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MICRO BACIA DO CÓRREGO BONSUCESSO MICRO BASIN BROOK BONSUCESSO Caroline Oliveira de Brito1; Euclides David Alves Brandão2; Filipe Lazarino Campidelis3; Izabella de Souza Taranto4; Kely Cristina Soares5; Leandro Felipe Corrêa Ribeiro6; Wilson Loreno Soares Fernandes7 Taiza de Pinho Barroso Lucas8 (Orientadora) Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG 1carolineoliveira1505@hotmail.com; 2dayvidgeografia@yahoo.com.br; 3filipelaza@yahoo.com.br; 4izabellataranto@hotmail.com; 5kellyteixeira.geo@hotmail.com; 6leandrofcorrea@uol.com.br; 7wilsonloreno@gmail.com; 8taiza.lucas@prof.unibh.br Resumo: O trabalho partiu de uma contextualização da Barragem de contenção do Bonsucesso que favoreceu na redução dos índices de inundações, coleta de esgoto sanitário e perdas materiais através da intervenção do programa DRENURBS. Foi realizado estudos no local, levantamentos de dados sobre a Bacia Hidrográfica do Córrego Bonsucesso e mapa de possibilidades. PALAVRAS-CHAVE: Barragem Bonsucesso. Drenurbs. Bacia Hidrográfica. Protocolo de avaliação rápida . ABSTRACT: This work began with a contextualization of the Bonsucesso's containment dam which favored reducing the rates of flooding, sewage collection and material losses through the intervention of DRENURBS program. Studies was conducted at the site, collecting data about the Basin of Bonsucesso and possibilities map. KEYWORDS: Bonsucesso Dam. Drenurbs. Rapid assessment protocol. ____________________________________________________________________________ 1 INTRODUÇÃO O programa DRENURBS (Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte) foi lançado com uma visão mais inovadora dos recursos hídricos no meio urbano, vem com a ideia de que a canalização dos cursos naturais não seria a melhor opção, e não resolveria os problemas futuros. A melhor solução seria a integração desses cursos na paisagem urbana. O principal objetivo seria o tratamento dos problemas sanitários e ambientais ocorrentes na área das bacias. Esse projeto foi implantado para abranger 51% da área total de Belo Horizonte e abranger cerca de 47 sub bacias, e a população que seria favorecida com esse projeto chegaria a 45% do total do município de Belo Horizonte. A implantação do programa DRENURBS parte das seguintes etapas: 1° fase consistia na caracterização e diagnóstico da área, onde envolvia a integração de macro e micro drenagem, tendo também uma análise dos cursos d’água a partir da ajuda do sistema de informação geografia (SIG), esta etapa foi concluída em 2001. 2° fase parte da simulação de sistemas reais de macro drenagem das bacias do ribeirão onça e arrudas, tendo objetivo de prever certos comportamentos futuros. Análise e monitoramento da qualidade da água, bem como o monitoramento das inundações, também teve o auxilio do SIG na questão da drenagem, concluída em 2011. Sendo assim, o programa vem com a intenção de intervenção em 5 sub-bacias: Córrego 1° de Maio, Córrego Engenheiro Nogueira, Córrego Baleares, Córrego Bonsucesso e Córrego AV. Nossa Senhora de Fátima. Sendo que das cinco, quatro já foram entregues e uma que ainda está em andamento. Após o término dessa etapa, o projeto pretende direcionar e abranger as outras sub- bacias. Para um melhor resultado adotou também os seguintes procedimentos: Implantação de vegetação arbórea nos leitos dos córregos para melhor permeabilidade do solo, introdução de parques e áreas de preservação, criação de bacias de detenção para a prevenção de inundações, bem como a participação das comunidades locais nas decisões de conservação e recuperação dos cursos d’água, também a orientação pelo projeto DRENURBS sobre a importância de conservação ambiental desses cursos d’água no meio urbano. Dentre as sub-bacias contempladas com o projeto DRENURBS, encontra-se a Bacia do Bonsucesso, com alto índice de ocorrências de inundações ao longo da bacia hidrográfica. Tais problemas ocorrem pela falha dos mecanismos do sistema de drenagem pluvial, em que há um aumento da impermeabilidade do solo, favorecendo maiores índices de inundações, onde foi construída a bacia de detenção da água para tentar minimizar tal problema, projeto finalizado em 2010. A Barragem de contenção do Bonsucesso favoreceu na redução dos índices de inundações, perdas materiais, intervenção e eliminação das famílias das áreas de risco, também a população foi favorecida com a coleta de esgoto e a construção de áreas de lazer para as famílias das áreas de risco, mas também gerou impactos sociais como problemas na remoção das famílias, nos valores de indenização dos imóveis, mudanças na rotina de vida das famílias residentes próximo das obras, alteração na qualidade da água, além da alteração da paisagem. Entretanto, houve os impactos ambientais como: disposição incorreta de lixos no córrego com leito aberto, mau cheiro devido ocorrência de despejo de esgotos, assoreamento, dentre outros. A PBH (Prefeitura Belo Horizonte), vendo a necessidade de revitalização de suas bacias hidrográficas, através