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Direito Civil- parte geral I Resumo

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DIREITO CIVIL 
 PARTE GERAL: 
1. CÓDIGO CIVIL - LEI 10406/2002 
a. Parte Geral (Direito Civil I) 
b. Parte especial 
 LEIS ESPECIAIS 
Veja os princípios norteadores do Código Civil de 2002. 
A. Princípio da sociabilidade - é aquele que impõe prevalência dos valores 
coletivos sobre os individuais, respeitando os direitos fundamentais da pessoa 
humana. Ex: princípio da função social do contrato, da propriedade. 
B. Princípio da eticidade - é aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis 
("pacta sunt servanda"). No contrato tem que agir de boa-fé em todas as suas 
fases. Corolário desse princípio é o princípio da boa-fé objetiva. 
C. Princípio da operabilidade - é aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e 
sem grandes dificuldades na aplicação do direito. A regra tem que ser aplicada 
de modo simples. Exemplo: princípio da concretude pelo qual se deve pensar 
em solucionar o caso concreto de maneira mais efetiva. 
O CÓDIGO CIVIL ESTÁ DIVIDIDO EM DUAS PARTES, A GERAL E A ESPECIAL: 
PARTE GERAL 
A primeira trata de regras que não bastam em si mesmas, servem para reger o ordenamento 
especial. Consiste em três livros: 
 I – Das Pessoas (onde indica a capacidade das pessoas, o patrimônio dos ausentes). 
 II - Dos Bens ( Regras gerais sobre patrimonial) 
 III – Dos Fatos jurídicos 
PARTE ESPECIAL 
Resolve-se por si mesmo, tem efetivada jurídica. Consiste em cinco livros: 
 I – Das Obrigações (negocio jurídico firmado entre as partes) 
 II – Do direito de empresa (Pessoa jurídica é constituída de patrimônio) 
 III – Do Direito das Coisas (trata-se de bem propriamente ditos) 
 IV – Do Direito de Família 
 V – Das Sucessões 
Todo o código é regido pelo direito material, pois é uma norma de conduta. Por sua vez o 
direito processual apenas é instrumento para aplicação do direito material. 
CÓDIGO CIVIL 
1. PESSOA NATURAL (FÍSICA) – Ser humano dotado de personalidade jurídica (civil). Tal 
personalidade jurídica é atributo jurídico que confere a aptidão para se adquirir 
direitos e contrair obrigações. 
Personalidade jurídica é um conceito jurídico, quem decide se é pessoa ou não, é o direito, 
observando a cultura, costumes, etc. (Exemplo em época de escravidão, onde escravos não 
eram considerados pessoas). É ideia ligada à de pessoa, é reconhecida atualmente a todo ser 
humano e independe da consciência ou vontade do indivíduo: recém-nascidos, loucos e 
doentes inconscientes possuem todos, personalidade jurídica. Esta é, portanto, um atributo 
inseparável da pessoa, à qual o direito reconhece a possibilidade de ser titular de direitos e 
obrigações. Também é atribuída a entes morais, constituídos por agrupamentos de indivíduos 
que se associam para determinado fim (associações e sociedades) ou por um patrimônio que é 
destinado a uma finalidade específica (fundações): as chamadas pessoas jurídicas (ou morais), 
por oposição aos indivíduos, pessoas naturais (ou físicas). O direito não concede personalidade 
a seres vivos que não sejam humanos, nem a seres inanimados, o que os impede de adquirir 
direitos. O instituto da personalidade não deve ser confundido com o da capacidade de fato. 
 
NASCITURO X PERSONALIDADE JURÍDICA X EXPECTATIVAS DE DIREITO 
NASCITURO 
1. Para a teoria natalista, que é a majoritária, a personalidade jurídica começa com o 
nascimento com vida. O nascituro é o ser que já foi concebido e ainda não nasceu (CC, 
art. 2º), enquanto que o concepturo ainda não foi concebido, embora haja a esperança 
de que venha a ser (art. 1.799, I, CC). Art. 2º CC: A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos 
do nascituro.(expectativas de direito). 
 
2. Para a teoria concepcionista, a personalidade começa a partir da concepção, 
fecundação. 
 Defende que a vida e a conseqüente tutela jurídica existem a partir da 
formação do embrião no útero materno. (Católicos, etc.) 
 OBS: É Diferente de concepturo, em que o ser ainda não foi concebido. 
O NASCITURO tem expectativa de indivíduo e a lei protege essa expectativa de direito. Por isso 
proíbe aborto, etc. (Tem juiz que garante pensão alimentícia à mulher grávida devido a 
expectativa, dando segurança aos direitos cíveis da criança.). 
A lei é flexível, e poder mudar. Assim como o exemplo de ABORDO em caso de estupro. E tem 
de se respeitar os direitos dessas leis. 
O direito decidiu que a partir de um nascimento com VIDA, é pessoa, e o NASCITURO tem 
apenas expectativa de direito, conservando seus direitos e a segurança dos mesmos até o 
nascimento. Porém não tem personalidade jurídica. Segundo a teoria natalista. 
Se nascer com vida, tem personalidade jurídica e civil. A única forma de acabar com a 
personalidade civil é morrer, não acaba. 
O aborto também é uma discussão onde há opiniões diferentes. O feto que está sem cérebro, 
há juízes que permitem o aborto, pois não tem expectativa de vida. 
PERSONALIDADE JURÍDICA OU CÍVEL 
 Atribuição jurídica em que a pessoa adquire direitos e contrai obrigações. 
Os direitos da personalidade são normalmente definidos como o direito irrenunciável e 
intransmissível de que todo indivíduo tem de controlar o uso de seu corpo, nome, imagem, 
aparência ou quaisquer outros aspectos constitutivos de sua identidade. Estariam, dessa 
forma, os direitos da personalidade vinculados de forma indissociável ao reconhecimento da 
dignidade humana, qualidade necessária para o desenvolvimento das potencialidades físicas, 
psíquicas e morais de todo ser humano. Os direitos da personalidade pressupõem, segundo 
Charles Taylor, três condições essenciais: autonomia da vontade, alteridade e dignidade. A 
autonomia da vontade configura-se no respeito à autonomia moral de que deve gozar toda 
pessoa humana. A alteridade representa o reconhecimento do ser humano como entidade 
única e diferenciada de seus pares, que só ganha forma com a existência do outro. A dignidade 
é uma qualidade derivada, ou seja, pode existir somente se o ser humano for autônomo em 
suas vontades e se lhe for reconhecida alteridade perante a comunidade em que vive. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE JURIDICA: 
 
