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Curso Direito Previdenciário Desaposentação

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Curso de Direito Previdenciário
ESA – PENHA DE FRANÇA.
Professores Carlos Gouveia e Rodrigo Sodero. 
 
tema da Aula:
Desaposentação
O tema desaposentação vem conquistando espaço na doutrina e na jurisprudência, assumindo significativo relevo no campo do Direito Previdenciário.
A possibilidade de o segurado desaposentar-se, as conseqüências dessa opção, os vários benefícios que a admitem, o aproveitamento do tempo de contribuição anterior e posterior à aposentadoria e a necessidade ou não da devolução das parcelas percebidas são questões ainda não decididas.
Contudo, a questão central da problemática aventada é saber se o segurado possui vontade livre para se aposentar e desaposentar.
Para responder tal questão necessário uma rápida releitura de alguns tópicos previdenciários.
Aposentadoria
A previdência social como se sabe, é um seguro, onde existe a necessidade de preenchimento de condições específicas para o gozo de cada beneficio ou serviço. Sua finalidade pode se garantir no mínimo necessário para uma vida digna (previdência mínima) ou proporcionar conforto, elevado com padrão de vida aos segurados (previdência máxima), sendo certo que apenas a primeira hipótese encontra-se inserida no rol dos direitos humanos. Assim sua disciplina é de primordial importância, influenciando a economia o contexto social e o planejamento estratégico do pais. (FÁBIO DE SOUZA SILVA, p. 100, 2005 - Direito em Foco – Direito Previdenciário - Impetus)
Assim, a própria Constituição capitulou o tema. Uma Previdência Social, para ser eficiente deve pelo menos assegurar a aposentadoria e a pensão por morte do segurado. O nosso sistema é um dos mais completos do mundo pois oferece proteção contra quase qualquer tipo de risco social.
Mais especificamente no que tange ao nosso tema, o beneficio aposentadoria deve ser estudado de forma absolutamente sistematizada, senão vejamos:
A aposentadoria nas palavras de Castro e Lazzari é a prestação por excelência da Previdência Social, juntamente com a pensão por morte. Ambas substituem, em caráter permanente, os rendimentos do segurado e asseguram sua subsistência e daqueles que dele dependem.
Desta sorte, em que pese os posicionamentos contrários, em que alocam a aposentadoria como sendo um beneficio da seguridade social, e não apenas da previdência social, o modelo majoritário de aposentadoria encontra-se intimamente ligado ao conceito de seguro social, ou seja, há necessidade de que sejam realizadas contribuições para que a contraprestação seja fornecida.
A aposentação é garantida constitucionalmente e, quanto ao RGPS, minuciosamente, tratada no artigo 201, senão vejamos:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98) 
(...Omissis...)
7º assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)
8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998)
(...Omissis...)
Mostrada a importância dada a aposentadoria pela Constituição, algumas leis infraconstitucionais regulamentaram a forma com que a mesma poderia ocorrer, uma destas normas é o Decreto 3.048/99, que em seu artigo 181-B, narra que as aposentadorias especial, por tempo de contribuição e por idade uma vez concedidas pela Previdência Social passam a ter caráter irreversível e irrenunciável.
 Assim, pelo lastro do RPS, o aposentado que pretenda permanecer a trabalhar ou a retornar ao trabalho, após a concessão da aposentadoria não terá direito a nenhum benefício previdenciário, exceto salário família e a reabilitação profissional é o que determina o artigo 18 parágrafo 2 da Lei 8.213/91, senão vejamos: 
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). 
Inobstante, o discorrido pela Lei, o Decreto 3.048/99 em seu artigo 103 prevê o direito ao salário maternidade para a segurada já aposentada que retorne ao trabalho.
Deste modo, ao aposentado que volta a trabalhar nenhum benefício significativo é dado. Muito embora as contribuições continuem a ser vertidas ao sistema de forma absolutamente integral.