do projeto DRENURBS, interveio na área da bacia do Bonsucesso, visto também que a área onde teve esta nova concepção de drenagem urbana já necessitava de uma intervenção. A partir desde contexto, teve um levantamento de dados para se avaliar qual seria a melhor forma de intervir neste local. Diante da tal temática de uso e ocupação do solo na bacia do Bonsucesso e das metodologias de intervenção por parte do poder público municipal, infere-se como problemática da pesquisa: Qual a influência da construção da barragem e sua complexidade para a micro bacia do alto Bonsucesso? A bacia hidrográfica do Córrego Bonsucesso, que se situa na regional Barreiro possui uma área de 1.192m². Nesse local, estima-se uma população entorno de 34.000 habitantes, e que possui uma extensão em seus cursos d'água de 22.000 metros. Segundo Ziviane, et al (2009), a área do alto Bonsucesso ainda possui grande parte de áreas verdes. O alto Bonsucesso (sub-bacia do Bonsucesso) tem seu uso e ocupação do solo, em sua margem esquerda, casas de padrão de construção média e baixa, e na margem direita as novas áreas industriais, do bairro Olhos D’água. Com variações de declividade em torno de 10 a 30 % com presença de vertentes côncavas ou planas, formados por seqüências de morros e colinas, variando de 1041 a 1300 metros de altitude, o Córrego Bonsucesso situa-se ao arcabouço geológico de seqüência metassedimentar do paleo-proterozoico do grupo Itabira, Piracicaba e Sabará, pertencente ao super grupo de Minas, onde predomina a formação de canga e laterita nas formações superficiais, nas áreas de maiores cotas altimétricas caracterizados pela presença de campos de altitude. Segundo Gomes (2005), a parte norte da área é a que apresenta os maiores problemas, pois embora tenha as mesmas características fito-geológicas e geomorfológicas do restante da área, sofre a atuação de mineradoras e a ocupação imobiliária pouco ordenada, principalmente no Bairro Olhos D’água, que embora seja classificada pela lei como Zona de Adensamento Restrito (ZAR), “de suas condições de infra-estrutura e topografia”, foi, e ainda é, alvo da atuação de mineradoras que tiveram seus efeitos maléficos acentuados devido à sua topografia acidentada e ao grande volume de material retirado. Assim, este estudo teve por objetivo identificar os pontos positivos e negativos da construção da barragem para a micro bacia do Bonsucesso (alto curso) e propor um modelode gestão mais adequado as necessidades sociais, econômicos e ecológicos. Constituiu-se objetivos específicos a pesquisa relativa a gestão de recursos hídricos atual da micro bacia do Bonsucesso estava de encontro as necessidades sociais e ambientais, correlacionados os dados sociais e ambientais da área de estudo, aplicando o protocolo de diagnóstico ambiental preliminar de cursos d’água urbano, tratar e georeferenciar os dados utilizando técnicas do SIG (Sistema de Informação Geográfica) e produzido um mapa de possibilidades de gestão para a área do alto curso do Bonsucesso. Este estudo teve como relevância alguns fatores de interesse comum para as comunidades locais e a população urbana de Belo Horizonte. A começar pela necessidade de exacerbar a extrema importância da microbacia Bonsucesso como de qualquer outra, para o dinamismo e qualidade de vida nos centros urbanos, principalmente no caso da área, objeto deste estudo que englobou algumas nascentes; a possibilidade de uma análise da real condição ambiental do trecho do alto curso do córrego Bonsucesso se torna fundamental para um melhor planejamento urbano. Outro relevante tópico abordado foi de conscientização das comunidades locais em relação à importância da conservação das áreas de nascentes como de toda a microbacia Bonsucesso para uma melhor qualidade de vida. Para tanto é necessária a quebra de paradigmas sobre a ideia de que tampar os leitos naturais dos rios é a melhor solução, ao invés de incluí-lo na paisagem, permitindo um convívio com os cursos d’água e preservá-los de maneira sustentável, o que contribuiria para o progresso urbano. E por último, a geração de dados ambientais e sociais, que forneçam material útil para futuros projetos de urbanização que favoreçam a preservação e a integração dos cursos d’água em seu leito natural no dinamismo urbano. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Cabe aqui uma breve discussão sobre as categorias de análise da pesquisa geográfica como paisagem e área, essas relevantes para esta pesquisa, bem como a discussão sobre questões relacionadas a drenagem urbana e a gestão dos recursos hídricos no contexto urbano e os aspectos socioambientais, que se encontram dentro da mesma além de alternativas e metodologias de intervenção em bacias hidrográficas. Para Miyazaki (2008), as categorias de análise devem estar articuladas e relacionadas aos aspectos culturais, econômicos, políticos, naturais, entre outros; e que cada corrente do pensamento geográfico deram sua contribuição para diversas perspectivas de abordagem dessas categorias. Segundo diversas Dantas (2008), compreender a categoria de análise geográfica paisagem é necessário avaliar todas as vertentes teórico- metodológicas envolvidas, já que a paisagem é analisada em uma dialética entre duas dinâmicas a do visível e invisível, o que se a oposição entre paisagem natural e paisagem transformada. Mediante a uma análise ampla pode-se compreender as problemáticas da ciência geografia, particularmente da paisagem. Esse conceito foi se moldando ao longo da história. Para Dantas (2008), até o século XVI o conceito de paisagem estava muito mais relacionado à noção de fração do espaço, ideia de território e lugar que se refere a aspectos estéticos. Entretanto, a partir do século XVII ela ganha dimensão individual vinculada à percepção do individuo, ou seja, valor estético, a partir da pintura. Dentro desse conceito de paisagem voltado a percepção do individuo pode-se citar dois autores: Luchiari (2001), diz que a paisagem é forma e aparência dada pelo individuo e que ela revela seu conteúdo por meio das funções sociais a que são dadas ao longo da história. Confirmando a importância do mesmo, Gomes (2001) fala da apreensão do olhar do individuo para a representação da paisagem e que esse olhar esta condicionada a filtros fisiológicos, psicológicos, socioculturais e econômicos, estando sua existência condicionada à capacidade do individuo de reter, distinguir e reproduzir elementos significativos para a construção do mosaico que é a paisagem. De acordo com a percepção individual citada pelos autores, Dantas (2008) faz uma abordagem mais coerente já que o homem é sem duvidas quem dá sentido a paisagem, não só por ele ser o interprete do mundo mais por ser o grande agente transformador da paisagem, a partir da sua atuação. Segundo Schier (2003), tanto para a abordagem fundamentalista quanto para a positivista, os elementos da paisagem podem ter significado denotativo de claro significado, já na perspectiva interpretativa, ela é conotativa envolta de símbolos, sensações; com tal ambigüidade se percebe que não existe uma geografia que sirva a todos os níveis de paisagem, pois sua complexidade não permite apenas uma abordagem. O autor confirma a necessidade da compreensão de todos os níveis da paisagem e que esta contribui para uma análise que atenda a complexidade a que ela esta envolvida. “Discutir essa pluralidade conceitual e cognitiva é, no âmbito da geografia, sem dúvida um grande desafio” (SCHIER, 2003, p 85). A categoria de análise conhecida como área que determina um espaço delimitado devido as suas características sejam elas físicas, econômicas, entre outras; também como as demais esta associada ao acúmulo desigual do tempo segundo Santos (2006) refere-se a um conjunto indissociável de objetos e ações. A área também está sujeita às mudanças culturais, econômicas e sociais ocorridas ao longo da história, uma área que antes tinha determinada característica pode vir a se transformar. Assim ela passará a uma nova representação mais que sem dúvidas irá refletir seu tempo histórico. Segundo Miyazaki (2008), para se compreender as dimensões analíticas da geografia é fundamental que se aborde as categorias de forma articulada. Para o estudo geográfico ocorrer de forma completa atendendo a toda sua complexidade a utilização em uma mesma pesquisa de categorias diferentes é o que permite entender todas as relações envolvidas no que se define como espaço geográfico. Segundo Theodoro (2003), uma gestão de recursos hídricos que atenda as demandas atuais somente será possível se for mantido um direcionamento de gestão institucional ambiental em Minas Gerais. Para o surgimento e a consolidação de novos mecanismos de controle de qualidade ambiental com incremento de espaços que possibilitem a participação da sociedade civil, concretizando assim o modelo alternativo de gestão priorizando aspectos ambientais a sociais, suplantando o modelo tradicional sustentável até então vigente, que demonstrou não atender as demandas sociais. O modelo compartilhado de gestão onde a sociedade civil participa de forma intensiva vem sendo apontado pelos estudiosos da área como a melhor alternativa de modelo de gestão de recursos hídricos, já que envolve a comunidade permitindo que a mesma exponha suas demandas. Segundo Vargas (1999) , a gestão tradicional está ligada ao pensamento técnico e gerencial da engenharia ainda muito comprometido com estratégia da oferta e, sobretudo a rigidez dos circuitos de financiamento dos serviços, que dificulta a generalização de programas de economia de água face às necessidades crescentes de receita para amortizar investimentos realizados na securitização do abastecimento urbano de água potável. A gestão de recursos hídricos mesmo com todas as dificuldades tem dito ganhos no que se refere a novos instrumentos de gestão em quase todos os países.Quanto aos desafios ambientais relativos à gestão das águas, o novo paradigma de gerenciamento integrado ou sustentável dos recursos hídricos está baseado na racionalização do uso da água, no gerenciamento de demandas, na