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DESENHO ARQUITETÔNICO INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE – CAMPUS ARACAJU – BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL PROFESSOR PABLO GLEYDSON DE SOUSA DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 2 SUMÁRIO 1 - NOÇÕES DE DESENHO ARQUITETÔNICO 2 - CONVENÇÕES DO DESENHO TÉCNICO 3 - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 4 - SISTEMAS ESTRUTURAIS 5 - LEGISLAÇÕES URBANÍSTICAS 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 3 01 - NOÇÕES DE DESENHO ARQUITETÔNICO ALGUMAS DEFINIÇÕES: Arquitetura: produto ou resultado do trabalho arquitetônico, edifícios. Um estilo ou m´todo de construção de um povo ou período. A profissão de projetar edifícios e ou ambientes habitáveis. A ação consciente de formar elementos que resultam em uma estrutura unificadora e coerente. (CHING, 2000, p.09) Desenho: Criação ou organização dos elementos de uma obra de arte. Representação de formas sobre uma superfície por mios de linhas, pontos e manchas. A arte e a técnica de representar com lápis e pincel etc. um tema real ou imaginário expressando a forma. Forma, feitio, configuração. Traçado, projeto. Projetar: conceber ou idealizar a forma e a estrutura de um edifício ou outra construção. Croquis: esquema original de um projeto, aposentado via esboço que indica seu caráter específico a ser desenvolvido detalhamento em estudos posteriores. Desenho de arquitetura ou arquitetônico: conjunto de representações pictóricas que visam a informar, em observação de um conjunto de critérios ou normas técnicas, as características formais de uma edificação, real ou imaginária. Projeto arquitetônico: é a solução de um problema de edificação, equacionando com arte e técnica, os elementos fixos e variáveis existentes, visando a obtenção do objetivo desejado, determinado por um programa estabelecido. Segundo elementos: fixos: terrenos / programa / verba / exigências institucionais. variáveis: programa / partido arquitetônico / funcionalidade / estética / volumetria. “O desenho arquitetônico não é a representação ideal de um projeto. Seu maior defeito é mostrar pedaços de um projeto que deverá ser visualizado completo, numa só operação da memória. perspectivas e maquetes dão boa idéia do conjunto (MONTENEGRO, 1985, p.01).” Figuras 01, 02, 03 e 04: Partes de um projeto arquitetônico. Perspectiva corte, fachada e planta baixa. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 4 1.2 Desenho de arquitetura O desenho é a linguagem própria para explicar o projeto arquitetônico, seja por meio de representações puramente geométricas destinadas a especialistas, seja por meio de perspectivas ou ilustrações artísticas apresentadas ao público leigo. Em todos os casos, seu entendimento deve ser universal. Dominar a linguagem do desenho facilita a concepção do edifício e é muito importante para impressionar favoravelmente o cliente. Porém, o desenho de arquitetura é apenas um processo auxiliar de representação da edificação, não um fim em si mesmo, como na pintura. O desenho de arquitetura não é a representação ideal de um projeto. Seu maior defeito é mostrar pedaços de um projeto que só será visualizado completo numa imagem mental. O desenho de arquitetura é bidimensional, simbólico, não reflete a escala humana, é estático (não muda seus pontos de vista), não denota o espaço (sobretudo o interior), não mostra as cores, a luz, os cheiros nem os sons. Para conhecer sua linguagem simbólica, o aluno deve pesquisar e pensar criticamente as normas e convenções existentes (MONTENEGRO, 2001). 1.3 Métodos e instrumentos de desenho de arquitetura: Nos últimos anos, com o advento da informática, o aperfeiçoamento e a popularização dos programas gráficos, os instrumentos tradicionais de desenhos (prancheta, régua paralela, escalímetro, esquadros, lápis, compassos, borracha, curva- francesa, curva universal, transferidor, tinta nanquim) foram paulatinamente substituídos pelo computador. Na década de 1960, os computadores começaram a ser utilizados em projetos arquitetônicos. Desde então, não somente as máquinas (hardwares) se desenvolveram como foram criados programas (softwares) para áreas como projetos de eletricidade, iluminação, planejamento econômico e espacial, acústica, comportamento térmico, etc. Logo a gráfica computacional entrou nos currículos universitários e nos escritórios de arquitetura e engenharia. Existem pelo menos quatro categorias de uso do computador em arquitetura: 1. Organização e administração; 2. Processamento de informações: coleta de dados, análise de exigências, resumos, relação de materiais, orçamento, etc; 3. Análise de soluções: comparação entre vários projetos ou avaliação de um item específico; 4. Geração de soluções: não existe ainda algo que satisfaça o usuário menos exigente. Entre os programas de desenho assistido por computador o mais conhecido é o CAD. Programas desse tipo aumentam a produtividade, liberando o tempo do projetista para maior exercício de sua criatividade e melhor aplicação nas soluções de projeto. Entre as vantagens do computador destacam-se: Substituição da grande quantidade de instrumentos de desenho; Maior rapidez e precisão; Visão global do projeto, inexistente nos desenhos manuais fragmentados; Possibilidade de circulação virtual dentro e fora do edifício (animação gráfica); Simulação de alternativas para acabamentos internos e externos; Compatibilidade entre projeto arquitetônico e projetos complementares; Facilidade de execução, transmissão e reprodução dos desenhos do projeto. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 5 1.4 Componentes de uma Prancha de Projeto: dimensões, tipos e espessuras de linhas, normas técnicas. A prancha é a folha de desenho que contem a representação completa do projeto arquitetônico. Elas reúnem tanto um material pictórico (como plantas baixas, cortes e fachadas, entre outras representações) quanto uma parte textual apresentada em diagramas, quadros de esquadrias e áreas, entre outros, além dos carimbos. As informações apresentadas nas pranchas são dispostas em formatos de papeis apropriados conforme uma hierarquia que convenciona tipos e espessuras de linhas, tudo isso conforme normas técnicas estabelecidas. Conforme o Padrão estabelecido pelo grupo ISO (International Oragnization for Stardardization), os formatos oficiais de papéis utilizados nas pranchas de apresentação do projeto de arquitetura são os submúltiplos do tamanho A0 conforme as seguintes dimensões: Dimensões de Papeis segundo o padrão ISO-A: a) A0 – 841 x 1.189mm b) A1 – 594 x 841mm c) A2 - 420 x 594mm d) A3 – 297 x 420mm e) A4 – 210 x 297mm f) A5 – 148 x 210mm Figura 05: formatos de papel. Após executados as pranchas são dobradas até o formato A4 conforme a figura a seguir: Figura 07: dobradura do papel para o formato A4. O esquema a seguir ilustra os tipos de linhas utilizadas no projeto: Esquema 01: tipos de linhas. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 6 Figura 07: diferentes tipos de linhas no desenho técnico. Nos casos de reforma, a área interna das linhas que delimitam as paredes é preenchida em cores que indicam demolição (amarelo), construção (vermelho), e manutenção (sem preenchimento). Importante salientar que o desenho arquitetônico, como toda atividade técnica, é regido por um conjunto de normas que, no Brasil, são definidas pela ABNT. As normas e convenções definidas pela ABNT seguem os padrões internacionais, definidos por grupos como o já citado ISO, visando a unificação e a ordem da linguagem técnica. São exemplosdestas normas: NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico NBR 10068 – Folha de desenho: leiaute e dimensões NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura De maneira geral, as normas visam garantir padrões de: a) Qualidade: fixando padrões que levam em conta as necessidades e os desejos dos usuários. b) Produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos. c) Tecnologia: consolidando, difundindo e estabelecendo parâmetros consensuais entre produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à disposição da sociedade. d) Marketing: regulando de forma equilibrada as relações de compra e venda. As normas recomendam ainda a utilização do letreiro tipo bastão nos projetos de arquitetura, sejam dos tipos verticais, ou inclinados: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z A b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z 1.5 Convenções e símbolos gráficos: O desenho arquitetônico por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos, que são uma estilização de objetos reais adaptados a uma escala diminuta. É imprescindível que o desenhista conheças os símbolos gráficos, bem como suas dimensões. (MONTENEGRO, 1985, p.58). As próximas ilustrações são exemplos de convenções geográficas utilizadas no projeto. Não seria possível reunir todas as inúmeras convenções que podem ser apresentadas no projeto, desse modo, a prática é indispensável para interpretação do projeto. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 7 Porta de correr e paredes Porta de Giro e paredes. Janela Janela em projeção Pia Vaso sanitário Escadaria Posição geográfica: Norte Figuras 8,9,10,11,12,13,14 e 15:convenções gráficas 02 – CONVENÇÕES DO DESENHO TÉCNICO 2.1 Convenções gráficas: Cotas e Escalas Cotas de níveis: um círculo dividido em quatro setores iguais (quadrantes), com cheios e vazios alternados, comumente usado em plantas, um triângulo com um vértice apontando a indicação do nível de referência escolhido, comumente usado em cortes. Figuras 16 e 17: cotas de nível Cotas: são as medidas dos objetos conforme o seu tamanho real ou após construído. As cotas devem ser indicadas prevendo a sua utilização futura na construção de modo a evitar cálculos pelo operário na obra, deve-se evitar a repetição e colocá-las, de preferência, fora da figura. As cotas prevalecem sobre as medidas calculadas com base no desenho. Os desenhos técnicos devem trazer corretamente indicadas todas as suas medidas. Qualquer medida errada ou mal indicada dará sempre em prejuízos aborrecimentos. Escala: é a relação entre cada medida do desenho e a dimensão real no objeto. A impossibilidade de representar em verdadeira grandeza objetos cujas dimensões não permitem o uso dos tamanhos de papel recomendados pelas Normas Técnicas requerem escalas de redução ou ampliação. A escolha de uma escala deve ter em vista: o tamanho do objeto a representar, as dimensões do papel, a clareza do desenho. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 8 As escalas devem ser lidas 1:50 (um por cinqüenta), 1:10 (um por dez), 1:25 (um por vinte e cinco), 10:1 (dez por um), etc. Em desenhos antigos pode-se encontrar, por exemplo, a escala de 0,05 (cinco centésimos). Se fizermos as operações, encontraremos: 0,05 = 5 / 100 = 1 / 20, ou seja, 1:20 (um por vinte) notação atual Escalas utilizadas para desenhos arquitetônicos: 1:1000/2000/5000 = estudos urbanos ou plantas de situação 1:200 ou 1:100 = rascunhos / estudos (papel manteiga) 1:100 = anteprojeto – plantas, fachadas, cortes perspectivas 1:100 = desenhos de apresentação – plantas, fachadas, cortes, perspectivas, projeto para Prefeitura 1:50 = execução (desenhos bem cotados) 1:10, 1:20 e 1:25 = detalhes 1:50 = projetos especiais – fundações, estrutura, instalações, etc. 2.3 Etapas do projeto: 1 – ESCOLHA DO LOTE 2 – COMPRA DO LOTE 3 – CONTRATAÇÃO DO ARQUITETO 4 – ENCOMENDA DO PROJETO 5 – ESTUDO PRELIMINAR 6 – ANTEPROJETO 7 – PROJETO FINAL 8 – CREA – ART 9 – PREFEITURA 2.3 Representação do projeto de Arquitetura: 2.3.1 SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO Conforme o sistema de projeções ortogonais da geometria descritiva um objeto tridimensional é representado em planos horizontais ou verticais. As informações do objeto são projetadas (rebatidas) ortogonalmente (90º) nos planos geométricos e a representação nos planos é feita de acordo com a técnica convencionada do desenho arquitetônico • Plano horizontal: planta baixa, de situação, locação e coberta • Plano vertical: cortes e fachadas de um edifício • Um objeto pode ser bem representado por uma só vista ou projeção • Haverá casas ou objetos que somente são corretamente definidos mediante uma maior quantidade de vistas 2.3. 2 PLANTA BAIXA: É o corte da edificação por um plano horizontal, numa altura aproximada de 1,50m acima do piso. Os elementos cortados pelo plano são feitos com traço grosso e no restante usa-se o traço fino. Figuras 18 e 19: Esquema para a elaboração de plantas baixas. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 9 Figura 20: Planta baixa. 2.3.3: CORTE É a secção da edificação por um plano vertical, esse plano vertical divide a edificação em duas partes: no sentido transversal e no sentido longitudinal e deve mostrar o máximo possível de detalhes construtivos. Os elementos cortados pelo plano são feitos com traço grosso e no restante usa-se o traço fino. Figura 22: Corte 2.3.4 FACHADA: É o desenho da parte externa da edificação, as partes mais próximas do observador são desenhadas com traço grosso. Reduz-se a espessura dos traços a medida em que eles estão mais distantes. Costuma-se obter as vistas imaginando-se o observador caminhando em volta do edifício. 2.3. 5 PLANTA DE SITUAÇÃO: Indica a Localização do terreno. Deve indicar terrenos vizinhos, vias de acesso, orientação, área, contorno e dimensões do terreno, construções projetadas, existentes e a demolir. É toda desenhada com traço fino, e apenas o contorno do terreno recebe destaque. Figura 21: Esquema para a elaboração de cortes. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 10 Figura 23: fachada Figura 24: Planta de situação. 2.3. 6 PLANTA DE LOCAÇÃO (OU IMPLANTAÇÃO): Indica a posição da construção dentro do terreno. Deve mostrar os muros, portões, árvores existentes, um ponto de referência na vizinhança, a calçada ou passeio e – se necessário – as construções vizinhas. Serve, comumente, como ponto de partida para marcação da construção no terreno 2.3.7 PLANTA DE COBERTA: É a vista de cima da edificação. A cobertura de uma edificação geralmente avança além das paredes. Quando o contorno da parede é oculto pela coberta, ele é desenhado com linha tracejada. Figura 25: planta de cobertura DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 11 2.3.8 PLANTA DE LOTEAMENTO: Mostra um conjunto de lotes em uma quadra, ou até mesmo um conjunto de quadras com seus respectivos logradouros. A planta de loteamento permite que se conheça as características do terreno sem a necessidade de estar da presença in loco. Deve apresentar as vias de acesso, o contorno do lote, as características de revelo do terreno, sua posição na quadra, os equipamentos importantes existentes na redondeza, a indicação do norte (que permite se conhecer a direção dos ventos e da insolação). De toda forma, é indispensável o reconhecimento do terreno in loco, tanto para o projeto, como paraa construção. Figura 26: planta de levantamento topográfico • Topografia: representação da superfície do terreno • Levantamento: medição dos ângulos e das distâncias, de modo que o terreno possa ser desenhado • Instrumentos: trena, mira, bússola, teodolito, fotografias aéreas • Levantamento planimétrico: desenho da projeção horizontal de um terreno • Levantamento altimétrico: desenho da variação de alturas do terreno, representado por curvas de nível • Curva de nível é a representação dos pontos de mesma altura em relação a um plano horizontal tomado como referência 2.3.9 ESPECIFICAÇÕES: Indicação, no projeto, dos materiais, acabamentos e cores da edificação – “planta falada”. A especificação dos materiais em planta é feita utilizando-se letras, algarismos e símbolos gráficos. 