Desta assertiva a primeira pergunta que se apresenta é dado o caráter contributivo da previdência social como pode existir SC sem o respectivo SB?
A reposta a esta questão é bastante simples, como são simples as coisas da vida, quando olhadas com calma e parcimônia. Ora, não pode existir!!! Posto que se dentro do ordenamento a definição de Previdência Social é igual a de seguro. E onde a contraprestação esta diretamente co-relacionada diretamente a prestação. Assim é impossível existir tal situação, contudo a mesma existe.
Portanto, como pode o aposentado que volta a exercer atividade abrangida pela RGPS, e é seu segurado obrigatório, com todos os deveres, não ter direito ao mínimo assegurado pela Previdência Social, tal posicionamento adotado pela Lei e pelo Decreto fere de modo visceral o princípio da reciprocidade contributiva retributiva. 
Para Marcelo Tavares “a norma, além de possuir caráter extremamente injusto, desrespeita o princípio da contraprestação relativo às contribuições devidas pelos segurados, tendo em vista que as prestações oferecidas ao aposentado que retorna à atividade são insignificantes, diante dos valores recolhidos. 
E foi justamente nesta seara que a aposentação reversa surge, em contraposição total a sua face positiva, que é o direito do segurado a aposentação. A aposentação reversa ou desaposentação é o direito do segurado ao retorno a atividade remunerada, desfazendo o ato da aposentadoria por vontade única e exclusiva do titular.
Assim, o titular invocando o seu direito optativo, retorna da aposentadoria para o status quo, para que possa se assim desejar, optar em se aposentar novamente, utilizando o tempo de contribuição outrora utilizado para a aposentadoria ora desfeita, ou melhor dizendo, é o direito que o mesmo tem de se desaposentar, para fins de aproveitamento do tempo de filiação para nova aposentadoria no mesmo ou em outro regime previdenciário.
Segundo Lazzari e Castro, trata-se na verdadeda possibilidade que o segurado tem de unificar os seus tempos de serviço/contribuição numa nova aposentadoria. 
Por exemplo: um advogado aposentado pelo RGPS que venha a ser aprovado em concurso de juiz federal. Pretendendo uma futura aposentadoria como magistrado, com o aproveitamento do tempo do RGPS, deverá renunciar o benefício percebido pela autarquia e requerer a averbação do tempo anterior em novo regime.
Mas com certeza uma pergunta surge: será que este direito a aposentação reversa é assegurado constitucionalmente, ou melhor dizendo será este procedimento legal?
Em resposta a esta pergunta, novamente nos socorremos dos dizeres de Lazzari e Castro, para afirmar que a Constituição da República não só não veda tal procedimento como a mesma garante a contagem recíproca do tempo na administração e na atividade privada. 
A legislação previdenciária é omissa em relação ao tema. Apenas o Decreto 3.048/99, em total ilegalidade, comenta que os benefícios concedidos pela Previdência Social são irreversíveis e irrenunciáveis. 
Contudo, dando um aspecto administrativo ao tema, podemos facilmente concluir que o ato de se aposentar é um ato vinculado, pois sendo a lei quem estabelece as condições para que a mesma ocorra é mais que liquidante que a ocorrência da aposentação tenha como natureza constitutiva a de ato vinculado. 
Sob outro prisma, uma vez que os requisitos foram cumpridos, e a vontade do agente tenha se positivado no sentido de se aposentar, a Administração Pública não tem outra opção a não ser proceder a aposentadoria do segurado.
Assim, mais que forçoso concluir que a concessão é um ato vinculado e não um ato discricionário - em que a autoridade que o pratica tem uma certa iniciativa pessoal no que se refere à conveniência e oportunidade do mesmo. Ato vinculado é aquele em que quase não resta iniciativa pessoal para a autoridade que o pratica, vez que regulado em lei todos os detalhes. 
