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Direito Empresarial - contratos mercantis Unidade 4 aula 9-10 Compra e Venda Mercantil Parte Especial - Livro I, Título VI, Capítulo I COMPRA E VENDA MERCANTIL (art. 481-532 do CC) Conceito (art. 481) Pelo contrato de compra e venda, o vendedor assume a obrigação de entregar ao comprador determinada coisa, e este assume a obrigação de entregar àquele o respectivo preço. Conceito A compra e venda mercantil: contrato de compra e venda celebrado entre empresários, ou seja, comprador e vendedor são empresários. O sistema do Cód. Comercial de 1850 informava que para o contrato de compra e venda ser mercantil se fazia necessária a presença, cumulativa, de três requisitos: i – o subjetivo: a presença do comerciante em um dos pólos; ii – o objetivo: restringia a mercantilidade do objeto vendido (móveis ou semoventes); iii – finalístico: só era mercantil a compra e venda que propiciasse a circulação de mercadoria. Natureza O estabelecimento é rés, ou seja, é coisa. Pode ser tratado como um todo, quer dizer os bens organizados para a produção. Não se confunde com a empresa, não tem personalidade, pois é patrimônio dela. Pode ser identificado por título que é distinto do nome empresarial Natureza - composição Bens materiais máquinas; prédios; veículos; insumos; matérias-primas etc. Bens imateriais propriedade industrial Patentes; Marcas; Modelo de utilidade etc. Ponto título 6 Fundo de empresa Trata-se do valor inerente a massa organizada de bens para o fim da empresa. O valor dos bens organizados é maior que a soma dos valores dos bens tomados individualmente Requisitos essenciais (art. 482) O consentimento: O consentimento deve ser livre e espontâneo, sob pena de se tornar anulável por vício em sua formação. É contrato consensual, que se opera a partir do mero consentimento das partes. Obs.: Venda de bens imóveis e a transcrição – art. 108 do CC: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Requisitos essenciais (art. 482) a coisa; A coisa pode ser bens móveis, semoventes, imóveis, podendo ainda se referir a bens incorpóreos. Sobre a coisa ainda deve-se observar: a) coisa atual ou futura – art. 483 do CC: b) venda a vista de amostras – art. 484 do CC: Requisitos essenciais (art. 482 o preço; a) fixação por arbítrio de terceiro – art. 485 do CC; b) fixação por taxa de mercado ou bolsa – art. 486 do CC: c) fixação em função de índices – art. 487 do CC; d) falta de fixação do preço – art. 488 do CC; e) fixação somente por uma das partes – nulidade – art. 489 do CC; f) exception non adimplenti contractus – art. 491 do CC (Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.) Direito e deveres fundamentais do comprador e do vendedor (art. 490) Elementar: A mais elementar obrigação comprador é pagar o preço correspondente a coisa comprada e a do vendedor é a entrega da coisa vendida. Direito e deveres fundamentais do comprador e do vendedor (art. 490) a) Despesas – escritura e tradição – art. 490 do CC: Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. § 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste. § 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados. b) Estipulação de cláusulas diversas – Incoterms Cláusulas especiais de compra e venda Retrovenda (art. 505) recobrar a coisa no prazo de decadencial de 03 anos; Assegura ao vendedor, nos contratos de compra e venda de bem imóvel, o direito de recomprar o bem vendido no prazo máximo de três anos após a venda. Cláusulas especiais de compra e venda (retrovenda) a) Empecilho do comprador para receber o dinheiro – art. 506 do CC: Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. Cláusulas especiais de compra e venda b) Possibilidade de recompra do bem aos sucessores do vendedor, inclusive contra terceiros – art. 507 do CC: c) Mais de um direito de recompra – art. 508 do CC: Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. Venda a contento (só se aperfeiçoa com o contentamento) – arts. 509 a 512 do CC: Trata-se venda realizada sob condição suspensiva, relacionada ao agrado do comprador em relação à mercadoria adquirida. O contrato só se aperfeiçoa , então, quando o comprador manifesta o seu contentamento com a mercadoria entregue pelo vendedor. Venda a contento (só se aperfeiçoa com o contentamento) – arts. 509 a 512 do CC a) Venda sujeita a prova – art. 510 do CC; b) Enquanto não manifestar o agrado, o comprador assume a posição de mero comodatário – art. 511 do CC; c) Prazo para manifestar o contentamento – art. 512 do CC: Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. Preempção (preferência) – arts. 513 a 520 do CC; Segundo a cláusula de preferência, sempre que o comprador quiser vender ou dar em pagamento o bem que adquiriu do vendedor, tem que oferecê-lo a este, nas mesmas condições de preço Preempção (preferência) – arts. 513 a 520 do CC; a) Exercício do direito de preferência – art. 514 do CC: Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa. Exercício da preferência e obrigação de pagar o mesmo preço que a coisa ia ser vendida – art. 515 do CC: Preempção (preferência) – arts. 513 a 520 do CC; c) Prazo do exercício de preferência – art. 516 do CC: Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor. d) Preferência assegurada a mais de uma pessoa – art. 517 do CC: Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita. Preempção (preferência) – arts. 513 a 520 do CC; e) Desrespeito ao direito de preferência – art. 518 do CC: (Responderá por perdas e danos o comprador) f) Impossibilidade de ceder a herdeiros – art. 520: Venda com reserva de domínio (até que o comprador pague integralmente) – arts. 521 a 528 do CC Conceito É a que assegura ao vendedor a reserva de domínio sobre a coisa vendida, até que o comprador pague integralmente o preço ajustado. Só é possível em relação a bem móvel. Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Reserva de domínio É a que assegura ao vendedor a reserva de domínio sobre a coisa vendida, até que o comprador pague integralmente o preço ajustado. Só é possível em relação a bem móvel. Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Reserva de domínio d) Constituição do devedor em mora – art. 525 do CC: Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. e) Inadimplemento do comprador – atitudes do devedor – art. 526 do CC: Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. Reserva de domínio f) execução da cláusula de reserva de domínio – devolução dos valores pagos – art. 527 do CC; Pode o Vendedor: Reter as prestações para cobrir a depreciação; Devolução do excedente ao comprador Reserva de domínio g) recebimento do pagamento a vista ou de instituição do mercado de capitais – art. 528 do CC: Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato. Venda sob documentos (entrega do título representativo) – arts. 529 a 532: Nesse contrato especial de compra e venda não há a tradição da própria coisa venda, há somente de um título ou de documentos que a representem. a) data e local do pagamento – art. 530 do CC: Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos. Venda sob documentos b) Apólice de seguro que cubram risco de transportes – art. 531 do CC: Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa. Venda sob documentos c) pagamento através de estabelecimento bancário – art. 523 do CC: Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde. Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador. Especificidade perante a Falência não pode exigir caução da massa falida; Direito a restituição da coisa ou notificação ao Administrador para saber se o contrato será resolvido ou se será cumprido.
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