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EVOLUÇÃO DA TERAPIA FAMILIAR

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TERAPIA FAMILIAR
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Introdução
Hospitais Psiquiátricos como lugares de salvação dos insanos da perseguição e maus tratos dos familiares; 
Objetivo da instituição: manter as famílias afastadas do convívio do parente adoecido;
Na década de 1950 os terapeutas começaram a reconhecer a influência da família no período de tratamento do parente;
“Os terapeutas começaram a notar que, com muita frequência, quando um paciente melhorava, alguém na família piorava, quase como se a família precisasse de um membro sintomático” (Nichols e Schwartz, 2007, p .29).
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Descobertas Iniciais
Primeiro: “as famílias são constituídas por uma estranha cola – esticam, mas nunca se soltam;
Segundo: Famílias como inimigos da liberdade;
Terceiro: As mudanças podem ser positivas ou negativas para as interações dos membros da família;
Quarto: A mudança em uma pessoa provoca repercussões e alterações nas relações no sistema familiar.
Ponto essencial: uma mudança em uma pessoa muda o sistema.
*
Trabalho Terapêutico com Grupos
Dinâmica dos pequenos grupos;
A Psicologia Social começou a estudar os grupos naturais na sociedade na década de 1920;
William McDougall psicólogo social publicou o livro “The Group Mind”;
“Descrevia como a continuidade do grupo depende de o mesmo ser uma ideia importante na mente dos membros, da necessidade de fronteiras e estruturas que permitam a diferenciação de funções e da importância dos costumes e hábitos, para que os relacionamentos possam ser fixos e definidos” (Nichols e Schwartz, 2007, p.30)
*
Trabalho Terapêutico com Grupos
Kurt Lewin fundamentado na teoria da Gestalt escreveu nos anos 1940 “A Teoria de Campo” afirmou que “o grupo é mais do que a soma de suas partes”;
Desenvolveu o conceito de “Equilíbrio Social Quase-Estacionário”;
“Lewin salientou que a mudança no comportamento grupal requer ‘descongelamento’. Só depois que algo sacode as crenças de um grupo é que seus membros estarão preparados para aceitar a mudança” (Nichols e Schwartz, 2007, p.30)
*
Trabalho Terapêutico com Grupos
Wilfred Bion escreveu em 1948 “A Experiência em Grupo”;
“Segundo Bion, a maioria dos grupos se desvia de suas tarefas primárias, engajando-se em padrões de luta-fuga, dependência ou formação de pares” (Nichols e Schwartz, 2007, p.31);
A distinção processo/conteúdo: como se faz e o que se faz.
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Trabalho Terapêutico com Grupos
A Teoria dos papéis na terapia de família:
Definição de Papéis: pessoa imaginária, personagens, funções ou aspectos do eu de uma pessoa (Moreno, 1946 [1997]);
Virginia Satir (1972) descreveu os papéis familiares como o apaziguador, o chato, o quietinho, o engraçado, o conselheiro, o rebelde, o bem sucedido;
Os papéis podem se reforçar mutuamente e cada pessoa espera que a outra mude.
Terapia psicanalítica de grupo trabalha com a recriação da família, instigando o surgimento dos afetos positivos e negativos, tornando o grupo terapêutico uma “família substituta” – ênfase no indivíduo.
Na dinâmica de grupos desenvolvida por Foulkes, Bion, Ezriel e Anthony, o foco mudou do indivíduo para o grupo, em que era estudado o processo do grupo descobrindo temas e dinâmicas comuns – ênfase no grupo;
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Trabalho Terapêutico com Grupos
Modelo experiencial de grupo criada pelos psiquiatras Ludwig Binswanger, Medard Boss, Rollo May, Carl Rogers, Carl Whitaker e Thomas Malone, enfatizou o envolvimento empático com as pessoas do grupo na experiência emocional imediata que favorecia o crescimento pessoal e grupal;
O psicodrama de Jacob Moreno “são encenações dramatizadas a partir da vida dos participantes, empregando técnicas para estimular a expressão emocional e esclarecer conflitos”.
A Gestalt-terapia de Fritz Perls “tem por objetivo ampliar a consciência para proporcionar um melhor ajustamento criativo e uma maior responsabilidade pessoal” (Nichols e Schwartz, 2007, p.33).