Como ato vinculado, a aposentadoria é sim irrenunciável e irreversível, mas em relação apenas a Autarquia e não em relação ao pedido do segurado.
 Posto que como se sabe, um dos aspectos do fato gerador do direito aos proventos é a vontade do segurado, assim sendo fica claro que, embora vinculado para a Administração Pública o segurado tem o poder de analisar a conveniência e a oportunidade diretamente ligadas a sua vontade e interesse individual e escolher aposentar-se ou não. Do mesmo modo, o segurado pode optar em estando aposentado em se desaposentar. 
Para Fábio de Souza Silva a irrevogabilidade da aposentadoria, tem seu escopo principal na proteção do segurado, que fica garantido contra alterações da análise do mérito do ato administrativo. Afinal, por conferir fundamental importância à proteção contra os riscos sociais, o legislador, antecipadamente, já indica com precisão o motivo e o objeto do ato concessivo. 
E o jovem jurista ainda vai além, concluindo que se é o próprio segurado quem deseja deixar de exercer o direito à aposentadoria, abrindo mão dos proventos, é paradoxal que a norma, cujo objetivo é protegê-lo, o impeça de assumir postura que lhe pareça mais benéfica. 
Assim, desejando o segurado reconsiderar sua manifestação volitiva, para não mais continuar aposentado, o binômio constitutivo da aposentadoria ficará novamente incompleto, posto que embora exista o preenchimento dos elementos legais (idade, tempo de contribuição e etc...), inexistirá o elemento vontade do agente. Sendo assim, forçoso concluir que a Administração não poderá a continuar a pagar o benefício eis que o binômio constitutivo não mais existe. 
Desta feita, podemos facilmente concluir que muito embora o direito aos proventos não exista mais no mundo fenomênico pela ausência de vontade do agente, o mesmo, (agente/segurado) continua sendo titular do direito podendo exercer o mesmo a qualquer tempo.
Muito embora o INSS, continue a entender que a aposentadoria é irrenunciável, dado ao seu valor alimentar e irreversível por se tratar de um ato administrativo perfeito e acabado, só podendo ser desfeito pelo poder público quando constado erro ou fraude.
Temos entendimento que a aposentação reversa e absolutamente possível, posto que, ninguém poderá ser obrigado a permanecer em aposentação contra sua vontade. E mais, normalmente, a renúncia tem por objetivo a busca por benefício mais vantajoso, pois o segurado abre mão do benefício, mais não abre mão dos elementos constitutivos da hipótese de incidência do fato gerador (tempo de contribuição que teve averbado). 
A ilustre Procuradora do Trabalho Ivani Contini Bramante comunga do mesmo pensamento: A desaposentação, ipso facto, trata-se de renúncia-opção. E, quando vocacionada a conversão da aposentadoria de um regime menos vantajoso para um mais vantajoso é valida e eficaz.
Nesta questão, como visto, prevalece o entendimento de que a aposentadoria é renunciável quando beneficiar o titular do direito e ou ensejar a nova aposentadoria mais vantajosa.
Como o segurado realiza a aposentação reversa? Bom, como se sabe após o requerimento de aposentadoria, a mesma não precisa ser renovada, sendo entendida como definitiva, pela Autarquia. Assim, para que o segurado possa realizar o instituto da aposentação reversa o mesmo deve apresentar requerimento manifestando a vontade em se desaposentar. 
Uma vez realizado tal requerimento, deve a Administração Pública emitir ato administrativo extintivo ou desconstitutivo, que colocará termo a aposentação. 
Pois, como já se sabe, o ato aqui é vinculado, não existindo para a Administração realizar qualquer forma de análise de oportunidade ou conveniência. Por conseguinte, cumprido o requisito negativo, qual seja, realização de não vontade ou ausência de vontade, deve a Administração Pública cessar o respectivo benefício. 
Assim, o único elemento necessário para a aposentação ou desaposentação é a vontade do agente.