proteção aos mananciais e na conservação dos recursos hídricos, pois a água é um recurso natural finito e sua utilização deve ser feita de maneira consciente e o gerenciamento por parte dos órgão atribuídos sua gestão deve ser direcionando para sua conservação para todos os seres vivos possam usufruir dos seus benefícios. (VARGAS, 1999). Os cursos d'água e as cidades sempre mantiveram ligações na história da humanidade. Seja pela facilidade de suprimentos para consumo, atividades agrícolas, na comunicação, comércio e transporte, ou até mesmo para necessidade de evacuação de dejetos e higiene humana, foram produtos que favoreceram que estes recursos fossem realizados as margens de rios ou córregos povoando e aglomerando-os (CASTRO et al,2004). Historicamente, em áreas urbanas devido à construção do espaço geográfico, os cursos d'água (rios, córregos, ribeirões) sempre sofreram intervenções no que respeitam a canalização. Outro importante fator é que as cidades se desenvolveram bordeados por rios ou cursos de água. Para as mudanças geradas pelo processo de urbanização, conforme afirma Sales (2008), o processo de produção e ocupação do espaço urbano, frequentemente efetuado de forma acelerada e desordenada, acarreta diversas modificações nas condições naturais do meio, como a interferência no ciclo hidrológico e a gradativa poluição das águas. Os cursos d'água, que desempenham importante papel no desenvolvimento das cidades e na construção de paisagens, vêm sofrendo fortes impactos, decorrentes tanto das alterações de processos em função da urbanização como também de intervenções diretas. Com efeito, as alternativas de intervenção em cursos de água usualmente adotadas em áreas urbanas - baseadas na sua canalização e retificação - com vistas à contenção de inundações e estruturação do sistema viário, não têm se mostrado satisfatórias, tanto do ponto de vista hidrológico como do ponto de vista ambiental, com a potencialização dos impactos negativos da urbanização. Segundo Coutinho et al (1999) , a urbanização impacta de forma negativa no ciclo hidrológico, gerando perdas de potencialidades da água. Estes impactos resultam na impermeabilização do solo (maior velocidade de escoamento superficial da água; maior número de casos de inundações; poluições difusas), e o consumo de água no quadro urbano, esgotos lançados nos cursos de água com ou sem tratamento. Segundo Reichert (2007) e apude Sales (2008), os ecossistemas aquáticos vem sofrendo intervenções antrópicas, ameaçando seus aspectos e funções ambientais, sociais e culturais. Dentre alguns exemplos temos o estreitamento de rios, para uma posterior expansão de rua (urbanização). O sistema de drenagem de Belo Horizonte se baseou até o fim do século XIX em duas correntes que se apoiavam nos conceitos higienistas adotados da França junto ao conceito Racional Norte-americano. Para a concepção higienista pressupõem a ideia da evacuação rápida das águas pluviais do meio urbano, evitando empoçamentos, considerando-os como fonte de doenças. Já o método Racional de cunho mecanicista, não considerando as complexidades da urbanização no ciclo da água. Visto estes parâmetros seria preciso conceitos mais sustentáveis e mais susceptíveis para Belo Horizonte. Ao longo do final do século XX, em meados da década de 1990, o sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte, que priorizava somente a demanda de diminuição de inundações, começou-se a adaptar as novas concepções e pensamentos de rede de drenagem urbana. O que antes privilegiava tão somente a canalização, com avenidas sanitárias, para posterior aumento de trafego urbano (por via de carros e maior consumo deste mesmo produto) ganha novos rumores de drenagem urbana. Segundo Pompêo (2000), as complexidades das relações homem e meio e sistema natural e sistema artificial devem passar por arcabouços das perspectivas de sustentabilidade, bem como o conceito de drenagem urbana. A sustentabilidade tem a capacidade de reintegração da água ao meio urbano passando pelo ciclo hidrológico e tangenciando pilares de aspectos paisagísticos, ambientais e de forma de lazer. Diante desse quadro, a implantação de um sistema de drenagem e tratamento a ser dado aos cursos de água, passam por escolhas de grande relevância que conotam seus efeitos na urbanização, podendo somá- los e ou equivale-los. Segundo o plano municipal de saneamento de Belo Horizonte de 2008/2011, atualização 2010, para a definição das bacias com prioridade em investimentos, é necessário atribuir pesos a diversos indicadores, índices e variáveis. Esta definição e feita pela metodologia do próprio plano municipal, que entre estes indicadores leva em consideração vários índices como o de salubridade ambiental (saneamento), densidade populacional, percentual de população residente em vilas e favelas e taxa de internação da população ente 0 e 5 anos por diarréia. Este tipo de metodologia é muito importante para a definição das prioridades dentro das bacias e micro bacias hidrográficas do município de Belo Horizonte