*
Terapia de Grupo x Terapia de Família
Semelhanças:
Ambas envolvem várias pessoas;
Ambas são complexas e amorfas;
São mais parecidas com a realidade cotidiana social do que a terapia individual;
Nos grupos e nas famílias os envolvidos precisam interagir constantemente;
Os terapeutas de grupo e familiares buscam na postura descentralizada e facilitadora promover maior interação entre os participantes.
*
Terapia de Grupo x Terapia de Família
Diferenças:
Os membros das famílias têm uma longa história e um futuro juntos;
Revelar-se para desconhecidos é mais seguro do que expor-se para os familiares;
Na terapia de família as exposições completamente honestas e abertas podem produzir mais conflitos do que resoluções;
As interações familiares só podem ser compreendidas a partir da história da família;
*
Terapia de Grupo x Terapia de Família
Na terapia com a famílias o ambiente e as interações que proporcionam estresse e conflitos são trazidos para os atendimentos;
Na terapia com as famílias a igualdade democrática como condição não favorece o processo devido a existência de uma hierarquia entre os papéis familiares;
A leitura em grande parte é sistêmica, pois considera a complexidade relacional, a globalidade e a homeostase comunicacional do próprio sistema familiar.
*
Orientação Infantil e Terapia Familiar
Os influenciadores mais importantes do movimento de orientação infantil:
Sigmund Freud: Os transtornos psicológicos são problemas infantis não resolvidos;
Alfred Adler: Elaborou o tratamento de crianças para prevenir as neuroses na vida adulta. Trabalhava os sentimentos de inferioridade nas crianças;
William Healy: Em 1909 nos EUA criou o Juvenile Psychopathic Institute, clínica precursora na orientação infantil e tratamento dos casos de delinquência em crianças; 
Rudolph Dreikurs: aluno de Alfred Adler destacou criando a Associação Americana de Ortopsiquiatria que foi organizada para trabalhar com a prevenção de transtornos emocionais em crianças;
Tensões familiares são a fonte do sintoma da criança.
*
Orientação Infantil e Terapia Familiar
David Levy: Afirmou que os problemas psicológicos na infância eram decorrentes da superproteção materna;
Frieda Fromm-Reichmann: Criou o conceito da mãe esquizofrenizante;
Adelaide Johnson: Criou o conceito da transmissão das lacunas de superego;
John Bowlby: Realizou a transição de uma terapia eminentemente individual para uma familiar ao chamar pais e filhos em atendimentos conjuntos.
Nathan Ackerman: Utilizou a terapia de família como a principal forma de atendimento.
Conceituou a família como unidade estudando a dinâmica familiar para compreender a criança.
Desenvolveu o diagnóstico e tratamento familiar.
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Trabalho Social e Terapia Familiar
Paradigma central do trabalho social é tratar a pessoa em seu ambiente;
Assistente social atendia as famílias em suas residências 9modelo atual de atenção básica);
Método utilizado: a entrevista e o estudo de caso familiar;
Mary Richmond destacada assistente social no começo do séc. XX, criou os conceitos de coesão familiar que antecipou o conceito de família como sistema dentro de sistemas – visão sistêmica do sofrimento humano.
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar e 
Etiologia da Esquizofrenia
Freud e o Caso Schreber – influência da família sobre a esquizofrenia
Gregory Bateson – Palo Alto
Psiquiatra originador da terapia familiar que estudou o comportamento animal, a teoria da aprendizagem, a evolução e a ecologia.
Interessou-se pela síntese entre Cibernética e Antropologia;
Dirigiu o projeto de Palo Alto que em 1952 recebeu recursos da Fundação Rockefeller para estudar a natureza da comunicação animal e humana em termos de níveis;
Ele dividiu a comunicação em dois níveis ou funções: Relato e comando.
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar e 
Etiologia da Esquizofrenia
Em 1953 Jay Haley, John Weakland e William Fry juntaram-se a Bateson;
Em 1954, recebeu subsídios da Fundação Macy para estudar a comunicação esquizofrênica sua origem ea natureza do comportamento do esquizofrênico na família. O psiquiatra Don Jackson reuniu-se ao grupo;
Teorizaram sobre os conceito de feedback (retroalimentação), homeostase (estabilização do sistema) e duplo vínculo (comunicação paradoxal);
“O que torna uma família patológica é a comunicação patológica” (Nichols e Schwartz, 2007, p .39).