 OS DIREITOS DE PERSONALIDADE: 
 
Os direitos da personalidade são ínsitos à pessoa, em todas as suas projeções, sendo 
que são dotados de certas características peculiares, quais sejam: 
 
A. São absolutos, isto é, são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à 
coletividade o dever de respeitá-los; 
B. Generalidade, os direitos da personalidade são outorgados a todas as 
pessoas, pelo simples fatos de existirem; 
C. Extrapatrimonialidade, os direitos da personalidade não possuem conteúdo 
patrimonial direto, aferível objetivamente; 
D. Indisponibilidade, nem por vontade própria do indivíduo o direito da 
personalidade pode mudar de titular; 
E. Imprescritibilidade, inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo 
pelo seu não uso; 
F. Impenhorabilidade, os direitos da personalidade não são passíveis de 
penhora; 
G. vitaliciedade, os direitos da personalidade são inatos e permanentes, 
acompanhando a pessoa desde seu nascimento até sua morte. 
CAPACIDADE DE DIREITO 
 Aptidão genérica em que a pessoa possui capacidade de adquirir direitos e contrair 
obrigações (Todos que estão vivos mesmo em coma). 
CAPACIDADE DE FATO 
 Aptidão genérica em que a pessoa possui capacidade de fato do exercício dos atos da 
vida cível pessoalmente, diferentemente de uma pessoa incapaz. 
INCAPAZ 
 Não possui capacidade de fato, ele pode ser absolutamente incapaz ou relativamente 
incapaz. Nesses casos perante a vida cível eles devem ser representados 
(absolutamente incapaz) ou assistidos (relativamente incapaz) pelospais, Tutor 
(nomeado pelo Juiz ou pelos pais em testamento nomeando um tutor para o menor) e 
pelo curador (no caso de adultos). 
 
1. ABSOLUTAMENTE INCAPAZ ART. 3ºC.C. = Não podem praticar para si mesmos 
atos da vida cível, precisam ser representados e atos sem representantes são 
nulos, assim como qualquer ato será anulado como em casos de má fé por 
outro se aproveitando desta situação e se dando bem em cima desses. 
 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
 
2. RELATIVAMENTE INCAPAZ ART. 4ªC.C. = São impedidos de praticar alguns atos 
da vida civil e jurídica sem que haja um assistente responsável, porém alguns 
atos podem ser realizados (ex. menor de 18 anos possui restrições, mas já 
podem votar). Os atos praticados sem assistência serão anulados. 
 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os 
exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência 
mental, tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 
OBS: 
 Viciados e alcoólatras (dependendo podem ser absolutamente 
incapazes) 
 Pródigos (Gastador compulsivo; Se um milionário dono de empresa 
tornar-se pródigo pode ser restrito alguns direitos dele por algum juiz 
restringindo seus gastos, por exemplo, limitando seu salário e 
deixando um assistente responsável por receber o resto do salário e 
administrar seus bens e patrimônios). 
 
LEGITIMAÇÃO 
 Requisito a mais de capacidade genérica de exercer certos atos. Ex: carteira de 
motorista, a pessoa para tirar a carteira e para ser legítimo tem que ter 18 anos. 
EMANCIPAÇÃO 
CC - LEI Nº 10.406 DE 10 DE JANEIRO DE 2002 
ART. 5º A MENORIDADE CESSA AOS DEZOITO ANOS COMPLETOS, QUANDO A 
PESSOA FICA HABILITADA À PRÁTICA DE TODOS OS ATOS DA VIDA CIVIL. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
 
NASCITURO= expectativa de direitos. Segundo teoria natalista é pessoa ao nascer e segundo os 
concepcionistas é pessoa na concepção óvulo e espermatozóide. Para o nosso direito civil usa-
se a teoria natalista, ao nascer tem direitos materiais como herança. 
NASCEU COM VIDA (RESPIROU) = personalidade jurídica 
MORTE REAL (morte encefálica) = fim da personalidade jurídica 
MORTE PRESUMIDA 
 Art.7º C.C. indícios de morte onde houve riscos como em acidentes ou incêndios em 
que cessada as buscas pelo corpo é declarado óbito e inicia-se inventário, herança. Ou 
após 2 anos em caso de guerra. 
COMORIÊNCIA 
 É a morte de duas ou mais pessoas por força do mesmo evento, sendo herdeiras entre 
si, não se sabendo quem morreu primeiro. Presume-se que morreram 
simultaneamente. 
No direito civil é importante saber quem morreu primeiro pois em questões de minutos altera-
se quem será o herdeiro dos bens, no caso de um casal por exemplo, se não há filhos e o 
marido morreu primeiro, quem herda é a mulher e em seguida ela morrendo quem herda 
serão os irmãos da mulher e não do marido. 
AUSÊNCIA 
 Desaparecimento da pessoa em seu domicílio sem que haja indícios de risco de morte. 
 