já que os recursos financeiros são limitados que eles através das obras de infra-estrutura atendam a população mais vulnerável aos critérios estabelecidos melhorando assim sua qualidade de vida. As intervenções em curso d’água infelizmente ainda seguem alternativas tradicionais como as canalizações e retificações que são insatisfatórias na resolução dos diversos impactos nas áreas urbanas. Segundo Cardoso (2008), a adoção de novas abordagens mais integradas aos aspectos ambientais tem despontado como solução alternativa de intervenção. Para a definição de alternativas de intervenção a autora propõe uma nova metodologia que se baseia na avaliação qualitativa de impactos com base em indicadores como hidrológicos, hidráulicos, ambientais, sanitários e sociais. Baseado nesse diagnósticos, os objetivos de intervenção são definidos. A avaliação de alternativas é realizada mediante a adoção de pesos aos indicadores. Uma concepção de intervenção nos cursos d’água mais integrada e menos tradicional vai de encontro com o desafio ambiental das grandes cidades o de integrar os rios e córregos a paisagem urbana promovendo o bem estar da população. O plano diretor de drenagem de Belo Horizonte (2010), propôs para solucionar um dos grandes problemas da cidade relacionado à gestão de águas pluviais. A partir da implantação de um Sistema de Monitoramento Hidrológico e Alerta Contra Inundações. Devido à complexidade do evento de inundação vários órgãos do município foram envolvidos para o desenvolvimento deste sistema. Obras de infra- estrutura foram realizadas e estudos foram feitos para definir os motivos e identificação das áreas onde ocorrem as inundações. Um banco de dados foi criado para consulta e monitoramento houve também e envolvimento da comunidade destas áreas de risco para o alerta dos moradores através do treinamento de voluntários (Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte, 2010). O Sistema de Monitoramento Hidrológico e Alerta Contra Inundações é de extrema importância para as populações que vivem nestas áreas de risco já que as inundações provocam grandes perdas materiais e de vidas, além das ações preventivae interessante que o plano diretor de drenagem realizou ações de intervenção com obras de infra-estrutura. Na área de estudo da micro bacia do Bonsucesso foram realizadas obras cujo investimento foi de 142,5 milhões de reais, estas obras fazem parte do programa DRENURBS. O Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte – DRENURBS - tem como uma das diretrizes o tratamento integrado dos problemas sanitários e ambientais, estocagem de água pluvial, integração dos cursos d’água na paisagem urbana e a participação popular na gestão dos recursos hídricos. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Para a construção deste trabalho e para obtenção de um resultado satisfatório na pesquisa, foram adotados alguns procedimentos metodológicos, que por sua vez foram divididos em três etapas: A primeira foi a pesquisa em artigos científicos, livros acadêmicos, sites de instituições reconhecidas que abordam a temática da pesquisa. Essa fase objetivou elucidar os principais conceitos e a definição dos marcos teóricos que permeiam a pesquisa, permitindo assim um maior grau de amplitude sobre o tema. Na segunda etapa partiu-se para pesquisas no local, foram feitas pesquisas em campo, coleta de imagens e dados sobre a bacia hidrográfica do Alto Bonsucesso, localizada as margens da BR-040. Também foram realizados levantamentos de dados e indicadores, entrevistas, como a coleta de relatos dos moradores da área em relação às enchentes, inundações e perdas materiais. Ainda na pesquisa exploratória de campo, também foi realizado análises de avaliação de impactos ambientais através de um protocolo de avaliação rápida de cursos d'água urbanos. O protocolo de avaliações rápidas é um material utilizado para analisar a qualidade da água em diferentes ângulos, sendo de fácil aplicação e entendimento, bastante utilizado para os monitoramentos ambientais. Esse procedimento foi aplicado em diferentes pontos do córrego, em que a partir de variáveis pode ser atribuídos pesos para distinguir a situação de degradação de uso e ocupação do solo e poluição difusa do córrego. As variáveis (tipologias) observadas foram a Qualidade da água (cor, odor, materiais em suspensão, presença de resíduos sólidos e presença de esgotos) e o Uso e ocupação do entorno (focos de erosão nas margens, vegetação ciliar, distância de equipamentos urbanos, presença de obstrução para a fluidez da água, canalização e retificação). Foram selecionados diferentes pontos de observação, considerando principalmente as formas de uso e ocupação à montante. A essas variáveis são determinados pesos em percentuais que podem variar de acordo com a área estudada. Também foram feitas coletas de altimetria, localização e a caracterização física e a densidade populacional localizada as margens do alto Bonsucesso. Na terceira etapa, reuniu todo material coletado a partir de todas as fontes, a fim de