2.3.10 PERSPECTIVA: Enquanto Plantas e fachadas são desenhos com duas dimensões, a perspectiva mostra as coisas como nós vemos, com três dimensões. Ela mostra os objetos como eles aparecem à nossa vista, como um volume, dá a visão de conjunto do objeto, mas não permite tomar medidas. Figura 27: perspectiva de edifício. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 12 03 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 3.1 DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS: São todos os corpos, objetos ou substâncias que são usados em qualquer obra de construção civil. Entre suas propriedades podem- se distinguir: a) COMPACIDADE (%) – Volume compactado X Volume total (natural) b) POROSIDADE (%) – Volume vazios X Volume total c) ABSORÇÃO (%) – Material seco X material saturado d) PERMEABILIDADE – Líquidos e gases e) RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO – Congelamento X degelo f) RESISTÊNCIA AO FOGO – Incombustíveis X combustíveis g) RESISTÊNCIA AO CALOR – Refratários X fundidos h) RESISTÊNCIA À CORROSÂO – Ácidos, bases, sais ou gases i) RESISTÊNCIA AO CHOQUE – Resistência ao rompimento por choque j) RESISTÊNCIA MECÂNICA – Propriedade de não ser destruído à ação de cargas k) DUREZA – Penetração l) RESISTÊNCIA A ABRASÃO – Desgaste m) ELASTICIDADE n) PLASTICIDADE o) FRAGILIDADE – Romper sem deformações p) TRANSLUCIDOS OU TRANSPARENTES – Passagem de luz ou luz e imagem Diferentes materiais desempenham na construção as funções de: Vedação: Tijolos, vidros, madeira, etc Proteção: Tintas, vernizes, impermeabilizantes, etc Estrutural: Madeira, aço, concreto, alvenaria, etc Os materiais são escolhidos conforme critérios: Técnicos: Formas padronizadas; dimensões; propriedades físicas, químicas e mecânicas; resistência; durabilidade Econômicos: Valor aquisitivo do material, custo/benefício Estéticos: Cor, textura e formas. As Normas técnicas permitem que se estabeleçam códigos para entendimento entre produtores, vendedores, compradores e especificadores. No Brasil, as normas técnicas que padronizam os matérias de construção são estipuladas pela ABNT e versam sobre: a) Normas para cálculo b) Especificação de materiais c) Ensaios d) Dimensões e formas e) Terminologias técnicas f) Simbologia técnica g) Classificação de materiais e produtos 3.2 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO: 3.2.1 AGREGADOS: são componentes sólidos que misturados a água e aglomerantes formam argamassas ou concretos. Podem ser de origem natural (areia, argila, brita, etc) ou artificiais (isopor, fibras, etc). os agregados são utilizados na composição de chapisco, reboco, contrapiso, estruturas e calçadas. 3.2.2 AGLOMERANTES: são substâncias em pó que misturadas a agregados e água produzem argamassas e concretos. Os mais comuns são o Cimento (utilizado em reboco, chapisco, etc), a Cal (utilizada em mistura em argamassa) e o Gesso (reboco, forro, divisórias) 3.2.3 ARGAMASSA: é uma mistura feita com agregados, aglomerantes e água, sendo utilizada para o revestimento de pisos, tetos e paredes, assentamento de tijolos, blocos, azulejos, ladrilhos, reparo em obras, etc. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 13 Figura 28: Cimento, um tipo de aglomente Figura 29: homem trabalha na aplicação de argamassa. 3.2.4 CONCRETO: são compostos por cimento, areia, brita e água, além de outros materiais, como os aditivos. Sua cura demora em média 21 dias, mas a adição de aditivos pode diminuir esse tempo até um mínimo de 14 dias. Os concretos são uma mistura de Argamassa + Agregado graúdo (geralmente brita). Sua QUALIDADE Varia em função das impurezas dos agregados, quantidade de água, entre outros aspectos de mais minuciosa determinação. Em geral, quanto mais poroso o concreto, menor a sua resistência. A aparência do concreto é determinada pela textura da forma utilizada não processo de concretagem. Os principais cuidados que devem ser tomados na preparação do concreto são nos momentos de Mistura, Lançamento, Transporte, e rega da massa. Existem dois tipos de concreto, o ARMADO que é resultante da combinação de Concreto simples + Aço, e o concreto PROTENDIDO que resulta da combinação de Figura 30: ferragens para a aplicação do concreto armado. Figura 31: obra em Concreto protendido. Concreto simples + Armadura tensionada de Aço. O concreto protendido é geralmente utilizado na construção de pontes. 3.2.5 MADEIRAS: podem ser classificadas quanto a sua dureza em duras ou de lei (em geral provenientes de árvores de cerne escuro) ou em moles ou brancas (em geral provenientes de árvores de cerne claro). São utilizadas de diversas formas na construção civil, desde usos menos nobres como em formas para concreto, escoramento, andaimes (pinho-do-paraná), em madeiramento para coberturas (ipê, maçaranduba) até aplicaçoes mais nobres em pavimentações (peróba, jatobá, sucupira, ipê) e esquadrias (pau- cetim, sucupira, ipê, jatobá). 3.2.6 METAIS: são empregados sob diversas formas, desde componentes estruturais, seja em estruturas metálicas ou em combinação com concretos, ou ainda em acabamentos como os metais de banho. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 14 Figura 32: armadura de metal para construção de vigas. Figura 33: metais de banho. 3.2.7 PEDRAS: utilizadas desde as fundações (como a pedra marroada), em revestimentos e na confecção de pias, bancadas e divisórias. Existem pedras naturais como Granito, Mármore, Pedra São Tomé entre outras, ou ainda as pedras artificiais como o concreto polido ou granilite. Dada a sua beleza, as pedras recebem diversos usos decorativos sendo empregadas na composição de bancadas, pisos, ou aplicadas em paredes. 3.2.8 VIDRO: é um produto monolítico, plano, transparente ou translúcido, resultante da fusão da sílica, rochas fundentes e por fundentes industriais. Existem vidros: a) Segurança temperado: Fabricado por choque térmico e não aceita corte b) Segurança laminado: Lâminas coladas por películas plásticas c) Segurança armado: Tela metálica, usado em caixa de escada d) Termo-absorvente e) Composto: mistura dois tipos Conforme o acabamento de sua superfície os vidros podem ser classificados em: Liso; Polido; Impresso; Fosco; Espelhado; Gravado; Esmaltado; Termo-refletor. 3.2.8 TINTAS E VERNIZES: são revestimentos constituídos de pigmentos e veículos. Podem ser diluídos em água (Cal, cimento, polímeros, látex) ou em solventes (Óleos, resinas, betuminosas). Conforme seus veículos os tipos mais comuns de tintas são: Cal; Têmpera (Cal + Texturas); Cimento Emulsões betuminosas; Emulsões polimeras (látex – PVA - acetato de polivinila); Óleo; Epóxi; Laca; Pátinas. 3.3 PARTES DAS CONSTRUÇÕES: 3.3.1 COBERTURA: é a parte superior da edificação que a protege contra intempéries. Quando são do tipo telhado recorrem vedação por meio de telhas cerâmicas, de fibrocimento; metálicas; ou de Fibras como a piaçava.3.3.2 ALVENARIA: Conjunto de tijolos e outros materiais de construção ligados por argamassa. Os tijolos mais comuns são os maciços, de 06/08 furos, bloco de cimento e os de solo- cimento. As alvenarias por definição são utilizadas como vedações e exceto nos casos de alvenaria estrutural, podem ser removidas ser prejuízos à estrutura dos edifícios. 3.3.3 FORROS E DIVISÓRIAS: os forros são os elementos que definem o pé direito de um ambiente (menor altura entre o forro e o piso) e podem ser de Madeira, Concreto armado, Argamassa (estuque), PVC, Metal, Gesso, Fibras, vidros, Policarbonato, entre outros materiais. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 15 Figura 34: Alvenaria de blocos de tijolos de cimento. 3.3.4 ESQUADRIAS: são as vedações de um como as portas ou janelas. As portas e janelas são estudadas quanto ao sentido de abertura, a quantidade de folhas, presença ou não de vidros bandeirolas. Entre os seus diversos componentes da Portas estão: a) Batente: marco b) Folha: lisa, almofada, calha, veneziana c) Alisar: guarnição d) Ferragens: dobradiça, fechadura Entre os componentes das janelas tem-se: a) Caixilho (quando houver vidros) b) Batente c) Guarnição d) Folhas e) Ferragens Capiaço (elemento de alvenaria) g) Peitoril h) Pingadeira Figura 35: composição em piso de granitos e mármores. 3.3.5 PISOS: como são a forração do solo, base de todos os ambientes. Um ambiente pode até não ter cobertura ou demais vedações mas não poderá existir sem um piso. Existem pisos internos e externos, e suas propriedades gerais dizem respeito a: a) Resistência ao desgaste e ao tráfego b) Atrito necessário c) Higiene/ Facilidade de conservação d) Inalterabilidade e) Economia f) Decoratividade No que concerne às cerâmicas e porcelanatos especificamente, sua resistência é dada por um coeficiente denominado PEI que varia de 01 para as placas mais frágeis e 05 para as mais duras. A sigla PEI origina-se do laboratório que desenvolveu este método de ensaio ( Porcelain Enamel Institute), e indica um índice de resistência ao desgaste superficial em placas cerâmicas esmaltadas para DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 16 revestimento (expostas a uma carga abrasiva a um determinado número de giros). A análise da superfície das placas cerâmicas, é efetuada a olho nu, sob iluminação adequada, para detectar defeitos que comprometam a estética do produto, tais como bolhas, pintas, furos, saliências, lascamentos, erros na decoração, etc, sendo os produtos classificados como: a) Extra (A) - Defeitos visíveis até 1m de distância; b) Comercial (C) - Defeitos visíveis de 1m a 3m de distância; c) Refugo (D) - Defeitos visíveis acima de 3m de distância d) Por norma, o consumidor deve receber 95% das placas dentro do padrão de qualidade pelo qual pagou. Para ser assentado, um piso requer uma base firme e quase sempre plana (exceto para pisos de resina auto-nivelantes como o resinfloor ou os pisos epóxi). Pedras, cerâmicas e ladrilhos são geralmente colados com uma argamassa rica em aglomerantes sobre uma base de concreto (contra-piso ou piso morto). Dentre diferente tipos de pisos são citáveis: a) Madeiras: Assoalhos/tacos b) Cerâmicos: PEI (1 > 5) c) Ladrilhos hidráulicos d) Pedras: naturais ou artificiais e) Sintéticos: Resinas, vinílicos, fenólicos f) Vidros g) Fibras 3.3.6: REVESTIMENTOS: assim chamados referem-se aos matérias de construção aplicados sobre as paredes. Podem ser argamassados ou não. Antes da aplicação de um revestimento são necessárias algumas precauções: a) Colocação e teste das instalações hidrossanitárias b) Superfícies limpas e úmidas c) Superfícies desempenadas, prumadas, alinhadas e niveladas São revestimentos argamassados: a) chapisco (cimento + areia grossa) b) emboço (cimento + areia média + barro) c) reboco (cimento + areia fina + barro) d) barra lisa de cimento (areia + cal e cimento) e) estuque f) granilite / marmorite (juntas de pvc) g) revestimentos texturizados h) massa corrida (pva) i) gesso Figura 36:exemplos de pisos, forros e revestimentos. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 17 Figura 37: exemplos de pisos e revestimentos. São revestimentos não argamassados: a) azulejos b) pastilhas c) pedras naturais d) madeira e) plásticos (vinílicos, laminados melamínicos) f) papel g) tecidos h) cortiça i) metálicos 04 – SISTEMAS ESTRUTURAIS Figura 38: sistema estrutural de um edifício. Grosso modo, as edificações são formadas por vedações (paredes, esquadrias, forros e coberturas), que separam os ambientes uns dos outros assim como do meio externo, e por estruturas, que são o conjunto de elementos destinados a receber as cargas em uma edificação e transmitir as mesmas ao solo. A estruturação de um edifício compreende a escolha ideal que receberá as ações externas atuantes na edificação. Seus principais elementos constituintes são Lajes / Vigas / Pilares / Fundações. Na escolha do sistema estrutural ideal devem ser considerados os seguintes aspectos: DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 18 a) Segurança estrutural b) Economia na construção c) Estética A concepção estrutural é função direta da arquitetura. Para a escolha do sistema estrutural podemos seguir algumas sugestões: a) Escolher e arranjar de maneira eficiente os elementos; b) Adotar, sempre que possível, as mesmas seções para cada elemento estrutural; c) Compatibilizar o sistema estrutural com outros projetos: elétricos, hidrossanitário, incêndio, etc. Deve-se procurar uniformizar as alturas de vigas e lajes em um mesmo pavimento, portanto: PILARES: Sempre que possível, devem estar nas paredes, suas posições devem ser comparadas com as que ocupam em outros pavimentos. Recomenda-se que fiquem a uma distância entre 3,5 e 6m VIGAS: Quando possível, sua largura segue a largura da alvenaria Recomenda-se que o vão economicamente melhor situa-se entre 3,5 e 6m LAJES: Após a definição das vigas, os contornos das lajes ficam automaticamente definidos 4.1: CONCRETO ARMADO: é um material da construção civil que se tornou um dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX, sendo usado maciçamente nas estruturas dos edifícios. Quanto a sua composição, diferencia-se do concreto simples devido ao fato de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, enquanto que o concreto em si resiste à compressão. Esse material é uma mistura homogênea de: a) agregados graúdos: pedras britadas, seixos rolados, etc. b) agregados miúdos: areia, pedregulhos. c) aglomerantes: cimento ou cal. d) água e) aditivos: corantes,aceleradores,fibras, etc. 4.2: LAJES: Elementos planos caracterizados por apresentar duas de suas dimensões muito maiores que sua outra dimensão. Recebem as cargas verticais provenientes de paredes, pessoas e objetos, e transmitir essas cargas aos seus apoios (vigas e paredes). Confira os exemplos e imagens abaixo. 4.2.1: LAJE MACIÇA: Fabricadas totalmente em concreto armado. Podem conter paredes apoiadas diretamente sobre elas. Por ser fabricada totalmente em concreto apresenta um peso bastante elevado, sendo também um alto consumidor de fôrmas. Vão máximo: 3,5 a 6m. 4.2.2: LAJE PRÉ-MOLDADA (tipo volterrana): Apresentam blocos (em geral cerâmicos) entre nervuras pré-moldadas. Em geral, não devem conter paredes sobre elas. O bloco cerâmico não tem função estrutural e pode ser substituído por blocos de isopor. Vão Max.: 4m. 4.2.3: LAJE TRELIÇADA: composta por nervura contendo uma armação em formade treliça. Entre as nervuras treliçadas é colocado um material sem função estrutural (EPS). Vão máximo: 3,5 a 8m. 4.2.4: LAJE COLMÉIA: São lajes nervuradas em que não existe material de enchimento entre as nervuras. Podem dispor de paredes sobre elas. Utilização de fôrmas plásticas. Vão máximo: 5,5 a 8m. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 19 4.2.5: LAJE COGUMELO: Laje apoiada diretamente sobre os pilares. Não existem vigas entre os pilares. Podem ser fabricadas com laje maciça, treliçada ou colméia. Figura 39: 4.2.2: laje prémoldada volterrana Figura 40: 4.2.3: Laje treliçada Figura 41: 4.2.4:Laje do tipo colméia. Figura 42: 4.2.5: Laje maciça do tipo cogumelo DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 20 4.3: PILARES: Elementos lineares, verticais, caracterizados por apresentar uma de suas dimensões, altura, muito maior que suas outras duas dimensões. Recebem as cargas provenientes das vigas e transmitir as mesmas as fundações. Figura 43: vigas e pilares. 