O processo se divide em 3 fases. Art. 22 ao 38 C.C. 
1. 1ªFase: DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE – O juiz pode declarar 
ausente a requerimento do interessado ou do Ministério Público, e nomear 
um curador para a arrecadação dos bens. Nomeação de um curador 
(geralmente é a esposa, depois os pais, os filhos) que será responsável pela 
sucessão provisória dos bens. Caso Haja um procurador ou representante (o 
mandatário no contrato de mandato. Os termos e os poderes conferidos ao 
procurador são estabelecidos na procuração). 
DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado 
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer 
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário 
que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem 
insuficientes. 
 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, 
observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de 
dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. 
 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta 
ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
 
 
2. 2ªFase: DA SUCESSÃO PROVISÓRIA - Após 1 ano da arrecadação dos bens do 
ausente ou 3 anos se deixou um mandatário, poderão os interessados 
(conjugues, ou herdeiros, ou os que tiverem direitos sobre os bens, ou os 
credores) requerer que se declare a ausência para que seja feita a sucessão 
provisória, que produzirá efeito 180 dias depois de publicada. Os bens 
partilhados não poderão ser alienados (vendidos); não poderão ser utilizados; 
caso os bens sujeitos a deterioração poderão ser convertidos a títulos 
públicos e se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária 
e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e 
rendimentos deste títulos; dos herdeiros ou dos curadores será exigido 
penhoras ou hipotecas dando garantias de restituição deles (excessão do 
descendentes ou ascendentes ou cônjugues). Essas garantias são para que 
haja manutenção desses bens por 10 anos, pois caso o ausente reapareça ele 
terá direito de reaver os seus bens no estado em que se encontram. Passados 
10 anos da sucessão provisória será feita a sucessão definitiva 
DA SUCESSÂO PROVISÓRIA 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou 
procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se 
abra provisoriamente a sucessão. 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: 
 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta 
dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do 
testamento, sehouver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
 
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre 
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. 
 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de 
passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos 
bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
 
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, 
sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição 
deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, 
será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro 
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. 
 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, 
poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, 
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o 
ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem 
movidas. 
 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos 
os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão 
capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o 
representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. 
 
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, 
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 
 
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer 
lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. 
 
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-
á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, 
cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as 
medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
3. 3ªFase: sucessão definitiva, é declarada a morte presumida e ocorre a 
sucessão definitiva: 10 após sucessão provisória os bens já podem ser 
alienados ou Se a pessoa ausente consta 80 anos, e de 5 anos datam as 
últimas notícias dele. Até os 10 anos seguintes após a sucessão definitiva o 
ausente tem direito a apenas aos bens no estado em que se encontram. Após 
10 anos da sucessão definitiva o ausente, caso reapareça, não terá mais 
direitos sobre os bens ou após 10 anos se não houve interessado promovendo 
a sucessão definitiva os bens irão para seu respectivo Ente Federativo. 
Autorizada a abertura da sucessão definitiva, presume-se a morte do ausente (Cód. Civil, art. 6º). 
DA SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão 
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções 
prestadas. 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta 
anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum 
de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que 
se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem 
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum 
interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou 
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, 
quando situados em território federal. 
DIREITOS DE PERSONALIDADE: NOME 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
OS PRENOMES E SOBRENOMES SÃO NOMES ESSENCIAIS 
1. OS NOMES ESSENCIAIS: 
 O PRENOME - é atribuído à pessoa por ocasião da abertura de seu assento de 
nascimento e é imutável. 
Pode ser simples, João, ou composto, João Paulo. 
 O PATRONÍMICO FAMILIAR - ordinariamente representa uma herança que se 
transmite de pai a filho, ou é adquirido por um dos cônjuges pelo casamento. É 
Chamado de Patronímico ou sobrenome ou apelido de Família, como Pereira da Silva. 
2. OS NOMES SECUNDÁRIOS: 
 São acidentais conhecidos como Agnomes - Júnior, Filho, Neto. 
AS CARACTERÍSTICAS DO NOME: 
O nome faz parte do direito de personalidade (natureza do Direito ao nome: Código Civil artigo 
16: “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”. A Lei 
6.015/73 de Registros Públicos – LRP, também disciplina o direito ao nome nos Arts. 54 a 63.), 
e são necessários em questões cíveis, é uma questão de ordem pública. Como o nome é 
emancipação da personalidade humana, a lei o protege vedando que ele seja usado em 
atividades ilícitas, bem como para fins de publicidade comercial sem autorização do seu titular. 
Dessa forma, não há como negar ao seu titular o direito ao nome, sendo a pessoa interessada 
detentora do direito de ação para lhe proteger, resguardar, inclusive, retificá-lo ou alterá-lo. 
O nome é o identificador principal das pessoas, seu signo individualizador perante a sociedade. 
Por detrás de um nome completo revela-se uma carga pessoal e profissional imensa. Numa 
comparação grosseira, o nome é a marca registrada do ser humano e nele estão contidos o 
currículo, as realizações, os títulos, o crédito e o comportamento pretérito de uma pessoa. O 
nome é um dos mais importantes atributos da pessoa natural, ao lado da capacidade civil e do 
estado. O nome também pode ser definido como o sinal exterior pelo qual se designa, se 
identifica e se reconhece a pessoa no seio da família e da comunidade. 
 
