 
 Mas segundo a doutrina, tem que haver uma vantagem efetiva 
para haver a compensação pela remissão, ou seja, não havendo a 
vantagem, nada poderá ser compensado.103 
 
99 ibidem 
100 Ibidem 
101 Ibidem 
102 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
 
25 
 
Exemplo: A, B e C são credores de D quanto à entrega de um cavalo 
com cela, sendo A credor de parte que corresponde somente a cela. 
A perdoa a sua parte na dívida, correspondente a cela. 
Isso em nada beneficia aos demais, então não há nada a ser 
compensado. 
 
Art. 262, parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão.
104
 
 
Transação (840 CC) – “é o negócio jurídico bilateral, pelo qual as partes 
terminam relações jurídicas controvertidas, por meio de concessões 
mútuas”. 105 Ainda que as partes transacionem, se houverem outros 
credores que não participaram da transação, para eles permanece como 
está, somente devendo haver o desconto do que foi transacionado.106 
 
Novação (360 CC) – é a criação de obrigação nova, extinguindo-se a 
primeira. Há aqui a substituição de uma dívida por outra com relação a 
quem fez a novação. Quanto aos demais credores, permanece como 
esta, com desconto da quota do que foi novado. 107 
 
Compensação (368 CC) – extingue-se a obrigação porque as mesmas 
pessoas são credoras e devedoras umas das outras. Quanto aos demais 
credores, permanece como esta, com desconto da quota do que foi 
compensado. 108 
 
103 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
104 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. 
105 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013, p. 126. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
106 Ibidem 
107 Ibidem 
108 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
 
26 
 
Confusão (381/1049 CC) – as qualidades de credor e devedor se 
encontram em uma só pessoa, extinguindo-se a obrigação, já que 
“ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou 
propor demanda contra si próprio”.109 
 
Perda da indivisibilidade 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1
o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
§ 2
o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos.
110
 
 
A indivisibilidade origina-se da natureza da prestação, ou seja, 
pelo fato do objeto não poder ser dividido sem que perca sua 
substância ou valor econômico. 111 
 A obrigação indivisível perde seu caráter se convertida em 
obrigação de pagar perdas e danos (pecuniária), que é uma obrigação 
divisível. 112 
 RELEMBRANDO: Contudo, se a obrigação for solidária, assim 
determinada em lei ou convencionada pelas partes, não perde sua 
natureza se convertida em perdas e danos.113 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais 
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
114
 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
115
 
 
 
 
109 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013, p. 126. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
110 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
111 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2. 
112 ibidem 
113 Ibidem 
114 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
115 BRASIL, Lei n. 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
27 
 
Ex.: art. 2º lei de locação (lei 8245/91) – os inquilinos são solidários 
quanto ao pagamento do aluguel. 
 
Ex.: contrato – partes convencionam solidariedade na dívida, 
contudo, quem pagar toda a dívida, tem ação regressiva quanto aos 
demais individualmente. 
 
Se um dos devedores se tornar insolvente, e existia a solidariedade 
quanto a dívida, todos os demais, inclusive o que a pagou, absorverão 
sua parte. 
 
A é credor de 1000 reais sendo devedores solidários e iguais B, C, D, E, 
F (200 cada). 
 
B paga A. 
 
B tem ação de regresso contra C, D, E, F 
 
C se torna insolvente. 
 
B, D, E, F dividem o prejuízo – passa a ser 250 para cada116 
 
Então, D, E, F tem que pagar 250 cada e B terá um prejuízo de 50. 
 
 Se não tivesse a solidariedadena dívida, seguiria a regra da 
FRACIONARIEDADE, e a parte de C estaria perdida quanto a B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
116 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Teoria Geral das Obrigações. vol.II. 
São Paulo˸ Saraiva, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. Obrigações, 
15 ed., São Paulo: Saraiva, 2014, v. 2.

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