Vejamos o que nossos tribunais tem entendido acerca do tema:
 
PREVIDENCIARIO. RECURSO ESPECIAL. RENUNCIA A BEBEFICIO PREVIDENCIARIO. POSSIBILIDADE DIREITO PATRIMONIAL DISPONIVEL. ABDICACAO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL PARA CONCESSAO DE APOSENTADORIA POR IDADE URBANA
Tratando-se de direito patrimonial disponível, é cabível a renúncia aos benefícios previdenciários. Precedentes.
2. Faz jus o Autor a renúncia da aposentadoria que atualmente percebe – aposentadoria por idade, na qualidade de rurícola – para o recebimento de outra mais vantajosa – aposentadoria por idade de natureza urbana.
3. Recurso especial conhecido e provido. (REsp n. 310884/RS. Quinta Turma. Relatora Ministra Laurita Vaz. DJ de 26.9.2005) 
PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA ESPECIAL. CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE SERVIÇO. OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. 
1. Inexiste qualquer ilegalidade no ato de renúncia à aposentadoria especial. O benefício é um direito disponível do autor, que dele pode abdicar se assim lhe for conveniente. 
2. Encontra-se consolidado o entendimento de que a contagem recíproca do tempo de contribuição como servidor público e como empregado celetista não se opõe ao ordenamento jurídico pátrio. 3. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF1ª R. - AC 01001131715 - (199901001131715) - GO - 1ª T. - Rel. p/Ac. Juiz Manoel José Ferreira Nunes - DJU 08.05.2003)
Uma questão que permeia o imaginável dos juristas é uma vez concedida a desaposentação os valores percebidos enquanto o agente encontrava-se em gozo de benefício devem ser devolvidos?
Muito embora, o próprio criador do sistema conclua pela devolução das parcelas percebidas, tenho o entendimento que as mesma s não devem ser devolvidas, senão vejamos:
1-) Se não há irregularidade na concessão do benefício não há que se falar em necessidade de devolução das parcelas percebidas;
2-) Se a própria lei se silencia acerca da devolução o segurado não esta obrigado a repor o status quo ante ;
3-) Comoparadigma para a não devolução podemos utilizar do instituto irmão da reversão do servidor público, previsto no artigo 25 da Lei 8.112/90, que prevê a reversão mais não prevê a devolução dos proventos percebidos.
E por último tendo as parcelas pagas do benefício, trato alimentar, estas são indiscutivelmente devidas no tempo em que o benefício se perdurou, não havendo razão nem legitimação para sua devolução.
Senão vejamos, o que Jurisprudência Pátria tem decidido acerca do tema, in verbis:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. DIREITO À RENÚNCIA. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM RECÍPROCA. DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS RECEBIDAS. 
1. A aposentadoria é direito patrimonial disponível, passível de renúncia, portanto. 
2. A abdicação do benefício não atinge o tempo de contribuição. Estando cancelada a aposentadoria no regime geral, tem a pessoa o direito de ver computado, no serviço público, o respectivo tempo de contribuição na atividade privada. 
3. No caso, não se cogita a cumulação de benefícios, mas o fim de uma aposentadoria e o conseqüente início de outra. 
4. O ato de renunciar a aposentadoria tem efeito ex nunc e não gera o dever de devolver valores, pois, enquanto perdurou a aposentadoria pelo regime geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram indiscutivelmente devidos. 5. Recurso especial improvido. (STJ - REsp 692628 - DF - 6ª T. - Rel. Min. Nilson Naves - DJU 05.09.2005 p. 515)
APOSENTADORIA PREVIDENCIÁRIA. RENÚNCIA. TEMPO. APOSENTADORIA ESTATUTÁRIA. 
A aposentadoria previdenciária, na qualidade de direito disponível, pode sujeitar-se à renúncia, o que possibilita a contagem do respectivo tempo de serviço para fins de aposentadoria estatutária. 