AS CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE JURÍDICA E SUA APLICAÇÃO AO DIREITO DE 
PERSONALIDADE DO NOME: 
 São absolutos(ergaomnes),Generalidade,Extrapatrimonialidade,Indisponibilidade, 
Imprescritibilidade, vitaliciedade, Impenhorabilidade, vitaliciedade 
OBSERVAÇÃO: 
 Apesar de no passado pudesse comprar um sobrenome hoje não pode mais 
 Impenhorável (mesmo se fosse o nome de uma pessoa muito famosa essa já poderia 
estar falida) 
 Vitaliciedade: Inalterável (salvo nos artigos da lei 6.015 de 1973). 
QUANDO SE MUDA O NOME: 
Ao completar 18 anos até o primeiro ano pode se alterar sem motivos. Art. 56 da Lei de 
Registros Públicos (Lei n. 6.015/73) estabelece: "O interessado, no primeiro ano após atingir a 
maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde 
que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela 
imprensa". 
POR MOTIVO JUSTO: 
 O prenome, comumente conhecido por nome, é, em regra, imutável ou definitivo(art. 58 da 
LRP), salvo aqueles que possam colocar a pessoa em situação vexatória, ridícula ou 
depreciativa, que, aliás, nem deveriam ser registrados, uma vez que “Os oficiais de registro 
civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores”. (art. 55, § 
ú, LRP). 
O nome pode, ainda, ser substituído: “por apelidos públicos notórios” (art. 58, caput, LRP); 
pela adoção (Lei nº 8.069/90); em virtude de proteção às vítimas e testemunhas de crime (Lei 
nº 9.807/99); o nome de estrangeiro cujo nome possa levá-lo a constrangimento ou que seja 
de difícil pronunciação. A alteração do prenome também é possibilitada após a genitoplastia, 
conforme criação jurisprudencial (AC nº 245.343-/7 - TJSP), dentre inúmeras situações 
previstas na doutrina e na jurisprudência pátria. 
Centenas, milhares de pessoas têm a infelicidade de serem portadoras dos mais esquisitos 
nomes, culpa que lhes não cabe e, sim, aos pais, uns por ignorância, outros por superstição, 
mais alguns por aulicismo ou ideologia. Quando houver o registro de uma pessoa em tais 
situações, cabe ao interessado ajuizar ação de retificação de nome visando por fim ao 
constrangimento que lhe arrosta. 
Homonímia: na vida civil, muitas vezes, as pessoas se vêem prejudicadas, em razão da 
existência de pessoas com nome igual, levando-as, inclusive a perda do crédito. 
Com efeito, as possibilidades de alteração do nome civil, via de regra, estão intimamente 
ligadas à dificuldade de se possuir nome que traga transtornos para a vida das pessoas: 
 O erro gráfico evidente 
 Exposição do portador do nome ao ridículo 
 A alteração do nome pela adoção e pelo reconhecimento de filho fora do casamento 
 A alteração do nome pelo casamento, separação, divórcio e união estável 
 A adoção do apelido público e notório ao nome 
 A alteração do nome pela lei de proteção às testemunhas e às vítimas 
 A possibilidade de alteração do nome por estrangeiro 
 Homonímia 
 Alteração de sexo 
 
ESTADO DA PESSOA NATURAL 
 
É diferente da profissão, é sua qualificação jurídica, Status, como ela é vista segundo a ordem 
pública, se é menor ou maior, se é interditada, etc. 
 ESPÉCIES: 
1. Individual: Se vê as condições físicas e psicológicas. Ex. maior ou menor, enfermo, 
doente mental, interditado, etc. 
2. Familiar: Matrimoniais e parentesco. Ex. casado, divorciado, solteiro, pai e filho, etc. 
3. Político: Do ponto de vista com relação ao Estado. Ex. brasileiro nato, naturalizado, 
estrangeiro, eleitor, cidadão, etc. 
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DA PESSOA NATURAL: 
 Indivisível (não pode ser duas coisas ao mesmo tempo ou é casado ou divorciado) 
 Indisponível (não pode ser renunciado, abdicado) 
 Inalienável (não pode ser transmitido, transferido) 
 Imprescritível 
 
PESSOA NATURAL OU FÍSICA = Ser humano. 
PESSOA JURÍDICA = pessoa fictícia, abstrata, cria-se uma outra pessoa com personalidade 
própria. 
PESSOA JURÍDICA 
Unidade de pessoas ou unidade patrimonial com objetivos econômicos ou não surgindo uma 
nova pessoa, a pessoa jurídica, com personalidade própria e responsabilidade civil. Existem 
também empresas individuais (da mesma maneira cria-se outra personalidade, porém com 
responsabilidade limitada. Empresas Individuais de Responsabilidade Ltda. Lei 12.441/2011 
institui as EIRELI art. 990 do C.C ) 
Um indivíduo, pessoa física que tem uma empresa que quer crescer tem que se transformar 
em pessoa jurídica se registrando na junto comercial para que a empresa tenha autonomia 
(exemplo: a pessoa mesmo não precisa contratar funcionários, ela põe responsáveis para a 
contratação que usam o nome da empresa) 
 