*
Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar e 
Etiologia da Esquizofrenia
Theodore Lidz – Yale
Como psiquiatra e psicanalista investigou a dinâmica familiar (relação parental) na esquizofrenia. Descobriu que a influência mais destrutiva era do pai e não da mãe como se acreditava;
Cinco padrões de paternagem:
1. Dominador e autoritário em constante conflito com a esposa;
2. Hostil na relação com os filhos, mas não com a esposa;
3. Grandiosidade Paranóides;
4. Fracassados na vida e nulidade em casa;
5. Passivos e submissos.
*
Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar
Lidz também investigou as dificuldades de relacionamento conjugal (ausência de reciprocidade dos papéis maritais);
Lidz identificou dois tipos gerais de discórdia matrimonial:
1. Cisma conjugal – Há um fracasso crônico em acomodar-se ao outro ou chegar à reciprocidade de papéis;
2. Desvio conjugal - Séria psicopatologia em um dos parceiros que domina o outro cônjuge.
Neste contexto conjugal Lidz descobriu que os filhos estabelecem lealdades conflitantes e exercem a função de equilibrar o casamento precário dos pais.
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar 
Lyman Wynne – National Institute of Mental Health
Como psiquiatra e psicólogo pesquisou os efeitos da comunicação e dos papéis familiares na transmissão patológica nas famílias. Ingressou em 1952 no NIMH;
Desenvolveu os conceitos de:
1. Pseudomutualidade (fachada de união que mascara conflitos e bloqueia a intimidade);
2. Pseudohostilidade (fachada de conflitos que obscurece alianças e cisões);
3. Cerca de borracha (é uma barreira invisível que estica para permitir o envolvimento extra familiar ou encolhe se o envolvimento for muito distante).
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar
Teóricos do Papel (John Spiegel e Ronald D. Laing)
“Em 1954, Spiegel salientou que o sistema, na terapia inclui o terapeuta tanto como a família” (Nichols e Schwartz, 200 7, p.41);
Distinguiu interações (contato com mudança de trajetória sem alterações) e transações (contato com mudança de rumo e com mudanças internas);
Descobriu que os papéis familiares não são independentes uns dos outros, desenvolvem uma relação (transação) de reciprocidade;
Spiegel explicou que os papéis familiares são influenciados pelas funções sociais e pelas necessidades internas.
*
Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar
Spiegel descobriu ao trabalhar os papéis em famílias patológicas que os filhos sintomáticos tendiam a ser envolvidos diretamente nos conflitos dos pais;
Crianças usadas como defesas para evitar o enfrentamento pelos pais de seus próprios conflitos.
Ronald Laing formulou o conceito de mistificação “que se refere ao processo de distorcer a experiência da criança negando-a ou re-rotulando-a”.
“ A mistificação contradiz percepções e sentimentos e, mais sinistramente a realidade.
(...) Como seus sentimentos não são aceitos, essas crianças projetam um falso self, mantendo o seu self real” (Nichols e Schwartz, 2007, p.42) .
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar
Aconselhamento de Casal
Os primeiros centros profissionais de aconselhamento de casais foram estabelecidos em 1930-1945. Os aconselhadores formaram a American Association of Marriage;
Os psicanalistas americanos começaram a utilizar terapia concomitante e conjunta para os casais;
Clarence Oberndorf em 1931 propôs que os casais tem neurose interligadas;
Em 1948, o psicanalista Bela Mitleman em Nova York publicou o primeiro relato sobre terapia conjugal.
Bela Mitleman sugeriu que os casais podiam ser atendidos pelo mesmo analista e ao ser atendidos juntos poderiam reexaminar suas percepções mútuas sobre seu casamento;
 
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Pesquisa sobre a Dinâmica Familiar
Na Inglaterra, na clínica Tavistock, Henry Dicks e colegas atendiam casais encaminhados pelos tribunais de divórcio e eram ajudados a negociar suas diferenças;
Em 1956, Bela Mitleman apresentou uma descrição de suas ideias sobre diagnóstico e tratamento dos transtornos conjugais.
Ele descreveu dois padrões conjugais complementares: os casais agressivo/submissos e os desligados/exigentes;
Estes padrões podem ser influenciados pela ilusão apaixonada e/ou pela relação com os pais na infância.