4.4: VIGAS: Elementos lineares caracterizados por apresentar uma de suas dimensões (comprimento) muito maior que as outras duas dimensões (largura e altura). Recebem as cargas verticais provenientes da reação das lajes, alvenarias, outras vigas e pilares diretamente apoiados sobre elas, transmitindo essas cargas para os pilares. Em geral a viga apresenta em torno de 10% do vão. 4.5: FUNDAÇÕES: Elementos destinados a receber as cargas provenientes dos pilares e transmitir as mesmas ao solo. 4.6: ESTRUTURAS DE MADEIRA: madeiras de lei são provenientes de árvores frondosas, de crescimento lento. Enquantos as madeiras moles provêem de árvores coníferas, de crescimento rápido. Figura 44: construção de fundações. Figura 45: diferentes tipos de fundações. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 21 Figura 46: exemplo de estrutura de madeira, residência Hélio & Olga. Arquiteto Carlos Acayaba 4.7: ESTRUTURAS METÁLICAS: se as grandes construções da segunda metade do século XIX até os finais do século XX recorrem em sua maioria aos sistemas estruturais de concreto armado ou protendido, o século XXI provavelmente será marcado pela utilização maciça dos sistemas de estruturas metálicas as quais, entre suas diversas vantagens citam-se: a) Liberdade no projeto de arquitetura b) Maior área útil c) Flexibilidade d) Compatibilidade com outros materiais e) Menor prazo de execução f) Racionalização de materiais e mão-de-obra g) Alívio de carga nas fundações h) Garantia de qualidade i) Antecipação do ganho j) Organização do canteiro de obras k) Precisão construtiva l) Reciclabilidade m) Preservação do meio ambiente Figura 47: edifício com estrutura metálica Entre os diversos sistemas estruturais metálicos as treliças se destacam como um grupo bastante utilizado. Conforme o tipo de carga nodal que recebe, e conforme a direção dos esforços atuantes, e sua organização espacial, treliças podem ser agrupadas em duas categorias: 4.7.1: TRELIÇA PLANA: Estrutura formada por barras coplanares articuladas entre si e submetidas a carregamentos nodais. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 22 4.7.2: TRELIÇA ESPACIAL: Estrutura formada por barras não coplanares articuladas entre si e submetidas a carregamentos nodais Figura 48: treliça plana. Figura 49: treliça espacial. 05 – LEGISLAÇÕES URBANÍSTICAS Toda edificação está sujeita à leis municipais, estaduais e federais. Elas têm por objetivo a regulamentação da ocupação do terreno, das condições construtivas e espaciais, áreas mínimas dos cômodos, entre outros. Por ser um elemento condicionante e restritivo, é necessária a avaliação do grau de influência que a legislação pode exercer no projeto arquitetônico. É importante conhecer a natureza do projeto para a sua devida liberação junto aos órgãos competentes. O projeto pode ser enquadrado em duas categorias: residencial e institucional. O projeto de natureza residencial pode ser do tipo unifamiliar ou multifamiliar. O projeto institucional pode abranger comércio, serviços, indústrias e governamental. 5.1: ESTATUTO DAS CIDADES: É um a lei que trata da Política Urbana Federal, baseada nos artigos 182 e 183 da Constituição Federal, que estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. 5.2: PLANO DIRETOR: objetiva o pleno desenvolvimento das funções sociais, e ambientais da cidade e da propriedade, garantindo um uso socialmente justo, ecologicamente equilibrado do seu território, de forma a assegurar a todos os seus habitantes, condições de qualidade de vida, bem-estar e segurança. i. adensamento - a intensificação do uso do solo. ii. arborização urbana - é o conjunto da vegetação de porte arbóreo que reveste a cidade, quer em áreas públicas, quer em áreas particulares. iii. área construída - a soma das áreas de todos os pavimentos de uma edificação. DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 23 iv. área não computável – área construída não considerada para efeito de cálculo do coeficiente de aproveitamento, tais como, pergolados, beirais, caramanchões, guaritas, garagens, depósitos de lixo, depósitos de gás; casas de máquinas e sub- estações. (...) viii. área permeável - área do lote onde é possível infiltrar no solo as águas pluviais, limitada em, no mínimo, 20% (vinte por cento) do terreno. ix. área útil - a área interna total dos compartimentos com exceção das ocupadas pelas paredes. (...) xii. coeficiente de aproveitamento - o índice que se obtém dividindo-se a área construída pela área do lote. xiii. coeficiente de aproveitamento básico - é o coeficiente de aproveitamento do solo para todos os terrenos estabelecidos no território do Município. xiv. coeficiente de aproveitamento máximo - é o coeficiente máximo de aproveitamento do solo, permitido nas zonas adensáveis. (...) xxi. xxi. gabarito - distância vertical medida entre o meio-fio e um plano horizontal tangente à parte superior do último elemento construtivo da edificação. (...) xxvi. loteamento clandestino - parcelamento do solo não aprovado pelo Município e não registrado em cartório. xxvii. loteamento irregular - parcelamento do solo aprovado pelo Município, não registrado em cartório e/ou não executado conforme projeto licenciado. xxviii. lote padrão - o menor lote admitido para parcelamento, com exceção daqueles passíveis de