 
 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA JURIDICA: 
 
Personalidade própria, existência distinta da dos sócios (dois sócios + a empresa), 
patrimônio próprio, responsabilidade própria, legitimidade ativa (a empresa pode 
ajuizar uma ação em seu nome) e passiva (que poderão mover uma ação contra a 
empresa). 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PUBLICO EXTERNO OU DE DIREITO INTERNACIONAL: 
 Os Estados soberanos (países, com limites territoriais e população e reconhecidos por 
seus vizinhos de limite territoriais) 
 Organismos de personalidade de direito internacionais. Através de tratados e acordos 
internacionais, os Estados soberanos se unem e se integram dentro dessas 
organizações com regras próprias ( ONU, OMT) 
 Santa sé (É como se fosse um Estado Soberano) 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PUBLICO INTERNO: 
 Os Entes da Federação: União, Estados Membros, Dist. Federal, Municípios (Ex. Belo 
Horizonte. Cidade é apenas um centro administrativo, é o centro urbano, onde não 
envolve o centro rural.) 
a) DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: Como um Estado soberano que possui sua 
personalidade jurídica externa, Cada Ente federativo possui uma organização 
politica administrativa, possui o Exec. Leg. e Jud. Os Entes Federativos 
possuem personalidade jurídica interna, autonomia e responsabilidade 
administrativa. 
b) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Cada Ente federativo de direito público pode 
formar autarquias e fundações Públicas. De direito público significa que 
apenas o Estado pode criá-las. Elas não exercem atividades industriais ou 
comerciais, mas apenas aquelas relacionadas ao interesse da sociedade. 
 