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Terapia Familiar
A terapia familiar baseia-se no fato de que o homem não é um ser isolado, mas interage num grupo. A família passa então, a ser considerada como um sistema, onde todos os componentes são considerados em igualdade para o efeito terapêutico. Assim, a mudança de objetivo terapêutico, a passagem do tratamento individual ao familiar, introduz uma nova variável que muda fundamentalmente a forma de pensar a saúde/doença mental enquanto disfunção interativa do sistema familiar, não significando isto que a terapia individual tivesse perdido a sua validade (Magagnin, 1995).
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Terapia Familiar
A abordagem dos conceitos de família como sistema, a sua homeostase e a comunicação como ingrediente da interação, trazem uma nova ideia de que, no sistema familiar, não são as pessoas que adoecem, mas os vínculos, a ligação dos elementos familiares (Magagnin, 1995).
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	É um método psicoterapêutico realizado através de sessões conjuntas com os elementos de uma família, mesmo que a ajuda psicológica seja solicitada apenas para um dos membros. 
	A terapia familiar é toda terapia que se centra mais no sistema da família do que nos elementos que a compõe, ela busca a teoria geral dos sistemas (cada um composto por diferentes elementos: escola, grupo cultural ou social, nação, bairro, emprego).
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	O nascimento deste modelo ocorreu nos Estados Unidos, a terapia familiar evoluiu a partir de uma multiplicidade de influências da formulação da psicanálise, Freud considerou e ressaltou em seus estudos as relações familiares. Em Fragmento da Análise de um Caso de Histeria (1905), ele afirma que devemos prestar tanto atenção às condições humanas e sociais dos enfermos quantos aos dados somáticos e aos dados patológicos, ressaltando que o interesse do psicanalista deve dirigir-se sobretudo para as relações familiares dos pacientes.
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Freud faz referência à família em vários outros momentos de sua obra. Em umas das suas conferências ele se refere às resistências externas, emergentes das circunstâncias do paciente, de seu ambiente, que interferem no processo analítico e que podem explicar um grande número de fracassos terapêuticos. 
Torna-se impossível isolar o indivíduo do seu meio, ambos evoluem simultaneamente e mudam reciprocamente, a importância do contexto torna- se mais clara, bem como a noção de evolução, que é determinante na terapia familiar (Relvas, 1999).
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Entre os mais importantes autores no âmbito da terapia familiar e do seu desenvolvimento, encontramos Milton Erikson (Psiquiatra americano) que desenvolveu a história clínica e uma forma muito particular de fazer terapia.
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	A terapia familiar de enfoque psicanalítico dá ênfase ao passado, à história da família tanto como causa de um sintoma, quanto como um meio de transforma-lo. Os sintomas são visto com decorrência de experiências passadas que foram recalcadas fora da consciência. O método utilizado, na maior parte das vezes, é interpretativo com o objetivo de ajudar os membros da família a tomar consciência do comportamento passado, assim como do presente e das relações entre eles.
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 Enquanto entidade, a terapia familiar é atravessada por inúmeras correntes aparentemente contraditórias (psicanalíticas, sistêmicas, comportamentais, gestálticas, etológicas, sociológicas, etc.), supondo sempre um trabalho prévio de indicações e contra - indicações, depreendo-se daí um vastoleque de práticas. Da estrutura interna da terapia familiar podemos salientar três aspectos unificadores:
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 A necessidade que o terapeuta tem de se apoiar numa teoria da família tem de ter sempre em consideração a dinâmica familiar e o seu processo de mudança, a organização das relações interpessoais e uma conceituação sobre a saúde mental versos patologia da família, à qual se irão ajustar os procedimentos técnicos (Vetere, 1987, eit in Gameiro, 1992).
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 O processo terapêutico pode ser definido como a psicoterapia de um sistema social natural, tendo, frequentemente, na base a entrevista interpessoal conjunta. Aqui o terapeuta deve assinalar quais os elementos da família que participam na entrevista, em função do seu posicionamento teórico ou da prática fase e vicissitudes do processo terapêutico. O ritmo, periodicidade, número, duração e espaçamento das sessões variam em função dos modelos (Relvas, 1999).
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 O setting específico da terapia familiar converte-se num instrumento terapêutico por excelência. O suporte instrumental do terapeuta engloba: técnicas particulares, suporte de análise do caso, e do processo e ainda na formação e supervisão. (Fontaine,1993, Bleandonu, 1986, Heivil, 1984).