Note-se não haver justificativa plausível que demande devolverem-se os valores já percebidos àquele título e, também, não se tratar de cumulação de benefícios, pois uma se iniciará quando finda a outra. 
Precedentes citados: REsp 497.683-PE, DJ 4/8/2003; RMS 17.874-MG, DJ 21/2/2005, e MS 7.711-DF, DJ 9/9/2002. (STJ - REsp 692628 - DF - 6ª T. - Rel. Min. Nilson Naves - julgado em 17.05.2005)
DESAPOSENTAÇÃO E SEU CABIMENTO
 NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE APOSENTADORIA
Aposentadoria por Invalidez e a Desaposentação:
O risco social coberto pela incidência da norma sobre o fator gerador do benefício é a invalidez total do obreiro para o trabalho e o qual terá o benefício perdurado enquanto permanecer nesta situação. Portanto, o benefício tem trato provisório. 
Deste modo, existe uma diferença técnica significativa entre esta e as demais espécies de aposentadoria. Enquanto as outras tem trato definitivo a aposentadoria por invalidez tem trato provisório, a sua duração esta absolutamente ligada à existência da invalidez. 
Outro ponto, que se comenta é que a tempo de contribuição, quase não tem influência neste benefício, pois o prazo carencial quando existe é muito pequeno. Por conseguinte, o instituto da aposentação reversa ou desaposentação não nos parece compatível com a aposentadoria por invalidez. Por ser este um benefício de natureza temporária, a sua vocação será sempre a manutenção ou cessação dependendo sempre se o mesmo recuperar ou não a capacidade laboral para o trabalho. 
Aposentadoria por Idade e a Desaposentação
O bem jurídico tutelado nesta modalidade de aposentação é a presunção que com a idade avançada o segurado sofra ou possa vir a sofrer uma redução na sua força vital, quer seja para o trabalho, quer seja para a vida. Assim, o que este instituto protege é a eventual incapacidade do segurado.
Desta forma, a aposentadoria por idade é o benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado que completar a idade necessária à concessão do benefício. Sendo assim definido:
a) homem (urbano) - 65 anos;
b) mulher (urbana) - 60 anos;
c) homem ( rural) - 60 anos;
d) mulher ( rural) - 55 anos.
Desde que tenha cumprido a carência mínima tipificada em lei de 180 contribuições, ou a regra do artigo 142, da Lei 8.213/91, para os inscritos antes desta. A renda do benefício é calculada de acordo com o tempo de contribuição, sendo de 70% do salário de benefício mais 1% deste por grupo de 12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do benefício.
Trata-se ainda de benefício definitivo e ainda conforme o artigo 453 da CLT, promove a extinção do contrato de trabalho. 
O instituto da aposentadoria reversa é mais que possível de ser aplicado no caso de desconstituição da Aposentadoria por Idade, pois a vontade do agente é elemento ensejador para a concessão desaparecendo tal elemento o fato gerador positivo fica incompleto, dado ensejo ao retorno da situação anterior, podendo o tempo utilizado para a aposentadoria ser utilizado para obtenção de outro benefício mais vantajoso.
Por exemplo: Antonio Matusalém era aposentado com 65 anos de idade e vinte de contribuição, tendo como renda final de benefício 90% do SB (70%+ 1% por cada grupo de 12 contribuições – 20 anos igual a 20%). Passado um tempo, usufruindo da sua aposentadoria Matusalém, ele resolve aumentar seu benefício, promovendo novas contribuições ao sistema neste caso ele poderá se desaposentar, recolher mais algumas contribuições e tornar a se aposentar com proventos majorados. 
Ou se continuou a trabalhar e a contribuir pode se desaposentar, e utilizar da mesma forma o tempo de contribuição para nova aposentadoria. 
Outra hipótese, seria a utilização do tempo de contribuição para se aposentar em outro regime, que lhe fosse mais atraente.