As autarquias são consideradas serviços personificados enquanto as fundações 
são patrimônios personificados. 
1. Autarquias: Tradicionalmente são definidas como entidades criadas 
por leis específicas para a realização de atividades especializadas de 
forma descentralizada. São pessoas jurídicas de direito publico 
exercendo atividade pública descentralizando-a, porém quem 
responde por elas são os Entes Federativos as quais elas representam. 
Exemplo: ANAC e Anatel, BANCO CENTRAL são de responsabilidade da 
União, e existem autarquias de responsabilidade do município. A 
Universidade federal é uma autarquia Federal supervisionada pelo 
MEC: Grande parte dos autores se refere às Fundações Públicas de 
Direito Público como autarquias fundacionais. Assim, autarquia 
fundacional nada mais é que uma fundação pública instituida 
diretamente por lei específica, tendo personalidade jurídica de direito 
público 
2. Fundações Públicas: São pessoas jurídicas de poder público, criadas 
por lei para uma destinação patrimonial do Ente público e que tem por 
finalidade uma atividade pública de filantropia, educação, pesquisa, 
etc. Elas são constituídas visando algo diferente do mero retorno 
financeiro direto, como a educação, a saúde, o amparo ao trabalhador 
etc. Assim, a Fundacentro (ligado ao Ministério do Trabalho) visa 
difundir conhecimento sobre segurança e saúde no trabalho e meio 
ambiente; o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) visa compreender e apoiar o desenvolvimento do Brasil 
através da coleta de informações estatísticas; a FUNAI (Fundação 
Nacional do Índio) visa o amparo das populações indígenas, etc. Todos 
visam um objetivo específico, mas apesar de não ter um fim 
econômico pode ter lucro, só não pode gerar dividendo e ser 
redistribuído aos diretores. 
A Fundação de Direito Público tem toda uma estrutura estatal; 
A Fundação de Direito Privado tem toda uma estrutura de empresa 
privada, mas segue as normas de um estatuto aprovado pelo MP. 
Há intensa divergência doutrinária a respeito do regime jurídico das fundações, se público ou privado, 
ou, ainda, se haveria possibilidade de escolha do regime em cada caso. A jurisprudência, porém, admite 
a instituição de fundações públicas de Direito Privado (conforme definido em lei) e também de 
fundações públicas de Direito Público (possibilidade aberta pelo art. 41, V, do CódigoCivil que, ao 
enumerar as entidades de direito público interno, incluiu “as demais entidades de caráter público 
criadas por lei”). Em termos materiais, essas últimas fundações não formam uma categoria própria, pois 
obedecem às mesmas normas das autarquias. Por isso, são denominadas autarquias funcionais ou 
fundações autárquicas. 
 Autarquias Fundações 
Atribuições 
Atividades típicas (exclusivas) ou 
atípicas da Administração Pública. 
Apenas atividades atípicas da 
Administração Pública. 
Regimes 
jurídicos 
Apenas Direito Público. 
Direito Público ou Privado, conforme 
a lei instituidora. 
Dotação 
patrimonial 
Exclusivamente pública. 
Exclusivamente pública ou pública e 
privada. 
Espécies 
Ordinárias, especiais, territoriais, 
fundacionais e corporativas. 
Fundações de Direito Público 
(autárquicas) e de Direito Privado. 
 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
1. SOCIEDADE: Unidade de pessoas com finalidade econômica. Ex. Empresa pública 
(possui capital publico, mas com estrutura de empresa privada, como a Caixa 
econômica federal), Sociedade economia mista (Petrobras). Existe sócio 
Empresário e Simples. 
a) EMPRESÁRIO: atividade econômica organizada para produção ou circulação de 
bens ou serviços, possui uma organização empresarial mais complexa, 
possuem representantes, empregados, administração e exercício da atividade 
com impessoalidade. Ex. Hospitais. 
b) SIMPLES: a sociedade simples não exerce atividade econômica organizada para 
a produção ou circulação de bens e serviços, destina-se principalmente a 
cooperativas (força de lei), atividades intelectuais, científicas, literárias ou 
artísticas que unem capitais e criam uma pessoa jurídica sem a adoção de uma 
organização empresarial. Possui serviços individuais, administração com 
pessoalidade. Ex. escritórios, consultórios. 
2. ASSOCIAÇÕES: Unidade de pessoas com finalidade não econômica (Entraria aí 
organizações religiosas e partidos políticos) 
3. FUNDAÇÕES: Unidade patrimonial com finalidade educacional, filantrópica, etc. 
"Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o 
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades 
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e 
de outras fontes". As fundações públicas devem se destinar às atividades de 
assistência social, assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e 
atividades culturais, todas de relevo coletivo o que justifica a vinculação de bens e 
recursos públicos para sua realização. Possui conselho de curadores e um 
presidente, que não recebem salário, possui um estatuto com normas (sobre a 
forma de sua organização e sua administração e o salario estabelecido para 
diretores), o qual tem que ser aprovado pelo Ministério Publico que pode intervir 
sob qualquer suspeita de irregularidade no estatuto. 
"A posição da fundação governamental privada perante o poder público é a mesma das 
sociedades de economia mista e empresas públicas; todas elas são entidades públicas com 
personalidade jurídica de direito privado, pois todas elas são instrumentos de ação do Estado 
para a consecução de seus fins; todas elas submetem-se ao controle estatal para que a 
vontade do ente público que as instituiu seja cumprida; nenhuma delas se desliga da vontade 
do Estado, para ganhar vida inteiramente própria; todas elas gozam de autonomia parcial, nos 
termos outorgados pela respectiva lei instituidora." 
4. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS 
5. PARTIDOS POLÍTICOS 
6. EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LTDA. EIRELI. 
INICIO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURIDICA ARTIGO 44 A 69 DO C.C. 
1. Da pessoa jurídica de direito publico externo 
 Fatos históricos (como surgiu o Estado, sua constituição, se houve guerra, se 
apresenta os elementos constitutivos de território e povo), reconhecimento 
internacional, tratados internacionais multilaterais. 
2. Da pessoa jurídica de direito publico interno 
 Constituição (organização do Estado), lei complementar (criando leis 
estaduais, municipais), lei ordinária (cria autarquias). 
3. Da pessoa jurídica de direito privado 
 Inscrição de sensatos constitutivos (Contrato social ou Estatuto, que explicam 
as normas, finalidades, etc.) no registro competente (junta comercial, para 
sociedade empresa, ou cartório de registro de pessoa jurídica CRPJ, para 
sociedade simples). 
 Para algumas Pessoas Jurídicas exige-se previa autorização governamental ( 
como no caso de canal de radio ou televisão) 
 Para as fundações exige-se o parecer do ministério publico 
ART.50 DO C.C. TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DE PESSOA 
JURIDICA 
A desconsideração da personalidade jurídica é uma prática no direito civil e no direito do 
consumidor de, em certos casos, desconsiderar a separação patrimonial existente entre o 
capital de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de determinadas 
obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma indevida, ou quando este for 
obstáculo ao ressarcimento de dano causado ao consumidor. Essa teoria não é para dissolução 
da empresa, mas para punir civilmente. Não se trata, pois, de extingui-la, mas da ocorrência de 
uma "[...] suspensão episódica do ato constitutivo da pessoa jurídica, de modo a buscar, no 
patrimônio dos sócios, bens que respondam pela divida contraída". A desconsideração objetiva 
de certa forma, garantir que as atividades da sociedade continuem, preservando, assim, 
direitos e interesses tanto de terceiros, como dos próprios trabalhadores que nela se 
encontram. 
 A TEORIA MAIOR, CC/2002, ART. 50, EXIGE:1)ABUSO DE DIREITO :1(a)-desvio 
finalidade (ou) 1(b)-confusão patrimonial Inadimplemento da obrigação. 
A teoria maior objetiva caracteriza-se pela confusão patrimonial ou desorganização 
societária e a teoria maior subjetiva exige o elemento anímico, a vontade de fraudar a 
lei ou lesar terceiros e o credor prejudicado deve provar essa intenção. Por isso 
chamada de teoria maior: exige ao menos a comprovação de um requisito para que o 
juiz possa aplicar a desconsideração da personalidade jurídica. 
Fraudes, gestão contraria ao estatuto ou finalidades, má administração e estando a 
pessoa jurídica insolvente ou falida, o patrimônio dos sócios responsáveis pela fraude 
será utilizado para pagamento das dividas, como dividas trabalhistas. Ou seja, essa 
teoria é para punir civilmente, confiscando os bens do autor, pois cada sócio tem a sua 
personalidade própria e responsabilidade individual. 
“A teoria maior não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar a pessoa 
jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações. Exige-se, aqui, para além 
da prova de insolvência, ou a demonstração de desvio de finalidade, ou a 
demonstração de confusão patrimonial”. 
 A TEORIA MENOR, LEI 8078/90, CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, a fim de 
proteger o consumidor e facilitar o cumprimento das obrigações que lhes favoreçam 
exige para a desconsideração da pessoa jurídica apenas o simples inadimplemento 
para com os credores, sem ao menos analisar os reais motivos que levaram a 
sociedade a deixar de se obrigar perante terceiros. 
A teoria menor é mais tranqüila para o juiz decretar a desconsideração, pois não são 
exigidos os requisitos mencionados na teoria maior. É a teoria utilizada Justiça do 
Trabalho: estando pessoa jurídica insolvente ou falida, o patrimônio de todos os sócios 
será utilizado para pagamento das dividas, como dividas trabalhistasou ao consumidor 
lesado, pouco importando se o sócio utilizou fraudulentamente o instituto, se houve 
abuso de direito, tampouco se foi configurada a confusão patrimonial; a preocupação 
maior é não frustrar o credor da sociedade. 
Artigo 51 – Para dissolução da pessoa jurídica 
Artigo 52- Direito de proteção da personalidade- como direito de imagem 
CAPACIDADE PROCESSUAL SEM PERSONALIDADE JURÍDICA. 
 É a legitimidade de poder entrar com uma ação ou sofrer um processo, ser autor ou 
réu sem ser pessoa jurídica: 
 