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 Sendo assim, as varias escolas da terapia familiar foram sendo reconcetualizadas, mas hoje em dia a atual terapia familiar é designada de 2º ordem ou pós – moderna. De entre as escolas de terapia familiar, encontramos:
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A terapia familiar estratégica, a escola de Palo Alto:
Existe em certa dispersão de abordagens desta terapia familiar estratégica, pela grande quantidade de autores que fizeram parte desta escola. Os elementos unificadores que parecem interligar – se, encontramos a importância atribuída à comunicação e aos efeitos que os seus paradoxos exercem sobre o comportamento, em termos de compreensão da patologia e da sua utilização terapêutica. O fato de se tratar de um modelo estratégico, essa corrente é considerada mais como uma prática do que uma teoria, está mais correta se falar teoria da mudança, que postula que os sistemas estão em permanente mudança e é nela que se centra a gênese dos problemas (Relvas,1999).
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A teoria e terapia dos sistemas familiares de Murray Bowen:
Elaborou um modelo teórico de compreensão no sistema familiar e patologias “explicáveis” em que seu paradigma é sistêmico, postulando que é necessário compreender o individuo através da forma como se põe e relaciona com o sistema. A importância atribuída à família deriva do fato de a considerar como um lugar de criação e sucessão para gerações humanas, em que o ser humano é definido como “familiar e potencialmente criador”. A sua teoria estende – se das relações do individuo consigo próprio, com a família nuclear, às famílias de origem e à sociedade (Relvas. 1999).
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 A terapia familiar estrutural
constitui uma escola que afirma que uma estrutura é desenvolvida por uma personalidade original que se elaborou como um todo. O seu principal representante é Salvador Minuchin e defende que a família deve ser entendida com uma organização de sujeitos, que comporta transições funcionais evolutivas (ciclo vital) que implicam definir limites e hierarquias, alianças e distanciamentos, bem coligações, ou seja trata – se da aplicação da noção estrutura ao grupo familiar em estreita ligação com o sistema (Relvas, 1999).
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 Por fim a terapia familiar de 2º ordem: que engloba as implicações decorridas da evolução dos modelos de terapia familiar anteriormente referidos e equacionados a dois níveis: a própria visão sistêmica da família e da concepção da intervenção, particularmente no que se refere à criação do sistema terapêutico formado por terapeutas e família (Relvas,1999).
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 	Apesar de varias teorias na área da terapia familiar, ela continua a ser vista como um sistema que integra influências externas, mas que não está dependente delas, ao mesmo tempo que existem forças internas que contribuem para a sua regulação, conferindo – lhe uma capacidade auto – organizativa, coerência e consistência no jogo do equilibro dinâmico interior – exterior. Quanto à criação dos sistema terapêutico: o terapeuta deixa de ser um mero observador neutro e exterior ao sistema, passando a ser encarado como um observador participante da realidade em construção de acordo com a teoria dos sistemas, implicando sempre uma acoplagem de dois sistemas (terapeuta e família) que se perturbam mutuamente (Relvas, 1999).
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 A terapia familiar, embora formada por varias correntes, muito diferentes entre si, não se descurou do seu elemento principal: a família enquanto agente de mudança e com poder para mudar seu funcionamento e progredir ao longo do seu ciclo vital. Sabe se que a família é entendida como um sistema em constante transformação e mudança, devendo estes dois pontos nunca ser esquecidos numa situação de intervenção terapêutica.
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 Terapia familiar com enfoque Psicanalítico
 	A terapia familiar de enfoque psicanalítico dá ênfase ao passado, à história da família como causa de um sintoma, quanto como um meio de transforma-lo. Os sintomas são visto como decorrência de experiências passadas que foram recalcadas fora da consciência. O método utilizado, na maior parte das vezes, é interpretativo com o objetivo de ajudar os membros da família a tomar consciência do comportamento passado, assim como do presente e das relações entre eles.
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 Influenciados pelo trabalho estritamente psicanalítico, desenvolvido na clinica Tavistock de Londres, Pincus & Dare (1978) formulam suas hipóteses que fundamentam a prática clínica com famílias e casais a partir de um grande interesse na trama inconsciente dos seus sentimentos, desejos, crenças e expectativas que unem os membros de uma família entre si e aos passados individuais e familiar.