intervenções em Áreas Especiais de Interesse Social. xxix. lotes ou glebas sub-utilizados - áreas públicas ou particulares, com edificação abandonada, ociosas ou utilizadas por alguma forma de ocupação transitória ou móvel ou ainda, cujo coeficiente de aproveitamento seja inferior a 0,1 (zero vírgula um) e que não atendam às funções sócio-ambientais da propriedade expressas nesta Lei. (...) xxxvi. recuo - a menor distância entre a divisa do terreno e o limite externo da projeção horizontal da construção, em cada um dos seus pavimentos, não sendo considerada a projeção de beirais e marquises, denominando-se recuo frontal quando se referir aos limites com logradouros ou vias públicas e recuos de fundos e laterais, quando se referir às divisas com outros lotes. (...) xl. taxa de impermeabilização - o índice que se obtém dividindo- se a área que não permite a infiltração de água pluvial pela área total do lote. xli. taxa de ocupação - o índice que se obtém dividindo-se a área correspondente à projeção horizontal da construção pelaárea total do lote ou gleba, não sendo considerada a projeção de beirais e marquises. 5.2.2: APLICAÇÃO PRÁTICA DO COEF. DE APROVEITAMENTO: A aplicação do coeficiente de aproveitamento máximo é permitida através da utilização dos instrumentos de outorga onerosa ou transferência de potencial construtivo. Vamos avançar um pouco: DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 24 Como exemplo, vamos trabalhar com cálculo de aproveitamento para o terreno abaixo. 1. Dados: ÁREA DO TERRENO: 2.000m² COEF. APROV.: 3,5 ALTURA: 90m ou (90/3) 30 pavimentos. 2. Cálculo para estimar o potencial construtivo do terreno: ÁREA COMPUTÁVEL: 2.000m² x 3,5 = 7.000m² Desses 7.000m2 temos: ÁREA COMUM 20%: 7.000 x 20% = 1.400m² ÁREA PRIVATIVA 80%: 7.000 x 80% = 5.600m² Para o cálculo do número de apartamentos, aproveitamos 28 pavimentos, porque o primeiro pav. é destinado a recepção salão de festas e o ultimo para caixa d’água e de mais estruturas; então se colocarmos 2 aptos/pavimentos teremos: 28 x 2= 56 aptos. ÁREA PRIVATIVA DO APTO = 5.600m² / 56 aptos = 100m²/apto 5.3: CÓDIGO DE OBRAS O Código de Obras fiscaliza a execução do projeto, desde os profissionais responsáveis até a vistoria de liberação da edificação, denominada “habite-se”. Toda e qualquer obra de construção, ampliação, reforma ou demolição depende de prévio licenciamento por parte do Município. 5.3.1: Conceitos importantes: I – Alvará, o documento expedido pelo Município destinado ao licenciamento da execução de obras e serviços; edificação já existente; II – Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), documentos que comprovam o registro da obra perante o Conselho Regional de Engenharia e perante o Conselho de Arquitetura e Urbanismo; III– consulta prévia, a análise técnica preliminar do projeto arquitetônico, executada, mediante solicitação do interessado, pelo órgão municipal de licenciamento e controle, expedida em fase anterior à aprovação do projeto; XXIX – Habite-se, o documento expedido pelo Município atestando que o imóvel encontrase em condições de habitabilidade. 5.3.2: DA CLASSIFICAÇÃO E E DO DIMENSIONAMENTO DOS COMPARTIMENTOS Todo compartimento da edificação deve ter dimensões e formas adequadas, de modo a proporcionar condições de higiene, salubridade e conforto ambiental, condizentes com a sua função e habitabilidade. Conforme sua destinação, os compartimentos da edificação, de acordo com o tempo de permanência humana em seu interior, classificam-se em: I – de uso prolongado; II – de uso transitório; III – de uso especial. Consideram-se compartimentos de uso prolongado aqueles que abrigam as funções de dormir ou repousar, trabalhar, DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 25 comercializar, estar, ensinar, estudar, consumir alimentos, reunir, recrear e tratar ou recuperar a saúde. Consideram-se compartimentos de uso transitório aqueles que abrigam as funções de higiene pessoal, de guarda e de troca de roupas, de circulação e de acesso de pessoas, de preparação de alimentos, de serviços de limpeza e manutenção e de depósito. Consideram-se compartimentos de uso especial àqueles que, além de abrigarem as funções definidas nos artigos 141 e 142, apresentam características próprias e peculiares, conforme sua destinação. Conforme o uso a que se destina, todo compartimento da edificação deve ter dimensões, pés direitos e áreas mínimas estabelecidas de acordo com o quadro abaixo: DESENHO ARQUITETÔNICO – PROFESSOR PABLO SOUSA 26 06 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CAROL, Francisco José. Noções de arquitetura e representação gráfica. Disponível em: <<http://cursos.unisanta.br/projeto/images/Apostila.zip>> acesso em 19, ago., 2006. CHING, Francis D. K. Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes 2000. 2a Reimpressão. MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Edgar Blücher, 1995. 2ed. 7a reimpressão. ESCUELA SUPERIOR DEL COMIC. Disponível em <<www.walthertaborda.com.ar/ comic/leccion_19.htm>> acesso em 19, ago., 2006. Prefeitura do Natal: Plano Diretor de Natal. Prefeitura do Natal: Código de Obras de Natal.
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