1. MASSA FALIDA- conjunto de bens e dívidas, ativos e passivos, do empresário que faliu. 
Quando existe uma ação ajuizada contra a massa falida ela vai para o quadro de 
credores, da mesma maneira pode existir credores da massa falida. 
2. ESPÓLIO- é o acervo de bens da pessoa morta. Mesmo a pessoa morta pode haver 
processo do espolio contra algum devedor que não pagou quando ele estava vivo. 
3. CONDOMÍNIO- 
4. SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA- sociedade que não foi registrada como pessoa 
jurídica. Isso pode acarretar problemas como em um processo contra essa empresa. 
Ex. processar um supermercado por comida estragada em que a pessoa passou mal. 
Como não há pessoa jurídica os sócios se confundem com a empresa, e os donos 
podem ser responsáveis diretos e responder civilmente pois não existe a pessoa 
jurídica como proteção. 
NATUREZA DA PESSOA JURIDICA 
 TEORIA DA FICÇÃO 
A pessoa jurídica seria apenas uma ficção, um artificio da lei para responder as 
questões legais, só existiria no mundo abstrato, pois só pessoa humana teria pessoa 
jurídica. 
 
 TEORIA DA REALIDADE ORGÂNICA OU OBJETIVA 
A pessoa jurídica existiria de verdade sim, ela existiria fisicamente, 
independentemente do Estado declarar sua existência. Ex. sindicatos 
 
 TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA 
Depende do requisito jurídico. 
ARTIGO 47 C.C. E ARTIGO 1015 DO C.C. 
 TEORIA ULTRA VIRES – A empresa não se responsabiliza pelos atos dos 
administradores se não estivesse estabelecido nas normas do estatuto 
 
 TEORIA DA APARÊNCIA – Prestigia a boa fé ao fazer o negócio com terceiros. Trata-se 
de verdadeiro Princípio Jurídico, que visa resguardar a boa-fé e manter a ordem 
pública e a segurança jurídica. Com efeito, a aparência de direito consiste na relação 
jurídica praticada por alguém, que aparentemente reveste-se dos atributos 
necessários para emanar o negócio jurídico com terceiro, sem, contudo o possuí-lo. 
 Os atos ultra vires, ou seja, aqueles praticados pelos sócios ou administradores que 
extrapolavam dos limites do objeto social, com desvio de finalidade ou abuso de poder, 
passaram de nulos a não oponíveis à pessoa jurídica, mas sim, totalmente oponíveis aos sócios 
ou administradores que os houvessem praticado. 
Em sentido diametralmente oposto, com escopo de litigar estrategicamente a Teoria Ultra 
Vires emanou a Teoria da Aparência que possui por escopo único e sui generis de proteger o 
terceiro de boa-fé que pactua com a sociedade. Por essa última teoria, o terceiro, que de 
modo justificável desconhecia as limitações do objeto social ou dos poderes do administrador 
ou do sócio que negociou tem o direito de exigir que a própria sociedade cumpra o contrato. 
Posteriormente a sociedade pode regressar contra o administrador ou sócio que agiu de modo 
ultra vires. 
DOMICILIO 
Qual lei será aplicada? De qual país? Aplica a lei de onde nasceu ou onde é domiciliado? É um 
critério para ajuizar alguém perante a justiça. Precisa saber onde o réu está: aonde será 
protocolado, qual fórum? Em qual comarca (município)? O domicilio é mais que meramente 
um endereço de uma rua. 
 
DOMICÍLIO – Sede jurídica. – Tem a ver com o município. Sede jurídica da pessoa, onde 
presume-se que a pessoa esteja localizada. Para efeitos legais (Como funcionários públicos que 
tem de viver na sede de onde exerce sua função). 
 
MORADA OU HABITAÇÃO 
 Apenas um conceito sem relevância legal. Lugar eventual. – Coisa transitória, como 
uma viagem rápida, hospedagem, etc. 
RESIDÊNCIA 
 Sede de fato: local onde a pessoa vive ou se encontra de forma não eventual 
 É apenas o endereço que pode coincidir com o Domicilio ou não. Pode ser o 
município aonde você vai cursar durante 2 anos, mas não é o local aonde você 
tem o ânimo de morar e viver de forma definitiva. A residência é objetiva já o 
ânimo é subjetivo, o qual possui critérios que acompanham a pessoa, 
caracterizando e definindo o ânimo definitivo. Por exemplo, quando se resolve 
morar em novo município, a mudança do antigo trabalho por outro neste novo 
município, a venda da casa para a compra de outra casa neste novo município, 
etc. 
DOMICILIO Art.70 
 Domicílio de pessoa natural – Residência com ânimo definitivo. – Uma pessoa mora 
em BH e muda para São Paulo com todos seus bens, permanentemente. E não está 
alternando com BH. É onde a pessoa escolheu para viver definitivamente, a primeiro 
momento. Residência + Vontade. 
 