analisá-los e construir assim a redação final, bem como a construção do mapa de possibilidades para a Bacia. Para isso foram utilizados alguns procedimentos para a construção do mesmo como Mapa de possibilidades foi feito no software ArcGis Map 2010, utilizando-se das coordenadas SIRGAS 2000 - UTM Fuso 23s. Para sua elaboração utilizou-se limites para delimitar a bacia em questão a partir de bases cartográficas fornecidas pela Prodabel - Empresa de informática e informação do Município de Belo Horizonte. Utilizou-se também de imagens do Google Earth que tem uma melhor resolução para identificar e distinguir as diferentes tipologias da área (áreas urbanas, solo exposto, vegetação arbórea e rasteira). Com relação as técnicas utilizadas no SIG (Sistema de informações Geográficas) por meio do software ArcGis Map 2010 primeiramente foi feito o Georreferenciamento da imagem do Google, onde foram adicionados o limite e a imagem da bacia, utilizando-se da ferramenta Georreferencing. Constituiu a segunda etapa a vetorização do uso do solo e cálculo da área, onde será criada uma tabela para identificar e calcular cada tipo de tipologia da bacia do Bonsucesso, utilizando-se da ferramenta Dissolve. Em seguida foi feito o cálculo da APP de uso do solo dentro da própria APP e a vetorização das nascentes do Córrego Bonsucesso a partir ferramentas Buffer, Merge, Dissolve, Clip e intersect. Por fim, a elaboração do mapa de possibilidades, u foi um produto importante para as análises, essas também se deram a partir das leituras, observações, levantamentos, percepções dos integrantes do grupo considerando as possibilidades de intervenção no curso d’água para melhor conservação do mesmo. 4 DISCUSSÕES E RESULTADOS O crescimento urbano junto a suas conseqüências, como o aumento de áreas construídas, a diminuição de áreas verdes, a impermeabilização dos solos e a degradação dos cursos de água, abrangem as várias discussões do cenário urbano. Uma bacia hidrográfica no ambiente urbano passou e ainda passa por todas essas alterações e ou adequação. Visto assim, há várias possibilidades que se tem em distintas realidades dentro de um mesmo contexto urbano, aliada a intervenções cada vez mais “sustentáveis” e “ecológicas” vem ganhando status. Dentro desta concepção, partiu-se de uma metodologia de mostrar as probabilidades de intervenção em diferentes problemas encontrados dentro do entorno da Bacia do Alto do Bonsucesso. Área 1 no bairro Olhos d'água que fica a norte da bacia do Alto Bonsucesso, onde existem várias nascentes, todas elas em ambiente urbano. A nascente localizada na rua 4, não foi encontrado materiais em suspensão, ou seja, lixo na água ou próximo a nascente, mas com vegetação às margens moderada (gráfico 1) indicando que a população reside próxima a nascente. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C o r d a á g u a Ma t e r i a l e m s u s p e n s ã o P r e s e n ç a d e e s g o t o Ve g e t a ç ã o n a s m a r g e n s O b s t r u ç ã o a f l u i d e z d a á g u a Ár e a 1 Gráfico 1 Possibilidades: são as criações de APPs (Áreas de Preservação Permanente) em nascentes, visto que as mesmas precisam ser preservadas e neste caso revitalizadas. Outra possibilidade é a criação de registro de nascentes (mapeamento), e a realização de campanhas sociais de proteção e revitalização das nascentes. Essas campanhas populacionais podem ser feitas com travessias na bacia com os moradores, o uso de meios de comunicação online(facebook, twitter e entre outros) com o intuito de conscientização sobre a revitalização das nascentes da bacia e de todos os problemas ambientais ali encontrados. Outra expectativa seria o plantio de espécies nativas ao redor dos cursos de água encontrados em leito natural. A concepção de corrégo canalizado também merece olhares holístico, como a promoção de campanhas de conscientização das pessoas quanto a não canalização dos cursos de água. E quanto ao esgotamento clandestino (foto 1), o mesmo deve passar por interceptações de tratamento, mobilizando o poder público, associações de bairros e indústrias. Foto 1 – Esgoto Clandestino Área 2 no bairro Olhos D'água. Neste ponto também localizado na rua 4 encontramos uma nascente em outra concepção de drenagem, pois nesta já se observa a impermeabilização do solo com a utilização de gabião, o que nos permite visualizar as diversidade no que se refere a gestão de recursos hídricos nas grandes cidades. 