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Estes autores interessam-se particularmente pelos efeitos dos segredos e dos mitos na dinâmica familiar. Ressaltam que os segredos podem pertencer a um membro da família ou serem compartilhados com outros, inconscientemente.
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 Terapia Familiar Sistêmica
	A terapia familiar teve sua origem na escola de Palo Alto, esta abordagem privilegia a observação, no seio da família, das condutas interativas e das trocas comportamentais manifestadas das quais se tende a denunciar os efeitos patogênicos. A terapia sistêmica possui as suas próprias técnicas (contra-paradoxo, conotação positiva, desqualificação, redefinição, reenquadramento e provocação) para clarificar a comunicação perturbada no sistema familiar (Doron & Poirot, 2001).
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A noção de família: é o conceito – chave da terapia familiar. Andolfi (1995) considera a família como um sistema de interação que supera e articula dentro dela os vários componentes individuais, e normas que regulam a sua vida como grupo.
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 A família como um sistema aberto, social e auto – organizado: constituído por várias unidades ligadas no conjunto, por regras de comportamento e por funções dinâmicas em constante interação e com trocas com o exterior.
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A família é como um sistema ativo regulado: por regras desenvolvidas e modificáveis no tempo através de tentativas e erros que irão permitir aos vários membros experimentar o que é permitido na relação e aquilo que não é permitido. A família não é um ser passivo, mas sim um sistema intrinsecamente ativo, em que a mudança no seu interior (nascimento dos filhos, separação, luto, divórcio) ou no seu exterior (mudanças de trabalho, ou contexto de valores) irá repercutir – se no sistema de funcionamento familiar, exigindo um processo constante de adaptação (Andolfi, 1995).
*
A familiar é um sistema aberto com interação com outros sistemas (escola, emprego, bairro): as relações intra- familiares mantêm uma relação dialética com as relações sociais: irão condiciona – La ao mesmo tempo que será condicionadas pelas normas e valores da sociedade onde está inserida.
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 A famíliaé um sistema em constante transformação: e que se adapta às diferentes exigências das diversa fases do seu ciclo de desenvolvimento, assim como às mudanças e solicitações sociais com o fim de assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial dos seus membros. A ideia de mudança, ou seja, cada família vai – se transformando ao longo do seu tempo de vida em três aspectos fundamentais: estrutural, inteireção e o funcional. A mudança é um conceito fundamental para perceber a família dentro do conceito sistêmico.
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 A escolha da intervenção sistêmica: a consulta psicológica da terapia familiar
 	A terapia familiar no âmbito da consulta psicológica, irá atravessar diversas etapas que vão conduzir a concretização de um determinado objetivo. Optar por uma intervenção sistema leva que a família deve ser entendida e analisada como um todo, em que se um membro tem um determinado problema, toda a família contribui para a sua manutenção ou resolução.
*
 A intervenção sistêmica defende que o terapeuta deve convocar toda a família procurando estabelecer, desde logo, uma atmosfera de cooperação e confidencialidade.
Dentro da terapia familiar o terapeuta deve se apoiar em uma teoria da família e deve satisfazer os seguintes requisitos:
 
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Descrever e explicar a estrutura familiar, a sua dinâmica, processo e mudança
Descrever as estruturas interpessoais e as dinâmicas emocionais dentro da família
Ter em conta a família como ligação entre o individual e a cultura
Descrever o processo de individuação e a diferenciação dos membros da família
Prever a saúde e a patologia dentro da família, isto é, ter um conjunto de hipóteses acerca do funcionamento familiar e das causas da disfunção.
Prescrever estratégias terapêuticas para lidar com a disfunção familiar.
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 O processo terapêutico pode ser definido como a psicoterapia de um sistema social natural, utilizando a técnica base que é a entrevista interpessoal conjunta (o terapeuta vai-se desenrolando através de diversas entrevistas com os elementos da família, o terapeuta pode trabalhar diretamente com um só individuo, ou com mais subsistema. O ritmo e periodicidade das entrevistas variam conforme o terapeuta, podem ser mais ou menos espaçadas, regulares ou não.
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 A função do terapeuta é ainda, a de compreender o problema em termos e interação de todos os membros da família, o objetivo da terapia não é apenas mudar, mas fundamentalmente aprender a mudar, a mudança é a condição dessa aprendizagem, pois é necessário que o sistema mude para aprender a mudar.

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