 É a Sede Jurídica: Aonde será ajuizada a ação e que terá os efeitos legais. 
PLURALIDADE DE DOMICILIO Art.71 
 A pessoa pode ter 2 ou mais domicílios por possuir 2 ou mais residências onde 
ela viva alternadamente 
DOMICILIO PROFISSIONAL Art.72 
 O local onde exerce a profissão é também o seu domicilio. Se exerce a 
profissão em vários locais cada um corresponderá ao domicilio para as 
relações que lhe corresponderem. 
AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA HABITUAL Art.73 
 Ter-se-á por domicilio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o 
lugar onde for encontrada. Exemplo: ciganos. 
AS ESPÉCIES DE DOMICILIOS E SUA SEDE JURÍDICA 
a. Voluntários: é o domicílio geral que decorre de ato de vontade, ou seja, do 
fato de o indivíduo estabelecer sua residência com ânimo definitivo, em um 
determinado lugar, sem que seja uma obrigação legal a escolha. 
b. Necessário: é o domicílio geral que decorre de determinação legal. 
As hipóteses de domicílio legal estão previstas no art. 76, CC: 
Menores – local de origem/ Incapazes – do assistente ou representante/ 
Funcionários públicos – determinado legalmente pelo seu local de atuação 
permanentemente/ Militares – vai depender aonde servir/ Marinha ou 
aeronáutica – será a sede do comando a que se encontrar imediatamente 
subordinada/ Os tripulantes da marinha mercante – no local onde se achar 
matriculado o navio/ se for preso – onde cumpre a sentença 
Em se tratando de PESSOA JURÍDICA de direito público, são as sedes dos seus 
governos ou de suas administrações e temos que o da UNIÃO é o Distrito 
Federal, o dos Estados a sua capital e o dos municípios onde funcione a sua 
administração municipal. 
 
As pessoas jurídicas de direito privado têm seu domicílio nos locais onde estão 
situados as suas administrações ou nos lugares ou diretorias, ou nos lugares 
determinados em seus documentos. 
 
Quando a pessoa jurídica possui estabelecimento em locais diversos, será 
considerado cada um desses locais, como domicílio independente, para os 
atos nele praticados. 
 
c. Geral: O DOMICÍLIO GERAL é aquele onde a pessoa se fixa com o ÂNIMUS 
MANENDI e será voluntário ou necessário, por obrigações indeterminadas. 
d. Especial: Também chamado de DOMICÍLIO CONTRATUAL, DE ELEIÇÃO ou ainda 
FORO DE ELEIÇÃO. Fala-se em domicílio especial pelo fato de não abranger 
todos os atos praticados pelo indivíduo, mas, apenas, aqueles que resultem do 
contrato celebrado, que decorre do ajuste de vontade entre as partes. 
“Art. 78 . Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se 
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes” 
 
- ELEIÇÃO + FORO DE ELEIÇÃO (CIRCUNSCRIÇÃO TERRITORIALESPECIAL E DETERMINADA) – 
COMARCA (JUSTIÇA ESTADUAL) – SEÇÃO JUDICIÁRIA (JUSTIÇA FEDERAL). 
 
Na maioria dos contratos escritos já figura a CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FÔRO, que é aquela 
cláusula onde as partes contratantes elegem a comarca de alguma cidade onde serão 
dirimidas as dúvidas e solucionados os conflitos oriundos daquele contrato. (O contrato 
precisa ser redigido em normalidade atendendo certas leis, como o código de defesa do 
consumidor). 
Existe ainda a figura do DOMICÍLIO ELETRÔNICO, abordada por Nelson Nery, que surge com os 
avanços da informática e que seria aquele onde se realizam transações virtuais, 
estabelecendo-se relações jurídicas através da INTERNET. 
 O domicílio eletrônico é aquele lugar de prestação de serviços que se oferece 
pela Internet – que é o CENTRO DE ATIVIDADES de alguém que oferece esse 
serviço prestado eletronicamente. 
 
Como definir em que local será acionada uma pessoa? Qual o Juízo competente para conhecer 
daquela ação? 
 Existem alguns critérios para que essa ação seja ajuizada. Os quatro mais 
importantes são aqueles que dizem respeito à pessoa, ao lugar, ao valor da 
causa e à matéria. 
Exemplos das que nos interessam e que se relacionam com o DOMICÍLIO: 
 Em razão da PESSOA: o devedor será acionado perante a Justiça, em seu 
domicílio. O ESTATUTO DO IDOSO diz que será o domicílio do mesmo o 
competente para as ações do âmbito individual. O alimentando idem. O 
domicílio do Autor da herança. O último domicílio do ausente. Nas ações 
contra incapazes será competente o foro do domicílio do seu representante 
legal. 
 Em razão do LUGAR: as ações que versem acerca de direitos reais sobre 
imóveis devem ser ajuizadas nos locais onde eles se localizarem.

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