0 1 2 3 4 5 67 8 9 10 Cor da água Material em suspensão Presença de esgoto Vegetação nas margens Obstrução a fluidez da água Área 1 Gráfico 2 Possibilidades: são as criações de APP's (Áreas de Preservação Permanente) em nascentes, visto que as mesmas precisam ser preservadas e neste caso revitalizadas. Outra possibilidade é a criação de registro de nascentes (mapeamento), e a realização de campanhas sociais de proteção e revitalização das nascentes. Essas campanhas populacionais, podem ser feitas com travessias na bacia com os moradores, o uso de meios de comunicação online(facebook, twitter e entre outros) com intuito de conscientização sobre a revitalização das nascentes da bacia e todos os problemas ambientais ali encontrados. Outra expectativa seria o plantio de espécies nativas ao redor dos cursos de água encontrados em leito natural. A concepção de córrego canalizado também merece olhares holístico, como a promoção de campanhas de conscientização das pessoas quanto a não canalização dos cursos de água. E quanto ao esgotamento clandestino, o mesmo deve passar por interceptações de tratamento, mobilizando o poder público, associações de bairros e indústrias. Área 3 na Barragem Bonsucesso (foto 2), onde é captado o excedente de água nos períodos chuvosos da microbacia do Alto Bonsucesso. Foto 2 – Captação de água excedente no período chuvoso Foi encontrada uma água mais escura mas sem odores, com provável presença de esgoto e com significativa presença de vegetação (gráfico 3) a margem do córrego. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Cor Residuos solidos Vegetação nas margens Canalização Área 3 Gráfico 3 Possibilidades: sua vegetação ao fundo é bastante alterada, uma possível intervenção seria o plantio de mudas e vegetação nativa, para a revitalização da área verde. Enquadrando nesta vertente de esperanças, para uma melhor qualidade da água poderia se pensar em buscar quais os tipos de poluição existentes, buscando a sua despoluição através da mobilização popular e utilizando os planos de políticas que cada vez mais vem se descentralizando, permitindo a contribuição dos diversos agentes sociais. Através dos dados obtidos, foi elaborado os gráficos 4 e 5 a seguir: 0 2 4 6 8 10 Cor Odor Material em suspensão Residuos Esgoto Area 1 Area 2 Area 3 Gráfico 4 0 2 4 6 8 10 Erosão Vegetação nas margens Ocupação e equipamentos Canalização Area 1 Area 2 Area 3 Gráfico 5 Os dados dos gráficos 4 e 5 mostram que apesar das áreas de coletas terem características distintas, elas tem condições relacionadas aos indicadores de qualidade ambiental muito parecidas, classificados segundo o protocolo de análise rápida para cursos d'água em áreas urbanas como trechos alterados. Este resultado mostra que o alto Bonsucesso, área onde estão localizadas as nascentes, tem trechos em sua maioria alterados o que compromete toda a qualidade da água da bacia do Bonsucesso, já que ela é responsável pelo seu abastecimento. Assim temos nas possibilidades indicadas para cada ponto de análise, o mais adequado no que se refere a gestão de recursos hídricos para a micro bacia do alto Bonsucesso. Para a área 3 retoma-se a pergunta norteadora do trabalho sobre a influência da barragem de contenção para o alto Bonsucesso, onde conclui-se que tem pouca influência, porém, devido as intervenções como canalizações e impermeabilização dos córregos, houve um aumento da sua vazão o que para as áreas do médio e baixo curso, era causa de grandes inundações assim com a construção da barragem para conter o volume das inundações. Este evento tem sido controlado, o que trouxe melhoria na qualidade de vida dos moradores das áreas do entorno, no que se refere aos transtornos causados pelas inundações. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A forma da ocupação espacial do homem no planeta deve-se muito aos rios e cursos d’água existentes sobre a superfície terrestre, pois, tais elementos naturais sempre nortearam os locais onde o ser humano se fixaria, devido aos atrativos contemplativos, e principalmente ao poder de abastecimento que os recursos hídricos representavam em forma de alimentos, transportes, energia, irrigação. Sendo assim,podemos dizer que quase todos os grandes centros urbanos do mundo moderno surgiram através da luta por solo e água, e com isso se formaram em espaços geográficos bastante adensados que são grandemente entrecortadas por bacias hidrográficas e por afluentes das mesmas, mesmo que muitas das vezes a maior parte de suas populações atuais, nem saiba que existem vários cursos d’água abaixo de suas ruas ou em locais inesperados de suas amadas cidades. Esse desconhecimento deve-se geralmente a um processo que conhecemos como retilinização e canalização que são os processos de diminuir os contornos e meandros de um rio ou córrego fazendo-o ficar mais reto, ou mesmo colocá-los dentro de tubulações subterrâneas ou em canais de concreto com o objetivo de evitar enchentes e alagamentos e também criar as conhecidas avenidas sanitárias, e estes processos sempre são apresentados com a finalidade de estruturar o bem comum ou a produção de benefícios para a população local. Quando se fala em águas que tem sua dinâmica em centros urbanos ou águas urbanas, podemos dizer que elas tem em âmbito histórico mundial algumas fases, sendo a primeira a fase pré-higienista que perdurou até o início do século XX, tendo como características esgotos em fossas ou direto na drenagem, sem coleta ou tratamento e a fonte da água mais próxima sendo o poço ou rio, esta fase gerou algumas consequências resumidamente como doenças e epidemias, grande mortalidade e várias inundações; em seguida temos