Aposentadoria por tempo de Contribuição e a Desaposentação
O benefício em comento tem como fato gerador de sua incidência no mundo material a realização de tempo de contribuição, sendo pago ao segurado que completar o tempo de contribuição exigido pelo RGPS: 35 anos para homens e 30 anos para mulheres. 
Como a aposentadoria por idade, tem como missão a proteção contra uma eventual redução da capacidade do segurado devido ao longo período laborado. 
Sendo também um benefício de trato definitivo, só sendo cessada pela morte ou através da desaposentação, sendo o elemento ensejador desta o mesmo da Aposentadoria por Idade, qual seja, a vontade do segurado. Podendo ser utilizada para melhorar o benefício,para concessão de outro ou para utilizar o tempo de contribuição em outro regime.
Aposentadoria Especial e a Desaposentação
É o benefício previdenciário devido ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
A Aposentadoria Especial, também é considerada de trato irreversível, salvo se o obreiro iniciar ou voltar para atividade que lhe prejudiquem a saúde ou coloquem em risco sua integridade física.
Como o benefício possui SB integral de 100%, muita vezes o instituto da aposentação reversa não terá aplicabilidade, contudo, isto nào impede que o mesmo possa ser pedido para majorar, modificar ou mesmo para se levar o tempo de contribuição para novo regime.
Em síntese entendemos que seja qual for o motivo do segurado a aposentadoria sempre será reversiva, mesmo nos casos onde novo benefício não seja pedido.
Desta sorte, não é sem óbice que a Lei 8.213/91, bem como a Constituição Cidadã acolhem o tema nas formas narradas. 
Posto que, a possibilitação de se utilizar do instituto da aposentação reversa, além de estar em total consonância com a Lei, representa, na verdade uma das formas de proteção social do individuo.
CONCLUSÕES
Temos o entendimento que a desaposentação é absolutamente possível, posto que, ninguém poderá ser obrigado a permanecer em aposentação contra sua vontade. E mais, normalmente, a renúncia tem por objetivo a busca por benefício mais vantajoso, pois o segurado abre mão da prestação, mas não dos elementos constitutivos da hipótese de incidência do fato gerador (tempo de contribuição que teve averbado). 
A ilustreProcuradora do Trabalho, Ivani Contini Bramante, comunga do mesmo pensamento: A desaposentação, ipso facto, trata-se de renúncia-opção. E, quando vocacionada a conversão da aposentadoria de um regime menos vantajoso para um mais vantajoso é valida e eficaz.
Concluímos portanto que a Carta Magna ao possibilitar o direito de liberdade, inclusive do trabalho, lhe possibilita também se aposentar no momento em que lhe aprouver. Desaposentar-se é o exercício da mesma intenção e liberdade e somente deste modo estará assegurada adequadamente a proteção plena do sistema previdenciário. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
CASTRO, Carlos Alberto P.; LAZZARI João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTr. 2003
FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3. ed. amp. São Paulo: Saraiva, 2002.
JUNIOR, Miguel Horvath. Direito previdenciário. 3. ed. São Paulo: Quartier Latin. 2005
MACHADO, Paulo A. Leme. Direito ambiental brasileiro. 10. ed. rev. amp. São Paulo: Malheiros, 2002.
MILARÉ, Édis. Tutela Jurisdicional do Meio Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais 676/48, 1992.
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 4. ed. São Paulo: Atlas. 2004.
TAVARES, Marcelo Leonardo, e outros coordenador geral e da obra, Direito Previdenciário, direito em foco – Rio de Janeiro: Impetus. 2005
WEINTRAUB, Arthur Bragança de Vasconcellos;BERBEL Fábio Lopes Vilela. Manual de aposentadoria especial – São Paulo: Quatier Latin. 2005
VENDRAME, Carlos Vendrame. Perfil profissiográfico previdenciário: uma visão empresarial. - São Paulo: LTr. 2003

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