a fase propriamente higienista que durou até final da década de 1960, caracterizada pelo transporte dos esgotos para longe das populações, mas sem visar a bacia como um todo, e canalização do escoamento superficial, tendo como consequência desta fase a redução de algumas doenças, porém produzindo a contaminação de vários rios, impactos nas nascentes e gerando grandes inundações. Na próxima fase buscou-se corrigir os processos que vinham sendo utilizados até então, pois, viu-se que estavam produzindo mais malefícios que benefícios aos adensamentos urbanos, essa fase perdurou de 1970 até cerca de 1990, houve a busca pelo tratamento dos esgotos domésticos e industriais e a preocupação com o amortecimento do escoamento, produzindo melhores resultados para a sociedade com projetos de recuperação de rios, mesmo assim, restando ainda o problema da poluição difusa; a realização de varias obras hidráulicas e de impacto ambiental. Após 1990 e com a chegada do termo “Desenvolvimento Sustentável”, entramos na última fase das águas urbanas, que caracterizou-se pelo tratamento adequado dos sistemas de escoamentos pluviais, e a criação de projetos de desenvolvimento que preservam a dinâmica natural dos cursos d’água, prezaram por conservação ambiental, houveram significativas diminuições das inundações e a ideia máxima de aliar progresso urbano à qualidade de vida. Grandes exemplos de mudança de paradigmas nas concepções de gestão de recursos hídricos urbanos, contrariando as primeiras fases das águas urbanas, esta a cidade de Seul na Coréia do Sul, referencia mundial em humanização de cidades, o rioCheonggyecheon foi renaturalizado, não somente pela despoluição das águas, mas, porque seus parques lineares devolveram o contato das margens com os moradores locais. O rio estava totalmente canalizado, foi reaberto chegando a se derrubar um viaduto, três anos depois, parte do canal de 80 metros de largura foi aberto ao público, foram entregues aos moradores cerca de 400 hectares de áreas verdes ao longo de oito quilômetros de extensão. Não somente a Coréia do Sul, mas países como Alemanha, França, Itália dentre outros seguem o mesmo exemplo. Infelizmente no Brasil ainda estamos na ainda estamos na fase higienista em razão da falta de tratamento de esgotos domésticos e industriais, transferência de inundação na drenagem e falta de controle dos resíduos sólidos. No Brasil, a cobertura de fornecimento de água é alta, cerca de 91% da população, mas, em compensação a cobertura de coleta e tratamento de esgotos é muito baixa, a coleta chegando a somente 67% e o tratamento a ínfimos 28% segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS, 2004). Podemos ver os reflexos do pensamento higienista, nos moradores locais; em virtude de respostas dadas à pesquisas realizadas em pontos aleatórios da micro bacia do Bonsucesso, em todos os casos moradores há mais de dez anos na região, a maioria desconhece a importância de um curso d’água saudável e incorporado ao ambiente urbano, como a sua função como regulador climático;manutenção da biodiversidade e da vida, sem contar como lugar de apropriação pública para o lazer. Pensamentos esses refletidos em respostas como a de Alessandra, 33 anos, moradora há 28 anos próxima ao córrego Bonsucesso, indagada sobre a importância do córrego para ela e sua família: “Nenhuma, não vejo a importância dele para eu e minha família, apenas jogamos o esgoto nele”, ou respondendo a pergunta se era à favor da canalização do córrego e o porquê, disse: “Sim, pois, o córrego aberto cheira mal e é feio”, ou como Ângela de 59 anos e moradora há 17 anos, responde a mesma pergunta: “Sim, sou a favor da canalização, antes usávamos a água para lavar roupa, tomar banho, fazer comida, o córrego era bonito, agora com esse tanto de casa, ele aberto é feio e cheira mal”. Sem contar que em sua maioria os moradores relataram problemas com insetos como baratas, aranhas e animais como ratos em suas moradias, o que pode acarretar em proliferação de doenças. Existem vários movimentos sociais e ambientalistas que são contra a canalização dos cursos d’água, mas, no estado atual que nos encontramos, a primeira atitude a se tomar deveria ser de uma reeducação ambiental com as comunidades locais para que se desenvolvam nelas e nas gerações futuras uma empatia com a natureza, ideia contrária à do higienismo, que por enquanto é a concepção dominante no meio popular, a reeducação ambiental mudaria a concepção de que a natureza, aqui especificamente os cursos d’água, são algo sujo e que devem ser mantidos distantes ou “tapados” com concreto, mas desenvolveria conhecimentos, habilidades e atitudes nos moradores próximos sobre a preservação do meio ambiente e a importância da inserção dos córregos na paisagem urbana, ou seja, precisamos quebrar paradigmas criados no passado pela escolha e aplicação equivocada de um modelo de drenagem urbana já obsoleto em seus países de origem. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. C. 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